Questões de Concurso
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O estudo das Ciências Sociais no Ensino Médio tem como objetivo mais geral introduzir o aluno nas principais questões conceituais e metodológicas das disciplinas de Sociologia, Antropologia e Política. Assim, pela via do conhecimento sociológico sistematizado, o educando poderá construir uma postura mais reflexiva e crítica diante da complexidade do mundo moderno. Acerca deste tema analise as afirmativas abaixo baseadas nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino de Sociologia no Ensino Médio e em seguida marque a única alternativa correta.
I - Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana, ampliando a “visão de mundo” e o “horizonte de expectativas”, nas relações interpessoais com os vários grupos sociais constitui-se como uma das competências e habilidades de representação e comunicação a serem desenvolvidas no ensino de sociologia no Ensino Médio.
II - Compreender as transformações no mundo do trabalho e o novo perfil de qualificação exigida, gerados por mudanças na ordem econômica constitui-se como uma das competências e habilidades de contextualização sociocultural a serem desenvolvidas no ensino de Sociologia no Ensino Médio.
III - Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias e segmentos sociais,
agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto princípio estético, político e ético
que supera conflitos e tensões do mundo atual constitui-se como uma das competências e
habilidades de investigação e compreensão a serem desenvolvidas no ensino de Sociologia no
Ensino Médio.
De acordo com Marise Nogueira Ramos, "o sentido do trabalho no ensino médio certamente é uma das questões que clivaram, historicamente, a natureza do currículo nessa etapa de formação. Isto porque é nessa fase que ocorre a explicitação do modo como o conhecimento se relaciona com o trabalho. Também nesse momento, tanto os jovens estão projetando suas vidas como componentes da população economicamente ativa, o que inclui as escolhas profissionais, quanto os adultos veem nessa etapa de ensino a possibilidade de se qualificarem como trabalhadores" (RAMOS, M. N. O currículo para o Ensino Médio em suas diferentes modalidades: concepções, propostas e problemas. Educ. Soc., Campinas, v. 32, n. 116, p. 771-788, Set. 2011, p. 771).
Acerca esse tema marque a única alternativa que não corresponde a uma das possibilidades de contribuição das Ciências Sociais ao Ensino Médio Integrado.
Segundo Maria da Glória Gohn, um movimento social é aquele que cria sua própria identidade a partir de suas necessidades e seus desejos, tomando referentes com os quais se identifica, outros igualmente carentes, excluídos ou sem direitos, reconhecimentos ou pertencimentos (GOHN, M. G. Movimentos Sociais e redes de mobilizações civis no Brasil contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 31).
Com base nesta definição podemos afirmar que:
Sobre a globalização econômica e a mundialização da cultura analise as afirmativas abaixo e marque a única alternativa correta.
I - Em sua obra "A Ideologia Alemã" Karl Marx sugeria que a globalização das forças produtivas era a única maneira de estabelecer um intercâmbio universal entre os homens tornando cada uma deles dependentes das perturbações dos restantes e fazendo com que finalmente eles vivessem sua história local em âmbito mundial.
II - Para Octavio Ianni a globalização pode ser definida como a subordinação do local aos eventos econômicos mundiais, de modo que a "transformação local" é tanto uma parte da globalização quanto a extensão lateral das conexões sociais através do tempo e do espaço.
III - Para Anthony Giddens a mundialização da cultura é um fenômeno exclusivamente moderno que se desenvolve a partir da emergência das forças produtivas europeias ao longo do século XVII.
IV - Para Alex Fiúza de Mello a hegemonização universal do estilo de vida burguês (na condição
de cultura mundial) só é devidamente completada quando suas características societárias
fundamentais, sua forma típica de produção e de distribuição rompem com as tradições locais por
meio de redes de relações mantidas entre as elites econômicas (que também são culturais)
transnacionais.
O conceito de gênero tem estimulado os estudos atuais de pesquisadores em diferentes campos de conhecimento, embora hoje sua utilização, enquanto categoria de análise, tenha pontos de divergência entre algumas pesquisadoras feministas. Elas questionam, segundo Scott (1992), que a formulação do conceito tem "despolitizado" o movimento feminista, pois gênero é um termo aparentemente neutro, desprovido de propósito ideológico imediato (ALVARES, M. L. M, D'INCAO, M. A. A Mulher Existe? Uma contribuição ao estudo da mulher e gênero na Amazônia. Belém: GEPEM, 1995).
Acerca do tema gênero marque a única alternativa correta.
Segundo Thomas Khun, para compreendermos a especificidade do desenvolvimento da ciência, "não precisamos deslindar os detalhes biográficos e de personalidade que levam cada indivíduo a uma escolha particular [...]. Entretanto, precisamos entender a maneira pela qual um conjunto determinado de valores compartilhados entra em interação com as experiências particulares comuns a uma comunidade de especialistas, de tal modo que a maior parte do grupo acabe por considerar que um conjunto de argumentos é mais decisivo que outro" (KHUN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996, p. 246).
Esta perspectiva abriu espaço para compreender que a ciência é constituída por paradigmas epistemológicos que encontram-se em constante mutação, razão pela qual quando ocorrem "revoluções científicas", como a copernicana ou a darwinista, por exemplo, é porque manifesta-se um sentimento crescente de que tais paradigmas deixam de funcionar adequadamente na exploração de um aspecto da natureza, cuja exploração fora anteriormente dirigida pelo paradigma. Nas ciências sociais a noção de paradigma pode ser combinada com a de matriz disciplinar, conforme demonstra Roberto Cardoso de Oliveira.
Baseado nisto marque a alternativa que não contém uma das combinações possíveis entre paradigma e matriz disciplinar nas ciências sociais.
"As etapas do pensamento sociológico", de Raymond Aron, constitui-se numa das obras mais importantes para a compreensão do desenvolvimento da teoria sociológica. Tendo como escopo a discussão presente na mesma, analise as afirmativas a seguir e marque a única alternativa correta:
I Karl Marx descreveu o prodigioso desenvolvimento do Estado administrativo centralizado - este mesmo Estado que Tocqueville analisou e do qual ele mostrou as origens pré-revolucionárias -, que ele viu ganhar progressivamente amplitude e poderio à medida que se processava o desenvolvimento democrático.
II Para Tocqueville a sociedade moderna era definida pelo seu caráter democrático, que para ele
queria dizer a atenuação das distinções de classes, ou de Estado, a tendência à igualdade
progressiva da condição social e até mesmo, num prazo mais longo, da condição econômica.
III O pensamento de Vilfreto Pareto se baseia no reconhecimento da contradição entre a
racionalidade das teorias econômicas e a irracionalidade do comportamento humano
IV Para Durkheim a sociedade moderna não se baseia no contrato, como a divisão do trabalho não se explica a partir de decisões racionais dos indivíduos de repartir as ocupações para aumentar a produção coletiva.
V Segundo Max Weber, a sociologia é a ciência da ação social, que ela quer compreender
interpretando, e cujo desenvolvimento quer explicar socialmente.
O trecho acima se refere a um grupo nômade que transita na região do deserto do Sahara. Diversos autores das ciências sociais refletiram acerca do conceito de Cultura. Diante disto, qual conceito de Cultura não se aplica a definição realizada por seus autores:
Na exata medida em que a iniciação é, inegavelmente, uma comprovação da coragem pessoal, esta se exprime – se é que podemos dizê-lo – no silêncio oposto ao do sofrimento. Entretanto, depois da iniciação, já esquecido todo sofrimento, ainda subsiste algo, um saldo irrevogável, os sulcos deixados no corpo pela operação executada com a faca ou a pedra, as cicatrizes das feridas recebidas. Um homem iniciado é um homem marcado. O objetivo da iniciação, em seu momento de tortura, é marcar o corpo: no ritual iniciatório, a sociedade imprime sua marca no corpo dos jovens. Ora, uma cicatriz, uma marca, são indeléveis (...) A marca é um obstáculo ao esquecimento, o próprio corpo traz impressos em si os sulcos da lembrança – o corpo é uma memória (CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora S.A., 1988, p.128)
No referido trecho, o antropólogo francês Pierre Clastres, demonstra como nas chamadas
sociedades primitivas o corpo tinha o status de uma escritura, sobre a qual as normas, os
costumes sociais eram inevitavelmente inscritos. Diante disto, qual a alternativa que NÃO se
aproxima do debate por Clastres: