Leia o texto a seguir para responder a questão.
Os termos “enzima sistêmica intramuscular” e “enzima
de emagrecimento” ganharam as redes sociais nos últimos
dias. O grupo de substâncias que comercialmente recebe
esse nome por acelerar o metabolismo, porém, é controverso
no meio médico. Instituições ligadas à saúde dizem que
não há estudos que comprovem a eficácia e muito menos a
segurança desses procedimentos injetáveis. As supostas
“enzimas” usadas nos tratamentos estéticos trazem vitaminas e substâncias não especificadas. Em casos extremos,
centros de emagrecimento aplicam hormônios para tireoide e
testosterona em pacientes para provocar o efeito prometido.
Sem se identificar, a Folha entrou em contato com duas
redes de estética, uma de São Paulo e outra de Minas Gerais,
e perguntou quais as substâncias mais usadas na enzima intramuscular. As duas negaram a informação e disseram que
a combinação depende de avaliação individual. Uma delas
definiu as enzimas como “ativos que promovem redução de
gordura localizada, emagrecimento e até ganho de massa”,
utilizando até cinco substâncias. As duas disseram não usar
hormônios.
Uma moradora do estado do Pará disse ter perdido um
rim depois de injetar enzimas no abdômen. Em seu relato,
compartilhado em seu perfil nas redes sociais, ela mostra
uma conversa em que o profissional responsável pelo procedimento afirma que a combinação utilizada por ela continha
silício, cafeína, chá verde, colágeno, vitamina B12 e queratina.
“Parece que foi algo pesquisado na internet e tentaram passar
para mim”, comenta a vítima na mesma gravação.
Por definição, enzimas são proteínas que aceleram o
metabolismo, mas, de acordo com o médico endocrinologista
Lucas do Prado Palmiro, nem tudo que é vendido no mercado
estético com este nome é de fato enzimático. Palmiro aplica
enzimas em seu consultório e defende que as composições
são eficazes, com resultados que “até parecem mágica”, desde
que bem receitadas. “Quando a gente fala em enzima de
emagrecimento, passa de 100 medicamentos diferentes e
a gama de produtos é cada vez maior. O problema, na realidade, é chamar de enzima tudo que compreende uma série
de vitaminas e medicamentos”, conclui.
(Folha de S. Paulo, 27.10.2022. Adaptado)