Questões de Concurso Sobre crase em português

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Q2004870 Português

Leia o trecho do texto a seguir e responda a questão.

Os funcionários que relutam em abrir mão do home office


    No início de junho, o presidente da Apple, Tim Cook, enviou um comunicado para toda a empresa informando aos funcionários que eles deveriam voltar ao escritório no início de setembro. Era esperado que os profissionais trabalhassem três dias por semana presencialmente e dois dias remotamente.[...]

    Na semana passada, o presidente do Morgan Stanley, James Gorman, disse que ficaria "muito desapontado se as pessoas não conseguissem voltar ao escritório" no início de setembro. "Teremos então um tipo diferente de conversa."

    À medida que os empregadores começam a revelar suas visões de trabalho pós-pandemia, surge (ainda incipiente) um movimento de resistência por parte de funcionários que desejam manter seus privilégios de trabalhar de casa.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap57789809

Considerando a indicação da crase no trecho assinalado em “À medida que os empregadores começam a revelar suas visões de trabalho pós-pandemia”, marque a alternativa que avalia o uso desse procedimento sintático de maneira pertinente.
Alternativas
Q2004557 Português
Considere o trecho para responder as questões 9 e 10.

Gestores públicos vangloriam-se quando o porcentual da população jovem que atinge a universidade
cresce. Quanto mais, melhor. O movimento envolve também a pós-graduação, com a multiplicação do
número de mestrados e doutorados. Supõe-se que mais mestres e doutores ajudem a gerar mais
conhecimento, patentes e riquezas.
A não ocorrência do acento grave no a que antecede a palavra “universidade” justifica-se
Alternativas
Q2003473 Português
Os agentes de saúde e a prevenção de doenças
    Criado no início dos anos 1990, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) do Ministério da Saúde baseou-se em experiências de prevenção de doenças por meio de informações e orientações sobre cuidados de saúde. Os agentes comunitários de saúde atuam junto ___ população de sua própria comunidade e atendem entre 400 e 750 pessoas, de acordo com as necessidades locais. Esses agentes atuam na prevenção de doenças e na promoção da saúde por meio de visitas individuais ou coletivas ___ domicílios ou ___ comunidades. As atividades são desenvolvidas de acordo com regras do Sistema Único de Saúde (SUS) e sob supervisão do gestor municipal, distrital, estadual ou federal.
    Números do Ministério da Saúde informam que há mais de 230 mil agentes comunitários de saúde em atividade no país, distribuídos em 5.349 municípios. Eles estão presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios urbanizados e industrializados. Os recursos para o pagamento desses profissionais vêm dos governos federal, municipais e, em menor escala, dos governos estaduais.
    A Lei 11.350/06 considera como atividades do agente comunitário de saúde: a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; a promoção de ações de educação para ___ saúde individual e coletiva; o registro, para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de saúde, de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos ___ saúde; o estímulo ___ participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para a área da saúde; a realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de situações de risco ___família; a participação em ações que fortaleçam os elos entre o setor saúde e outras políticas que promovam ___ qualidade de vida. Conforme a legislação, o agente comunitário de saúde deverá: residir na área da comunidade em que atuar; ter concluído curso introdutório de formação inicial e continuada; ter concluído o ensino fundamental.
Leia as seguintes afirmativas:
I- As lacunas serão preenchidas, correta e respectivamente, por: à, a, a, a, à, à, à, a.
II- Dentre as atividades do agente comunitário de saúde está a realização de visitas domiciliares regulares para acompanhamento de situações de risco para a família.
III- A presença dos agentes comunitários de saúde é importante para a prevenção de doenças e na melhoria da saúde das pessoas.
Está(ão) correta(s): 
Alternativas
Q2002966 Português
Leia um trecho da entrevista com o psiquiatra Miguel Chalub, para responder a questão. 

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do problema.
  Para o psiquiatra Miguel Chalub, há um certo exagero nessas contas. Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”.
     ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no mundo?
     Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicalização de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica. ISTOÉ: A que se deve essa mudança?
    Miguel Chalub: Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.
     ISTOÉ: O que diferencia a tristeza normal da patológica?
     Miguel Chalub: A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.

(Adriana Prado. https://istoe.com.br/74405_O+HOMEM+NAO+ACEITA+
MAIS+FICAR+TRISTE+/ Publicado em 26.05.2010. Adaptado.)
O sinal indicativo de crase está empregado corretamente nas duas ocorrências na alternativa:
Alternativas
Q2002748 Português
Assinale a alternativa que apresenta desvio de colocação do acento indicativo de crase. 
Alternativas
Ano: 2019 Banca: FCPC Órgão: UNILAB Prova: FCPC - 2019 - UNILAB - Administrador |
Q2002660 Português

Texto


Pegando o Ita. De volta. 


texto_22222.png (730×562)

(texto adaptado)

Postado por Fernando Szegeri em 29/ago/2017

http://www.ultrajano.com.br/pegando-o-ita-de-volta/


Como em "Momento único na vida de uma artista, a volta à Terra" (linha 12), o indicador de crase está corretamente aplicado em:
Alternativas
Q2002624 Português
Leia o trecho da entrevista a seguir, concedida pelo historiador Leandro Karnal, e responda à questão:

Quais são hoje as grandes questões da humanidade, inerentes à nossa época?

    O ser humano está associado ao consumo, a vida adquiriu uma dimensão virtual, imagem é tudo, o outro é perigoso, família é meu centro, esforço resolve qualquer questão, o melhor virá logo em seguida se eu me sacrificar, informação virou conhecimento, tecnologia resolve, juventude será eterna, a vida pode ser controlada. Isto é quase toda a nossa filosofia atual.
     O senhor acredita que hoje as pessoas estão tentando buscar o sentido da vida de uma forma diferente? Há uma retomada às tentativas de se compreender melhor?
     Existem pessoas que se perguntam pela árdua questão do sentido da vida. Mas, a maioria busca a satisfação de necessidades rápidas como o consumo. O mais desafiador seria pensar, “sartreanamente”, que a vida em si não apresenta um sentido prévio, mas que devemos descobrir algo a partir da nossa realidade, pois a existência precede a essência.
      O desejo pela felicidade é uma constante dos nossos tempos? Por que é importante falar sobre a busca pela felicidade hoje?
    Não. Ele é um projeto essencialmente burguês do século XIX. A felicidade neste mundo não era o foco da maioria das civilizações anteriores. Como nós a entendemos, hoje, felicidade é um grande projeto de classe média (que atinge gente de todas as classes) que deve apresentar uma vida integral, plena, com saúde, estrutura familiar, bem sucedida e cheia de controles. Felicidade é um projeto de classe média e isto marca todo o aconselhamento sobre felicidade disponível nas redes. Aristocratas e proletários pensam e agem por outro caminho.

(Entrevista realizada pela ISTO É, 2016.)
A respeito da frase “a existência precede a essência”, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa CORRETA.
I. O verbo “precede” significa “antecede, vem antes de”.
II. Os dois artigos definidos presentes na frase deveriam estar acrescidos do acento marcador de crase, por uma questão de estética.
III. A frase ficaria mais elegante e correta grafada “À existência precede à essência”.
IV. “Existência” e “essência” têm o mesmo sentido e significado. 
Alternativas
Q2002505 Português
Leia o texto a seguir e responda as questões 1 a 10:

Saúde, educação e qualidade de vida

A proposta de discutir saúde, educação e qualidade de vida pressupõe o estabelecimento de contornos conceituais que favoreçam sua compreensão. Entre as inúmeras possibilidades que o tema permite, o ponto de partida será a reflexão que os direitos humanos instigam sobre a imbricação dessas áreas com o “estado de direito”. Segundo Dalmo Dallari, são três os direitos humanos fundamentais: saúde, educação e trabalho.
O direito à saúde é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, resultante da interação com o meio ambiente, a alimentação, a habitação, a assistência médico-hospitalar e a qualidade das relações socioafetivas adquiridas ao longo de seu desenvolvimento. O direito à educação refere-se ao desenvolvimento intelectual, à obtenção e à ampliação de conhecimento para desenvolvimento psíquico e interação social, sem os quais os homens se aprisionam nas formas desiguais dadas pelas estruturas sociais. O terceiro direito fundamental é o do trabalho, em condições dignas e justas, que ofereça recompensa pelo esforço empreendido e seja objeto de realização, satisfação e prestígio pessoal e social. O cumprimento desses direitos básicos deve garantir a dignidade e o bom desenvolvimento do homem, propiciando boa qualidade de vida.
Isso posto, cabe a reflexão de como esse “estado de direito” vem sendo cumprido nas sociedades contemporâneas, principalmente na nossa. Pode-se afirmar que esforços históricos são adotados para minimizar as desigualdades nos campos da saúde e da educação, embora a falta de acesso e de qualidade dos serviços básicos ainda seja determinante para a baixa qualidade de vida da maioria da população brasileira. Conforme aponta Fábio Comparato, o direito deve ser exigido pelo cidadão de qualquer comunidade, mas nossa tradição é a da acomodação e dos favores. Aquilo que é direito muitas vezes passa a ser entendido como favor e há inversão do valor social. As desigualdades ficam justificadas pelas diferenças – de cor, raça, gênero, credo – e o que deveria ser a base da construção cultural da estrutura social passa a cristalizar processos de pauperização e injustiça.
Fazendo breve análise dos campos da saúde e da educação no país, é possível afirmar que __ duas últimas décadas foram de ampliação inquestionável dos serviços básicos de atendimento, no que se refere, pelo menos, __ acessibilidade. Na saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) propõe a prevenção e a promoção descentralizada, favorecendo que estados e municípios considerem suas especificidades e elejam prioridades de acordo com __ necessidades específicas de cada região. Na educação, o acesso ao ensino fundamental foi ampliado significativamente tanto nos centros urbanos quanto nas áreas rurais. Iniciativas em relação ao ensino médio e universitário ganharam força principalmente nos últimos anos. Programas sociais como o Renda Mínima e o Bolsa Família, entre outros, foram criados priorizando essas duas áreas.
No entanto, verificamos que essas medidas de caráter macrossocial estão longe de fazer cumprir os direitos fundamentais da dignidade e do bom desenvolvimento. Na saúde, embora haja melhoras significativas como a queda da taxa de desnutrição infantil obtida pelo sucesso das campanhas dirigidas ao aleitamento materno, ainda temos problemas elementares, entre os quais a defasagem no acompanhamento pré-natal, a efetivação da prevenção e do controle dos fatores de risco, como gravidez na adolescência, a infecção pelas doenças sexualmente transmissíveis e o combate às drogas. Na educação, o esvaziamento do sentido da escola, em razão do esgotamento da escolaridade como mobilidade social e do enfraquecimento da capacidade socializadora, promove fenômenos cada vez mais frequentes como a incompreensão e a indisciplina.
A qualidade das relações vinculares que as pessoas efetivam nas diversas instituições às quais pertencem – a escola, a família e o trabalho – pode, em muito, elevar a sua autoestima, a definição de escolhas, a exigência e a atuação em direção à conquista dos direitos e da obtenção da dignidade humana e do bom desenvolvimento. Não se trata da individuação dos problemas, mas de incentivar o protagonismo de ideias e ações a favor de uma cidadania ativa.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em: https://www.redalyc.org/html/929/92970211/. Acesso: 21 Dez. 2018.
“Fazendo breve análise dos campos da saúde e da educação no país, é possível afirmar que ____ duas últimas décadas foram de ampliação inquestionável dos serviços básicos de atendimento, no que se refere, pelo menos, ____ acessibilidade. Na saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) propõe a prevenção e a promoção descentralizada, favorecendo que estados e municípios considerem suas especificidades e elejam prioridades de acordo com ____ necessidades específicas de cada região.” Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas encontradas no trecho transcrito, respeitando-se a ordem em que aparecem.
Alternativas
Q2001896 Português
     Ora, graças a Deus, lá se foi mais um. Um ano, quero dizer. Menos um na conta, mais uma prestação paga. E tem quem fique melancólico. Tem quem deteste ver à porta a cara do mascate em cada primeiro do mês, cobrando o vencido. Quando compram fiado, têm a sensação de que o homem deu de presente, e se esquecem das prestações, que serão, cada uma, uma facada. Nem se lembram dessa outra prestação que se paga a toda hora, tabela Price insaciável comendo juros de vida, todo dia um pouquinho mais; um cabelo que fica branco, mais um milímetro de pele que enruga, uma camada infinitesimal acrescentada à artéria que endurece, um pouco mais de fadiga no coração, que também é carne e se cansa com aquele bater sem folga. E o olho que enxerga menos, e o dente que caria e trata de abrir lugar primeiro para o pivô, depois para a dentadura completa.
     O engraçado é que muito poucos reconhecem isso. Convencem-se de que a morte chega de repente, que não houve desgaste preparatório, e nos apanha em plena flor da juventude, ou em plena frutificação da maturidade; se imaginam uma rosa que foi colhida em plena beleza desabrochada. Mas a rosa, se a não apanha o jardineiro, que será ela no dia seguinte, após o mormaço do sol e a friagem do sereno? A hora da colheita não interessa ― de qualquer modo, o destino dela era murchar, perder as pétalas, secar, sumir-se.
     A gente, porém, não pode pensar muito nessas coisas. Tem que pensar em alegrias, sugestionar-se, sugestionar os outros. Vamos dar festas, vamos aguardar o ano novo com esperanças e risadas e beijos congratulatórios. Desejar uns aos outros saúde, riqueza e venturas. Fazer de conta que não se sabe; sim, como se a gente nem desconfiasse. Tudo que nos espera: dentro do corpo o que vai sangrar, doer, inflamar, envelhecer. As cólicas de fígado, as dores de cabeça, as azias, os reumatismos, as gripes com febre, quem sabe o tifo, o atropelamento. Tudo escondido, esperando. Sem falar nos que vão ficar tuberculosos, nas mulheres que vão fazer cesariana. Os que vão perder o emprego, os que se verão doidos com as dívidas, os que hão de esperar nas filas ― que seremos quase todos. E os que, não morrendo, hão de ver a morte lhes entrando de casa adentro, carregando o filho, pai, amor, amizade. As missas de sétimo dia, as cartas de rompimento, os bilhetes de despedida. E até guerra, quem sabe? Desgostos, desgostos de toda espécie. Qual de nós passa um dia, dois dias, sem um desgosto? Quanto mais um ano!

Rachel de Queiroz. Um ano de menos.
In: O Cruzeiro, Rio de Janeiro, dez./1951 (com adaptações). 

Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem. 
No quinto período do primeiro parágrafo, o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “à”, em “à porta”, justifica-se pela combinação de dois fatores: a regência do verbo “ver” e o gênero feminino da palavra “porta”.
Alternativas
Q2001692 Português
A crase é facultativa em: 
Alternativas
Q2001615 Português
A vocação dos novos computadores é funcionar com todo o aparato técnico fornecido pela informática, só que numa relação tão visual e emocionante quanto um jogo de videogame. Já existem máquinas que cruzam essa fronteira, produzindo imagens em três dimensões nas quais o usuário tem a sensação de penetrar. Imagine um visor que pode ser preso na frente dos olhos, como uma máscara de mergulho. Acoplado a um computador, esse visor cria imagens baseadas num programa e dá à pessoa a ilusão de que está no ambiente projetado na tela. Há mais. Usando uma luva cheia de sensores, todos ligados ao mesmo computador, o operador do equipamento pode “tocar” objetos que só existem na tela aberta diante de seus olhos. É possível, por exemplo, operar os comandos de um caça-bombardeiro com a mão enluvada e ver na tela os instrumentos sendo manobrados enquanto o avião se move com toda a aparência de uma situação real. Quem vê a brincadeira de fora vai enxergar apenas uma pessoa com os olhos cobertos por uma máscara levantando uma mão enluvada e nada mais.
Veja, 21 out. 1992.
Acoplado a um computador, esse visor cria imagens baseadas num programa e dá à pessoa a ilusão de que está no ambiente projetado na tela”. Assinale a alternativa correta em relação aos termos assinalados, respectivamente.
I. “Acoplado” é um verbo no particípio passado e pode ser entendido como inserido, ajustado. II. “Esse” é um pronome possessivo. III. A crase caracteriza a união da preposição com o artigo. IV. O “na” é a contração da preposição em mais o artigo a
Alternativas
Q2001062 Português
Observe, com atenção, a tirinha a seguir:
8.png (458×310)
https://www.google.com
Na expressão “resistência a mudanças", não houve emprego de crase porque: 
Alternativas
Q2001021 Português

Monkeypox: histórico e chegada no Brasil 


O vírus da varíola de macacos (nome que será alterado, segundo orientações da OMS), também chamado de monkeypox, espalhou-se por mais de 40 países nos últimos meses e chegou ao Brasil no início de junho. Após a detecção de 10 casos suspeitos em várias cidades, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, da cidade de São Paulo, confirmou, no início de junho, a identificação do vírus em um homem de 41 anos que havia viajado à Espanha e Portugal, países com número alto de casos, e sido internado no próprio hospital com sintomas da doença.

No dia 7 de junho de 2022, uma equipe do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, coordenada pela médica Ester Sabino, fez o sequenciamento genético - o primeiro no país - do vírus coletado das lesões de pele desse paciente. Completado em 18 horas, o resultado foi entregue às autoridades médicas e confirmado por análises laboratoriais. Publicado dois dias depois no site virological.org, o genoma foi comparado com outros 81 já registrados na base de dados GenBank e mostrou grande semelhança com os vírus que circulavam em Portugal, Alemanha, Estados Unidos e Espanha.

De origem ainda incerta, o monkeypox está solto pelo mundo - e infectando pessoas - há muito tempo. Identificado nos anos 1970 na República Democrática do Congo (RDC), chegou nas décadas seguintes à Nigéria e a outros países da África Ocidental. Em 2003, emergiu nos Estados Unidos e em 2018 e 2019 no Reino Unido, em Singapura e Israel.

De 2010 a 2019, em comparação com a década de 1970, o número de casos aumentou 10 vezes e as crianças cederam o lugar de grupo predominante de pessoas atingidas para os adultos com idade entre 20 e 40 anos. De maio até o dia 24 de junho de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 4.106 pessoas com esse vírus na Europa, Américas, Oriente Médio e Austrália.

"A disseminação do vírus era previsível porque os casos na África estavam aumentando e quase ninguém dava a devida atenção", comenta a virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessora do conselho da OMS para pesquisa com o vírus da varíola, erradicada mundialmente em 1980. "Houve uma negligência completa com o que se passa na África, como ocorreu antes com o vírus ebola, que causa surtos desde 1976 e só ganhou atenção em 2016, quando chegou à Europa e aos Estados Unidos".

O que ninguém esperava, segundo ela, é a chamada transmissão sustentada - ou comunitária - do vírus da varíola de macacos de uma pessoa para outras, ampliando o número de casos.

Descoberto em macacos em um laboratório da Dinamarca em 1958, embora infecte também roedores silvestres, o monkeypox causa uma doença similar à varíola, embora de menor gravidade, que começa com dor de cabeça e no corpo, febre e inchaço dos gânglios linfáticos debaixo do maxilar ou na nuca e culmina com a formação de pústulas - bolhas na pele - que liberam milhões de vírus quando se rompem. Como a varíola, também deixa marcas na pele.

O vírus da varíola de macacos é transmitido principalmente pelo contato com fluidos respiratórios, lesões, roupas ou objetos de pessoas infectadas. A letalidade (número de mortes em relação ao total de casos) varia de 10% na África Central a 3,6% na região oeste do continente. É menos que a letalidade média de 30% da varíola humana, de acordo com um estudo de revisão feito por pesquisadores da Holanda, Suíça, Alemanha e Estados Unidos, publicado em fevereiro deste ano na PLOS Neglected Tropical Diseases.

Os autores desse trabalho atribuem o avanço do monkeypox nas últimas décadas ao fim da imunização contra a varíola, em 1979. A vacina promovia uma proteção cruzada, que barrava também outros vírus do gênero Orthopoxvirus - quem não a recebeu, portanto, está mais suscetível que os vacinados.

Em 20 de maio, a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), braço da OMS, distribuiu um alerta epidemiológico com recomendações para a identificação do vírus e os cuidados médicos a serem tomados com as pessoas infectadas. Nos países com casos já registrados, os órgãos da saúde enfatizam que o atual surto pode ser contido com medidas de prevenção, que incluem o isolamento das pessoas infectadas e a higienização de suas roupas com água quente. O tratamento é feito com antivirais e medicamentos para combater os sintomas.

Seguindo a recomendação da OMS, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido começaram a usar a vacina contra varíola humana para imunizar as pessoas próximas a um caso confirmado e deter o monkeypox, de acordo com a revista Nature, de 8 de junho.


Retirado e adaptado de: FIORAVANTI, Carlos. Varíola de macaco chega ao Brasil.Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa. fapesp.br/variola-de-macaco-chega-ao-brasil/ Acesso em 28 jun. 2022.

Assinale a alternativa na qual houve o correto emprego do sinal grave (crase):
Alternativas
Q2000696 Português

CIENTISTAS CHILENOS ENCONTRAM FÓSSIL DE UM PTEROSSAURO NO ATACAMA

Réptil voador habitou o planeta Terra no período jurássico há cerca de 160 milhões de anos atrás


Uma equipe de cientistas chilenos identificou pela primeira vez, no deserto do Atacama, restos fósseis de um pterossauro, um dragão voador que habitou esta região do norte do país durante o período Jurássico, há cerca de 160 milhões de anos, informou, nesta sexta-feira (10), a Universidade do Chile.

 O grupo de pesquisadores da Universidade do Chile descobriu, durante uma expedição realizada em 2009, alguns restos fósseis muito bem preservados de uma espécie desconhecida, que podia ser um animal pré-histórico marinho do período Jurássico.

 O fóssil foi encontrado na localidade de Cerritos Bayos, a 30 km da cidade de Calama, em pleno deserto do Atacama. O local tem sido uma região de importantes descobertas paleontológicas. 

Mas análises posteriores determinaram que se tratava de um pterossauro perto da idade adulta, pertencente à subfamília Ramphorhynchinae, do qual foi encontrado o úmero esquerdo, uma possível vértebra dorsal e dois fragmentos de uma falange de asa, todos preservados em três dimensões. 

Cerritos Bayos tem sido uma região de importantes descobertas paleontológicas. A mesma equipe descobriu em 2020 plesiossauros dos gêneros Muraenosaurus e Vinialesaurus e também os primeiros restos de pliossauros (parentes dos plesiossauros, mas com crânios grandes e pescoço curto), lembrou a Universidade do Chile

Disponível em: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/cientistas-chilenos-encontram-ossil-de-um-pterossauro-no-atacama-10092021 (adaptado)

Por que o fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer no trecho "Mas análises posteriores determinaram que se tratava de um pterossauro perto da idade adulta, pertencente à subfamília Ramphorhynchinae... " ?
Alternativas
Q2000553 Português
Neste trecho: “Eles foram __ compras antes do comércio abrir, isto é, desde __ 4h30 da manhã.”, marque a opção em que os termos preenchem as lacunas corretamente e na ordem em que se apresentam.
Alternativas
Q2000463 Português

TEXTO 1


Aids, manifesto ao futuro ministro 

(1) Senhor futuro ministro da Saúde (...), queremos tratar de um motivo de orgulho nacional, de uma história de resiliência do Sistema Único de Saúde (SUS). Graças aos esforços de cidadãos e governos de diversos partidos, o Brasil cavou trincheira internacionalmente reconhecida na luta contra a aids e pela proteção aos direitos das pessoas com HIV. 

(2) Foi com os recursos e os profissionais do mesmo SUS – que socorreu o presidente eleito, Jair Bolsonaro, após o bárbaro atentado –, com a atuação de entidades civis e com base em sólidas provas científicas que se chegou hoje à distribuição na rede pública de 22 tipos de antirretrovirais a mais de 580 mil pessoas que dependem desses medicamentos para viver. 

(3) Não pode haver trégua diante de uma epidemia que se aproxima de um milhão de casos e mais de 350 mil mortes desde 1980 no Brasil. A persistência de números espantosos – são 40 mil novos registros de aids e 12,5 mil óbitos por ano no país – requer ações continuadas para evitar mais infecções e garantir tratamento diário para que cidadãos HIV-positivos permaneçam bem de saúde. 

(4) A questão não é o que as pessoas são ou o que fazem, mas se a elas são asseguradas ou não possibilidades de se prevenir e se tratar. Quanto mais discriminadas, mais expostas a se infectar estarão as populações que também não chegam facilmente ao diagnóstico e ao tratamento. A forma negativa e extrema com que muitos ainda reagem àqueles que têm HIV é uma das principais barreiras para a prevenção que, no final das contas, beneficiaria a todos. Países que trocaram essas evidências por prescrições morais e religiosas, como alguns do continente africano, colheram catástrofes de saúde pública. 

(5) Enquanto vacina e cura ainda estão fora do horizonte, o Brasil segue hesitante ao tolerar o preconceito e ao retardar inexplicavelmente medidas para que mais gente faça o teste e saiba se tem ou não o HIV. E para que todos que se descobrem soropositivos tenham a mesma chance de iniciar o tratamento no tempo certo. Aos que já são acompanhados pela rede pública devem ser dadas condições de adesão à medicação até a supressão viral, estado que preserva a saúde individual e freia a circulação do vírus entre mais pessoas. 

(6) Como alternativa à testagem em serviços de saúde, precisam ser disseminados os testes rápidos em locais comunitários e os autotestes feitos onde for melhor para cada um. Como o uso de preservativos pode, por vezes, falhar, deve ser facilitada no SUS a opção altamente eficaz dos medicamentos que, tomados antes ou depois do risco de se infectar, impedem a transmissão do HIV. 

(7) Para populações vulneráveis, como os jovens,– a aids mais avança na faixa de 15 a 22 anos – faltam campanhas em mídias e formatos digitais com conteúdos que não atribuam culpa e se comuniquem abertamente com as expressões de sexualidade e sociabilidade dessas novas gerações. 

(8) Completa-se com maior financiamento do SUS, para resgatar serviços de referência hoje lotados e com falta de profissionais; apoiar associações de pacientes; investir em prevenção e na produção de medicamentos genéricos nacionais, incluindo licenciamento compulsório, no caso de patentes de antirretrovirais prolongadas indevidamente. Os custos de uma epidemia desgovernada, por certo, seriam infinitamente maiores. 

(9) O enfrentamento da aids sempre foi um campo de tensões e polêmicas. Mas mesmo vozes dissonantes na política e nos costumes podem, com tolerância às diferenças, atuar em nome do bem comum e da saúde coletiva, para acolher as pessoas afetadas, mobilizar a sociedade para a prevenção e não permitir um passo atrás em uma política bem-sucedida e conquistada a duras penas.

Mário Scheffer e Caio Rosenthal

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/11/aids-manifesto-ao-futuro-ministro.shtml  Acesso em: 20 jan. 2019. Adaptado. 

Considerando alguns aspectos gramaticais da nossa língua, como normas de ortografia e acentuação de formas verbais, emprego do sinal indicativo de crase e uso da vírgula, analise as proposições abaixo.  
1) No enunciado: “Enquanto vacina e cura não veem, o Brasil deveria focar mais na prevenção e no tratamento dessa doença.”, a forma verbal destacada atende a ortografia atual para a forma plural da terceira pessoa (presente do indicativo) do verbo “vir”. 2) A forma verbal destacada em: “O governo deve atuar em nome do bem comum e da saúde coletiva” está, também, corretamente flexionada em: “Que o governo atue em nome do bem comum e da saúde coletiva”. 3) O sinal indicativo da crase está corretamente empregado em: “A forma corajosa como muitos cientistas reagem à essa campanha contra os direitos das pessoas com HIV é admirável.”. 4) A vírgula empregada no trecho: “Senhor futuro ministro da Saúde, queremos tratar de um motivo de orgulho nacional (...)” (1º parágrafo) tem a função de separar um segmento com função interpelativa (vocativo) do restante do enunciado.
Estão de acordo com a norma-padrão da língua, apenas:
Alternativas
Q2000265 Português

               Até há pouco, eu ficava maravilhado com o rumo que as coisas pareciam estar tomando. Entrava distraído em um site de buscas, à procura de uma informação qualquer e ele me abarrotava com anúncios de produtos não muito comuns no universo das pessoas em geral — arte de vanguarda dos anos 1910, filmes expressionistas alemães dos anos 1920, romances policiais ingleses dos anos 1930, livros de cartunistas americanos dos anos 1940, clássicos do jazz dos anos 1950.

                Por acaso, esses assuntos coincidiam com os que eu achava que deveriam interessar a toda pessoa culta e sofisticada, donde sua presença num veículo tão comercial como a internet podia indicar um súbito upgrading dos consumidores. Comentei sobre isso com uma amiga e ela me perguntou se eu andava pedindo à Amazon CDs de Gerry Mulligan, livros de Fu Manchu por Sax Rohmer ou itens que tais. Falei que sim. Ela riu e me informou que aqueles fabulosos anúncios do site de buscas eram só para mim e que "eles" (não disse quem) já sabiam tudo a meu respeito — manias, preferências, fixações. E que eu abrisse o olho.

            Fiz isto e observei que meu email passara a receber vídeos sobre gatos, sorvete, gibis antigos, futebol e outros tópicos do meu dia a dia. A amiga tinha razão — minha vida tornara-se um livro aberto para os espiões do ciberespaço. Mais um pouco e iriam me induzir a votar em Donald Trump ou no "brexit", embora eu não seja cidadão americano ou inglês.

           Ouço agora que uma rede social apossou-se da intimidade de 50 milhões de pessoas no mundo e as fez tomar decisões que levaram a negociatas de trilhões de dólares. Bem, pessoalmente, não participo de redes sociais e nem celular tenho, donde devo estar a salvo dessa intromissão, certo? Não. Vivo no mesmo planeta das redes sociais e isso basta para que elas, quando e como quiserem, se apossem de mim.


CASTRO, Ruy. “Sem saída”. Folha de S. Paulo, 30 mar.2018. Disponível

em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2018/03/sem-saida.shtml 2018/03/semsaida.shtml>. Acesso em 30/03/2018.(Adaptado)

Analise estas assertivas sobre o último parágrafo do texto:

I. Não é possível acrescentar, opcionalmente, o acento grave indicativo de crase em “que levaram a negociatas de trilhões de dólares”.
II. O referente do verbo “tomar” (início do último parágrafo) é “50 milhões de pessoas”; assim, tal verbo deveria estar flexionado no plural (“tomarem”).
III. A oração “e nem celular tenho” pode ser substituída por “nem tenho celular”, de igual valor sintático, mas a troca implicaria perda do recurso expressivo usado na oração original

. Considerando a prescrição gramatical quanto a textos escritos na modalidade formal da Língua Portuguesa, está correto o que se afirma em 
Alternativas
Q2000197 Português

Texto II


         Assim como a segunda metade do século XIX se caracteriza pela transformação de uma economia escravista de grandes plantações em um sistema econômico baseado no trabalho assalariado, a primeira metade do século XX está marcada pela progressiva emergência de um sistema cujo principal centro dinâmico é o mercado interno. 

         O desenvolvimento econômico não acarreta necessariamente redução da participação do comércio exterior no produto nacional. Nas primeiras etapas do desenvolvimento das regiões de escassa população e abundantes recursos naturais - conforme observamos ao comparar as experiências do Brasil e dos EUA na primeira metade do século XIX - uma rápida expansão do setor externo possibilita uma alta capitalização e abre o caminho à absorção do progresso técnico. Sem embargo, à medida que uma economia se desenvolve, o papel que nela desempenha o comércio exterior se vai modificando. Na primeira etapa a indução externa constitui o fator dinâmico principal na determinação do nível da procura efetiva. Ao debilitar-se o estímulo externo, todo o sistema se contrai em um processo de atrofiamento. As reações ocorridas na etapa de contração não são suficientes, entretanto, para engendrar transformações estruturais cumulativas em sentido inverso. Se se prolonga a contração da procura externa, tem início um processo de desagregação e a consequente reversão a formas de economia de subsistência. Esse tipo de interdependência entre o estímulo externo e o desenvolvimento interno existiu plenamente na economia brasileira até a Primeira Guerra Mundial, e de forma atenuada até fins do terceiro decênio do século XX.

FURTADO, Celso. A formação econômica do Brasil (fragmento). Edição comemorativa – 50 anos.

São Paulo: Companhia das Letras, 2009

O trecho “conforme observamos ao comparar as experiências do Brasil e dos EUA na primeira metade do século XIX” pode ser reescrito desta forma, considerando as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa: 
Alternativas
Q1999902 Português
Associada I Esopo, II fábula é muito mais antiga do que ele. Ainda assim, Esopo é tido em larga medida como seu pai e III  Grécia, como sua mãe.
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, preenchem corretamente as lacunas I, II e III, respectivamente: 
Alternativas
Q1999841 Português

TEXTO 1



Por que escrever?

A escrita ainda é o melhor e mais eficiente protesto para proteger a liberdade


Em novembro de 2018, a filósofa Andrea Faggion publicou uma reflexão sobre a importância da escrita em nosso cotidiano. Segundo a autora, em tempos tão incertos como os nossos, em que o debate político se faz cada vez mais refém da desinformação, escrever nos oferece rara oportunidade de questionamento sobre a validade dos argumentos que adotamos para justificar as nossas opções.
Coincidentemente, em dezembro passado, a Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia publicou um texto de Ernst Tugendhat, no qual ele ressaltava a importância da escrita na formação filosófica. De acordo com Tugendhat, o estudante de filosofia deveria ser estimulado a escrever desde cedo, aprendendo a dialogar com o pensamento alheio, para expressar as suas ideias com clareza e segurança.
Nesse sentido, a proposta de Tugendhat para a universidade muito se assemelha à reflexão de Faggion sobre o cotidiano, chamando a atenção para o fato de que – embora muitos não tenham por objetivo se tornar escritores – uma das principais funções da escrita seja a de ensinar a pensar por conta própria.
Ao escrevermos, defrontamo-nos com a necessidade de emprestar uma ordem e uma justificativa para o que pensamos. Nesse diapasão, tornamo-nos conscientes de que, para que o nosso argumento tenha força, precisamos descrever fatos e aplicar conceitos objetivamente. Ao falharmos nesse exercício, falhamos também em provar a validade do nosso posicionamento.
Escrever também nos torna conscientes das motivações que temos ao abraçar certas ideias. Afinal, toda opinião é fruto da tênue relação entre a nossa emotividade e o exercício da razão. Dessa maneira, a escrita cumpre um importante papel terapêutico, dando ao indivíduo a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre si, ao mesmo tempo em que busca um sentido para o mundo.
Na literatura do século XX, encontramos vários personagens cuja jornada de autoconhecimento tem início a partir da escrita e da necessidade de compreender a própria realidade.
Em “Herzog”, Saul Bellow conta a história de um homem que começa a escrever cartas compulsivamente para mortos e vivos – inclusive para Deus – até conseguir se recuperar emocionalmente de um malfadado divórcio. Já em “1984”, George Orwell descreve um mundo onde o exercício do pensamento individual se tornou inadmissível. Assim, o principal ato de rebeldia do personagem Winston Smith contra o sistema foi adquirir um diário, no qual ele escreve as suas memórias, impressões sobre o cotidiano e críticas ao regime do Big Brother. Winston escreve para combater os fatos alternativos divulgados pelo governo, porque precisa provar para si mesmo que o mundo já foi diferente e que, nem sempre, os seus vizinhos representaram uma ameaça.
Recentemente, o clássico de Orwell tem gozado de renovada celebridade. Entre os leitores, muitos acreditam que nenhum outro livro poderia nos servir de antídoto para os sintomas de obscurantismo político e cultural que eclodiram nas mais poderosas democracias do Ocidente. Muitas vezes, precisamos defender aquilo que temos por certo e, apesar de frágil, a escrita ainda é o melhor e mais eficiente protesto para proteger a liberdade e reafirmar que dois e dois são quatro.

Juliana de Albuquerque. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/juliana-de-albuquerque/2019/01/por-que-escrever.shtml?utm_source=newsletter&utmmedium=email&utm_campaign=newscolunista. Acesso em: 22/01/2019. Adaptado. 
Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase está corretamente empregado. 
Alternativas
Respostas
1921: C
1922: A
1923: D
1924: C
1925: B
1926: C
1927: A
1928: D
1929: E
1930: E
1931: C
1932: D
1933: E
1934: B
1935: C
1936: E
1937: B
1938: D
1939: D
1940: A