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(Lilian. MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática.)
A partir do exposto, assinale a atividade envolvendo aprendizagem ativa:
No PCASP a segregação está de acordo com as naturezas: I. Natureza de Informação Orçamentária: registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. II. Natureza de Informação Patrimonial: registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com a composição do patrimônio público e suas variações qualitativas e quantitativas. III. Natureza de Informação de Registro: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle.
Sobre a natureza das contas registradas no PCASP estão corretas as afirmativas
Na abertura da Copa do Mundo, fiquei comovido quando vi a seleção da África do Sul cantando e dançando na saída do vestiário, antes do jogo contra o México. Foi a primeira impressão, e vou guardar.
Os jogadores se preparavam para entrar em campo, e eu imaginava a torcida inteira cantando. Imaginava todos dançando. Que adversário não se abalaria?
Mas dentro do estádio globalizado, um som monótono surge, abafando todos os demais. A vuvuzela.
Nenhum canto se ouviu, nenhuma voz se levantou. Nem Mandela, por uma fatalidade, apareceu. E a África me pareceu menos alegre.
Talvez eu não tenha entendido o sentido. Não tenha captado a mensagem subliminar por trás do zumbido incessante. O ato revolucionário. Confesso que não vi.
Poderia imaginar uma conspiração de ultradireita. Uma sórdida distribuição de milhões de vuvuzelas. Um plano diabólico contra a Mãe África. Uma conspiração monoteísta. Mas não imaginei.
Talvez uma nova forma de comunicação, uma língua universal. Coliseu futurista de “Guerra nas Estrelas”. Insetos mutantes. Nada.
A Copa esquentou e, aos poucos, vou me acostumando. Só tenho ouvidos para o sopro das cornetas. Meu corpo acorda trêmulo, e só relaxo quando tomo um gole de café com vuvuzelas matinais. Meu coração anestesiado já joga do lado dos vencedores.
Atordoado e confuso me rendi. O som da vuvuzela é o som do Universo. Um mantra cósmico embalando o mundo da bola. Da bola Jabulani. Milagre tecnológico e triunfo da ciência sobre os goleiros.
A zebra nunca correu tão solta, e a América do Sul parece um rolo compressor. As holandesas continuam lindas, e os árbitros errando.
O mundo inteiro pode ver, rever, discutir.
A Fifa tem uma parafernália digital à disposição de todos. Nada escapa aos olhos do Big Brother. Mas ao árbitro nada. Precisamos de alguém para levar a culpa, e a culpa é do juiz, do goleiro ou do Dunga.
Mas a culpa pode ser minha, caso não vista a mesma camisa em todos os jogos. E, refém da minha razão esotérica, paro de escrever e vou procurá-la, no meio de outros panos desprovidos de valor sobrenatural.
Não sei se o Brasil venceu a Holanda. Não posso prever o futuro, nem me atrevo a dar palpite. Os deuses do futebol são imprevisíveis, e a verdade virá no apito final.
No dia 11 de julho, um país vai levantar a taça e a história vai falar dos vencedores, dos artilheiros das grandes jogadas.
Heróis serão recebidos por uma massa. Festa por todos os cantos de algum país campeão do mundo.
E a vida segue.
Mas na memória também fica a nobreza africana codificada pelo canto dos Bafana Bafana.
(Rodrigo Maranhão/Revista O Globo, 24/07/2010)
Sobre o texto “A vuvuzela é o som do universo”, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Precisamos de alguém para levar a culpa, e a culpa é do juiz, do goleiro ou do Dunga.
( ) A seleção da África do Sul cantou e dançou na saída do vestiário, antes do jogo contra o México.
( ) As holandesas continuam lindas, e os árbitros errando.
A sequência está correta em:
[...] Há uma história famosa a respeito de uns parentes que tinham que comunicar por telegrama, a uma senhora que estava viajando, o falecimento de uma irmã. Reuniram-se em volta de uma mesa e toca a escrever. Primeiro foi o primo quem redigiu a nota. Depois de alguns minutos mostrou o resultado do seu trabalho: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã morreu.” Todos leram e um dos tios fez o seguinte comentário:
– Eu acho que não está bom. Afinal de contas, vocês sabem que ela é cardíaca, está viajando e um telegrama assim pode ser um choque. – Todos concordaram, inclusive um outro primo afastado que era meio sovina e achou o telegrama muito longo:
– Depois, com o preço que se paga por palavra, isso não é mais um telegrama, é um telegrana.
Ninguém riu do infame trocadilho, mesmo porque velório não é lugar para gargalhadas. Foi a vez do cunhado tentar redigir uma forma mais amena que não assustasse a senhora em passeio. Sentou-se e escreveu: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã passando muito mal.” Novamente o telegrama não foi aprovado.
Um irmão psicólogo observou:
– Não sejamos infantis. Se ela está viajando pela Europa e recebe esta notícia, não vai acreditar na história de “passando muito mal.” Sobretudo com “volte correndo” no meio.
– Também concordo – falou o primo afastado, sempre pensando no custo. Então o genro aproximou-se:
– Acho que tenho a forma ideal. – Pegou no bloco e rabiscou rapidamente: “Interrompa viagem e volte devagar. Tua irmã passando mais ou menos.” Todos examinaram atentamente o telegrama. A filha reclamou:
– Vocês acham que mamãe é boba? Se a gente escrever que a titia está passando mais ou menos e que ela pode voltar devagar, ela já vai adivinhar que todas estas precauções são pelo fato de ela ser cardíaca e que na realidade a irmã dela morreu!
– Concordo plenamente – disse o facultativo da família, que era também sobrinho da senhora em questão. Resolveu, como médico, escrever o telegrama: “Paciente fora de perigo. Volte assim que puder. Paciente tua irmã.” De todas as fórmulas até então apresentadas, esta foi a que causou mais revolta.
– Que troço imbecil – gritou o netinho, que passava pela sala no momento em que a mensagem era lida. Puseram o menino para fora da sala, mas no íntimo a família concordava com ele.
– Não, isso não. Se a gente mandar dizer que ela está fora de perigo, para que vamos pedir que ela interrompa a viagem? – argumentou o tio.
– Também acho – responderam todos num coro de aprovação. O filho mais velho resolveu tentar. Pensou bem, ponderou, sentou-se, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou: “Se possível volte. Tua irmã saudosa passando quase mal. Por favor acredite. Cuidado coração. Venha logo. Saudades surpresa.”
– Realmente, esse bate todos os recordes! – disse uma nora professora. – Em primeiro lugar, não é “se possível”, ela tem que voltar mesmo. Em segundo lugar, “saudosa” tem duplo sentido. Em terceiro lugar, ninguém passa “quase mal”. Ou passa mal ou bem. “Quase mal” e “quase bem” é a mesma coisa. “Por favor, acredite” é um insulto à família toda. Ninguém aqui é mentiroso. Depois, “cuidado coração” não fica claro. Como telegrama não tem vírgula, ela pode pensar que a gente está dizendo “cuidado, coração”, já que a palavra coração também é usada como uma forma carinhosa de chamar os outros. Por exemplo: “Oi coração, tudo bem?” E finalmente a palavra “surpresa” no telegrama chega a ser um requinte de crueldade. Qual é a surpresa que ela pode esperar?
– Ela pode pensar que a tia está esperando neném – falou um sobrinho. – Aos noventa anos de idade?
– Abandonaram a idéia rapidamente. Seguiu-se um longo período de silêncio em que a família andava de lá pra cá, pensando numa solução. Pela primeira vez estavam se dando conta de que não era tão fácil assim mandar um telegrama. Serviu-se o costumeiro cafezinho, enquanto cada qual do seu lado procurava uma maneira de escrever para a senhora em viagem sem que tivesse conseqüências desastrosas. De repente o irmão psicólogo explodiu num grito eurekiano de descoberta:
– Achei!
– Escreveu febrilmente no papel. O telegrama passou de mão em mão e foi finalmente aprovado por todo mundo. Seu texto dizia:
“Siga viagem divirta-se. Tua irmã está ótima.”
(Jô Soares. O astronauta sem regime)
Em “Puseram o menino para fora da sala, mas no íntimo a família concordava com ele”. O emprego da vírgula foi utilizado para:
[...] Há uma história famosa a respeito de uns parentes que tinham que comunicar por telegrama, a uma senhora que estava viajando, o falecimento de uma irmã. Reuniram-se em volta de uma mesa e toca a escrever. Primeiro foi o primo quem redigiu a nota. Depois de alguns minutos mostrou o resultado do seu trabalho: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã morreu.” Todos leram e um dos tios fez o seguinte comentário:
– Eu acho que não está bom. Afinal de contas, vocês sabem que ela é cardíaca, está viajando e um telegrama assim pode ser um choque. – Todos concordaram, inclusive um outro primo afastado que era meio sovina e achou o telegrama muito longo:
– Depois, com o preço que se paga por palavra, isso não é mais um telegrama, é um telegrana.
Ninguém riu do infame trocadilho, mesmo porque velório não é lugar para gargalhadas. Foi a vez do cunhado tentar redigir uma forma mais amena que não assustasse a senhora em passeio. Sentou-se e escreveu: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã passando muito mal.” Novamente o telegrama não foi aprovado.
Um irmão psicólogo observou:
– Não sejamos infantis. Se ela está viajando pela Europa e recebe esta notícia, não vai acreditar na história de “passando muito mal.” Sobretudo com “volte correndo” no meio.
– Também concordo – falou o primo afastado, sempre pensando no custo. Então o genro aproximou-se:
– Acho que tenho a forma ideal. – Pegou no bloco e rabiscou rapidamente: “Interrompa viagem e volte devagar. Tua irmã passando mais ou menos.” Todos examinaram atentamente o telegrama. A filha reclamou:
– Vocês acham que mamãe é boba? Se a gente escrever que a titia está passando mais ou menos e que ela pode voltar devagar, ela já vai adivinhar que todas estas precauções são pelo fato de ela ser cardíaca e que na realidade a irmã dela morreu!
– Concordo plenamente – disse o facultativo da família, que era também sobrinho da senhora em questão. Resolveu, como médico, escrever o telegrama: “Paciente fora de perigo. Volte assim que puder. Paciente tua irmã.” De todas as fórmulas até então apresentadas, esta foi a que causou mais revolta.
– Que troço imbecil – gritou o netinho, que passava pela sala no momento em que a mensagem era lida. Puseram o menino para fora da sala, mas no íntimo a família concordava com ele.
– Não, isso não. Se a gente mandar dizer que ela está fora de perigo, para que vamos pedir que ela interrompa a viagem? – argumentou o tio.
– Também acho – responderam todos num coro de aprovação. O filho mais velho resolveu tentar. Pensou bem, ponderou, sentou-se, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou: “Se possível volte. Tua irmã saudosa passando quase mal. Por favor acredite. Cuidado coração. Venha logo. Saudades surpresa.”
– Realmente, esse bate todos os recordes! – disse uma nora professora. – Em primeiro lugar, não é “se possível”, ela tem que voltar mesmo. Em segundo lugar, “saudosa” tem duplo sentido. Em terceiro lugar, ninguém passa “quase mal”. Ou passa mal ou bem. “Quase mal” e “quase bem” é a mesma coisa. “Por favor, acredite” é um insulto à família toda. Ninguém aqui é mentiroso. Depois, “cuidado coração” não fica claro. Como telegrama não tem vírgula, ela pode pensar que a gente está dizendo “cuidado, coração”, já que a palavra coração também é usada como uma forma carinhosa de chamar os outros. Por exemplo: “Oi coração, tudo bem?” E finalmente a palavra “surpresa” no telegrama chega a ser um requinte de crueldade. Qual é a surpresa que ela pode esperar?
– Ela pode pensar que a tia está esperando neném – falou um sobrinho. – Aos noventa anos de idade?
– Abandonaram a idéia rapidamente. Seguiu-se um longo período de silêncio em que a família andava de lá pra cá, pensando numa solução. Pela primeira vez estavam se dando conta de que não era tão fácil assim mandar um telegrama. Serviu-se o costumeiro cafezinho, enquanto cada qual do seu lado procurava uma maneira de escrever para a senhora em viagem sem que tivesse conseqüências desastrosas. De repente o irmão psicólogo explodiu num grito eurekiano de descoberta:
– Achei!
– Escreveu febrilmente no papel. O telegrama passou de mão em mão e foi finalmente aprovado por todo mundo. Seu texto dizia:
“Siga viagem divirta-se. Tua irmã está ótima.”
(Jô Soares. O astronauta sem regime)
Em “...seguiu-se um longo período de silêncio...” o pronome “se” é classificado como:
[...] Há uma história famosa a respeito de uns parentes que tinham que comunicar por telegrama, a uma senhora que estava viajando, o falecimento de uma irmã. Reuniram-se em volta de uma mesa e toca a escrever. Primeiro foi o primo quem redigiu a nota. Depois de alguns minutos mostrou o resultado do seu trabalho: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã morreu.” Todos leram e um dos tios fez o seguinte comentário:
– Eu acho que não está bom. Afinal de contas, vocês sabem que ela é cardíaca, está viajando e um telegrama assim pode ser um choque. – Todos concordaram, inclusive um outro primo afastado que era meio sovina e achou o telegrama muito longo:
– Depois, com o preço que se paga por palavra, isso não é mais um telegrama, é um telegrana.
Ninguém riu do infame trocadilho, mesmo porque velório não é lugar para gargalhadas. Foi a vez do cunhado tentar redigir uma forma mais amena que não assustasse a senhora em passeio. Sentou-se e escreveu: “Interrompa viagem e volte correndo. Tua irmã passando muito mal.” Novamente o telegrama não foi aprovado.
Um irmão psicólogo observou:
– Não sejamos infantis. Se ela está viajando pela Europa e recebe esta notícia, não vai acreditar na história de “passando muito mal.” Sobretudo com “volte correndo” no meio.
– Também concordo – falou o primo afastado, sempre pensando no custo. Então o genro aproximou-se:
– Acho que tenho a forma ideal. – Pegou no bloco e rabiscou rapidamente: “Interrompa viagem e volte devagar. Tua irmã passando mais ou menos.” Todos examinaram atentamente o telegrama. A filha reclamou:
– Vocês acham que mamãe é boba? Se a gente escrever que a titia está passando mais ou menos e que ela pode voltar devagar, ela já vai adivinhar que todas estas precauções são pelo fato de ela ser cardíaca e que na realidade a irmã dela morreu!
– Concordo plenamente – disse o facultativo da família, que era também sobrinho da senhora em questão. Resolveu, como médico, escrever o telegrama: “Paciente fora de perigo. Volte assim que puder. Paciente tua irmã.” De todas as fórmulas até então apresentadas, esta foi a que causou mais revolta.
– Que troço imbecil – gritou o netinho, que passava pela sala no momento em que a mensagem era lida. Puseram o menino para fora da sala, mas no íntimo a família concordava com ele.
– Não, isso não. Se a gente mandar dizer que ela está fora de perigo, para que vamos pedir que ela interrompa a viagem? – argumentou o tio.
– Também acho – responderam todos num coro de aprovação. O filho mais velho resolveu tentar. Pensou bem, ponderou, sentou-se, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou: “Se possível volte. Tua irmã saudosa passando quase mal. Por favor acredite. Cuidado coração. Venha logo. Saudades surpresa.”
– Realmente, esse bate todos os recordes! – disse uma nora professora. – Em primeiro lugar, não é “se possível”, ela tem que voltar mesmo. Em segundo lugar, “saudosa” tem duplo sentido. Em terceiro lugar, ninguém passa “quase mal”. Ou passa mal ou bem. “Quase mal” e “quase bem” é a mesma coisa. “Por favor, acredite” é um insulto à família toda. Ninguém aqui é mentiroso. Depois, “cuidado coração” não fica claro. Como telegrama não tem vírgula, ela pode pensar que a gente está dizendo “cuidado, coração”, já que a palavra coração também é usada como uma forma carinhosa de chamar os outros. Por exemplo: “Oi coração, tudo bem?” E finalmente a palavra “surpresa” no telegrama chega a ser um requinte de crueldade. Qual é a surpresa que ela pode esperar?
– Ela pode pensar que a tia está esperando neném – falou um sobrinho. – Aos noventa anos de idade?
– Abandonaram a idéia rapidamente. Seguiu-se um longo período de silêncio em que a família andava de lá pra cá, pensando numa solução. Pela primeira vez estavam se dando conta de que não era tão fácil assim mandar um telegrama. Serviu-se o costumeiro cafezinho, enquanto cada qual do seu lado procurava uma maneira de escrever para a senhora em viagem sem que tivesse conseqüências desastrosas. De repente o irmão psicólogo explodiu num grito eurekiano de descoberta:
– Achei!
– Escreveu febrilmente no papel. O telegrama passou de mão em mão e foi finalmente aprovado por todo mundo. Seu texto dizia:
“Siga viagem divirta-se. Tua irmã está ótima.”
(Jô Soares. O astronauta sem regime) “Há uma história famosa a respeito de uns parentes...” Nesta frase o verbo HAVER é invariável, pois trata-se de uma oração sem sujeito. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: “Quantos anos __________ que não o vemos? __________ muitos anos.”
x “ – Pegou no bloco e us parente rabiscou rapidamente:”
x “Escreveu febrilmente no papel.” Assinale a alternativa em que o comentário sobre o emprego ou a formação do advérbio esteja INCORRETO:
I. A função SOMA é utilizada para somar todos valores as células especificadas por um determinado critério ou condição.
II. A função TRUNCAR arredonda um número até uma quantidade especificada de dígitos.
III. A função INT arredonda um número para baixo até o número inteiro mais próximo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
No sábado, às 10 horas em ponto, seu amigo está à porta, quando seu filho, absolutamente estarrecido, lhe pergunta: “Pai, você esqueceu o nosso filme?” O que você faz numa situação dessas? 1. Você diz que não irá ao futebol. Pede mil desculpas ao amigo, diz que não poderá jogar conforme o prometido, pede que ele explique o ocorrido ao seu chefe, e fim de papo. 2. Você pede mil desculpas aos seus filhos, explica a situação, diz que o chefe vai estar lá, que você os levará no sábado que vem, com direito a pipoca em dobro. E tudo se resolverá a contento, sem prejuízo a ninguém. Qual das duas opções você escolhe? Se respondeu que é a primeira, lamento dizer que você está mentindo. Todo mundo escolhe a segunda opção. Afinal, é sua carreira que poderia estar em jogo. Você bem que podia se tornar mais amigo da turma do trabalho, você está inseguro. Aliás, quem não está?
O que quero discutir aqui é a razão por trás da sua escolha, o raciocínio que determinou a decisão de postergar o cinema com os filhos. Você fez essa decisão porque no fundo sabe que seus filhos o amam. E, porque o amam, eles entenderão. Sem dúvida, eles ficarão desapontados, mas não para sempre. Afinal, você conseguiu conciliar a agenda de cada um, só vai demorar mais um pouquinho.
Porém, com esse tipo de raciocínio, você acaba colocando as pessoas que o amam para trás. Justamente as pessoas que nos amam é que acabamos decepcionando, vítimas dos nossos erros do dia-a-dia. Que recompensa é essa que dispensamos àqueles que nos amam e que nos são leais? Por quanto tempo eles continuarão nos amando diante de atitudes assim?
Eu não tenho a menor dúvida que você escolheu jogar futebol porque sabe muito bem que seu chefe não o ama. Muito pelo contrário, ele não está nem aí para você. Ele pode substituí-lo na hora que quiser, sem um pingo de remorso. Você aceitou jogar com os colegas para que eles gostem um pouco mais de você. E com os seus filhos, que já o adoram, você aproveitou para negociar. Eles não vão dizer nada, vão entender, mas sentirão calados uma punhalada nas costas. A lógica diz que deveríamos ser leais com as pessoas que nos amam, mas na prática fazemos justamente o contrário.
Se acha que ninguém o ama ou que não é amado o suficiente, talvez isso ocorra porque você não tem sido leal com as pessoas a quem ama, achar que elas serão sempre compreensivas e razoáveis é seguramente o caminho para o desastre. Seus filhos acreditarão em você na próxima vez que lhes fizer uma promessa? Eles aprenderão o significado da palavra lealdade?
Seu chefe vai esquecê-lo totalmente um mês depois de você se aposentar, bem como os seus colegas de trabalho. Os únicos que jamais vão esquecê-lo são seus filhos, pela sua lealdade ou pelas pequenas decepções e infidelidades cometidas por você ao longo da vida.
(Stephen Kanitz é administrador (www.Kanitz.com.br) Revista Veja, Editora Abril, ed. 2053, ano 41, n° 12, 26 de março de 2008, página 22)
O texto “Amor e lealdade” leva o leitor à reflexão de que: