Questões de Concurso
Comentadas para ms concursos
Foram encontradas 5.237 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Leia atentamente o texto seguinte:
Religiosamente, pela manhã, ele dava milho na mão para a galinha cega. As bicadas tontas, de violentas, faziam doer a palma da mão calosa. E ele sorria. Depois a conduzia ao poço, onde ela bebia com os pés dentro da água. A sensação direta da água nos pés lhe anunciava que era hora de matar a sede; curvava o pescoço rapidamente, mas nem sempre apenas o bico atingia a água: muita vez, no furor da sede longamente guardada, toda a cabeça mergulhava no líquido, e ela a sacudia, assim molhada, no ar. Gotas inúmeras se espargiam nas mãos e no rosto do carroceiro agachado junto do poço. Aquela água era como uma bênção para ele. Como água benta, com que um Deus misericordioso e acessível aspergisse todas as dores animais. Bênção, água benta, ou coisa parecida: uma impressão de doloroso triunfo, de sofredora vitória sobre a desgraça inexplicável, injustificável, na carícia dos pingos de água, que não enxugava e lhe secavam lentamente na pele. Impressão, aliás, algo confusa, sem requintes psicológicos e sem literatura.
Depois de satisfeita a sede, ele a colocava no pequeno cercado de tela separado do terreiro (as outras galinhas martirizavam muito a branquinha) que construíra especialmente para ela. De tardinha dava-lhe outra vez milho e água e deixava a pobre cega num poleiro solitário, dentro do cercado.
Porque o bico e as unhas não mais catassem e ciscassem, puseram-se a crescer. A galinha ia adquirindo um aspecto irrisório de rapace, ironia do destino, o bico recurvo, as unhas aduncas. E tal crescimento já lhe atrapalhava os passos, lhe impedia de comer e beber. Ele notou essa miséria e, de vez em quando, com a tesoura, aparava o excesso de substância córnea no serzinho desgraçado e querido.
Entretanto, a galinha já se sentia de novo quase feliz. Tinha delidas lembranças da claridade sumida. No terreiro plano ela podia ir e vir à vontade até topar a tela de arame, e abrigar-se do sol debaixo do seu poleiro solitário. Ainda tinha liberdade — o pouco de liberdade necessário à sua cegueira. E milho. Não compreendia nem procurava compreender aquilo. Tinham soprado a lâmpada e acabou-se. Quem tinha soprado não era da conta dela. Mas o que lhe doía fundamente era já não poder ver o galo de plumas bonitas. E não sentir mais o galo perturbá-la com o seu cocócó malicioso. O ingrato.
João Alphonsus – Galinha Cega. Em MORICONI, Italo, Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. São Paulo: Objetiva, 2000.
Sobre o texto lido é CORRETO afirmar que:
Qual alternativa abaixo apresenta um Dispositivo de Saída?
Qual das alternativas abaixo apresenta somente componentes de uma CPU?
O CDROM é uma mídia que permite:
Qual alternativa abaixo apresenta somente Dispositivos de Entrada?
Qual alternativa abaixo melhor descreve a definição de Internet?
Podemos dizer que o correio eletrônico usa uma comunicação:
O processo de modulação pode ser:
São exemplos de meios de transmissão:
Quais teclas de atalho podemos utilizar para inserir uma nova página em um documento no Microsoft WORD 2002?
Assinale a opção abaixo que NÃO retrata um tipo de barramento de expansão:
A velocidade com que é executado um processamento costuma ser expressa através das unidades:
Sobre o termo “ byte” assinale a alternativa INCORRETA:
A sequência CORRETA de um ciclo de processamento de dados é:
Quais teclas de atalho podemos utilizar para posicionar o ponto de inserção no final de um documento no Microsoft WORD 2002?
Qual alternativa abaixo apresenta um tipo de memória que permite tanto leitura quanto escrita?
Qual alternativa abaixo apresenta somente Barramentos de expansão?
Leia com atenção ao poema de autoria de Vinícius de Moraes a seguir:
TERNURA
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível d
os teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto
que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.
Na construção sintática “Eu te peço perdão por te amar de repente( I ) / Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos( II )”, a relação estabelecida entre os períodos I e II é de:
Leia com atenção ao poema de autoria de Vinícius de Moraes a seguir:
TERNURA
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível d
os teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto
que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.
A oração “ Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.” apresenta que tipo de sujeito?
Leia com atenção ao poema de autoria de Vinícius de Moraes a seguir:
TERNURA
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível d
os teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto
que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.
A linguagem deste poema é: