A pessoa recebe da cultura o sentido de quem ela é, de
pertencimento, de como ela deve se comportar e do que ela deve
fazer. A cultura permeia toda a vida organizacional, desde o
comportamento e desempenho do trabalhador até os padrões de
julgamento do que é bom e desejável para a organização e para
as pessoas que a compõem. A cultura é um elemento envolvente,
onipresente e invisível, comparável ao ar que o trabalhador
respira. Da mesma forma que o ar, a cultura pode ser saudável,
fornecer às pessoas o oxigênio necessário para a realização das
suas atividades, para o desenvolvimento da sua identidade e da
sua realização profissional e pessoal. Ela pode também conter
quantidades mais ou menos importantes de elementos tóxicos
que minam lentamente o organismo, a auto-imagem e o
entusiasmo do trabalhador e impedem o seu pleno
desenvolvimento. A relação cultura/saúde é inevitável.
Analisando a cultura organizacional na qual está imerso o
trabalhador, identificando alguns dos seus componentes e a sua
relação com o comportamento, mudando significações culturais
e outras expressões da cultura que afetam o bem-estar do
trabalhador, pode-se criar, progressivamente, um ambiente mais
saudável, mais propício para a realização pessoal.
A. Tamayo. (Org.). Cultura e saúde nas organizações.
Porto Alegre: ARTMED, 2004, p. 8 (com adaptações).