Dentre os grandes dilemas da Educação Infantil, atualmente, pode-se observar
alguns que foram sistematizados na obra de Merseth (2018). Um dos 22 casos que ela
descreve é o da Marta, diretora da Escola do Bosque, uma instituição de Educação
Infantil mantida por uma indústria. A escola, conhecida por suas práticas inovadoras,
tem como princípios a relação próxima com a natureza, o desenvolvimento integral e o
brincar. No entanto, a inovação está sendo ameaçada pelas exigências dos
patrocinadores, influenciados por algumas famílias que reivindicam alterações drásticas
na proposta da escola. Por outro lado, professores e funcionários pressionam a diretora
para que ela mantenha os princípios que fazem daquela escola uma instituição à frente
de seu tempo. Na condição de docente da Educação Infantil numa escola como essa, a
função social estaria assegurada quando:
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) representa um dos mais relevantes
documentos da escola e está previsto na LDBEN 9394/96. Elaboradora, coletivamente,
a Professora Camila foi convidada pela gestão da escola de Educação Infantil para
desenvolver uma prática de diálogo com as famílias na reformulação desse documento.
O amparo legal está no Art. 12 da LDBEN e representa uma das formas de gestão
democrática prevista na CF (1988), Art. 206. Mesmo na escola de Educação Infantil, o
PPP deve conter os princípios de construção do pluralismo de ideias e da autonomia. O
documento naquela escola continha as seguintes partes: as finalidades da escola, a
estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações
de trabalho. Parecia estar faltando a organização de uma prática de acompanhamento
dos processos e resultados que seria:
Ainda que seja na Educação Infantil, a Gestão Democrática pode ser desenvolvida
desde práticas muito comuns como os “combinados”, as rodas de conversa para avaliar
o comportamento de cada um e do grupo, entre outras formas de participação e tomada
de decisão. Ao longo da condição histórica das escolas de Educação Infantil, a
preparação para a responsabilização coletiva no sentido de realização de um trabalho
mais efetivo. Pois bem, são órgãos colegiados com os quais todas as escolas devem
lidar:
Rosana é uma professora de Educação Infantil e cinéfila. Porque adora cinema,
sempre revê clássicos como Tempos Modernos (Chaplin, 1936). Ao ver algumas cenas,
ela relembra de algumas atividades escolares que ocorrem sob a influência do
taylorismo e do fordismo que ainda persistem na gestão escolar. Segundo Paro (2011),
esse conjunto de ações como atuação desligada do contexto em que se vive; práticas
despolitizadas e esvaziadas de conteúdo; alienação e rotinização do trabalho e
predomínio de registros e controles burocráticos. Na Educação Infantil, sobretudo, quais
seriam as práticas que comprometeriam, fortemente, a função social dessa etapa?
A Professora Luana foi aprovada em concurso público para atuar na Educação
Infantil depois de haver concluído seu curso de Pedagogia. Ela está em um dos muitos
municípios do Brasil e, mesmo formada recentemente, foi convidada pela gestão da
escola a participar da formação continuada que é oferecida pelo município. Pois bem,
um dos importantes argumentos que a convenceram para seguir sua formação foi a
relevância desse processo uma vez que permite: