Questões de Concurso
Foram encontradas 52.878 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
A SEREIA DOS PENSADORES
O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.
Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.
No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.
Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.
Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.
Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.
Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.
Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.
(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)
Assinale a única alternativa correta quanto à concordância:
A SEREIA DOS PENSADORES
O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.
Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.
No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.
Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.
Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.
Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.
Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.
Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.
(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)
Observe as potiutiráo e assinale a alternativa correta:
“(...) o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual."(1)
“(...) O poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres."(2)
Sobre o emprego do verbo obedecer, é INCORRETO afirmar:
É um hipnótico não benzodiazepínico:
Referente à estimulação magnética transcraniana (EMT) é INCORRETO afirmar:
Os critérios diagnósticos no DSM-5 (APA) para transtorno de personalidade paranoide afirmam haver um padrão de desconfiança e suspeitas invasivas em relação aos outros, de modo que seus motivos são interpretados como malévolos. Começa no início da idade adulta e se apresenta em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos quatro dos critérios apresentados. E estão entre eles, EXCETO:
Estão entre os primeiros sintomas da psicose puerperal, EXCETO:
São lembranças que voltam à mente do indivíduo, mas sem que sejam reconhecidas como tais. Tem-se a impressão que é a primeira vez que o conteúdo é mentalizado.
Estão entre as principais alterações da atenção, EXCETO:
São fatores associados que auxiliam no diagnóstico do delirium, EXCETO:
São causas tóxico-metabólicas de demências potencialmente reversíveis em idosos, EXCETO:
Caracterizam o Transtorno de personalidade histriônica, EXCETO:
São sintomas positivos característicos da esquizofrenia, EXCETO:
Para os benzodiazepínicos como agente tóxico, tem-se como antídoto específico:
O consumo excessivo de álcool gera inúmeros problemas de saúde pública. Sobre esse tema, é correto afirmar que:
Dentre os medicamentos que NÃO possuem eficácia para o tratamento medicamentoso de dependência para o álcool, pode-se mencionar:
No tocante ao rastreamento de doenças no contexto da atenção primária à saúde, os exames ou testes são aplicados em pessoas sadias, garantindo benefícios relevantes frente aos riscos e danos previsíveis e imprevisíveis da intervenção. Dentre os critérios para uma doença ou condição clínica ser rastreada, salienta-se:
Na história natural do Diabetes mellitus tipo 2(DM2), alterações fisiopatológicas estão presentes antes que os valores glicêmicos atinjam níveis supranormais. A condição na qual os valores glicêmicos estão acima dos valores de referência, mas ainda abaixo dos valores diagnósticos de DM2, denomina-se pré-diabetes. Sobre o pré-diabetes, de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018), é correto afirmar que:
Roberta chega ao consultório com queixa de úlcera genital, única, indolor, base endurecida e fundo limpo. O diagnóstico mais provável é:
Leia o trecho a seguir e responda às questões 27 e 28.
A doença renal crônica (DRC) é decorrente de um mau controle de diversas condições clínicas. É considerada um problema mundial grave de saúde pública e sua incidência e prevalência vem aumentando com passar dos anos. A Atenção Primária à Saúde possui um papel importante na detecção, tratamento e referenciamento na DRC.
Sobre a avaliação da função renal, é possível afirmar que:
Leia o trecho a seguir e responda às questões 27 e 28.
A doença renal crônica (DRC) é decorrente de um mau controle de diversas condições clínicas. É considerada um problema mundial grave de saúde pública e sua incidência e prevalência vem aumentando com passar dos anos. A Atenção Primária à Saúde possui um papel importante na detecção, tratamento e referenciamento na DRC.
O encaminhamento para o nefrologista na DRC está indicado quando: