Questões de Concurso
Para exatus
Foram encontradas 1.402 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
I - Tanto no Internet Explorer quanto no Firefox, para se exibir o navegador em tela inteira pode ser utilizada a tecla F11.
II - Uma forma de aumentar o tamanho das fontes exibidas em páginas pelo Internet Explorer é por meio do menu Exibir – Tamanho do texto.
III - No entanto, a ação proposta na afirmativa anterior (II) não é válida para outros itens, como figuras e fotos; além disso a aplicação da formatação do Tamanho do texto só é aplicada em sites cuja esta funcionalidade esteja disponível.
IV - O Google lançou um browser chamado Chrome e, neste browser, quando efetuado um download, o arquivo baixado disponibiliza um link dentro do próprio ambiente visual do browser (localizado embaixo da interface), facilitando o usuário acessar o arquivo quando do término do download.
É correto afirmar que:
I - No Linux, o comando rmdir diretório apaga o diretório informado (sublinhado) desde que o mesmo esteja vazio.
II - Os comandos no Linux e no Windows respectivamente, ls e dir são utilizados para listar arquivos e pastas existentes em um diretório atual.
III - No Linux, o comando du diretório mostra o tamanho do diretório informado (sublinhado).
IV - No Linux, o comando halt encerra o computador, assim como no Windows essa ação é efetuada com o comando shutdown – s.
É correto afirmar que:
I - Um número racional pode ser representado por meio de uma fração.
II - A representação de um número racional é finita e não periódica.
III - O número -8 é um número inteiro que não é natural.
IV - Na reta real, o ponto que representa - √5 está entre 0 e 1.
Assinale a alternativa correta:
Carlos Drummond de Andrade
02 (manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio
03 despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o
04 percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.
05 Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes
06 melódicos dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.
07 Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília
08 Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor. Cumpre agradecer
09 a fineza:
10 – Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar ____ passageiros, oferecendo-lhes música e
11 não barulho e crimes.
12 – Não tem de quê. O senhor também aprecia? 13 – O quê? 14 – Strauss. É um dos meus prediletos.
15 – Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.
16 – Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava
17 ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.
18 – E já lhe aconteceu desligar?
19 – Ih, tantas vezes. Fico observando ____ fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não
20 dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar
21 Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Disse que precisava
22 se concentrar, por causa de um negócio importante, e Tchaikovski perturbava a concentração.
23 – Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.
24 – Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.
25 – Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.
26 Olhou-me admirado:
27 – Como é que o senhor viu?
28 – Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é?
29 Virou-se com tristeza na voz?
30 – Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a
31 gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este
32 ano...
33 – Melhoram. As coisas __________ melhorar – achei do meu dever confortá-lo.
34 – Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta
35 vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a
36 alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.
37 – Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o
38 mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.
39 – Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente.
40 Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por
41 dia.
42 – O importante é gostar de música, tem amor e devoção por música, e está-se vendo que o senhor tem de 43sobra.
44 – Lá isso ta certo.
45 – Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra
46 comum. Ninguém precisa ser grande em nada, desde que cultive alguma coisa bonita na vida. 47 Seu rosto iluminou-se.
48 – Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que
49 arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas
50 um sonho __________. Sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor
51 desculpe. Agora a sua palavra _______ tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é _________ que gostem de
52 mim, que ela goste de mim. Obrigado ao senhor
53 Olhei o taxímetro, tirei a carteira.
54 – Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!
(Boca de Luar, 6ª ed., págs. 69-71, Editora Record, Rio, 1987)
Carlos Drummond de Andrade
02 (manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio
03 despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o
04 percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.
05 Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes
06 melódicos dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.
07 Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília
08 Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor. Cumpre agradecer
09 a fineza:
10 – Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar ____ passageiros, oferecendo-lhes música e
11 não barulho e crimes.
12 – Não tem de quê. O senhor também aprecia? 13 – O quê? 14 – Strauss. É um dos meus prediletos.
15 – Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.
16 – Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava
17 ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.
18 – E já lhe aconteceu desligar?
19 – Ih, tantas vezes. Fico observando ____ fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não
20 dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar
21 Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Disse que precisava
22 se concentrar, por causa de um negócio importante, e Tchaikovski perturbava a concentração.
23 – Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.
24 – Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.
25 – Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.
26 Olhou-me admirado:
27 – Como é que o senhor viu?
28 – Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é?
29 Virou-se com tristeza na voz?
30 – Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a
31 gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este
32 ano...
33 – Melhoram. As coisas __________ melhorar – achei do meu dever confortá-lo.
34 – Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta
35 vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a
36 alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.
37 – Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o
38 mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.
39 – Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente.
40 Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por
41 dia.
42 – O importante é gostar de música, tem amor e devoção por música, e está-se vendo que o senhor tem de 43sobra.
44 – Lá isso ta certo.
45 – Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra
46 comum. Ninguém precisa ser grande em nada, desde que cultive alguma coisa bonita na vida. 47 Seu rosto iluminou-se.
48 – Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que
49 arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas
50 um sonho __________. Sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor
51 desculpe. Agora a sua palavra _______ tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é _________ que gostem de
52 mim, que ela goste de mim. Obrigado ao senhor
53 Olhei o taxímetro, tirei a carteira.
54 – Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!
(Boca de Luar, 6ª ed., págs. 69-71, Editora Record, Rio, 1987)
I - O cronista se inclui entre os passageiros distintos porque não manda, mas pede educadamente ao motorista que o conduza ao seu destino.
II - “Fatalidade da vida” a que o autor se refere ao fato do passageiro de táxi ter de ouvir o rádio noticiando, a pleno volume, assaltos, homicídios, ocorrências policiais etc.
III - No primeiro parágrafo o cronista com os pronomes “você”, “seu” e “o” (acompanharão) dirige-se ao leitor.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas:
Carlos Drummond de Andrade
02 (manda, não, pede por favor) e resigna-se a escutar durante 20 minutos, no volume mais possante, o rádio
03 despejando assaltos e homicídios do dia. Os tiros, os gemidos, os desabamentos o acompanharão por todo o
04 percurso. É a fatalidade da vida, quando se tem pressa.
05 Mas eis que o motorista pega de um imprevisto cassete, coloca-o no lugar devido, liga, e os acordes
06 melódicos dos Contos dos Bosques de Viena irrompem do fusca amarrotado, mas digno.
07 Bem, não é a Nona Sinfonia nem um título menor da grande música, mas não estamos na Sala Cecília
08 Meireles, e isso vale como homenagem especial a um passageiro distinto, que pede por favor. Cumpre agradecer
09 a fineza:
10 – Obrigado. O senhor mostra que tem satisfação em agradar ____ passageiros, oferecendo-lhes música e
11 não barulho e crimes.
12 – Não tem de quê. O senhor também aprecia? 13 – O quê? 14 – Strauss. É um dos meus prediletos.
15 – Sim, ele é agradável. O senhor está sendo gentil comigo.
16 – Ora, não é tanto assim. Pus o cassete porque gosto de música. Não sabia se o senhor também gostava
17 ou não. Se não gostasse, eu desligava. Portanto, não tem que agradecer.
18 – E já lhe aconteceu desligar?
19 – Ih, tantas vezes. Fico observando ____ fisionomia do passageiro. Uns, mais acanhados, disfarçam, não
20 dizem nada, mas tem outros que reclamam, não querem ouvir esse troço. O senhor já pensou: chamar
21 Tchaikovski de “esse troço”? Pois ouvi isso de um cidadão de gravata e pasta de executivo. Disse que precisava
22 se concentrar, por causa de um negócio importante, e Tchaikovski perturbava a concentração.
23 – Ele talvez quisesse dizer que ficava tão empolgado pela música que esquecia o negócio.
24 – Pois sim! Nesse caso, não falaria “esse troço”, que é o cúmulo da falta de respeito.
25 – Estou adivinhando que o senhor toca um instrumento.
26 Olhou-me admirado:
27 – Como é que o senhor viu?
28 – Porque uma pessoa que gosta tanto de música, em geral toca. Seu instrumento qual é?
29 Virou-se com tristeza na voz?
30 – Atualmente nenhum. O senhor sabe, essa crise geral, a gasolina pela hora da morte, e não é só a
31 gasolina: a comida, o sapato, o resto. Tive de vender pra tapar uns buracos. Mas se as coisas melhorarem este
32 ano...
33 – Melhoram. As coisas __________ melhorar – achei do meu dever confortá-lo.
34 – Porque clarinetista sem clarinete, o senhor sabe, é um negócio sem sentido. Clarinete tem esta
35 vantagem: dá o recado sem precisar de orquestra. Um solo bem executado, não precisa mais pra encantar a
36 alma. Mas clarinetista, sozinho, fica até ridículo.
37 – Não diga isso. E não desanime. O dia em que arranjar outro clarinete – quem sabe?, talvez até seja o
38 mesmo que lhe pertenceu – será uma festa.
39 – Mas se demorar muito eu já estarei tão desacostumado que nem sei se volto a tocar razoavelmente.
40 Porque, o senhor compreende, eu não sou um artista, minha vida não dá folga pra estudar nem meia hora por
41 dia.
42 – O importante é gostar de música, tem amor e devoção por música, e está-se vendo que o senhor tem de 43sobra.
44 – Lá isso ta certo.
45 – Não importa que o senhor não seja solista de uma grande orquestra, e mesmo de uma orquestra
46 comum. Ninguém precisa ser grande em nada, desde que cultive alguma coisa bonita na vida. 47 Seu rosto iluminou-se.
48 – Que bom ouvir uma coisa dessas. Agora vou lhe confessar que isso de não ser músico dos tais que
49 arrebatam o auditório sempre me doeu um pouco. Não era por vaidade não, quem sou pra ter vaidade? Mas
50 um sonho __________. Sei lá. Ficava me imaginando num palco iluminado, tocando... Bobagem, o senhor
51 desculpe. Agora a sua palavra _______ tudo claro. Basta eu gostar de música. Não é _________ que gostem de
52 mim, que ela goste de mim. Obrigado ao senhor
53 Olhei o taxímetro, tirei a carteira.
54 – Eu nem devia cobrar do senhor. Fico até encabulado!
(Boca de Luar, 6ª ed., págs. 69-71, Editora Record, Rio, 1987)