Questões de Concurso Comentadas para fundatec

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Q2430823 Sociologia

Sobre os paradigmas taylorista e fordista de organização do trabalho (CATTANI; HOLZMANN, 2011), analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I. Uma das técnicas preconizadas no taylorismo é o estudo de tempos e movimentos, a fim de se definir a melhor maneira de executar uma tarefa.

II. No fordismo, a produção é desencadeada pela demanda do mercado, por meio do sistema justin-time.

III. No início do século XX, a empresa Ford organizou um Departamento de Sociologia visando avaliar o comportamento dos trabalhadores fora do local de trabalho.

IV. O fordismo representou a consagração da produção e do consumo em massa.

Alternativas
Q2430821 Sociologia

“Na produção social da sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade [...]. O conjunto destas relações de produção constitui a _____________ econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma ______________ jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social” (MARX, 2003, p. 5).


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.

Alternativas
Q2430819 Sociologia

Considerando as perspectivas teórico-metodológicas dos autores, relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os trechos de obras clássicas da sociologia com seus respectivos autores.


Coluna 1

1. Émile Durkheim.

2. Max Weber.

3. Karl Marx.


Coluna 2

( ) “De fato: essa ideia singular, hoje tão comum e corrente e na verdade tão pouco autoevidente, da profissão como dever [...] — é essa ideia que é característica da “ética social” da cultura capitalista e em certo sentido tem para ela uma significação constitutiva”.

( ) “É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”.

( ) “Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou pelo que se queira. Mas eles mesmos começam a se distinguir dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida [...] O que eles são coincide, pois, com sua produção, tanto com o que produzem como também como o modo como produzem”.

( ) “[...] a educação tem justamente por objeto formar o ser social; pode-se então perceber, como que num resumo, de que maneira este ser se constitui através da história. A pressão de todos os instantes que sofre a criança é a própria pressão do meio social tendendo a moldá-la à sua imagem, pressão de que tanto os pais quanto os mestres não são senão representantes e intermediários”.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2430818 Sociologia

Patrícia Hill Collins (2000) tem questionado critérios usuais de validação científica. Rejeita a visão que absolutiza a distância entre um sujeito pesquisador e seu “objeto”, se afastando da perspectiva de uma ciência axiologicamente neutra, na qual a ética e os valores são vistos como inapropriados ao processo de conhecer. Sua análise enfatiza que os sistemas de raça e etnia, classe social, gênero e sexualidade, entre outros, formam características mutuamente construtivas da organização social. A qual paradigma se vincula o quadro interpretativo da autora?

Alternativas
Q2430817 Sociologia

“A obra de Guerreiro Ramos é marcada pela crítica ao pensamento imitativo que caracterizaria a sociologia brasileira, segundo ele propensa à importação acrítica de ideias e teorias europeias e norte-americanas. Guerreiro Ramos utilizou-se do conceito de _______________ para descrever o processo pelo qual os cientistas sociais do Terceiro Mundo podem apropriar-se de forma criativa dessas teorias ao evidenciarem os seus contextos históricos de produção. Essa foi sua grande contribuição para o pensamento social brasileiro” (MAIA, 2021, p. 20).


Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do trecho acima.

Alternativas
Q2430816 Sociologia

No ano de 2003, a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) criou o Prêmio Florestan Fernandes, fazendo referência permanente à memória do eminente sociólogo por meio da homenagem bienal rendida a destacados pesquisadores brasileiros na área. Em relação à vasta contribuição sociológica de Florestan Fernandes para a interpretação da sociedade, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas
Q2430815 Sociologia

De acordo com a abordagem de Pierre Bourdieu e outros (2015), na obra “Ofício de sociólogo”, analise as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:


I. A vigilância epistemológica impõe-se, particularmente, no caso das ciências do homem nas quais a separação entre a opinião comum e o discurso científico é mais imprecisa que alhures.


PORQUE


II. A familiaridade com o universo social constitui, para o sociólogo, o obstáculo epistemológico por excelência.


A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2430811 Segurança e Saúde no Trabalho

Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os agentes físicos e as situações de exposição que oferecem riscos à saúde dos trabalhadores expostos.


Coluna 1


1. Ruído.

2. Vibrações.

3. Radiações ionizantes.

4. Radiações não ionizantes.


Coluna 2


( ) Serviços de saúde, utilização de raio-X industrial.

( ) Utilização de marteletes pneumáticos; tratores.

( ) Caldeiras, prensas, serras, rebitagem, utilização de martelos pneumáticos, fiação e tecelagem, aeroportos.

( ) Solda elétrica, trabalhos ao sol, radares.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2430810 Segurança e Transporte

Sobre a ação do fogo sobre os componentes do concreto, analise as assertivas abaixo:


I. Quando o concreto é aquecido lentamente, não são desenvolvidos grandes gradientes térmicos e, portanto, não há degradação imediata do material como fissuração e descamação. Mas a ausência de fissuras pode impedir a liberação da água do interior da massa de concreto, havendo possibilidade de ocorrer lascamento explosivo.

II. A elevação gradual de temperatura provoca efeitos distintos no concreto e nas argamassas, verificando-se alteração na coloração, perda de resistência mecânica, esfarelamento superficial, fissuração até a própria desintegração da estrutura.

III. O aumento do teor de umidade do concreto pode aumentar a sua condutividade, sendo que, a temperaturas elevadas, ocorre uma redução da mesma.

IV. A probabilidade de lascamentos durante um incêndio aumenta com a esbeltez de elementos estruturais e a ocorrência de altas tensões de compressão na seção ao longo de um incêndio.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2430788 Segurança e Saúde no Trabalho

Sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), analise as perguntas abaixo:


Qual o órgão que elaborou as diretrizes sobre sistemas de gestão da SST? De quem é a responsabilidade e o dever pela segurança e saúde no trabalho, que inclui o cumprimento das exigências contidas na legislação nacional de SST? Os resultados das investigações de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e seus impactos no desempenho da segurança e saúde devem ser comunicados a quem? A consulta referente à seleção do auditor e a todas as fases da auditoria no local de trabalho, incluindo a análise dos seus resultados, está condicionada à participação de quem?


Assinale a alternativa que contém, correta e respectivamente, as respostas para as perguntas acima.

Alternativas
Q2430784 Segurança e Saúde no Trabalho

De acordo com a teoria sobre os fatores humanos, analise a seguinte assertiva: São atitudes de exposição ao risco de acidente de trabalho adotadas pelos trabalhadores de forma consciente ou não. Essa é a definição de qual termo?

Alternativas
Q2430750 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Señale la alternativa correcta. Al principio, la pareja:

Alternativas
Q2430749 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

El personaje se compró una caja fuerte porque:

Alternativas
Q2430748 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Señale la alternativa correcta. En el punto de vista del hombre:

Alternativas
Q2430747 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Analice las siguientes afirmaciones relativas al texto:


I. El narrador aparece en tercera persona.

II. Los protagonistas frecuentan exactamente los mismos lugares públicos.

III. Ella tiene que marcharse por cuestiones de trabajo.


¿ Cuáles están correctas?

Alternativas
Q2430746 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

El texto se puede clasificar como:

Alternativas
Q2430745 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

De acuerdo con el texto, se puede afirmar que:

Alternativas
Q2430744 Espanhol

Instrucciones: Las cuestiones de números 31 a 60 se refieren al texto abajo.


Las cartas de amor


Por Eduardo Galeano


  1. Ellos se conocieron por casualidad, que es como se suelen encontrar los grandes amores,
  2. casi siempre por casualidad, por una llamada equivocada, por un encuentro fortuito. A ellos lo
  3. que les pasó fue que él había quedado en aquel café con una persona que no vino, y claro, la vio
  4. a ella sentada en la mesa del café, radiante, así que, harto de esperar no se cortó un pelo y dijo:
  5. —“ya que he venido hasta aquí, no puedo desaprovechar esta ocasión”.
  6. Se acercó a la mesa y dijo:
  7. —“¿Me permite?”
  8. —“Por supuesto”.
  9. Esto solo suele pasar en las historias que te cuentan otros, nunca en la vida real, por lo general
  10. cuando dices:
  11. —“Me permites”, dicen
  12. —“De qué”
  13. A lo mejor ella estaba esperando a alguien que tampoco vino, quién sabe, yo qué sé, habrá
  14. que inventar otra historia en la que ella le dice “De qué”, en este caso ella lo invitó a él para que
  15. se sentase, y él se sentó. Y claro, no había de qué hablar,
  16. —“¿y qué lees?”
  17. Lo malo fue que él no había leído nada del escritor que ella estaba leyendo, mal empezamos,
  18. mal, muy mal, por ahí no.
  19. —“Pues bonito día”
  20. Pero enseguida empezaron a profundizar, porque ella dijo
  21. —“Sí, la verdad es que hace un bonito día”.
  22. Y aunque no lo hiciera. Pero poco a poco él fue venciendo esa timidez que le caracteriza y
  23. fueron profundizando. Al principio él para llamar su atención contó una que otra mentira, que
  24. era escritor, luego reconoció que nunca le habían publicado nada, pero eso vino más tarde,
  25. cuando ya se conocían más, cuando pasaron del café a la habana con coca cola. Por entonces ya
  26. estaban descubriendo que tenían más afinidades de las que pensaban al principio, y compartían
  27. gustos cinematográficos, y por eso él le dijo
  28. —“Oye, y si vamos a ver esta, ¿has visto La vida es bella?” y ella
  29. —“No”,
  30. —“Oye quedamos el fin de semana”,
  31. —“Vale”.
  32. Y aquel fin de semana pues, yo no sé muy bien si para sorprenderla o no, pero el caso es que
  33. él rompía a llorar en cada escena en la que aparecía el chaval pequeño, esto a ella le enterneció,
  34. yo quiero pensar que era de verdad. Resulta que coincidían en más gustos, y también en lo
  35. musical, y le dijo:
  36. —“Oye, este fin de semana toca Ismael Serrano”,
  37. —“Ismael qué?”,
  38. —“Pero a ti te gustan los cantautores?”,
  39. —“Los de verdad me gustan”.
  40. Pero él le convenció a ella y fueron. Cuando él empezó a cantar aquella de Vértigo, pues se
  41. atrevió a cogerle la mano. Y poco a poco se fueron inevitablemente enamorando, pero no por
  42. esto de Ismael Serrano, ni por el Vértigo, quizá más por aquello de llorar con La vida es bella.
  43. Una mañana él se levanta y al abrir los ojos se da cuenta de que está perdidamente enamorado
  44. de ella, y quedaron entonces en aquel café en el que se conocieron por casualidad. Los momentos
  45. importantes suelen coincidir casi siempre en los mismos sitios, no estoy muy seguro de lo que
  46. acabo de decir, pero es una buena frase. Pero fue en aquel café en donde ella le dijo:
  47. —“Sabes, creo que me tengo que ir durante algún tiempo”,
  48. —“Yo te iba a decir casi lo contrario, que te quedaras conmigo para toda la vida”, y ella dijo
  49. —“No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva para retomar contigo este
  50. camino que emprendimos, además, cada quince días puntualmente te mandaré una carta en la
  51. que te contaré todo lo que he hecho, todo lo que siento, todo lo mucho que te echo de menos,
  52. y todo lo poco que nos falta para vernos”,
  53. Él dijo que bueno, que vale.
  54. —“Pero que si no te vas casi mejor”.
  55. Pero se fue. Fue entonces cuando descubrió que aquello no tenía remedio y que estaba
  56. perdidamente enamorado, que no había ningún elixir que hiciera que la olvidase, que no era
  57. cierto aquella de que un clavo saca otro clavo, que a veces es cierto que los amores a primera
  58. vista existen, bueno, ¿es que acaso hay otros?.
  59. A los quince días puntualmente llegó la carta de ella toda llena de besos y de caricias, de te
  60. echo de menos, él lloró, y esta vez era de verdad. Y guardaba las cartas con mucho cariño encima
  61. de la mesilla. Pasaron quince días, y otros quince, y otros quince, y otros quince, y las cartas se
  62. iban acumulando. Y su vida consistía en esperar a que llegara el decimoquinto día, abrir el buzón
  63. y encontrar la carta de amor en la que ella prometía volver, esperar esa carta en la que ella le
  64. diría que volvía pronto. Y pasaron años, muchos años, y ya las cartas casi no cabían en la casa,
  65. se compró una gran caja fuerte para guardar todas las cartas, porque eran su gran tesoro, porque
  66. vivía para leer las cartas que ella le había escrito, porque ella era lo que más quería, y así pasaron
  67. creo que diez años, quince, no me acuerdo.
  68. Y un día ella, sin saber cómo ni por qué, dejó de escribir, y al quince día él se encontró el
  69. buzón vacío, y el alma partida en dos. Ahora solo podía vivir del recuerdo, leyendo las cartas que
  70. ella le había escrito con tanto cariño, aquellas cartas eran su mayor tesoro. Un día él salió de
  71. casa, porque tenía que salir, y unos ladrones entraron en su casa. Al ver allí la gran caja fuerte
  72. no se lo pensaron dos veces, porque pensaron que debían esconder algún gran tesoro, grandes
  73. riquezas, realmente no era. Y se llevaron la gran caja fuerte.
  74. Imagínate la desolación de nuestro protagonista cuando llega a su casa y se da cuenta de que
  75. le han robado lo que él más quería, lo que le hacía sentirse vivo algunas tardes de domingo
  76. cuando no sonaba el jodido teléfono, cuando releía aquellas cartas y aquellas promesas quién
  77. sabe si falsas.
  78. Suele pasar que los ladrones son buenas personas, y este era el caso. Pero imagínate la cara
  79. de los ladrones cuando abren la caja fuerte y se encuentran montones de cartas de amor,
  80. declaraciones imposibles. El jefe de los ladrones se enfadó un poquito, pues la caja pesaba, y
  81. llevarla a la guarida no era moco de pavo.
  82. Nuestro hombre vagaba casi moribundo por las calles de su ciudad, con la esperanza de
  83. encontrar alguna carta, a alguien que le hablara de una gran caja fuerte llena de cartas, perdido
  84. sin saber ya qué hacer. El jefe ladrón lo que dijo es que aquellas cartas lo que había que hacer
  85. era quemarlas o tirarlas al río, lo que fuera, pero que desaparecieran de inmediato. Pero el más
  86. joven de los ladrones era más bueno, y se le ocurrió una gran idea.
  87. Un día nuestro hombre llegó a casa después de estar buscando toda una tarde, y al abrir el
  88. buzón ¿Adivina lo que se encontró?... Una carta. Los ladrones habían decidido mandarle las
  89. cartas tal y como ella se las había mandado, puntualmente cada quince días, por riguroso orden.
  90. Ahora él resucitaba con la esperanza de revivir aquellos momentos en los que quizá un día leería
  91. la carta en la que ella diría:
  92. —“Pronto estaré allí”.


(Disponible en: www.poeticous.com/eduardo-galeano/las-cartas-de-amor-1?locale=es – texto adaptado especialmente para ese examen).

Relaciona la Columna 1 a la Columna 2 de acuerdo con los enunciados a los personajes y al narrador del texto:


Columna 1


1. Él.

2. Ella.

3. Narrador.


Columna 2


( ) ¿Me permite?

( ) ¿Ismael qué?

( ) Pues bonito día.

( ) ¿Adivina lo que se encontró?

( ) No te preocupes porque yo estaré esperando el día que vuelva.


El orden correto de relleno de los paréntesis, de arriba a abajo, es:

Alternativas
Q2430743 Literatura

Assinale a alternativa na qual a estrofe do poema abaixo apresente versos brancos.

Alternativas
Q2430741 Literatura

Instrução: A questão de número 28 refere-se ao poema abaixo.


Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar…

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.


No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar…

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar…


E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar…

Estava perto do céu,

Estava longe do mar…


E como um anjo pendeu

As asas para voar…

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar…


As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par…

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar…

Sobre o poema apresentado anteriormente, do poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens, assinale a alternativa que NÃO indica uma característica simbolista presente no texto.

Alternativas
Respostas
8741: E
8742: B
8743: B
8744: E
8745: A
8746: C
8747: A
8748: C
8749: E
8750: A
8751: B
8752: C
8753: D
8754: C
8755: A
8756: E
8757: A
8758: A
8759: B
8760: A