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TEXTO 01
QUE HORAS ELA VOLTA?
(Contardo Calligaris)
Gostei muito do novo filme de Anna Muylaert e admirei as performances de Regina Casé e de Camila Márdila. Também achei bem-vinda a escolha do filme para representar o país no Oscar, porque "Que Horas Ela Volta?" é um retrato tocante e fiel de nossa sociedade hoje.
Sem spoilers: Val é babá e empregada na casa de Bárbara e Carlos. Ela criou o filho deles, Fabinho, e, enquanto isso, há anos, deixou de criar (e de ver) sua própria filha, Jéssica. Um dia, Jéssica reaparece: ela vem a São Paulo para tentar o vestibular. Val hospeda a filha na casa onde mora: a dos patrões.
1) Na classe média abastada, a babá se transforma quase sempre em empregada. Aliás, ela nunca foi propriamente uma babá, mas uma empregada que tinha jeito com as crianças. Ou talvez ela nunca deixe de ser uma babá: ela começou como babá das crianças e acaba sendo a babá de toda a família – que é assim reduzida a um jardim de infância de pseudoadultos.
A infantilização de todos pela babá-empregada é um exemplo do que Hegel observava sobre o mestre e o escravo: à força de ser servido, o mestre desaprende a lidar com o mundo, torna-se um inútil. O mestre antigo, ao menos, de vez em quando, saía pelo mundo desafiando a morte: a coragem o qualificava como mestre. O mestre moderno, nem isso: ninguém entende mais por qual mérito ele continuaria sendo "mestre".
2) Uma consequência habitual do recurso ao serviço da babá é o ciúme das mães, que se sentem (e são) menos amadas do que a mulher a quem elas confiam seus filhos.
3) A babá mima tanto quanto a mãe, se não mais: o filho de criação é idealizado além da conta (talvez para compensar o abandono do filho natural, no caso de Val, da filha). Conclusão: a mãe topa qualquer coisa para que o filho lhe perdoe a ausência, e a babá topa qualquer coisa para se perdoar pelo abandono de seus próprios filhos. Em suma, o filho do qual cuida a babá é, para a babá como para a mãe, a coisa mais linda (e mais "rica") do mundo. Coitado dele.
4) Fabinho, mimado por Val, é improdutivo e incapaz de encarar uma frustração. Carlos desistiu da vida. Bárbara é "estilista", o que, no caso, significa que sua função social se resume em manter uma pose. Os que chamávamos de "emergentes" são hoje os afundantes. Até porque há verdadeiros emergentes: Jéssica, por exemplo, que é obrigada a acreditar no seu esforço, e não no amor da mãe (que não teve) ou da babá (que também não teve).
5) Quando cheguei ao Brasil, nos anos 1980, o país parecia dividido em castas, criadas e mantidas pela extrema desigualdade. Ou seja, as diferenças quantitativas (de renda) produziam uma distância qualitativa, aparentemente insuperável. Ora, um sistema de castas, para se manter, precisa que cada um, em cima ou embaixo, "saiba qual é seu lugar" e se identifique com ele. Jéssica, como diria Val, não sabe mais qual é o seu lugar. Graças às Jéssicas, pode acabar a sociedade de castas no Brasil.
6) Na Folha de domingo (13), Mauro Paulino e Alessandro Janoni, do Datafolha, notaram que as Jéssicas são, hoje, vítimas da crise e do desgoverno. Será que por isso elas deixarão de desafiar o sistema brasileiro de castas? Penso que não: as Jéssicas não são apenas novas consumidoras (eventualmente subsidiadas). O país não está melhor porque Val e Jéssica podem bancar um aluguel ou comprar potinhos com capa de renda. O país está melhor porque, para as Jéssicas, ser cidadão não é o efeito de uma condição econômica privilegiada. Jéssica, mesmo empobrecida, continuará se dando o direito de se sentar na sala, dizer o que pensa e tentar o vestibular numa escola de elite.
7) Anna Muylaert poderia ter me contratado como consultor para "Que Horas Ela Volta?". Em Porto Alegre, quando cheguei ao Brasil, no fim dos anos 1980, nossa Val era a Vera. Vera tinha uma filha, que se chamava Letícia e que tinha uma idade parecida com a de meus enteados.
Lembro-me de um diálogo (incompreensível para mim, europeu) para decidir se Letícia podia usar a piscina de casa. Lembro-me também que Vera gastava muito mais do que seria prudente em enciclopédias e coleções de clássicos. Aqueles livros, acumulados no quartinho dos fundos, eram o jeito de Vera lembrar o que ela desejava para a filha. Funcionou: Letícia, hoje, é professora. Letícia é a primeira Jéssica que conheci. Esta coluna é dedicada a ela.
(Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/)
Com relação ao TEXTO 01, analise as afirmativas que seguem:
I. O TEXTO 01 faz uma apreciação do filme “Que horas ela volta?”, com fortes traços de opinião.
II. Em nenhum momento, o autor faz qualquer tipo de crítica à sociedade brasileira.
III. Para Contardo Calligaris, ocorre hoje uma transformação na estrutura social do Brasil.
IV. O filme de Anna Muylaert faz um retrato verossímil de nossa estrutura social.
V. O autor do TEXTO 01 não utiliza exemplos para mostrar o que se passa no filme.
Estão CORRETAS apenas
A partir do que prescreve o Caderno de Atenção Básica: Estratégias para o Cuidado da Pessoa com Doença Crônica Diabete Mellitus do Ministério da Saúde (2013), analise as proposições abaixo.
I. É recomendada a monitorização da glicemia capilar até duas vezes ao dia de todas as pessoas com DM tipo 1.
II. O controle glicêmico pode ser monitorado por glicemias de jejum, pré-prandial, pós-prandial e pela hemoglobina glicada.
III. A via de administração usual da insulina é a subcutânea, mas a insulina regular também pode ser aplicada por via intravenosa em situação que requer efeito clínico imediato.
IV. A queda da glicemia leva a sintomas neuroglicopênicos, tais como: fome, tontura, fraqueza, dor de cabeça, confusão, coma, convulsão.
V. O termo diabetes mellitus refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hipoglicemia e distúrbios no metabolismo.
Estão CORRETAS apenas as afirmações constantes nos itens
Os sinais vitais são indicadores indispensáveis do estado de saúde da pessoa. As proposições a seguir tratam da verificação, por parte do técnico em enfermagem, dos supracitados sinais, julgue-as.
I. Antes de iniciar a aferição da temperatura, deve-se movimentar o termômetro para baixo, para que a coluna do mercúrio desça ao bulbo atingindo 35ºC.
II. A frequência respiratória pode apresentar as seguintes características: bradipneia; taquipneia; dispeneia; eupneia; apneia e ortopneia.
III. O pulso é denominado de fino ou filiforme quando a pulsação cardíaca bate com regularidade e o volume está moderado.
IV. Na medição da pressão arterial, o final do quinto som de Korotkoff é indicador da pressão diastólica.
V. Na medição da pressão arterial, o primeiro som de Korotkoff reflete a pressão sanguínea sistólica.
Estão CORRETAS apenas as afirmações constantes nos itens
Segundo o que prescreve o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, analise as proposições abaixo.
I. A tuberculose pulmonar pode se apresentar sob a forma primária, pós-primária (ou secundária) ou miliar.
II. A tuberculose óssea atinge exclusivamente, os idosos, apresentando quadro clínico de dor lombar e sudorese noturna.
III. A prova tuberculínica é aplicada por via intradérmica no terço médio da face anterior do braço esquerdo.
IV. O tratamento é desenvolvido sob regime ambulatorial, diretamente observado.
V. O tratamento de todas as formas extrapulmonares da tuberculose tem duração de 6 meses, e o paciente deve estar em jejum para tomar a medicação.
Estão CORRETAS apenas as afirmações constantes nos itens
Conforme o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, o Técnico em Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe
I. assistir o(a) enfermeiro(a) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar.
II. assistir o(a) enfermeiro(a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de Enfermagem.
III. a consultoria, a auditória, e a emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem.
IV. assistir o(a) enfermeiro(a) na prevenção e no controle das doenças transmissíveis em programas de vigilância epidemiológica em geral.
V. planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem.
Estão CORRETAS apenas as afirmações constantes nos itens
TEXTO 09
“Durante muitos anos, a assistência à saúde do trabalhador esteve associada apenas às questões da previdência social. O decreto 3.724/19 que trata da indenização a ser paga pelo empregador em casos de acidente do trabalho, na sua definição, inclui os agravos ocorridos pelo exercício do trabalho ou a serviço da empresa. A enfermagem do trabalho utiliza os mesmos métodos e técnicas empregados na Saúde Pública visando a promoção da saúde do trabalhador e sua proteção contra riscos ocupacionais (químico, físico, biológico, ergonômico e de acidente).”
(CARVALHO, Geraldo Mota de. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: EPU, 2011).
TEXTO 09
“Durante muitos anos, a assistência à saúde do trabalhador esteve associada apenas às questões da previdência social. O decreto 3.724/19 que trata da indenização a ser paga pelo empregador em casos de acidente do trabalho, na sua definição, inclui os agravos ocorridos pelo exercício do trabalho ou a serviço da empresa. A enfermagem do trabalho utiliza os mesmos métodos e técnicas empregados na Saúde Pública visando a promoção da saúde do trabalhador e sua proteção contra riscos ocupacionais (químico, físico, biológico, ergonômico e de acidente).”
(CARVALHO, Geraldo Mota de. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: EPU, 2011).
TEXTO 08
Os termos urgência e emergência têm sido usados, ao longo do tempo, por algumas pessoas como sinônimos. Entretanto, existem características distintas entre eles os quais são responsáveis por atribuir-lhes significados diferentes. Emergência tem uma constatação médica de risco de morte, enquanto o termo urgência significa uma ocorrência de agravo à saúde sem risco de morte, mas que requer, assim como no caso da emergência, assistência imediata.
(TEIXEIRA
JR, Edson Vale, PAROLIN, Mônica Koncke Fiuza, OLIVEIRA, Beatriz Ferreira Monteiro.
Trauma: atendimento pré-hospitalar. São Paulo: Editora Atheneu, 2001).
TEXTO 07
No segundo semestre de 2015, determinado hospital recebeu a visita da ANVISA que
questionou a existência de várias irregularidades no que se refere ao fluxograma de material e do
pessoal do setor, assim como os processos de limpeza e esterilização de materiais médico-odontológicos.
A ANVISA também questionou a forma de monitorização do processo de
esterilização para assegurar a esterilidade desses materiais.