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Para ceperj
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equilíbrio ser alcançado, há 0,665 mol de CO2 no reator. O valor da constante de equilíbrio da reação, a 520°C, é aproximadamente igual a :
Em um erlenmeyer é feita a combustão do enxofre; ao produto dessa reação, adiciona-se água e obtém-se uma substância A, que torna vermelho o papel azul de tornassol. Em outro erlenmeyer, faz-se a combustão do magnésio, adiciona-se água e obtém-se uma substância B, que torna azul o papel vermelho de tornassol. Em seguida, promove-se a reação entre A e B, formando uma substância C, em meio aquoso.
O nome da substância C é:
A energia de ativação para a reação de decomposição pode ser calculada a partir da tabela e seu valor, em kJ.mol -1 , é aproximadamente igual a:
Dados: R= 8,31 J.mol -1. k-1 , ln 4,4 = 1,48; ln 3,5 = 1,25
Uma amostra de 0,265 g de um antibiótico em pó foi dissolvida em HCl e completou-se o volume até 100,00 mL de solução. Uma alíquota de 25,00 mL foi transferida para um balão, seguida da adição de 25,00 mL de solução aquosa 0,018 mol.L–1 de KBrO3. Um excesso de KBr foi adicionado para formar Br2, segundo a equação a seguir: BrO3– + 5Br – + 6H+ → 3Br2 + 3H2O
O bromo formado reage com toda a sulfanilamida presente no antibiótico e, após um tempo, é adicionado excesso de KI, para reagir com o excesso de bromo, formando I2. Finalmente, o iodo formado é titulado, consumindo 13,00 mL de uma solução aquosa 0,12 mol.L–1 de tiossulfato de sódio. As demais equações químicas são:
A porcentagem de sulfanilamida presente na amostra do antibiótico em pó é aproximadamente igual a:
Dado: Massa molar da sulfanilamida= 172 g. mol -1
A atividade biológica de compostos quirais pode variar muito de um enantiômero para outro. O caso mais célebre ocorreu com a talidomida, que causou defeitos congênitos (teratogênese) em fetos de grávidas que fizeram uso de medicamentos contendo misturas de seus isômeros ópticos, cujas estruturas estão indicadas a seguir:
Considere um medicamento que continha um excesso enantiomérico de 50%, em relação ao isômero (R). Pode-se afirmar, então, que a composição percentual da mistura era igual a:
Dados: Massas molares (g.mol -1 ), H= 1, C=12, O=16
Dados: massas molares (g.mol -1 ),
H=1, C=12, Cl=35,5, Br=80
Dados:
Zn 2+(aq) + 2è → Zn(s) E0 = - 0,76V
2H+(aq) + 2è → H 2(g)E0 = 0,00V
Dado: massa molar do Al =27g.mol -1
Em relação à ocorrência de isomeria nos compostos citados, é correto afirmar que:
CrCl 3 (aq) + NaOH (aq) + H2 O 2 (aq) → NaCl (aq) + Na2 CrO 4 (aq) + H2 O (l)
Sabendo que foram gastos 50,00 mL de solução básica de CrCl 3 de concentração 0,01 mol.L-1 , a porcentagem em massa (% m) de peróxido de hidrogênio na amostra de água oxigenada é igual a:
Dados:
constante de Rydberg (R)= 2,18.10-18 J,
constante de Planck (h)= 6,67.10-34 J.s, velocidade da luz (c)= 3,00.108 m.s-1
As conhecidas “entrelinhas” são uma boa metáfora visual para aquilo que poderíamos designar, de maneira mais apropriada, como o “não-dito” de um texto. Entre uma linha e outra não há supostamente nada exceto o branco da página, da mesma maneira que o não-dito obviamente não foi escrito, logo, não pode ser lido.
Entretanto, lembremos que a linguagem humana é simultaneamente pletórica e insu?ciente: sempre se diz mais e menos do que se queria dizer. Até mesmo um texto prosaico e informativo esconde algumas informações e sugere outras, que se nos revelam se soubermos ler... nas entrelinhas. Ora, um texto de ?cção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas, justamente para poder tanto esconder quanto sugerir mais informações. Desse modo, ele desa?a o seu leitor a decifrá-lo, vale dizer, a escavar as suas entrelinhas.
Nos dois parágrafos acima, por exemplo.
O que se encontra nas entrelinhas?
O que eu não disse?
O que estou escondendo?
Quando digo que “um texto de ficção amplia conscientemente o espaço das suas entrelinhas” e “desafia o seu leitor a decifrá-lo”, vejo-me escondendo nada menos do que o próprio autor do texto, porque empresto consciência e vontade a uma coisa, isto é, a um texto. Se o meu leitor percebe que fiz isto, ou seja, se o meu leitor lê nas entrelinhas do meu texto, ele pode me interpretar ou de um modo conservador ou de um modo mais ousado.
O meu leitor conservador pode entender que apenas recorri a uma metonímia elegante, dizendo “texto” no lugar de “autor do texto” por economia de palavras e para dar estilo ao que escrevo. O meu leitor ousado já pode especular que sobreponho o texto ao seu autor para sugerir que a própria escrita modifica quem escreve, e o faz no momento mesmo do gesto de escrever.
Ambas as interpretações me parecem válidas, embora eu goste mais da segunda. Talvez haja outras leituras igualmente válidas, embora nem tudo se possa enfiar impunemente nas entrelinhas alheias. Em todo caso, creio que achei um bom exemplo de leitura de entrelinhas no próprio texto que fala das entrelinhas...
Se posso ler nas entrelinhas de textos teóricos ou informativos como este que vos fala, o que não dizer de textos de ficção? Este meu texto não se quer propositalmente ambíguo ou plurissignificativo, mas o acaba sendo de algum modo, por força das condições internas de toda a linguagem, o que abre espaço para suas entrelinhas, isto é, para seus não-ditos.
Um texto de ficção, entretanto, já se quer ambíguo e plurissignificativo, assumindo orgulhosamente suas entrelinhas. Estas entrelinhas são maiores ou menores, mais ou menos carregadas de sentido, dependendo, é claro, do texto que contornam. Textos menores e mais densos, por exemplo, tendem a conter entrelinhas às vezes maiores do que eles mesmos.
É o caso do menor conto do mundo, do hondurenho Augusto Monterroso, intitulado “O Dinossauro”. O conto tem apenas sete palavras e cabe em apenas uma linha: “quando acordou, o dinossauro ainda estava ali”.
As entrelinhas cercam este conto, provocando muitas perguntas, como, por exemplo:
1. Quem acordou?
2. Quem fala?
3. Onde é ali?
4. O dinossauro ainda estava ali porque também se encontrava lá antes de a tal pessoa dormir, ou porque ela sonhara com o dinossauro e ele saiu do sonho para a sua realidade?
5. O dinossauro que ainda estava ali é o animal extinto ou um símbolo?
6. Se for o animal extinto e supondo que o conto se passa na nossa época, como ele chegou ali?
7. Se não se passa na nossa época, então em que época se passa a história?
8. Se, todavia, o dinossauro é um símbolo, o que simboliza?
Na verdade, as entrelinhas contêm as perguntas que um texto nos sugere, muito mais do que as respostas que ele porventura esconde. A nossa habilidade de ler nas entrelinhas se desenvolve junto com a nossa habilidade de seguir as sugestões do texto e de formular perguntas a respeito dele e mesmo contra ele, para explorá-las sem necessariamente respondê-las de uma vez para sempre.
Gustavo Bernardo (Adaptado de: revista.vestibular.uerj.br/coluna/)