Questões de Concurso
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I. Fonte histórica, documento, registro, vestígio são todos termos correlatos para definir tudo aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço.
II. Fontes podem corresponder à herança material e imaterial deixada pelos antepassados que servem de base para a construção do conhecimento histórico.
III. O termo mais clássico para conceituar a fonte histórica é documento. Palavra, no entanto, que, devido às concepções da escola metódica, ou positivista, está atrelada a uma gama de ideias preconcebidas, significando não apenas o registro escrito, mas principalmente o registro oficial.
IV. Vestígio é a palavra atualmente preferida pelos historiadores que defendem que a fonte histórica é mais do que o documento oficial: que os mitos, a fala, o cinema, a literatura, tudo isso, como produtos humanos, torna-se fonte para o conhecimento da história.
V. No mundo ocidental, as primeiras ideias sistematizadas acerca da natureza das fontes históricas surgiram entre o século XVIII e o início do XIX, com os eruditos franceses que começaram a sistematizar a História escrita e, logo, a valorizar o documento.
PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
I. Conforme Odair Giraldin (2002), Porto Real teve sua fundação em princípio do século XVIII, dentro do processo de intensificação da mineração na região, Pontal, ao contrário, nasceu na decadência desta atividade, como uma forma de incentivar o comércio fluvial pelo Tocantins até Belém do Pará, tornando-se assim uma outra alternativa econômica para o norte de Goiás.
II. O Príncipe Regente, D. João, através da Carta Régia de 05 de agosto de 1811, ofereceu vantagens para quem quisesse estabelecer-se às margens do rio Tocantins, visando, com isso, favorecer o comércio com Belém do Pará. Entre as vantagens oferecidas, agraciava os moradores com os mesmos privilégios dados aos moradores da capitania de Minas Gerais, em relação ao Rio Doce.
III. Sobre a fundação de Porto Real destaca a organização de várias expedições para explorar o rio e criar as condições necessárias à navegação do Tocantins. Argui como principal obstáculo as populações indígenas que habitavam suas margens, as quais mantinhamse distantes das possibilidades de um convívio pacífico.
IV. Dentre as medidas tomadas pelo governador de Goiás, Tristão da Cunha Menezes, para criar melhores condições para os navegantes, estava a fundação, em 1791, de Porto Real, inicialmente apenas um destacamento militar localizado à margem do rio, de onde deveriam partir as embarcações em direção a Belém do Pará.
V. O destacamento de Porto Real objetivava servir também como uma forma de proteção contra os ataques indígenas, principalmente dos Xerente, e, ao mesmo tempo, funcionar como um posto de controle do comércio com Belém.
Fonte: Giraldin, O – “Pontal e Porto Real: dois arraiais do norte de Goiás e os conflitos com os Xerente nos séculos XVIII e XIX”. Revista Amazonense de História, v. 1. n.1 jan/dez/ 2002, pp. 131-146
I. No início do século XXI, um dos campos de trabalho para os historiadores que mais crescem no Brasil é o de patrimônio histórico. Todavia, a maioria dos cursos de graduação em História não possui ainda em seu currículo disciplinas suficientes para contemplar tal crescimento. Em geral têm sido os cursos de especialização, assim como as graduações e os cursos técnicos de turismo, que respondem à demanda por profissionais que trabalhem com o patrimônio histórico e cultural brasileiro.
II. A noção de patrimônio histórico tradicionalmente se refere à herança composta por um complexo de bens históricos. Mas, apesar de ainda pouco conhecido mesmo pelos egressos dos cursos de História do Brasil, o fato é que os especialistas vêm continuamente substituindo o conceito de patrimônio histórico pela expressão patrimônio cultural.
III. Em última instância, define-se patrimônio cultural (incluindo nessa ideia a de patrimônio histórico) como o complexo de monumentos, conjuntos arquitetônicos, sítios históricos e parques nacionais de determinado país ou região que possui valor histórico e artístico e compõem um determinado entorno ambiental de valor patrimonial. Em sua origem, todavia, o patrimônio tem sentido jurídico bastante restrito, sendo entendido como um conjunto de bens suscetíveis de apreciação econômica.
IV. A definição atual de patrimônio cultural se originou no documento elaborado pela Convenção sobre Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, realizada em 1972 e promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
V. Na Constituição Brasileira de 1988, os termos de regulamentação do serviço do patrimônio cultural, atualmente centralizados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), determinam que tal serviço objetiva a promoção do tombamento e da conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.
BO, João Batista Lanari. Proteção do patrimônio na UNESCO: ações e significados / João Batista Lanari Bo. – Brasília: UNESCO, 2003.186p BRASIL. [Constituição de 1988]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988.
I. Conforme Eni Orlandi, uma das principais estudiosas da Análise do Discurso no Brasil, o discurso é a prática da linguagem, isto é, uma narrativa construída a partir de condições históricas e sociais específicas. Para ela, todo discurso materializa determinada ideologia na fala a partir de um idioma específico. Desse modo, todo discurso possui uma ideologia, e é a língua que permite aos indivíduos compreenderem e assimilarem tal ideologia.
II. De acordo com Orlandi, um dos principais componentes do discurso como fala ou narrativa são os significados históricos presentes no imaginário de quem o elabora. Cada discurso é, assim, uma representação do imaginário no qual seu autor está inserido. Mas, embora todo discurso seja proferido por alguém – um indivíduo (ou vários) –, esse sujeito (que pode ser o autor de um texto, por exemplo) não é responsável pelos significados que existem em seu discurso, uma vez que nenhum discurso é de autoria exclusiva de seu autor, já que todos os indivíduos fazem parte da mesma memória coletiva.
III. Para a Análise do Discurso, o importante é saber o que um texto quer dizer, como ele diz o que diz, ou seja, como os elementos linguísticos, históricos e sociais que o compõem fazem sentido dissociadamente.
IV. Outros conceitos fundamentais para a compreensão do discurso são imaginário e memória. A memória coletiva guarda tudo o que já foi dito, tornando possível que possamos dizer tudo de novo, ou entender quando algo for dito por outros. Ou seja, como não somos responsáveis pelos sentidos do discurso, só o entendemos porque esses sentidos já existem antes de nós, em nossa sociedade, na memória coletiva e no imaginário.
V. A Análise do Discurso, em um sentido mais amplo, já é empregada por profissional de História, quando esse coloca a si as seguintes perguntas diante de um documento ou de uma obra histórica: Quem o produziu? Quando foi produzido? Por que foi produzido? Para quem foi produzido? Essas são perguntas simples, mas básicas para entendermos os sentidos que estão além do conteúdo do texto.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Terra à vista: discurso do
confronto – Velho e Novo Mundo. São Paulo/Campinas: Cortez/Ed. Unicamp, 1990. ORLANDI, Eni Pulcinelli. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996. ORLANDI, Eni Pulcinelli.. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999
I. Segundo Jacques Le Goff, a memória é a propriedade de conservar certas informações, propriedade que se refere a um conjunto de funções psíquicas que permite ao indivíduo atualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretadas como passadas. O estudo da memória passa da Psicologia à Neurofisiologia, com cada aspecto seu interessando a uma ciência diferente, sendo a memória social um dos meios fundamentais para se abordar os problemas do tempo e da História. II. A memória está nos próprios alicerces da História, confundindo-se com o documento, com o monumento e com a oralidade. Mas só muito recentemente se tornou objeto de reflexão da historiografia. III. Quando os historiadores começaram a se apossar da memória como objeto da História, o principal campo a trabalhá-la foi a História Oral. IV. Para teóricos como Maurice Halbawchs, há inclusive uma nítida distinção entre memória coletiva e memória histórica: pois enquanto existe, segundo ele, uma História, existem muitas memórias. E, enquanto a História representa fatos distantes, a memória age sobre o que foi vivido. Nesse sentido, não seria possível trabalharmos a memória como documento histórico. Essa posição hoje é inclusive aceita pela maior parte dos historiadores. V. Antônio Montenegro considera que apesar de haver uma distinção entre memória e História, essas são inseparáveis, pois se a História é uma construção que resgata o passado do ponto de vista social, é também um processo que encontra paralelos em cada indivíduo por meio da memória.
HALBWACHS, Maurice (1877-1945). A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990 LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Ed. Unicamp, 1994 MONTENEGRO, Antonio Torres. História oral e memória: a cultura popular revisitada. São Paulo: Contexto, 2001.
A partir da questão apresentada pelo Historiador Pedro Paulo Funari, proceda à análise dos itens, julgue-os e assinale a alternativa correta:
I. O anacronismo constitui meio privilegiado dessa manipulação [fake news], na medida em que o passado, presente e futuro são misturados, tomando tempos diferentes como iguais (este é o sentido da palavra anacronismo, ana = contra, cronos = tempo). II. Um anacronismo evidente é a ideia de que os seres humanos vivem e sempre viveram para minimizar os custos e maximizar os lucros. Esse princípio do capitalismo, compreensível para os dias de hoje, seria algo universal, fora do tempo, da história e da cultura. III. A história acaba sendo alvo privilegiado de pessoas e grupos que procuram manipular seus relatos a favor ou contra isso ou aquilo, muitas vezes distorcendo informações, inventando ou mentindo, reduzindo a história a questões narrativas e esvaziando desta o teor científico. IV. Os grupos ou pessoas que disseminam fake news tendem a sustentar que os valores capitalistas não são uma constante na história, desde sempre e para sempre, como se fizessem parte da natureza das coisas. V. O ensino de História pode servir para mostrar um passado às vezes pouco conhecido, mas bem presente nas fontes escritas ou materiais, de forma a questionar diversas ”verdades” de invenção recente, simples fake news. Por meio da busca de um passado mais complexo, diferente e variado, descobrimos que é possível lutar por um futuro melhor.
PINSKY, Jaime, BASSANEZI, Carla. FICO Carlos (org) Novos combates pela História: desafios - ensino [et al]. - São Paulo: Contexto, 2021. 256p.:il.
Os itens de I a V tratam da Escola dos Annales (1929-1989) na perspectiva de Peter Burke.
Considerando esta visão proceda à análise, julgue e assinale a alternativa correta:
I. Na perspectiva de Peter Burke, a mais importante contribuição do grupo dos Annales, incluindo-se as três gerações, foi expandir o campo da história por diversas áreas. O grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais.
II. Olhando o movimento como um todo, percebemos uma grande quantidade de livros notáveis aos quais é difícil negar o título de obras primas: Les Rois Thaumaturges, Société Féodale, Le probléme de I’incroyance, Le Méditerrannée, Les Paysans de Languedoc, Civilisation et Capitalisme.
III. A tensão entre sociologia durkheimiana e a geografia humana de Vidal de la Blache é tão antiga que pode ser considerada como parte integrante da estrutura dos Annales. A tradição durkheimiana concentrou-se no que era único para uma região particular, enquanto a perspectiva vidaliana incentivou a generalização e a comparação. IV. Burke defende que o aparente conflito entre liberdade e determinismo, ou entre estruturas sociais e ação humana, embora tenham concepção paradoxais, não foi fator de divisão entre os historiadores do grupo.
V. Dentre os caminhos a serem utilizados para se avaliar o movimento dos Annales temos a análise de suas ideias predominantes. De acordo com um estereótipo comum ao grupo, eles estavam preocupados com a história das estruturas na longa duração, utilizavam métodos quantitativos, diziam-se científicos e negavam a liberdade humana.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): A
Revolução Francesa da historiografia/ Peter Burke; tradução
Nilo Odalia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 2011.
“As três invasões francesas que assolaram Portugal entre 1807 e 1810 foram a resposta encontrada por Napoleão Bonaparte para impor aos governantes portugueses a obediência à intimação do “bloqueio continental”, a cujas consequências eles se tinham procurado furtar, recorrendo a manobras dilatórias. Logo que o exército de Junot, na primeira invasão, chegou às portas de Lisboa, a família real, os nobres mais representativos e as altas dignidades eclesiásticas embarcaram apressadamente para o Brasil. Sob a instigação da Inglaterra, abriram-se sem reservas os portos brasileiros ao comércio internacional, o que representou a quebra do sistema do “pacto colonial” e o correspondente declínio da hegemonia metropolitana”.
TENGARRINHA, José (org). História de Portugal. Bauru, SP: EDUSC; São Paulo: UNESP; Portugal, PO: Instituto Camões, 2000, p. 265.
Leia o texto, em seguida analise os itens e assinale a alternativa correta:
“Assim como o raio não produz som até que atinja o solo, a Revolução Negra foi gerada silenciosamente. Mas, quando aconteceu, o flash revelador de seu poder, o impacto de sua sinceridade e do seu fervor exibiu uma força de intensidade assustadora. Com trezentos anos de humilhação, abuso e privação não se podia esperar que o negro encontrasse a voz em um sussurro. As nuvens de tempestade não liberavam “uma chuva suave do céu”, mas um furacão que ainda não perdeu sua força ou atingiu sua energia total. É importante entender a história que está sendo feita hoje, porque ainda há mais por vir, porque a sociedade americana está perplexa com o espetáculo do negro em revolta, porque as dimensões são vastas e as implicações profundas”.
KING, Martin Luther. Por que não podemos esperar?
Barueri/SP: Faro Editorial, 2020. p. 7.
Leia o texto:
“Dionísio é na literatura um daqueles deuses desconhecidos, cujo culto é garantido pelo respeito com que nos afastamos de seus altares. Prestamoslhes de bom grado as homenagens que têm direito a receber, com exceção da única que teria algum valor e utilidade, e que seria a de estudar suas obras”.
DAUNOU, Pierre Claude François. Cours d'études
historiques. Tome XIII. Paris: Hachette Livre Bnf, p. 96.
Sobre o texto e com base em seus conhecimentos sobre a história de Roma, julgue os itens abaixo:
“Toda escolha e o encadeamento de fatos pertencentes a qualquer grande área da história, seja local ou mundial, história de uma raça ou de uma classe, são inexoravelmente controlados por um quadro de referência na mente do que seleciona ou reúne os fatos. Este quadro de referência inclui coisas consideradas necessárias, coisas consideradas possíveis, e coisas consideradas desejáveis. Pode ser vasto, informado por profundos conhecimentos, e iluminado por uma vasta experiência; ou pode ser pequeno, desinformado, e não iluminado. Pode ser uma grande concepção da história ou numa simples complicação de pontos confusos. Mas está lá na mente, inexoravelmente. Repitamos segundo Croce: quando a grande filosofia é ostensivamente colocada na porta da frente da mente, então os preconceitos estreitos, de classe, provinciais e regionais entram pela porta dos fundos e dominam, talvez apenas meio inconscientemente, o pensamento do historiador.
BEARD, Charles. “Written history as an act of faith”, in American Historical Review 39, no. 2, p. 227.
“De acordo com o Censo 2010, cerca de 1,4% da população brasileira possui alguma deficiência intelectual (DI). Embora a inclusão de pessoas com deficiência tenha crescido no país, a DI ainda gera muitas dúvidas nas pessoas e principalmente nas empresas, que muitas vezes acabam não contratando profissionais com essa deficiência. (...)
Muitas das pessoas com deficiência intelectual têm potencial de se desenvolver, conquistar autonomia e entrar para o mercado de trabalho em uma vaga que seja apta para ela. Para isso, o estímulo deve acontecer desde a descoberta da deficiência, através de acompanhamento médico e profissionais qualificados que ensinem e apliquem atividades para aperfeiçoar suas aptidões, além é claro, do apoio familiar.
Fonte: Como fazer a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. https://asidbrasil.org.br/en/como-fazer-a-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-no-mercado-trabalho/