Questões de Concurso Para ifb

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Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771395 Português
PAPEL

E tudo que eu pensei
e tudo que eu falei
e tudo que me contaram
era papel.

E tudo que descobri
amei
detestei:
papel.

Papel quanto havia em mim
e nos outros, papel
de jornal
de parede
de embrulho
papel de papel
papelão.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: Record, 1990.)
No poema de Carlos Drummond de Andrade exemplificado em seguida, há uma figura de pensamento e outra figura de sintaxe que reforçam o sentido conotativo do texto. Escolha a resposta que, mais adequadamente, nomeia e explica essas duas figuras.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771394 Português


Texto 1:
SONHO BRANCO
(Cruz e Sousa)

De linho e rosas brancas vais vestido,
Sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
Das estrelas puríssimas nascido. [...]

Texto 2:
DENTRO DA NOITE
(Manuel Bandeira)

Dentro da noite a vida canta
E esgarça névoas ao luar...
Fosco minguante o vale encanta.
Morreu pecando alguma santa...
A água não para de chorar. [...]
A seguir, há dois extratos de poemas de épocas diferentes: o primeiro, do final do século XIX, e o segundo, do início do século XX. Mesmo sendo textos com dessemelhanças contextuais, há, neles, uma figura de linguagem comum. Leia-os, para marcar a opção CORRETA:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771393 Português
Mário de Andrade, autor do Modernismo brasileiro, teve um importante papel durante a fase áurea da Semana de Arte Moderna de 1922. Nesse ano, o autor publicou Pauliceia Desvairada, livro do qual foram extraídos os dois poemas seguintes: “Eu sou trezentos...” e “Inspiração”: 

EU SOU TREZENTOS...
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, oh! Pireneus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as melhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)



INSPIRAÇÃO
São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!

(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.)
Em “Eu sou trezentos...”, fica clara a característica multifacetada que era atribuída ao autor Mário, principalmente, por motivo de seu interesse cultural vasto: o próprio título indica isso. Indique qual expressão, em “Inspiração”, tem esse mesmo sentido multifacetado, que está diretamente associado às intenções do livro publicado em 1922:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771392 Português

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.


(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

Releia as duas frases seguintes, extraídas do poema:

1) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”

2) “O verbo tem que pegar delírio.”


Quanto à regência dos verbos “funcionar” e “ter”, nas frases acima, é CORRETO afirmar, de acordo com a Gramática e com as normas internas do poema:

Alternativas
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - Português |
Q771390 Português

Para responder à questão, leia este poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá

onde a criança diz: Eu escuto a cor dos

passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não

funciona para cor, mas para som.

Então se a criança muda a função de um

verbo, ele delira.

E pois.

Em poesia que é voz de poeta, que é a voz

de fazer nascimentos

O verbo tem que pegar delírio.


(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)

Leia as duas frases extraídas do poema:

1) “O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.”

2) “A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.”


Agora, assinale a alternativa CORRETA quanto à sintaxe:

Alternativas
Respostas
1361: D
1362: A
1363: C
1364: D
1365: B