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Em levantamentos topográficos são obtidas medidas angulares e lineares. A respeito dessas medidas assinale a alternativa correta:
Uma poligonal topográfica é uma sucessão de alinhamentos topográficos. A partir de pontos da poligonal principal, todos os elementos naturais e artificiais que são de interesse do cadastro são levantados. As afirmativas seguintes referem-se aos tipos de poligonal utilizados em levantamentos topográficos.
I. Poligonal principal é aquela que determina os pontos de apoio topográfico de primeira ordem.
II. Poligonal secundária é aquela que, baseada nos pontos de apoio planimétrico, tem seus vértices distribuídos na área ou faixa a ser levantada, de forma que seja possível coletar, direta ou indiretamente, por irradiação, interseção ou por ordenadas sobre uma linha-base, os pontos de detalhes julgados importantes.
III. Poligonal auxiliar é aquela que, apoiada nos vértices da poligonal principal, determina os pontos de apoio topográfico de segunda ordem.
Considerando as proposições apresentadas, é correto afirmar que:
O princípio básico do ajustamento é regido pelo critério do Método dos Mínimos Quadrados, proposto há dois séculos por GAUSS e LEGENDRE: “Aceitar como melhor estimativa de La, o valor que torne mínima a soma dos quadrados dos resíduos” (GEMAEL, 2004). Para um determinado modelo e conjunto de observações, o Método dos Mínimos Quadrados produz um único resultado, porém há diversos métodos que podem ser empregados. Qualquer que seja o método empregado, a resposta final será a mesma. Em relação aos métodos de ajustamento empregados, assinale a alternativa correta:
As observações diretas são aquelas que processamos diretamente sobre a grandeza procurada. Um exemplo de observação direta é a medida angular entre dois lados consecutivos. As afirmativas abaixo se referem às observações diretas. Marque a alternativa correta:
Ao executar uma medida, mesmo que repetida em condições supostamente idênticas e mesmo se cercando de cuidado e atenção especiais, as medidas são acompanhadas dos erros de observação. A classificação tradicional dos erros é: grosseiros, sistemáticos e acidentais. As afirmativas seguintes se referem aos erros de observação:
I. Um erro grosseiro é a diferença de um valor verdadeiro causada pela falta de atenção do observador. E a falta de cuidado pode ser eliminada por uma verificação cuidadosa.
II. Os erros sistemáticos produzidos por causas desconhecidas podem ser evitados ou minimizados através de técnicas espaciais de observação ou eliminados a posteriori mediante fórmulas fornecidas pela teoria.
III. Eliminados os erros sistemáticos, ainda são encontradas inconsistências nas medidas, estas são atribuídas aos erros acidentais. Os erros acidentais, por apresentarem distribuição normal, tendem a se neutralizar quando o número de observações cresce.
Considerando as proposições apresentadas, é correto afirmar que:
Na topografia realizam-se levantamentos topográficos planimétricos, em que são efetuadas medidas angulares e lineares para o cálculo das coordenadas planimétricas x e y. As medidas de campo vêm acompanhadas dos inevitáveis erros de observação, os quais provocam erros em grandezas derivadas delas. A transmissão dos erros das medidas de campo para a grandeza derivada é denominada propagação das covariâncias. Sobre a propagação das covariâncias é correto afirmar que:
Durante o posicionamento por ponto, as informações orbitais são obtidas a partir das efemérides transmitidas pelos satélites, mas, para aplicações onde se queira melhor acurácia, podem ser utilizadas efemérides precisas IGS, IGR e IGU, resultantes de pós-processamento. A efeméride tipo IGU é disponibilizada com que frequência?
O SGB (Sistema Geodésico Brasileiro) adota como único referencial o SIRGAS 2000 desde fevereiro de 2015. Esse referencial utiliza qual elipsoide de revolução como superfície de referência:
Qual combinação linear (CLi=m1Φ1+m2Φ2) é recomendada para o processamento de uma linha de base longa (maior que 20 km) e utilizando receptor GPS de dupla frequência?
No SGL (Sistema Geodésico Local) com origem em um P sobre o próprio elipsoide, as coordenadas do SGL são representadas por quais componentes?
Um sistema de referência é geocêntrico quando o centro de massa é definido usando-se a Terra toda, inclusive oceanos e atmosfera. Com base na afirmativa acima, marque a alternativa que contenha só referencial geocêntrico:
Os receptores GPS podem ser divididos segundo vários critérios e é comum encontrar classificação de acordo com sua aplicação. Considere a alternativa que não encontra classificação segundo aplicação.
No posicionamento relativo RTK (Real Time Kinematic) e no DGPS (Differential GPS), o formato de mensagem largamente empregado para enviar as correções ao receptor remoto (rover) é:
No posicionamento DGPS (Differential GPS), as correções extraídas da estação de referência (base) são envidas ao receptor remoto (rover), por meio de um link; estas correções referem-se a qual(ais) observável(eis):
No posicionamento GPS, quando são utilizadas pseudodistância e fase da onda portadora, coletados com receptor de uma ou duas frequências, com órbitas precisas e realizadas correções dos relógios dos satélites. Esse método de posicionamento é denominado de:
Texto 2 para as questões 10 e 11
Tanto o desenvolvimento como o ponto de partida da argumentação pressupõem acordo do auditório. Esse acordo tem por objeto ora o conteúdo das premissas explícitas, ora as ligações particulares utilizadas, ora a forma de servir-se dessas ligações. O orador, utilizando as premissas que servirão de fundamento à sua construção, conta com a adesão de seus ouvintes às proposições iniciais, mas estes lha podem recusar, seja por não aderirem ao que o orador lhes apresenta como adquirido, seja por perceberem o caráter unilateral da escolha das premissas, seja por ficarem contrariados com o caráter tendencioso da apresentação delas.
PERELMAN, Chaim; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2014, p. 73 (adaptado).
Assinale a alternativa que apresenta fragmento do texto em que o emprego do artigo definido é optativo.
Texto 2 para as questões 10 e 11
Tanto o desenvolvimento como o ponto de partida da argumentação pressupõem acordo do auditório. Esse acordo tem por objeto ora o conteúdo das premissas explícitas, ora as ligações particulares utilizadas, ora a forma de servir-se dessas ligações. O orador, utilizando as premissas que servirão de fundamento à sua construção, conta com a adesão de seus ouvintes às proposições iniciais, mas estes lha podem recusar, seja por não aderirem ao que o orador lhes apresenta como adquirido, seja por perceberem o caráter unilateral da escolha das premissas, seja por ficarem contrariados com o caráter tendencioso da apresentação delas.
PERELMAN, Chaim; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2014, p. 73 (adaptado).
A contração pronominal “lha” tem como referentes:
Os excertos a seguir constituem texto adaptado do artigo “Conselhos para concluir sua tese de doutorado no prazo”, de Juliana de Albuquerque, publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 15 de janeiro de 2019. Tais excertos, no entanto, encontram-se desordenados. Numere-os de modo que seja estabelecida a coesão e a coerência. Em seguida, assinale a opção correspondente à ordem correta dos excertos:
( ) Premiações, experiência em sala de aula, participação em conferências e, principalmente, publicações em boas editoras e periódicos de destaque são apenas alguns dos vários requisitos necessários para se conquistar um bom emprego.
( ) Nada disso, entretanto, apresentou-se de maneira tão premente como a conclusão da minha tese de doutorado, cuja entrega está marcada para outubro de 2020.
( ) Se você, leitor, também não sabe o porquê, eu explico. O mercado acadêmico é extremamente competitivo.
( ) Assim, encare o doutorado como o seu trabalho. Uma bolsa de estudos não é um “vale-diversão” com múltiplas possibilidades de extensão: a universidade não lhe paga para ser gênio. Excentricidades à parte, o dinheiro que você recebe está condicionado à execução de uma tarefa: a tese.
( ) Ainda assim, ao comentar o assunto com uma colega de departamento, ela se mostrou alarmada, como se a vontade de concluir uma pesquisa no prazo estipulado pela bolsa fosse um descabimento: “Por que deveríamos nos sentir obrigados a concluir um doutorado em quatro anos?”.
( ) No dia 31 de dezembro, quando me sentei à escrivaninha para anotar minhas metas de Ano-Novo, uma porção de necessidades brotaram. Eu deveria praticar um esporte, cozinhar mais vezes por semana, perder peso e, quem sabe, ainda arrumar um tempinho para manter as unhas sempre feitas e concluir a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”.
Assinale a alternativa que apresenta correta flexão das formas verbais e adequada articulação de tempos e modos:
Texto 1 para as questões de 1 a 7
Como ler os clássicos?
§ 1º Em recente artigo para o jornal The New York Times, o novelista Brian Morton compara a leitura dos grandes escritores do passado a uma viagem no tempo, na qual o aventureiro deve mover-se com cautela, sem jamais tentar impor os seus costumes aos nativos de um longínquo período da história, cujas práticas não correspondem às nossas.
§ 2º Segundo o autor, isso não quer dizer que escritores antigos estejam imunes à crítica contemporânea, como se a autoridade do cânone em relação à crítica seguisse um critério de mérito por antiguidade, a partir do qual um texto deva ser protegido a qualquer custo — pelo simples fato de ter sobrevivido às mais diversas provas de resistência ao tempo.
§ 3º Ora, por mais antigo que seja, nenhum texto está isento de reinterpretações e críticas. Exemplo disso é o que nos propõe o estudioso Harold Bloom em “O Livro de J”, em que discorre sobre a possibilidade de alguns trechos do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) terem sido compostos por uma mulher.
§ 4º Assim, Morton recomenda que a crítica não se antecipe ao bom exercício da leitura. Algo raro nos dias de hoje, em que muitas vezes se opta por boicotar certas obras antes mesmo de confrontá-las por méritos artísticos específicos e prováveis limitações de fundo ético. Exemplo disso são seus estudantes que evitam a leitura de Edith Wharton (autora de “A Casa da Alegria”) e Dostoiévski, sob o pretexto de que qualquer suspeita de antissemitismo deveria ser banida da literatura.
§ 5º Ao referir-se a esse problema, Morton argumenta que, embora a crescente oposição dos estudantes seja alimentada por uma genuína sede de justiça social, a sobrevivência dos clássicos em departamentos de literatura não seria motivada pela pulsão reacionária de velhos professores, mas pela necessidade de compreendermos o terreno em que a criatividade humana se manifesta em um dado contexto histórico e cultural.
§ 6º Não há dúvidas de que as grandes vozes literárias do passado tenham uma visão de mundo limitada por preconceitos de época. Dessa queixa nem mesmo o mais precavido dos nossos contemporâneos conseguiria se safar! Afinal, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche já declarava ser inevitável que todos os grandes espíritos estivessem ligados aos seus tempos por meio de algum preconceito.
§ 7º Mesmo assim, Morton ressalta que ainda temos muito a ganhar com a cuidadosa leitura desses textos que hoje são tidos por controversos. Segundo o autor, esse ganho se traduziria em um exercício de humildade a partir do qual o exame de um passado literário nos tornaria capazes de refletir sobre as limitações das práticas artísticas e dos costumes morais da nossa própria época.
§ 8º Em um diálogo de 2017 com o psicólogo Jordan Peterson, Camille Paglia faz uma observação complementar ao ressaltar que um texto não resiste ao tempo por imposição de uma elite cultural, mas por meio do seu constante uso pela tradição, enquanto referência à prática literária corrente. Ou seja, aquilo que nós consideramos grande arte é determinado pelas necessidades dos próprios artistas.
§ 9º Ao adotar-se o raciocínio de Paglia, chega-se à conclusão de que a permanência de autores como Homero e Shakespeare no cânone literário não seria consequência de uma conspiração do poder político e acadêmico para privilegiar determinados escritores em detrimento de outros. Isso decorre, portanto, da vitalidade das suas influências ao longo da história.
§ 10. Homero é um dos autores mais relevantes do cânone pelo fato de suas criações servirem de inspiração para escritores outros de épocas diversas. Desde os dramaturgos da antiga Grécia — como Ésquilo, que disse que suas peças não passavam de migalhas do banquete homérico — e Virgílio, o romano, até escritores modernos como o poeta e historiador britânico Robert Graves, autor de “A Filha de Homero”, e a escritora canadense Margaret Atwood com o seu “The Penelopiad”.
§ 11. Da mesma forma, Shakespeare teria influenciado outros escritores desde o seu advento, passando pelo teatro alemão do século 18 — por exemplo, tragédias históricas como “Götz von Berlichingen” e “Egmont” de Goethe — até o cinema japonês do século 20, em filmes do diretor Akira Kurosawa — tanto “Trono Manchado de Sangue” como “Ran”, cujos roteiros são adaptações dos dramas “Macbeth” e “Rei Lear”.
§ 12. Compreender essa teia de influências e associações é uma das tarefas mais difíceis do professor e crítico literário, cuja função mais ampla é a de oferecer ao público uma chave de leitura que seja simultaneamente plausível e criativa, sem que para isso tenha a necessidade de extrapolar os limites de uma obra — ora atribuindo ao texto características inexistentes, ora interpretações anacrônicas —, como se a própria obra e o seu contexto histórico não fossem capazes de despertar a fome literária do leitor.
§ 13. Desde o começo do meu doutorado, reflito sobre a melhor forma de ler e ensinar os clássicos da literatura alemã. Assim, durante o período em que me dedico aos alunos, como nas horas em que desenvolvo a minha tese, busco aplicar uma síntese das duas estratégias abordadas neste pequeno ensaio, quais sejam: a reconstrução de um contexto histórico específico na tentativa de emprestar uma ordem ao emaranhado de influências artísticas e filosóficas necessárias para o entendimento de autores como Goethe.
§ 14. Nesse afã, dedico a maior parte das minhas horas de estudo à versão de Goethe de “Ifigênia em Táuris”. Exercício em que procuro entender o contexto histórico de cada uma das versões dessa tragédia, ao mesmo tempo em que traço uma narrativa mais ampla sobre a recepção do texto original de Eurípides na Alemanha do século 18.
§ 15. Contudo, atento aos detalhes da versão de Goethe, que se distancia tanto do texto euripidiano como de outras versões da época, buscando ressaltar as qualidades morais atribuídas à protagonista, cujas atitudes revelam um importante questionamento sobre a relação entre gênero e autonomia na obra do escritor alemão.
§ 16. Goethe é um dos muitos autores clássicos arbitrariamente criticados pelas suas representações do feminino. No entanto, quanto mais tempo dedico ao estudo da sua obra, mais noto que determinadas críticas não fazem o menor sentido.
§ 17. Isso prova que, muitas vezes, a reputação de um escritor canônico entre os nossos contemporâneos apenas revela a inabilidade de nossa época em reconhecer os raros, porém eficientes, esforços do passado na promoção das liberdades que hoje consagramos.
§ 18. Não se trata de uma simples coincidência que Goethe tenha sido uma importante referência literária para a escritora George Eliot, autora de “Middlemarch”, ou que Elena Ferrante, na atualidade, tome uma citação de “Fausto” como a epígrafe de “A Amiga Genial”, o primeiro dos quatro volumes da ilustre série napolitana — uma espécie de “bildungsroman” (romance de formação ou amadurecimento) para os nossos tempos, sobre a busca de duas amigas por autoconhecimento e liberdade!
ALBURQUEQUE, Juliana de. Folha de S. Paulo, 26 mar. 2019
No texto 1, a oração “embora a crescente oposição dos estudantes seja alimentada por uma genuína sede de justiça” (§ 5º) apresenta, no período em que se insere, ideia de: