Questões de Concurso Para pr-4 ufrj

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Q2726801 Português

TEXTO 4


APERTEM OS CINTOS, ESTAMOS ENTRANDO NA ERA DA PÓS-VERDADE


___Pós-verdade parece mais uma expressão de impacto para chamar a atenção de um público saturado de informações e inclinado para a alienação noticiosa. Mas o fato é que estamos diante de um (1) fenômeno que já começou a mudar nossos comportamentos e valores em relação aos conceitos tradicionais de verdade, mentira, honestidade e desonestidade, credibilidade e dúvida.


___Segundo a revista The Economist, o mundo contemporâneo está substituindo os fatos por indícios, percepções por convicções, distorções por vieses. Estamos saindo da dicotomia tradicional entre certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto, fatos ou versões, verdade ou mentira para ingressarmos numa era de avaliações fluidas, terminologias vagas ou juízos baseados mais em sensações do que em evidências. A verossimilhança ganhou mais peso que a comprovação.


___A pós-verdade, um termo já incorporado ao vocabulário da mídia mundial, é parte de um processo inédito provocado essencialmente pela avalancha de informações gerada pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Com tanta informação ao nosso redor é inevitável que surjam dezenas e até centenas de versões sobre um mesmo fato. A consequência também inevitável foi a relativização dos conceitos e sentenças.


___Tudo torna-se mais sério e complexo quando se combina com a teoria da “cognição preguiçosa”, criada pelo psicólogo e prêmio Nobel Daniel Kahneman, para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional.


Trechos adapados do original Apertem os cintos, estamos

entrando na era da pós-verdade, de Carlos Castilho, Pós-doutorando

no POSJOR/UFSC e membro da diretoria do Observatório

da Imprensa. Publicado em OBJETHOS | Observatório da

Ética Jornalística. https://objethos.wordpress.com/2016/09/26/

comentario-da-semana-apertem-os-cintos-estamos-entrando-

-na-era-da-pos-verdade/

No primeiro parágrafo do TEXTO 4, o termo (1) fenômeno, em destaque, está acentuado conforme a mesma regra utilizada para acentuar a palavra:

Alternativas
Q2726800 Português

Diante do avanço conservador, há debates polêmicos em curso sobre a existência ou não de uma “nova direita”. Há um novo fenômeno, há novas estratégias ou simplesmente há mais do mesmo?


___O professor Emir Sader considera que uma “nova direita” surgiu quando ela assumiu a ideologia e os projetos econômicos do neoliberalismo em resposta ao esgotamento do desenvolvimentismo e à crise do socialismo e do estado de bem-estar social, entre os anos 80 e 90.


Adaptado de A direita avança, de Vitor Taveira.

Revista Caros Amigos, n˚ 231, 2016.


___Ao tomar como referência o trecho sublinhado, quanto à concordância verbal, é correto afirmar que o verbo haver é:

Alternativas
Q2726799 Português

TEXTO 3


PNEUMOTÓRAX


“Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Tosse, tosse, tosse.


Mandou chamar o médico:

- Diga trinta e três.

- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...

- Respire.


.....................................................................................


- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”


Manuel Bandeira (1886-1968), poeta, acadêmico e

professor de literatura hispano-americana da Faculdade

Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (atual UFRJ).


No verso “- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”, o médico, pelas mãos do poeta, sintetiza o estado de seu paciente tuberculoso.


Considerado todo o poema, é correto afirmar que nesse verso final:

Alternativas
Q2726797 Português

TEXTO 1


A IDADE MÉDIA NACIONAL


___O Brasil desencaixou. Desencaixou e passou a rodar no fuso paraguaio. Lá, como se sabe, depois de peculiar processo, o presidente Fernando Lugo foi impedido, assumindo o vice-presidente. Também não amputaram a Lugo os direitos políticos. Dizem os golpistas de lá, como os daqui, que o processo de impedimento seguiu os trâmites legais, que não houve atentado à Constituição nem violência física. Aqui, como também se sabe, os golpistas mantiveram os ritos, não promoveram violência (as pancadarias de antes e de depois do golpe não contam, claro) e garantiram direitos políticos à presidente impedida.


___Dizia o Carlos Marx que a história só se repete como farsa; bela frase, mas um erro rotundo. A Segunda Guerra Mundial reencenou tragicamente a Primeira, as duas resultando da estúpida competição por mercados entre imperialismos expansionistas. A guerra do Vietnã é a da Coréia, só que com inovação tecnológica: a bomba de napalm, despejada sobre populações civis. O golpe brasileiro de 2016 não reprisa 1964, mas o paraguaio de 2002, em sua mais pura essência política: uma condenação sem provas, os legisladores maculando o mandato que detinham; uma concessão de direitos políticos que não possuíam autoridade constitucional para outorgar. Garantir os direitos políticos de Dilma Rousseff é tanto indício de golpe de Estado quanto cassar seu mandato: o de reescrever a Constituição pela força tirânica de maioria institucional.


___O país ingressa em sua Idade Média. Os conservadores dominam as instituições do Executivo, do Legislativo e do Judiciário com base em inegável maioria ocasional. Não é por isso, apenas, que são golpistas, mas pelo uso soberbo do poder. Assim como a Idade Média e o absolutismo só foram unânimes pela repressão, o conservadorismo hegemônico só se sustenta pela asfixia da divergência. Asfixia de que não está ausente a chantagem da vida privada de alguns, como bem a conhecem ilustres membros do Judiciário e do Legislativo, e violência nas ruas, com a brutalidade que for necessária.


___Só entregarão o poder por via democrática se, multiplicando fogueiras, não puderem evitá-lo.


Wanderley Guilherme dos Santos.

Cientista Político, Professor aposentado da UFRJ.


Segunda Opinião, 16 de setembro de 2016

http://insightnet.com.br/segundaopiniao/,

No trecho “Dizia o Carlos Marx que a história só se repete como farsa; bela frase, mas um erro rotundo.”, que inicia o segundo parágrafo, a conjunção mas pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:

Alternativas
Respostas
576: A
577: D
578: D
579: B
580: C