A grande imprensa norte-americana, historicamente modelo de texto e de linha editorial para a imprensa brasileira,
busca a imparcialidade. Por exemplo, quando faz a cobertura de eleições presidenciais. O tempo todo da campanha
deixa sempre claro, em seus editoriais, por qual partido ou candidato tem preferência. Este posicionamento como
veículo de comunicação, no entanto, não contamina o trabalho da reportagem. Nos Estados Unidos, preocupam-se em
separar a opinião no editorial da livre apuração jornalística dos fatos. Ou seja, deixa claro a seus leitores que toma
parte, mas não manipula a notícia de maneira ideológica, partidária ou por interesse empresarial. E os grandes veículos
de comunicação, no Brasil, sempre procuraram dar preferência à plena realidade dos fatos, como está claramente
recomendado em seus manuais de redação. Por exemplo, a “Folha de São Paulo”, no verbete ouvir o outro lado,
conceitua que todo fato comporta mais de uma versão e recomenda aos seus profissionais registrarem sempre “todas
as versões”. Interessante acrescentar: em outro verbete referente ao noticiário sobre minorias, acentua que elas
devem ser tratadas com “relevância respeitosa e sem preconceito”. E isto é, mais uma vez, precioso conceito sobre a
permanente imparcialidade. A propósito, como e por quais razões a mídia deve distinguir, com imparcialidade, os grupos
minoritários presentes e atuantes em sua sociedade?