Questões de Concurso
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Leia o trecho a seguir, publicado em março de 2024, no jornal O Globo.
“O segurança de Copacabana
Não é fácil entrar numa agência bancária no bairro da diversidade. A palavra-chave para enfrentar o trâmite é maciota. Tem que levar na maciota.
Por Leo Aversa — Rio de Janeiro
A porta travou. Coloquei o celular e as chaves no escaninho, o segurança me olhou por dois segundos e liberou a entrada. Pronto, estou numa agência bancária em Copacabana. Ainda tenho que esperar a minha mãe chegar, precisamos atualizar a nossa conta conjunta. Em vez de pegar o celular para me distrair e acabar me enfurecendo com os flanelinhas de ódio nas redes sociais, prefiro observar o segurança que controla a porta giratória.
Este, sim, é um trabalho difícil.
O detector de metais está ali para evitar os bandidos. O problema é que todo mundo carrega algum metal, sejam chaves, sejam moedas ou um celular, então a porta trava toda hora. Dá confusão, ninguém gosta de ser confundido com bandido. E agora? Quem segura esse rojão?
O segurança, claro. É ele que leva a culpa se entrar um ladrão ou é xingado se for barrada uma pessoa que só queria pagar uma conta. Se der ruim, “o colaborador foi desligado” será a resposta padrão. Porém, o segurança desta agência em Copacabana já pegou a malandragem do bairro. Aprendeu a lidar com a fauna local.
Vejam bem: não é que Copacabana tenha muita diversidade. Copacabana simplesmente inventou a diversidade. Se o segurança ficar esperando que o bandido apareça trajado de bandido como nas séries dos streamings, ele não dura um dia no emprego. Em Copa, cada caso é um caso. (...) “
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