Questões de Concurso Para cefet-mg

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Q1914131 Português

Pai Nosso que estás nos céus

Neste dia 19 de abril

Nos livre das professoras e professores que

pintam seus alunos com canetinhas hidrocor

Nos livre das escolas que colocam cocares de

papel nas crianças

Pai Nosso, que estás nos céus

Não deixem as professoras ensinarem para as

crianças que o Dia do Índio é uma homenagem

aos povos originários

Mantenha longe de Nós aqueles que repetem

as palavras:

Índio, Oca, Tribo, Selvagem, Pureza e Exótico

Afaste de Nós os bu-bu-bu feito com a mão na

boca

Senhor, perdoem aqueles que por

desconhecimento nos fazem uma imagem

estereotipada

Mas livre-os do desconhecimento e do

preconceito que os fazem acreditar que ainda

somos os indígenas de 1500

Amém! 

Nessa campanha do artista indígena Denilson Baniwa, os recursos verbais e os não verbais empregados têm por objetivo
Alternativas
Q1914130 Português

Me chamem de velha


Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”.

Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está.

Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam…”.

Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.

BRUM, Eliane. Disponível em: https://geledes.org.br. Acesso em: 02 mar. 2022.

No terceiro parágrafo, a citação de um trecho do conto de Guimarães Rosa é um recurso argumentativo utilizado para demonstrar
Alternativas
Q1914129 Português

Me chamem de velha


Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”.

Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está.

Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam…”.

Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.

BRUM, Eliane. Disponível em: https://geledes.org.br. Acesso em: 02 mar. 2022.

Ao comparar os significados de “velho” e “idoso”, a autora recorre a uma série de metáforas que evidenciam o argumento de que
Alternativas
Q1914128 Português

Me chamem de velha


Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”.

Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está.

Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”? Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam…”.

Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.

BRUM, Eliane. Disponível em: https://geledes.org.br. Acesso em: 02 mar. 2022.

No primeiro parágrafo, o uso da palavra “tungar” revela a estratégia argumentativa de
Alternativas
Q1914127 Português

A questão refere-se aos textos abaixo.

Texto I


O renascimento colonialista engendra uma nova sociedade, a dos mestiços, cuja principal característica é o fato de que a noção de unidade sofre reviravolta, é contaminada em favor de uma mistura sutil e complexa entre o elemento europeu e o elemento autóctone – uma espécie de infiltração progressiva efetuada pelo pensamento selvagem, ou seja, abertura do único caminho possível que poderia levar à descolonização. Caminho percorrido ao inverso do percorrido pelos colonos.

SANTIAGO, Silviano. O entre-lugar do discurso latino-americano. In: SANTIAGO, Silviano. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. São Paulo: Perspectiva, 1978. p. 17 (adaptado).


Texto II


A socióloga e ativista boliviana Silvia Rivera Cusicanqui desenvolveu o conceito de ch’ixi. A ideia surge a partir das conversas de Cusicanqui com o escultor aymara1 Victor Zapana. Ele lhe explica o significado de ch’ixi, do aymara, uma mistura de cores que é mistura só na aparência – trata-se mais da justaposição de cores opostas e igualmente fortes que permanecem lado a lado criando a ilusão de uma terceira cor. Como um granito, que de longe parece cinza, mas ao nos aproximarmos mostra-se uma composição de pequenos pontos em branco e preto. Assim uma cor cinza ch’ixi junta dois opostos sem que estes jamais se misturem. Cusicanqui aplica esse conceito como um contraponto às ideias de mestizaje e também à outra muito em voga nos anos 1980 e 1990, que é o multiculturalismo. Nesse sentido, o ch’ixi seria o oposto da miscigenação, da ideia do mestiço como o produto de culturas que se misturam nele e desaparecem, originando uma outra (no caso, desgarrada de sua origem indígena e visando ao branqueamento).

SAAVEDRA, Carola. O mundo desdobrável: ensaios para depois do fim. Belo Horizonte: Relicário, 2021. p. 159-160 (adaptado).

1. Aymara: povo estabelecido desde a era pré-colombiana no sul do Peru, na Bolívia, na Argentina e no Chile.

No Texto II, a técnica aymara para mistura de cores é mencionada com o objetivo de  
Alternativas
Respostas
561: A
562: E
563: E
564: C
565: B