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Q2647266 Português

Texto para as questões de 1 a 9.

1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,

um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de

descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas

4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além

desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que

merece consideração séria.

7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:

diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e

argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a

10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador

e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um

“positivista” simplório, digno de pena.

13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a

ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do

domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem

16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de

Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já

bastavam.

19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação

de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem

científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e

22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.

O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em

outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem

25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no

momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,

pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.

28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os

resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente

científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,

31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,

parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a

contemplação do próprio umbigo.

34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em

abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo

positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,

37 o umbigo é mau conselheiro.

Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).

Depreende-se da leitura do texto que

Alternativas
Q2647264 Português

Texto para as questões de 1 a 9.

1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,

um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de

descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas

4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além

desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que

merece consideração séria.

7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:

diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e

argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a

10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador

e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um

“positivista” simplório, digno de pena.

13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a

ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do

domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem

16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de

Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já

bastavam.

19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação

de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem

científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e

22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.

O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em

outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem

25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no

momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,

pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.

28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os

resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente

científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,

31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,

parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a

contemplação do próprio umbigo.

34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em

abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo

positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,

37 o umbigo é mau conselheiro.

Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).

Da leitura do texto entende-se que a expressão ‘contemplação do próprio umbigo’ (linha 4) significa

Alternativas
Q2647263 Português

Texto para as questões de 1 a 9.

1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,

um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de

descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas

4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além

desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que

merece consideração séria.

7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:

diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e

argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a

10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador

e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um

“positivista” simplório, digno de pena.

13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a

ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do

domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem

16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de

Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já

bastavam.

19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação

de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem

científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e

22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.

O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em

outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem

25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no

momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,

pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.

28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os

resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente

científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,

31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,

parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a

contemplação do próprio umbigo.

34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em

abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo

positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,

37 o umbigo é mau conselheiro.

Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).

Entende-se da leitura do primeiro parágrafo do texto que a palavra “cientificismo” é

Alternativas
Q2513856 Noções de Informática
Em uma impressora jato de tinta, o componente que apresenta os pequenos bicos por onde a tinta é expelida para o papel durante o processo de impressão recebe o nome de
Alternativas
Q2513855 Noções de Informática
O componente na placa-mãe que controla o fluxo de dados entre o processador, a memória, os dispositivos de armazenamento e os periféricos conectados à placa-mãe é o
Alternativas
Q2513854 Programação
O comando para verificar a sintaxe de um arquivo PHP sem executá-lo é
Alternativas
Q2513853 Programação
Em Java, a estrutura de controle que permite executar um bloco de código se uma condição específica for verdadeira e, opcionalmente, executar um bloco de código alternativo se a condição for falsa é 
Alternativas
Q2513852 Programação
Assinale a alternativa que apresenta uma característica da linguagem de programação Java.  
Alternativas
Q2513851 Noções de Informática
Assinale a alternativa que apresenta o software de acesso remoto que permite controlar computadores remotamente e oferecer suporte técnico à distância, o qual é amplamente utilizado por técnicos de informática para resolver problemas de clientes sem a necessidade de estar fisicamente presente.
Alternativas
Q2513850 Sistemas Operacionais
Assinale a alternativa que apresenta o utilitário de particionamento de disco que permite criar, redimensionar, mover e excluir partições em discos rígidos, o qual é útil para gerenciar o armazenamento de dados e realizar operações de manutenção em discos.  
Alternativas
Q2513849 Redes de Computadores
Assinale a alternativa que apresenta uma característica fundamental da arquitetura cliente-servidor.
Alternativas
Q2513848 Sistemas Operacionais
O comando, no sistema operacional Windows, que é usado para exibir o endereço IP atual, a máscara de subrede e o gateway padrão de um computador é o
Alternativas
Q2513847 Sistemas Operacionais
No sistema operacional Linux, para criar, por exemplo, o diretório fisioterapeuta abaixo do diretório documentos, deve-se executar o seguinte comando
Alternativas
Q2513846 Redes de Computadores
No modelo de referência OSI, é responsável por realizar funções de roteamento e encaminhamento de dados entre diferentes redes, podendo priorizar alguns pacotes e decidir qual caminho seguir para enviar seus dados, a camada de
Alternativas
Q2513845 Redes de Computadores
Assinale a alternativa que apresenta uma característica dos sistemas de transmissão digital.  
Alternativas
Q2513844 Redes de Computadores
O meio físico utilizado em redes de computadores para transmitir dados por meio de sinais luminosos é o cabo de
Alternativas
Q2513843 Banco de Dados

Imagem associada para resolução da questão


O código SQL apresentado tem a finalidade de mostrar

Alternativas
Q2513842 Banco de Dados
Assinale a alternativa que apresenta o sistema de gerenciamento de banco de dados relacional de código aberto baseado em SQL, o qual foi projetado e otimizado para aplicativos da web, que pode ser executado em qualquer plataforma e possui comandos como “FLUSH PRIVILEGES;”.
Alternativas
Q2513841 Banco de Dados
O modelo baseado na percepção do mundo real, que consiste em um conjunto de objetos básicos chamados entidades, e nos relacionamentos entre esses objetos cujo objetivo é facilitar o projeto de banco de dados, possibilitando especificar a estrutura lógica geral do banco de dados, é denominado  
Alternativas
Q2513840 Sistemas Operacionais
O sistema de arquivos usado principalmente em sistemas operacionais Linux como Red Hat Enterprise Linux 6 e com suporte de até 50 TiB é o
Alternativas
Respostas
961: D
962: C
963: A
964: D
965: C
966: A
967: B
968: E
969: B
970: E
971: C
972: A
973: D
974: B
975: D
976: A
977: C
978: E
979: E
980: A