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Q2800198 Noções de Informática

No computador o firewall é um dispositivo de:

Alternativas
Q2800193 Noções de Informática

Considere que o TCE-RS tem mais da metade de seus computadores pessoais operando com Windows XP em português e está avaliando a sua troca para a versão Windows 7 ou Windows 8, também em português, já que os computadores têm capacidade adequada de processamento e memória para acomodar ambos os sistemas operacionais. Recursos disponíveis nas versões do Windows estão sendo comparados com o apoio de uma consultoria externa, a qual afirmou que:


I. Pode ser instalado dual boot em um computador para que ele opere com Windows 7 e Windows XP, permitindo manter o uso de ambos.

II. O Windows 8 traz como novidade a permissão de compartilhamento de arquivos armazenados no computador com outros computadores da mesma rede, recurso que inexistia no Windows 7.

III. O Windows 7 introduziu um recurso, que inexistia no Windows XP, para desativação de software instalado no computador, sem a necessidade de desinstalação dos arquivos desse software.

IV. O Painel de Controle permite acesso à administração de contas de usuários, definição de níveis de segurança e desinstalação de software, tanto na versão Windows 7 quanto na Windows 8.


Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Q2800190 Noções de Informática

Sobre o uso e funcionamento da Internet, avalie as afirmações a seguir e marque com V as verdadeiras e F as falsas.


( ) Mozilla Firefox, Google Chrome, Internet Explorer e Opera são exemplos de navegadores de Internet. ( ) No menu Opções da Internet do navegador Microsoft Internet Explorer pode-se destacar as opções: conexões, geral e segurança. ( ) Upload caracteriza o recebimento de um arquivo da Internet para o computador. ( ) O processo de conversão do sinal analógico para digital é chamado de modulação. ( ) Download caracteriza o envio de um arquivo do computador para a Internet.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.

Alternativas
Q2800185 Noções de Informática

Considere as seguintes assertivas acerca do navegador Mozzila Firefox:


I- esse navegador tem por característica aceitar somente sites que utilizam o protocolo HTTPS, aumentando assim, o nível de segurança do computador;

II – ao realizarmos a instalação padrão do Windows XP este navegador é automaticamente instalado;

III – nesse navegador é possível bloquear a gravação de cookies no computador do usuário, se ele assim optar.


Assinale:

Alternativas
Q2800181 Noções de Informática

Um usuário de computador estava navegando pela internet, utilizando um navegador típico, em busca de informações sobre restaurantes, quando fechou acidentalmente a janela do navegador que continha um site com informações interessantes. Para recuperar, após a reabertura do navegador, o mesmo site, ele pode acessar, nesse navegador, o seguinte recurso:

Alternativas
Q2800176 Noções de Informática

O atalho de CTRL + T permite que o Internet Explorer faça?

Alternativas
Q2800175 Noções de Informática

Em relação ao navegador Internet Explorer da Microsoft apertar a tecla ALT do seu teclado faz com que?

Alternativas
Q2800173 Noções de Informática

O Microsoft Office XP apresenta várias versões, de acordo com as alternativas abaixo marque V para Verdadeiro e F para Falso nos tipos de instalações existentes deste produto e assinale a alternativa correta.


( ) Microsoft Office XP Developer ( ) Microsoft Office XP Professional ( ) Microsoft Office XP Professional com FrontPage ( ) Microsoft Office XP Standard

Alternativas
Q2800172 Noções de Informática

Para abrir o Editor de Diretiva de Grupo Local no Windows XP, clique em Iniciar e em Executar e digite?

Alternativas
Q2800169 Noções de Informática

Qual a função do protocolo DHCP?

Alternativas
Q2800166 Noções de Informática

Active Directory é um software para gerenciamento de serviços de diretórios e pode ser instalado em qual (is) sistema(s) operacional (is) da Microsoft?

Alternativas
Q2800158 Noções de Informática

O Windows Server 2003 é um sistema operacional da família de produtos da empresa em relação ao suporte do produto e suas atualizações (críticas, de segurança e melhorias) assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2800152 Noções de Informática

São exemplos de distribuições Linux, assinale a alternativa correta

Alternativas
Q2800150 Noções de Informática

Uma das principais diferenças entre o Linux e o Windows é?

Alternativas
Q2800142 Noções de Informática

O desafio de educar na era digital faz com que o professor repense e atualize seus métodos de ensino. Nas alternativas abaixo marque com V para verdadeiro e F para quais podemos fazer uso da tecnologia para auxiliar o ensino nos dias atuais.


( ) Utilizar jogos virtuais para estimular o raciocínio lógico; ( ) Criação de páginas na internet para publicação de textos dos alunos; ( ) Execução de Projetos Pedagógicos na sala de informática; ( ) Realização de videoconferência pela rede mundial de computadores; ( )Trabalhar gêneros textuais com ajuda tecnológica com o objetivo de desenvolver a fala e a escrita; ( )Planejar atividades com a utilização de redes sociais

Alternativas
Q2800134 Português

O NARIZ



Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço — sempre almoçava em casa— com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.

— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.

— Isto o quê?

— Esse nariz.

— Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.

— Logo você, papai...

Depois do almoço ele foi recostar- se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.

— Tire esse negócio.

— Por quê?

— Brincadeira tem hora.

— Mas isto não é brincadeira.

Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta.

A mulher interpelou:

— Aonde é que você vai?

— Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.

— Mas com esse nariz?

— Eu não compreendo você — disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. — Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz...

— Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.

Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada: ("Logo o senhor, doutor..."), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.

— Ele enlouqueceu?

— Não sei — respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos.

— Nunca vi "ele" assim.

Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.

— Você vai usar este nariz na cama? — perguntou a mulher.

— Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.

— Mas, por quê?

— Porque não.

Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.


— Papai...

— Sim, minha filha.

— Podemos conversar?

— Claro que podemos.

— É sobre esse seu nariz...

— O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?

— Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?

— O nariz é meu e vou continuar a usar.

— Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.

— Não tem porque não quer...

[...]

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço.

Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.

— Você vai concordar — disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele — que seu comportamento é um pouco estranho...

— Estranho é o comportamento dos outros! — disse ele. — Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz? [...]



(Luís Fernando Verissimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 73-6.)


reputação: fama, renome.

repudiar: rejeitar, repelir.

sestear: fazer a sesta, descansar, cochilar

Todas as palavras a seguir têm a mesma regra de acentuação gráfica da palavra respeitadíssimo, retirada do texto, exceto:

Alternativas
Q2800133 Português

O NARIZ



Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço — sempre almoçava em casa— com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.

— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.

— Isto o quê?

— Esse nariz.

— Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.

— Logo você, papai...

Depois do almoço ele foi recostar- se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.

— Tire esse negócio.

— Por quê?

— Brincadeira tem hora.

— Mas isto não é brincadeira.

Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta.

A mulher interpelou:

— Aonde é que você vai?

— Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.

— Mas com esse nariz?

— Eu não compreendo você — disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. — Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz...

— Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.

Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada: ("Logo o senhor, doutor..."), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.

— Ele enlouqueceu?

— Não sei — respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos.

— Nunca vi "ele" assim.

Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.

— Você vai usar este nariz na cama? — perguntou a mulher.

— Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.

— Mas, por quê?

— Porque não.

Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.


— Papai...

— Sim, minha filha.

— Podemos conversar?

— Claro que podemos.

— É sobre esse seu nariz...

— O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?

— Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?

— O nariz é meu e vou continuar a usar.

— Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.

— Não tem porque não quer...

[...]

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço.

Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.

— Você vai concordar — disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele — que seu comportamento é um pouco estranho...

— Estranho é o comportamento dos outros! — disse ele. — Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz? [...]



(Luís Fernando Verissimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 73-6.)


reputação: fama, renome.

repudiar: rejeitar, repelir.

sestear: fazer a sesta, descansar, cochilar

De acordo com o texto, marque o que é mais importante para a sociedade:

Alternativas
Q2800132 Português

O NARIZ



Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço — sempre almoçava em casa— com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.

— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.

— Isto o quê?

— Esse nariz.

— Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.

— Logo você, papai...

Depois do almoço ele foi recostar- se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.

— Tire esse negócio.

— Por quê?

— Brincadeira tem hora.

— Mas isto não é brincadeira.

Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta.

A mulher interpelou:

— Aonde é que você vai?

— Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.

— Mas com esse nariz?

— Eu não compreendo você — disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. — Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz...

— Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.

Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada: ("Logo o senhor, doutor..."), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.

— Ele enlouqueceu?

— Não sei — respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos.

— Nunca vi "ele" assim.

Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.

— Você vai usar este nariz na cama? — perguntou a mulher.

— Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.

— Mas, por quê?

— Porque não.

Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.


— Papai...

— Sim, minha filha.

— Podemos conversar?

— Claro que podemos.

— É sobre esse seu nariz...

— O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?

— Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?

— O nariz é meu e vou continuar a usar.

— Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.

— Não tem porque não quer...

[...]

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço.

Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.

— Você vai concordar — disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele — que seu comportamento é um pouco estranho...

— Estranho é o comportamento dos outros! — disse ele. — Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz? [...]



(Luís Fernando Verissimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 73-6.)


reputação: fama, renome.

repudiar: rejeitar, repelir.

sestear: fazer a sesta, descansar, cochilar

Sobre os trechos abaixo, retirados do texto, marque aquele em que a observação sobre o dentista é feita pelo narrador.

Alternativas
Q2800121 Português

O NARIZ



Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço — sempre almoçava em casa— com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.

— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.

— Isto o quê?

— Esse nariz.

— Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.

— Logo você, papai...

Depois do almoço ele foi recostar- se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.

— Tire esse negócio.

— Por quê?

— Brincadeira tem hora.

— Mas isto não é brincadeira.

Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta.

A mulher interpelou:

— Aonde é que você vai?

— Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.

— Mas com esse nariz?

— Eu não compreendo você — disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. — Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz...

— Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.

Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada: ("Logo o senhor, doutor..."), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.

— Ele enlouqueceu?

— Não sei — respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos.

— Nunca vi "ele" assim.

Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.

— Você vai usar este nariz na cama? — perguntou a mulher.

— Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.

— Mas, por quê?

— Porque não.

Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.


— Papai...

— Sim, minha filha.

— Podemos conversar?

— Claro que podemos.

— É sobre esse seu nariz...

— O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?

— Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?

— O nariz é meu e vou continuar a usar.

— Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.

— Não tem porque não quer...

[...]

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço.

Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.

— Você vai concordar — disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele — que seu comportamento é um pouco estranho...

— Estranho é o comportamento dos outros! — disse ele. — Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz? [...]



(Luís Fernando Verissimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 73-6.)


reputação: fama, renome.

repudiar: rejeitar, repelir.

sestear: fazer a sesta, descansar, cochilar

Todas as frases a seguir expressam a reação da esposa e da filha diante do comportamento do dentista, exceto:

Alternativas
Q2800120 Português

O NARIZ



Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço — sempre almoçava em casa— com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.

— O que é isso? — perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.

— Isto o quê?

— Esse nariz.

— Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.

— Logo você, papai...

Depois do almoço ele foi recostar- se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.

— Tire esse negócio.

— Por quê?

— Brincadeira tem hora.

— Mas isto não é brincadeira.

Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta.

A mulher interpelou:

— Aonde é que você vai?

— Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.

— Mas com esse nariz?

— Eu não compreendo você — disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. — Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz...

— Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.

Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada: ("Logo o senhor, doutor..."), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.

— Ele enlouqueceu?

— Não sei — respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos.

— Nunca vi "ele" assim.

Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.

— Você vai usar este nariz na cama? — perguntou a mulher.

— Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.

— Mas, por quê?

— Porque não.

Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.


— Papai...

— Sim, minha filha.

— Podemos conversar?

— Claro que podemos.

— É sobre esse seu nariz...

— O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?

— Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?

— O nariz é meu e vou continuar a usar.

— Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.

— Não tem porque não quer...

[...]

A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço.

Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.

— Você vai concordar — disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele — que seu comportamento é um pouco estranho...

— Estranho é o comportamento dos outros! — disse ele. — Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz? [...]



(Luís Fernando Verissimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 73-6.)


reputação: fama, renome.

repudiar: rejeitar, repelir.

sestear: fazer a sesta, descansar, cochilar

Das palavras seguintes, marque a que traduz o assunto central do texto.

Alternativas
Respostas
1: C
2: C
3: C
4: D
5: C
6: D
7: D
8: A
9: C
10: A
11: D
12: B
13: A
14: D
15: D
16: B
17: B
18: A
19: D
20: A