Questões de Concurso Sobre pronomes pessoais retos em português
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“Não é possível ser paciente com todo mundo, você não é santo. Não é possível ouvir com carinho todas as pessoas, você tem momentos difíceis. Logo, recomendo o seguinte: eleja as pessoas com quem você vai ser totalmente paciente. E no topo desta lista estão pais, mães, avós e irmãos. Com os outros, tenha paciência seletiva. Pai e mãe são as pessoas que você não pode atacar moralmente, você tem que aceitar. Te deram a vida, te criaram, ninguém vai amar você mais do que eles e o mais incrível: eles te amam apesar de te conhecerem, isso é extraordinário.” Por Leandro Karnal
(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br . Acesso em 16 fev. 2021)
Notas de uma resenha
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: ADORNO et al. Teoria da Cultura de massa. Trad. de C. N. Coutinho. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 221-254. [O texto de Benjamin foi escrito em 1936.]
Walter Benjamin é um grande autor moderno e nos aproxima de suas reflexões sobre uma teoria materialista da arte e a discussão de cultura de massa na modernidade capitalista. Em seu texto, o autor aponta para algumas questões importantes como a noção de autenticidade, o valor de culto e a unicidade na obra de arte. O “hic et nunc” (“aqui e agora”) do original constitui o que chama de autenticidade, a unicidade de sua presença no próprio local onde ela se encontra. No entanto, esse conceito não tem sentido para uma reprodução, técnica ou não, pois essa noção escapa a toda reprodução.
Discute-se em que época da reprodutibilidade técnica a obra de arte é atingida em sua aura, definida como “única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que ela possa estar” (p. 229). O valor da unicidade “autêntica” se baseia no ritual que originariamente foi dado. Sendo assim, a reprodutibilidade contribui diretamente para a destruição do caráter único da autenticidade e da tradição. No sistema capitalista, a existência única é substituída por uma existência serial. Desde que o critério de autenticidade não mais se aplica à produção artística, toda função de arte é subvertida, ela se funda agora não apenas no ritual, mas noutra forma da práxis: a política. À medida que se emancipam, as obras de arte tornam-se mais acessíveis a serem expostas. Isso afeta também a qualidade da própria natureza da arte, pois seu valor expositivo lhe empresta funções novas de maneira que a função artística apareça como acessória.
Benjamin aponta o cinema como agente eficaz dessas contradições. A exemplo de polêmicas entre pintores e fotógrafos, em curso no século XIX, no que diz respeito aos valores respectivos das suas obras, também o cinema e o teatro são polemizados. No teatro, o ator adapta-se diante das reações diretas do público e, assim, nota-se a aparição única de algo distante, ou seja, a aura. Já no cinema há todo um mecanismo de mediação, com restrição do papel da aura e a construção artificial da “personalidade” do ator, ou seja, o culto da “estrela” a favor do capitalismo dos produtores.
Segundo o autor, “a massa é a matriz de onde brota, atualmente, todo um conjunto de novas atitudes em face da obra de arte. A quantidade tornou-se qualidade” (p. 250). As massas buscam diversão. Mas a arte necessita do recolhimento. Quem se recolhe diante da obra de arte, por ela é envolvido. Como imagem dialética, o autor cita a história de um pintor chinês que, de acordo com a lenda, perdeu-se na paisagem que acabara de pintar.
FIGUEIREDO, V. M. C. de.; OLIVEIRA, A. P. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/130/1487>
1. O “hic et nunc” (“aqui e agora”) do original constitui o que chama de autenticidade, a unicidade de sua presença no próprio local onde ela se encontra. (1º parágrafo) 2. Desde que o critério de autenticidade não mais se aplica à produção artística, toda função de arte é subvertida, ela se funda agora não apenas no ritual, mas noutra forma da práxis: a política. (2º parágrafo)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação às frases acima.
( ) Em 1, o sujeito de “chama” é indeterminado. ( ) Em 1, “sua” e “ela” fazem referência à “obra de arte”. ( ) Em 2, “função de arte” pode ser substituída por “função artística”, sem prejuízo de significado no texto. ( ) Em 2, a palavra “subvertida” pode ser substituída por “apaziguada”, sem prejuízo de significado no texto. ( ) Em 2, entende-se que a subversão da arte implica a substituição da função artística e ritualística pela política.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Leia a tira, para responder à questão.
Achados e perdidos
Generalizando, e dando ao caso um toque emocional de exagero, levo metade do dia a procurar o que se extraviou na véspera.
Não, não tentem ajudar-me, oh bem-amadas, pois não se trata de joias e, se por acaso eu as houvesse herdado, não teriam para mim outro valor senão o de empenhá-las pouco a pouco.
O que eu perco são coisas imponderáveis, suspiros não, mas pensamentos, se assim posso chamar o que às vezes me borboleteia na cuca e que procuro transfixar no papel, antes que um súbito buzinar ou britadeira as mate de nascença.
E, enquanto procuro traçá-las a lápis no papel, pois graças a Deus não pertenço intelectualmente à era mecânica, às vezes me parece que, por exemplo, um manuscrito me saiu um garrancho, ou, antes, um gancho, que faz pender a linha destas escrituras e por conseguinte a linha do pensamento.
Estão vendo? De que era mesmo que eu estava falando? Ah! era dos papeis escritos, extraviados, esquecidos.
Quem sabe lá como seriam bons!
Quanto a este, que tive o cuidado de não perder, o melhor será colocar-lhe no fim os três pontinhos das reticências...
Ninguém sabe ao certo o que querem dizer reticências.
Em todo caso, desconfio muito que esses três pontinhos misteriosos foram a maior conquista do pensamento ocidental...
(Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo.)