Questões de Concurso
Comentadas para prefeitura de nilópolis - rj
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O famoso canal, que há 100 anos liga os oceanos Atlântico e Pacífico, está prestes a ganhar um vizinho à altura: a construção do Grande Canal da Nicarágua, obra cercada de números grandiosos, com inauguração prevista para 2020. Mais longo, largo e profundo que o vizinho panamenho, o novo canal é obra do misterioso multimilionário chinês Wang Jing, de 41 anos. Presidente da gigante das telecomunicações Beijing Xinwei Telecom Technology Co., onde tem participação de US$ 1,1 bilhão, ele é o único representante conhecido da HKND Group (Hong Kong Nicarágua Canal Development), empresa que obteve a concessão da obra na Nicarágua.
Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141120_canal_nicaragua_numeros_rs>. Acesso em: 01 jun. 2016.
A justificativa para a o governo nicaraguense optar por essa construção em parceria com a iniciativa privada chinesa está calcada neste fato a seguir.
As consultoras legislativas da Câmara Suely Guimarães de Araújo e Ilídia Martins Juras advertiram para os riscos, envolvendo uma modificação feita pelos deputados no texto do Código Florestal: a supressão do prazo de dez anos na definição de pousio. Elas temiam que, com isso, essas áreas pudessem ser consideradas como consolidadas, para fins de justificar a permanência de ocupações irregulares do ponto de vista da legislação ambiental. Porém, as modificações feitas no projeto pelo Senado removeram esse risco. A nova definição do pousio é ainda mais completa do que a existente no Código Florestal em vigor. Pela proposta, o pousio pode perdurar por, no máximo, cinco anos, limitado a 25% da área produtiva da propriedade ou posse.
Disponível em: <https://www.senado.gov.br>. Acesso em: 01 jun. 2016. (Adaptação)
A técnica agrícola em questão tem como fundamento o seguinte elemento:
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br>. Acesso em: 02 jun. 2016.
Na área delimitada com 12 milhas náuticas e no espaço aéreo a ela sobrejacente, um Estado costeiro tem a seguinte prerrogativa:
Repense sobre a questão indígena no Brasil, analisando os seguintes textos:
Texto I
Estatuto do Índio é o nome como ficou conhecida a Lei Nº 6.001. Promulgada em 1973, ela dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios. Em linhas gerais, o Estatuto seguiu um princípio estabelecido pelo velho Código Civil brasileiro (de 1916): de que os índios, sendo relativamente capazes, deveriam ser tutelados por um órgão indigenista estatal (de 1910 a 1967, o Serviço de Proteção ao Índio/SPI; atualmente, a Fundação Nacional do Índio/Funai) até que eles estivessem integrados à comunhão nacional, ou seja, à sociedade brasileira. A Constituição de 1988 rompe essa tradição secular ao reconhecer aos índios o direito de manter a sua própria cultura. Há o abandono da perspectiva, que entendia os índios como categoria social transitória, a serem incorporados à sociedade brasileira. Eles não teriam que ser incorporados à sociedade brasileira, ou serem forçados a assimilar a nossa cultura. Suas organizações sociais, línguas, tradições e os seus direitos originários às terras que ocupam, passaram a ser permanentemente reconhecidos.
Disponível em: <http://pib.socioambiental.org>. Acesso em: 01 jun. 2016.
Texto II
Disponível em: < http://lemad.fflch.usp.br>. Acesso em: 01 de junho de 2016.
No Brasil, o direito de manter a sua cultura e o abandono da perspectiva que entendia os povos mencionados no Texto I como categoria social transitória, esbarra até hoje no problema da
Leia os Textos I e II.
Texto I
A região da Escócia lutou, durante os primeiros séculos de sua existência, para se manter como Estado independente. Foi quando, em 1707, os Ingleses ameaçaram interromper o comércio e a livre circulação na fronteira comum. Os Parlamentos da Escócia e da Inglaterra promulgaram os Atos de União que criaram o Reino Unido da Grã- Bretanha. Desde então, a Escócia passou a ser parte do Reino Unido.
Disponível em: <http://lucinhahb.blogspot.com.br>. Acesso em: 16 mai. 2016.
Texto II
Um acordo assinado entre o premier inglês, David Cameron, e o chefe do governo regional escocês, Alex Salmond, garantiu a realização de um referendo na Escócia no outono de 2014 sobre a possível separação do Reino Unido.
O Parlamento inglês é contra a independência da Escócia , afirmando que o Reino Unido é mais forte Junto. Outras questões econômicas tornam a possível independência ainda mais polêmica, tais como os 20 bilhões de barris de petróleo e gás no Mar do Norte, que banha a Escócia. Além disso, existe uma frota de submarinos nucleares na região.
Pesquisas recentes apontam que entre 30% e 40% dos escoceses apoiam a independência.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em: 16 mai. 2016.
O acontecimento descrito está atrelado à história desses povos. Para explicar o desdobramento atual do processo relatado, é fundamental compreender os seguintes interesses do governo David Cameron:
No Brasil, o grande complexo agroindustrial, atualmente denominado de agronegócio, foi regulamentado e incentivado por políticas estatais de apoio à agricultura. Fizeram-se assim as articulações entre a agricultura e a indústria; a montante e a jusante. Nesse processo, a agricultura perdeu sua autonomia e independência. Os grupos sociais envolvidos perderam a sua capacidade de decisão e são um pequeno elo da grande cadeia produtiva.
MARAFOM, Glaucio José. O Desencanto da Terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
Dentro da dinâmica do agrobusiness, a produção à jusante consiste na seguinte ação:
Museu do Corvete
Disponível em: <http://www.flatout.com.br>. Acesso em: 30 mai. 2016.
Uma instabilidade no solo abriu um buraco no piso do “Museu do Corvete”, em Bowling Green, no Kentucky, Estados Unidos. Com 18 metros de profundidade e 12 metros de diâmetro, a cratera “engoliu” 8 modelos raros de Corvete, avaliados em aproximadamente US $ 1.000.000. Os carros que foram removidos do buraco estão expostos do jeito que ficaram. De alguns, quase nada sobrou.
Disponível em: <http://www.tribunadonorte.com.br>. Acesso em: 30 mai. 2016.
Para a formação dessa morfologia apresentada é preciso que haja três fatores de predisposição do terreno: rocha solúvel com permeabilidade de fraturas, relevo com gradientes hidráulicos moderados a altos e clima com disponibilidade de água.
Então, essa forma de relevo que engoliu os carros é denominada de
Reflita sobre o Vietnã Dividido.
RODRIGUES, Santana & Herta. Aprendendo com filmes
Rio de Janeiro: Lamparina, 2012.
Numa aula de geografia sobre o Vietnã, um professor conta à sua turma que um jovem idealista chamado Chris Taylor abandona os estudos e se alista como voluntário para combater no Vietnã. Seus colegas de farda nessa empreitada são o sargento Barnes, responsável por diversas mortes de civis inocentes, e Elias, que divide com ele a visão de um conflito sem sentido.
RODRIGUES, Santana & Herta. Aprendendo com filmes
Rio de Janeiro: Lamparina, 2012.
Esse confronto remete a um contexto geopolítico ligado ao seguinte processo:
Jornal O Globo, 15 mai. 2016.
Com base na análise da dinâmica atmosférica apresentada, um desdobramento dessa circulação para a região Nordeste do Brasil consiste na
Ele tinha uma área equivalente à dos estados do Rio de Janeiro e Alagoas juntos. Por séculos, foi um oásis no meio do deserto. Mas agora o mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, está morrendo. Simboliza o que poderá acontecer com os outros mananciais do planeta se o ritmo do uso irracional continuar como nos dias de hoje. Apesar do nome, o Aral é um grande lago que se tornou salgado. Antes da década de 1960, tinha 2 62.000 km de extensão. Hoje, já perdeu dois terços da sua área de superfície.
Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br>. Acesso em: 12 out. 2016.
Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 12 out.2016.
O desenrolar do processo mencionado no texto e nos mapas é resultado de
Até o ano de 1990, apenas 70 acordos preferenciais de comércio estavam em vigor. A partir dos anos de 1990, houve um aumento expressivo dos acordos preferenciais. Em 2013, mais de 500 acordos preferenciais haviam sido notificados à OMC, estando, no ano de 2013, em vigor, 356 deles. Da totalidade de acordos, 390 foram notificados por meio do artigo XXIV (OMC; 2013). Como resultado, atualmente quase todos os membros da OMC participam de, ao menos, um bloco. Esse fenômeno é reconhecido como a segunda onda de regionalismo, em contraste com a primeira onda, ocorrida entre o final dos anos de 1950 e a década de 1960.
Disponível em: <http://www.ppge.ufrgs.br/>. Acesso em: 29 mai. 2016.
Uma ação emblemática que vai ao encontro da ideia central desse texto consiste na
A RJ-081 é popularmente conhecida como Via Light, uma pista expressa do Estado do Rio de Janeiro, que ligará a capital até Nova Iguaçu, atravessando os municípios de São João de Meriti, Nilópolis e Mesquita. Leva esse nome porque ao seu redor estão as torres de alta tensão da concessionária de energia que abastece boa parte dos municípios do Estado.
Com a intenção de caracterizar a dinâmica dos fluxos migratórios no município de Nilópolis, um professor salientou com alguns textos a importância da construção de uma obra de infraestrutura para a região metropolitana do Rio de Janeiro, que poderá estimular o seguinte tipo de fluxo populacional:
A Roda de Capoeira, uma das manifestações culturais mais conhecidas no Brasil e reconhecidas no mundo, recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O reconhecimento da Roda de Capoeira pela Unesco é uma conquista muito importante para a cultura brasileira. A capoeira tem raízes africanas que devem ser cada vez mais valorizadas por nós.
Disponível em: <www.cultura.gov.br>. Acesso em: 28 mar. 2016.
A importância do reconhecimento da arte citada como patrimônio cultural imaterial da humanidade se dá pelo fato de que essa manifestação
Disponível em: <https://cienciasressurp.wordpress.com>. Acesso em: 13 abr. 2015.
Nessa imagem, o impacto da gota de chuva sobre o solo causa a fragmentação e formação de pequenas partículas que bloqueiam os poros e a água que escorre superficialmente deposita esses sedimentos nas partes baixas. Denomina-se esse fenômeno de erosão como
Leia os Textos I e II.
Texto I
Doutor Roberto é engenheiro. Trabalha na construção de uma das várias rodovias que estão sendo feitas no meio da selva amazônica: a Transamazônica (BR 230). Por esse motivo, ele e a esposa moram num vilarejo, á margem do rio Xingu. Durante o ano letivo, seu filho Ronaldo estuda em Brasília, onde residem seus padrinhos, em cuja casa se hospeda. Agora, que estava de férias, o garoto fora passar um mês na companhia dos pais.
OTTONI, Margarida. Dois Meninos na Transamazônica. Rio de Janeiro: Conquista, 1982, p. 21. (Adaptação)
Texto II
Nomenclatura das rodovias federais é definida pelo Plano Nacional de Viação (PNV). Todas começam pela sigla BR, que significa que a rodovia é federal, seguida por três algarismos. O primeiro algarismo indica a categoria da rodovia, os dois outros algarismos definem a posição, a partir da orientação geral da rodovia, relativamente à Capital Federal e aos limites do País (Norte, Sul, Leste e Oeste).
Disponível em: <http://www.dnit.gov.br>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Um professor de geografia explicaria em sua aula sobre os sistemas de transportes no Brasil, que a rodovia em questão no Texto I é definida, pelos critérios do Texto II, como sendo
Um professor de Geografia, querendo tornar suas aulas mais atrativas, usa um trecho do mais novo livro de Dan Brown com a descrição de obras de arte que fazem comparações com questões demográficas atuais.
[...] Uma pintura que mostrava um vasto mar de gente, uma multidão de pessoas doentes amontoadas umas sobre as outras em um denso emaranhado de corpos nus. [...] O grande artista Doré e sua interpretação macabra da visão do Inferno criada por Dante Alighieri. [...] Se pegássemos esse pedaço de papel e o rasgássemos em dois [...]e depois colocássemos as duas metades uma em cima da outra [...] produziríamos uma pilha quatro vezes maior que o papel original [...] Quero chegar à constatação de que a história do nosso crescimento populacional é ainda mais dramática. A população da Terra, assim como a nossa pilha de papel, teve um início bastante inexpressivo, mas seu potencial é alarmante. [...] A cada ano, acrescentamos à população do planeta um pouco mais que o equivalente a toda a população da Alemanha.
Brown, Dan. Inferno. Edição Especial. São Paulo: Arqueiro, 2014,p.106-107 (adaptação)
A teoria demográfica que inspirou o autor nesse conto retratado é denominada de
Analise os mapas 1 e 2 do Município de Nilópolis.
Mapa 1
Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@-22.8049068,-43.4027729,11.75z>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Mapa 2
Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@-22.8049068,-43.4027729,11.75z>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Numa aula de Geografia, o professor demonstra a importância da escala dos mapas para diferentes tipos de análises geográficas.
Considerando os aspectos de representação cartográficos utilizados, uma diferença na representação entre esses dois mapas, consiste em que o segundo
TEXTO III
O poeta
O poeta não gosta de
palavras: escreve para se ver livre delas.
A palavra
torna o poeta
pequeno e sem invenção.
Quando,
sobre o abismo da morte,
o poeta escreve terra,
na palavra ele se apaga
e suja a página de areia.
Quando escreve sangue
o poeta sangra
e a única veia que lhe dói
é aquela que ele não sente.
Com raiva,
o poeta inicia a escrita
como um rio desflorando o chão.
Cada palavra é um vidro em que se corta.
O poeta não quer escrever.
Apenas ser escrito.
Escrever, talvez,
apenas enquanto dorme.
COUTO, Mia. Vagas e lumes. Lisboa: Editorial Caminho, 2014.
Considerando-se as funções da linguagem, ao se discorrer sobre o fazer do poeta, dentre os elementos adotados na construção do texto, empregou-se a
TEXTO I
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
___Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
___Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, vem sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
___Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí. Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
___Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.
PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção
Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
No período [...] Olho rápido para a rua e devolvo: [...], a palavra destacada assume o valor gramatical de um
TEXTO I
Ser deficiente é privilégio de ser diferente
___Uma cena usual no dia a dia de um parampa (que é como os paraplégicos paulistas se denominam, melhorzinho que o metálico chumbado, termo preferido pelos cariocas): num estacionamento, esperando o manobrista número um trazer o carro. Se aproxima o manobrista número dois, olha minha cadeira de rodas, o horizonte, e pergunta na lata: Foi acidente? Olho rápido para a rua e devolvo: Onde? Algum ferido? Melhor chamar uma ambulância! Vocês têm telefone?
___Outra cena: numa fila de espera, se aproxima um sujeito, aponta a cadeira de rodas e diz: É duro, né? Minha resposta: Não, é até confortável. Quer experimentar? Mais uma: uma criança brincando pelos corredores de um shopping me vê na cadeira e pergunta: Por que você está na cadeira de rodas? Devolvo: Porque eu quero. E você, por que não está na sua? Já vi crianças me apontando e dizendo para os pais: Quero uma igual àquela! Quando o pai vem se desculpar (e não sei por quê, vem sempre se desculpar), eu logo interrompo: Compre logo uma para ele. Sem contar os incontáveis comentários tipo Tem que se conformar, O que se pode fazer?, A vida tem dessas coisas...
___Peculiar curiosidade essa de saber se um paraplégico é um acidentado ou de nascença. À beira da piscina de um hotel, lá vem o hóspede. Para ao meu lado e solta um Foi acidente?. Antes que eu exibisse minha grosseria e impaciência, ele foi avisando: Sou ortopedista. Costumo operar casos como o seu. Aqui na região há muitos motoqueiros que se acidentam... Entramos numa conversa técnica que até poderia render se ele não dissesse, me olhando nos olhos: Jesus cura isso aí. Antes que eu perguntasse o endereço do consultório desse Jesus, ele continuou: Você pode não acreditar, mas já o vi curando muitos iguais a você. Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim costuma ser minha resposta que, se não me engano, é verdadeira.
___Aliás, Paulo Roberto, paraplégico, professor de filosofia de Brasília, anunciou seu novo enunciado: “Nós não devemos ser curados. Seria um trauma maior que o próprio acidente. Não conseguiríamos reconstruir uma terceira identidade. Não saberíamos administrar nossa falta de diferença. O homem cultural, diferente do homem natural, é aquele que constrói a si próprio, pelo respeito ao que possa ter de igual e de diferente.” Foi minha última e definitiva revelação nesses 13 anos de paraplegia. Se alguém me ouvisse, um dia, nas ruas do centro, dizendo a mim mesmo Que sorte ter ficado paraplégico, não acreditaria. Mas eu disse: Conheço um mundo que poucos conhecem. Sou diferente. Sou um privilegiado.
PAIVA, Marcelo Rubens. Crônicas para ler na escola. Seleção
Regina Zilberman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Eu não quero ser curado. Eu estou bem assim [...]
Caso quiséssemos unir essas duas orações do texto em um período composto, a conjunção apropriada seria