Questões de Concurso
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Na obra Teoria estética, Adorno afirma que a arte é um meio de liberdade e criatividade no mundo tecnocrata. A função da obra de arte é, portanto, desempenhar uma crítica, sendo, ainda, um tópos da utopia e do desejo humano. Nesse sentido, a arte é o fermento de um mundo livre. Adorno admirou a segunda Escola de Viena, que rejeitou a gramática musical existente e utilizou uma sintaxe musical nova, a atonalidade. Em Filosofia da nova música, Adorno defende uma modernidade radical.
Considerando o texto acima e o pensamento de Adorno, assinale a opção correta.
O que chamamos de sentido é isto: a apreensão de uma unidade entre intenção e resultado. O sentido é produzido, ele não habita simplesmente a obra bruta, ele é construído pelo trabalho de quem procura estabelecê-lo, tornando-o apreensível. Tal é a proposição principal que gera a hermenêutica.
Anne Cauquelin. Teorias da arte São Paulo: Martins
Fontes, 2005, p. 95-6 (com adaptações).
Assinale a opção em que é apresentado o nome do filósofo
concernente à tradição hermenêutica.
A violência do princípio “saber é poder” (Francis Bacon), ou seja, a imposição da “técnica social”, da razão funcional, instrumental, tecnológica, com o seu afã de disponibilizar tudo, homens e coisas, perpassa totalmente a sociedade de nosso tempo, nas análises de Herbert Marcuse (1898-1979). A sociedade se torna um sistema funcional autoconstituído. É uma nova forma de “ditadura” ou “totalitarismo”. Agora, o totalitarismo já não provém deste ou daquele partido ou Estado, não tem cor, é anônimo. Mesmo a democracia é apenas uma aparência. Aparentemente, trata-se da “soberania do povo”, mas, em verdade, o que está em questão é a regência dos mecanismos estabelecidos pelo sistema. A dominação se tornou racional e a racionalidade, dominadora. Ninguém mais governa e todos são dominados. Dessa situação histórica surge o Homem unidimensional, título de um livro de Marcuse, de 1964. Assim, o mundo fica chato, isto é, plano (e monótono). A dominação ocorre não só por meio da tecnologia, mas como tecnologia. Paradoxalmente, a sociedade racional enterra, de vez, a ideia da razão.
Com relação às ideias expostas no texto acima, assinale a opção correta.
A propósito dessas informações, assinale a opção correta.
Em seu último escrito, Teses sobre o conceito de história (1940), Walter Benjamin propõe um método de análise da história, que, ao contrário do marxismo ortodoxo, não visa estabelecer, por meio da estrutura, as leis que dominam a história, mas antes a percorrer os seus desvios, a interrogar o que, sendo superestrutural, é também marginal, para ver nesses restos desfeitos a força explosiva que pode fazer que a história dê o salto da revolução, aquele salto que a livra dos vínculos de um continuum que tudo nivela, porque progride sem nunca poder salvar. Nessa perspectiva, ele afirma: “Marx diz que as revoluções são locomotivas da história. Talvez seja exatamente o contrário. Talvez as revoluções sejam o cabo do freio de emergência da humanidade que viaja nesse trem”.
Acerca das ideias expressas acima, assinale a opção correta.
Além da crítica de Heidegger, há outras críticas à racionalidade técnica no pensamento contemporâneo. Há toda uma tradição crítica que vai de Max Weber aos principais nomes da Escola de Frankfurt. Um ano antes de sua morte, em 1919, o sociólogo Max Weber (1864-1920) saudava o novo espírito da modernidade, mas advertia que o “sutil manto da racionalização”, que inicialmente estava a serviço do mundo da vida, tornara-se uma ‘jaula de aço’, na qual os filhos da modernidade, no ápice da civilização ocidental, corriam o risco de se tornarem ‘especialistas sem espírito e hedonistas sem coração’. O ‘Nada’ seria o estado normal do ‘último homem’. A racionalização científica produzira um irreversível ‘desencanto’. Tendo comido do fruto da árvore do conhecimento, a humanidade tornava-se incapaz de fundar racionalmente valores últimos e escolhas de vida: “É o destino de nossa época com a sua característica racionalização e intelectualização e, sobretudo, com o seu desencanto do mundo, pois justamente os valores últimos e mais sublimes são retirados da esfera pública para refugiar-se no reino extramundano da vida mística ou da fraternidade de relações imediatas entre os indivíduos”.
Com referência a essa crítica de Max Weber, assinale a opção correta.
Para Heidegger, a ciência e a técnica constituem não somente se funda sobre uma compreensão do ser do ente, mas constitui mesmo uma experiência de verdade, ou seja, de desencobrimento do ente no seu ser. “O desencobrimento que domina a técnica moderna possui como característica o pôr, no sentido de explorar” (...). “Essa exploração acontece em um múltiplo movimento: a energia escondida na natureza é extraída; o extraído é transformado; o transformado, estocado; o estocado, distribuído; o distribuído, reprocessado. Extrair, transformar, estocar, distribuir, reprocessar são todos modos de desencobrimento”. “Todavia, esse desencobrimento não se dá simplesmente. Tampouco, perde-se no indeterminado. Pelo controle, o desencobrimento abre para si mesmo suas próprias pistas, entrelaçadas numa trança múltipla e diversa. Por toda parte, assegura-se o controle, pois controle e segurança constituem até as marcas fundamentais do desencobrimento explorador”. Entretanto, o perigo ou a ameaça da técnica não vem propriamente do uso que o homem faz dos artefatos técnicos, mas do totalitarismo dessa experiência de verdade: “A ameaça que pesa sobre o homem não vem, em primeiro lugar, das máquinas e dos equipamentos técnicos, cuja ação pode ser eventualmente mortífera. A ameaça, propriamente dita, já atingiu a essência do homem. O predomínio da com-posição arrasta consigo a possibilidade ameaçadora de se poder vetar ao homem a possibilidade de voltar-se para um descobrimento mais originário e fazer assim a experiência de uma verdade mais inaugural”.
Tendo em vista a compreensão da técnica como forma de verdade dominante na experiência histórica do homem contemporâneo, assinale a opção correta.