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A questão se refere ao texto abaixo.
Protejam as crianças da literatura
Wilson Gomes
"Eu sou a favor da suspensão, porque não é certo o ensinamento desse livro", afirmou uma jovem mãe mineira, ao ser indagada sobre o que achava de o "Menino Marrom", de Ziraldo, ter tido o seu uso didático temporariamente suspenso em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. Essa convicção se repete na voz de um jovem pai, que acrescenta que é preciso estar alerta aos livros escolares, sim, e já tinha até planejado ir à Secretaria de Educação "com relação a alguns livros" de leitura obrigatória. Notem o plural.
Fatos dessa natureza têm recebido enorme cobertura da mídia e inundado o debate público nacional a partir dos ambientes digitais. Não é claro para mim se foi a cobertura que aumentou ou se realmente houve um incremento nas ações de pais e autoridades para restringir o acesso de crianças e jovens a determinados livros. De todo modo, é notável como esses episódios continuam a se repetir.
Há quem salte para grandes conclusões, atribuindo ao avanço da extrema direita uma onda de moralismo inquisitorial e uma temporada de caça a livros e a outras bruxarias artísticas e literárias no país. E há quem diga claramente que a paixão por censurar se restringe a obras antirracistas ou com temáticas relacionadas à cultura africana no Brasil. As evidências, contudo, não autorizam saltos tão grandes.
Primeiro, se é verdade que a ultradireita acredita que o mal pode residir em livros e representações artísticas, identitários de esquerda compartilham o mesmo temor e idêntica vontade de proibir, cancelar e punir. A única diferença real entre as duas posições reside na definição do que exatamente constitui o mal. Para identitários, livros ofendem minorias, oferecem "gatilhos" que acionam sofrimentos em certas pessoas, induzem ao racismo, à misoginia, à homofobia e à transfobia e colonizam o pensamento. Para os ultraconservadores, a literatura ensina ideias religiosas falsas, induz à homossexualidade, faz doutrinação ideológica, promove a ideologia de gênero e o comunismo, além de expor crianças à violência e ao sexo.
Em ambos os casos, há a convicção comum de que as crianças, quando não todas as pessoas, precisam ser protegidas dos livros. E, se possível, que se deem alguns passos mais, que variam desde a reescrita "politicamente correta" — alô, Lobato — ou "de acordo com a sã doutrina" de obras literárias, até a criação de listas de livros e de autores proibidos e a emissão de condenações públicas contra autores, eventualmente, até enquadrando-os em algum tipo penal.
A rapidez com que se passa do julgamento moral de alguém que se sente ofendido — e o "sentir-se ofendido" é considerado motivo suficiente para a decisão de que um livro não presta — até o pedido de censura e punição ao autor é a mesma nos dois grupos. O identitário grita "racismo religioso" ou "transfobia" com a mesma celeridade com que o conservador conclui que "não é certo o ensinamento desse livro".
Em segundo lugar, ao examinar as razões enunciadas por quem considera que a obra faz mal, notamos que a censura é invariavelmente vista como um ato de amor e zelo, pois o censor está sempre protegendo alguém vulnerável — crianças, jovens, membros de minorias, pessoas ignorantes, a massa ingênua. Na bibliografia sobre o tema, já se constatou, há anos, que três variáveis são importantes — o quão protetora é a pessoa que pede por censura, o quão vulnerável ela julga ser a pessoa ou grupo que quer proteger e a magnitude do mal que ela julga ver no objeto que deseja censurar.
A estimativa do nível do mal depende de muitos fatores, inclusive do grau de conhecimento da obra julgada. Grandes leitores raramente têm medo de livros. Quem joga games eletrônicos não vê os danos que os não jogadores imaginam. Os extremamente protetores tendem a querer censurar tudo — celulares, games, televisão, YouTube, livros —, enquanto os que acham que todo mundo sabe se virar no mundo não querem censurar nada. Quem considera os outros muito ingênuos, estúpidos ou influenciáveis fica aflito com o que eles leem ou veem. Quem acha que todo mundo é mais ou menos como ele acredita que todos são suficientemente sagazes para driblar manipulações.
Curiosamente, as mesmas pessoas que consideram patéticas e absurdas as alegações de que o livro de Ziraldo incentivaria a violência, que é um fato, consideram altamente sofisticado acreditar que smartphones e plataformas digitais vão tornar seus filhos estúpidos, que games os tornarão violentos, que a televisão... Ah, desculpem, as crianças não veem mais televisão. Deve ser, por isso, que estamos melhores.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas. Acesso em: 07 nov. 2024. [Adaptado]
A questão se refere ao texto abaixo.
Protejam as crianças da literatura
Wilson Gomes
"Eu sou a favor da suspensão, porque não é certo o ensinamento desse livro", afirmou uma jovem mãe mineira, ao ser indagada sobre o que achava de o "Menino Marrom", de Ziraldo, ter tido o seu uso didático temporariamente suspenso em Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. Essa convicção se repete na voz de um jovem pai, que acrescenta que é preciso estar alerta aos livros escolares, sim, e já tinha até planejado ir à Secretaria de Educação "com relação a alguns livros" de leitura obrigatória. Notem o plural.
Fatos dessa natureza têm recebido enorme cobertura da mídia e inundado o debate público nacional a partir dos ambientes digitais. Não é claro para mim se foi a cobertura que aumentou ou se realmente houve um incremento nas ações de pais e autoridades para restringir o acesso de crianças e jovens a determinados livros. De todo modo, é notável como esses episódios continuam a se repetir.
Há quem salte para grandes conclusões, atribuindo ao avanço da extrema direita uma onda de moralismo inquisitorial e uma temporada de caça a livros e a outras bruxarias artísticas e literárias no país. E há quem diga claramente que a paixão por censurar se restringe a obras antirracistas ou com temáticas relacionadas à cultura africana no Brasil. As evidências, contudo, não autorizam saltos tão grandes.
Primeiro, se é verdade que a ultradireita acredita que o mal pode residir em livros e representações artísticas, identitários de esquerda compartilham o mesmo temor e idêntica vontade de proibir, cancelar e punir. A única diferença real entre as duas posições reside na definição do que exatamente constitui o mal. Para identitários, livros ofendem minorias, oferecem "gatilhos" que acionam sofrimentos em certas pessoas, induzem ao racismo, à misoginia, à homofobia e à transfobia e colonizam o pensamento. Para os ultraconservadores, a literatura ensina ideias religiosas falsas, induz à homossexualidade, faz doutrinação ideológica, promove a ideologia de gênero e o comunismo, além de expor crianças à violência e ao sexo.
Em ambos os casos, há a convicção comum de que as crianças, quando não todas as pessoas, precisam ser protegidas dos livros. E, se possível, que se deem alguns passos mais, que variam desde a reescrita "politicamente correta" — alô, Lobato — ou "de acordo com a sã doutrina" de obras literárias, até a criação de listas de livros e de autores proibidos e a emissão de condenações públicas contra autores, eventualmente, até enquadrando-os em algum tipo penal.
A rapidez com que se passa do julgamento moral de alguém que se sente ofendido — e o "sentir-se ofendido" é considerado motivo suficiente para a decisão de que um livro não presta — até o pedido de censura e punição ao autor é a mesma nos dois grupos. O identitário grita "racismo religioso" ou "transfobia" com a mesma celeridade com que o conservador conclui que "não é certo o ensinamento desse livro".
Em segundo lugar, ao examinar as razões enunciadas por quem considera que a obra faz mal, notamos que a censura é invariavelmente vista como um ato de amor e zelo, pois o censor está sempre protegendo alguém vulnerável — crianças, jovens, membros de minorias, pessoas ignorantes, a massa ingênua. Na bibliografia sobre o tema, já se constatou, há anos, que três variáveis são importantes — o quão protetora é a pessoa que pede por censura, o quão vulnerável ela julga ser a pessoa ou grupo que quer proteger e a magnitude do mal que ela julga ver no objeto que deseja censurar.
A estimativa do nível do mal depende de muitos fatores, inclusive do grau de conhecimento da obra julgada. Grandes leitores raramente têm medo de livros. Quem joga games eletrônicos não vê os danos que os não jogadores imaginam. Os extremamente protetores tendem a querer censurar tudo — celulares, games, televisão, YouTube, livros —, enquanto os que acham que todo mundo sabe se virar no mundo não querem censurar nada. Quem considera os outros muito ingênuos, estúpidos ou influenciáveis fica aflito com o que eles leem ou veem. Quem acha que todo mundo é mais ou menos como ele acredita que todos são suficientemente sagazes para driblar manipulações.
Curiosamente, as mesmas pessoas que consideram patéticas e absurdas as alegações de que o livro de Ziraldo incentivaria a violência, que é um fato, consideram altamente sofisticado acreditar que smartphones e plataformas digitais vão tornar seus filhos estúpidos, que games os tornarão violentos, que a televisão... Ah, desculpem, as crianças não veem mais televisão. Deve ser, por isso, que estamos melhores.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas. Acesso em: 07 nov. 2024. [Adaptado]
Considerando as possibilidades do fazer musical, Keith Swanwick (1979) as enumerou e as organizou em uma sigla que pode nos auxiliar a identificar se estamos conseguindo contemplar todos esses fazeres ou ainda privilegiando um dentre os demais.
As três principais formas do fazer musical, destacadas por Swanwick (1979), são
Musicados por Toquinho, parceiro e grande amigo de Vinicius, os poemas compilados em A arca de Noé deram origem a um álbum musical com o mesmo nome, lançado em 1980 na voz dos grandes artistas e que marcou gerações. Essa produção abriu o caminho para que artistas começassem a produzir canções dedicadas aos ouvintes crianças e ajudou o Brasil a se consolidar na produção musical de qualidade para a infância.”
COMPANHIA DAS LETRINHAS. News letrinhas : curadoria semanal para quem ama literatura infantojuvenil. Ter., 5 de nov. 2024. Disponível em: https ://v iew.mail.companhiadas letras .com.br/? qs=5f7224875b1b32eac617c7e594458ac465b9a278a8f8d48c2dba96eff80de57a83a87a2510790a6f0d623050- d4ae4dde668235e4884e525e72e43e0d58b758986d62771cd81f83b8103829dc2e8c5ecb. Aces so em: 08 nov 2024.
Veja o poema musicado “A Casa” de Vinícius de Moraes e Toquinho.
A CASA
Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não Porque na casa não tinha chão Ninguém podia dormir na rede Porque na casa não tinha parede Ninguém podia fazer pipi Porque penico não tinha ali Mas era feita com muito esmero Na rua dos Bobos Número zero
MORAES, Vinic ius de. A arca de Noé. Editora Schwarc z -Companhia das Letras , 2019
Em uma proposição de arranjo exclusivamente percussivo para a turma executar junto à canção, o professor pode considerar utilizar:
I instrumental Orff inclusive melódicos como xilofone e metalofone.
II percussão corporal e vocal com estalos, palmas e batidas de pés e beat box.
III cantar a música em um arranjo a 2 vozes.
IV instrumentos percutidos não convencionais feitos com materiais do cotidiano.
V bandinha rítmica e flautas doce disponíveis na escola.
Estão corretos os itens
O PATO
Lá vem o Pato Pata aqui, pata acolá Lá vem o Pato Para ver o que é que há.
O Pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo Comeu um pedaço De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela.
MORAES, Vinicius de. A arca de Noé. Editora Schwarc z -Companhia das Letras , 2019
Os alunos propuseram movimentos de marcha e de valsa para as estrofes A e B, respectivamente, para
“O que é elementar? Elementar, em latim elementarius, quer dizer 'pertencente aos elementos, primeira matéria, primeiro princípio, relacionado ao princípio'. Prosseguindo, o que é música elementar? Música elementar jamais será unicamente música [...]” (ORFF apud BONA, p.140).
BONA, Melita. Carl Orff: Um compos itor em cena. In: MATEIRO, Teresa. ILARI, Beatriz (Org.). Pedagogias em educação musical. Curitiba: InterSaberes , 2012
Na abordagem Orff-Schulwerk, a música elementar compreende
'Eraumavezumapessoa queouviamuitobem/.../ Onossojogoacabou/.../ossons sempre maneiro'
Muito embora a realização desta atividade lúdica persiga resultados inventivos e musicais, ela não tem necessariamente uma finalidade artística. É um processo performático em tempo real, que demanda equilíbrio particular entre os aspectos didático, educativo, criativo e interpretativo, de acordo com o momento de trabalho ao longo do processo de aprendizagem.”
KATER, Carlos . Eraumavez : umapes soaqueouv iamuitobem (liv ro de apoio). São Paulo: Mus ca editora, 2011, p.6.
Sobre essa proposta de Carlos Kater, para a aplicação de sua obra “Eraumavez: umapessoaqueouviamuitobem”, podemos dizer que:
LOUREIRO, Maris tela. TATIT, Ana. Brincadeiras Cantadas de cá e de lá. São Paulo: Editora Melhoramentos , 2013, p. 64-65
Pensando em desenvolvê-la em sala de aula e considerando contemplar de maneira ampla a perspectiva dos fazeres musicais propostos por Keith Swanwick (C(L)A(S)P,) podemos dizer que seria mais interessante
SOUZA, J .; FIALHO, V.; ARALDI, J . Hip hop: da rua para a es cola. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008. p. 26. Disponível em: https ://rev is tameb.abem.mus .br/meb/artic le/v iew/115/37
Nesse depoimento, DJ Jota Pê destaca o poder da música e da letra da música. Muitas vezes os alunos trazem para a sala de aula músicas da sua vivência cotidiana nos seus grupos sociais (família, amigos etc.). Considerando as perspectivas contemporâneas de ensino da música, seria interessante
ANTONIO, Lincoln. Chico Antonio n’ A Barca Mário de Andrade e outros diálogos com a tradição mus ical popular. In: Rev. Inst. Estud. Bras., São Paulo, n. 59, p. 419-436, dez . 2014. Disponível em: https ://www.rev is tas .usp.br/rieb/artic le/v iew/89054/91957. Acesso em: 20 nov. 2024.
Importante artista musical da nossa região, o gênero musical priorizado por Chico Antonio em suas composições foi o
WUYTACK, Jos ; PALHEIROS, Graça Boal. Pedagogia Musical 2. Porto, Portugal: As soc iação Wuy tac k de pedagogia mus ical, 2014, p.34
Nesse sentido, a abordagem que preconiza o ouvir músicas, acompanhando-as com palavras e movimentos com intuito de desvelar sua estrutura, geralmente, apoiada por musicogramas é a
I De olhos fechados, ouvir todos os sons ao redor no seu ambiente.
II A atividade consiste em formar um corredor humano, onde as pessoas, posicionadas em fileiras, imitam os sons e variações de uma floresta, proporcionando a sensação de imersão enquanto uma pessoa vendada caminha pelo corredor.
III Registrar em áudio ao longo de períodos distintos (semana/final de semana; manhã/noite; primavera/inverno) os sons de um determinado lugar e analisá-los criticamente junto à classe.
IV O professor executa cada ostinato, os alunos aprendem por imitação, o professor indica um número e os alunos reagem imediatamente, executando o ostinato correspondente.
V Os alunos se espalham pela sala e caminham de acordo com os ritmos executados ao piano pelo professor. Canções são improvisadas ao piano, contendo figuras rítmicas como 2 colcheias para o caminhar, 4 semicolcheias para correr, colcheia pontuada seguida de semicolcheia para o saltitar.
Coerentes com as ideias e propostas de Schafer, estão as atividades apresentadas em
CIDADE DO SOM. Tico da Cos ta. Disponível em: http://www.c idadedosom.com/c idade-dosom/webs ite/artis ta/9. Aces so em: 8 nov. 2024.

Dentre as composições de Tico da Costa, está “Ana Bandolim”, cuja melodia foi transcrita acima. Sobre esse trecho, podemos indicar que a tonalidade é
Sobre a música africana “Funga Alafia”, escrita abaixo, analise as afirmações a seguir:
I Seu compasso composto e ritmo sincopado induzem à dança e ao movimento.
II A frase de resposta finaliza de maneira ascendente.
III A barra final indica repetição de toda a música.
IV Sua tonalidade é Dó Maior.
Estão corretas, as afirmativas
I Os alunos apresentaram paródias da letra da canção.
II A professora pediu que “atualizassem” a canção, modificando seu ritmo.
III Os alunos apresentaram a canção tocando a melodia na flauta e xilofone.
IV Em grupo, fizeram um quadro com um registro da música em partitura não convencional
V Os alunos ouviram uma versão da canção, analisaram a forma e identificaram os instrumentos e caráter.
Dentre as afirmativas, aquelas que contemplam, corretamente, o objetivo da professora estão em
Camille Saint-Säens escreveu “O Carnaval dos Animais”, formada por 14 pequenas peças, cada qual retratando um determinado animal que é ressaltado pelo caráter, forma e instrumentação de cada peça. A abertura é com a “Introdução e Marcha Real do Leão” escrita a seguir:
Analise as afirmativas a seguir, considerando a partitura não tradicional acima.
I A peça foi escrita para cordas e piano.
II Possui forma ternária (ABA).
III O tema A é composto por 1 frase que se repete.
IV Os rugidos do leão são pontuais e compõem a parte B apenas.
V A partitura apresentada privilegiou apresentar forma e caráter ao invés de intensidade e altura da melodia.
Das afirmativas, estão corretas