Questões de Concurso Comentadas para câmara de belo horizonte - mg

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Q2473086 Administração Geral
Na repartição pública municipal em que atua, Maísa, servidora pública de carreira, foi incumbida de realizar uma análise aprofundada da cultura organizacional. Durante sua investigação, a servidora constatou a existência de uma cultura interna onde os membros compartilhavam uma sólida sensação de pertencimento e apoio mútuo. Adicionalmente, observou-se uma clara definição e comunicação dos valores fundamentais e da missão da organização, promovendo uma sintonia efetiva entre os objetivos individuais e as metas organizacionais. Notavelmente, os líderes também adotavam uma abordagem participativa, colaborativa e facilitadora, fomentando a autonomia e a responsabilidade compartilhada entre os membros da equipe. Sobre os tipos de cultura organizacional propostos por Richard L. Daft, representa a descrição apontada pela servidora a Cultura
Alternativas
Q2473084 Administração Geral
A cultura organizacional configura-se como o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por meio de normas, valores, atitudes e expectativas, os quais são compartilhados por todos os membros de uma organização (Chiavenato, 2022). Nos estudos dedicados a essa temática, inúmeros elementos emergem, contribuindo para a definição e caracterização dessa cultura. Esses elementos proporcionam uma compreensão mais aprofundada sobre a natureza da organização, oferecendo insights valiosos sobre como os indivíduos podem efetivamente atuar dentro desse contexto. “ _________________ representa o conjunto de sentimentos predominantes numa determinada organização e envolve a satisfação dos colaboradores, tanto nos aspectos mais técnicos de suas carreiras e trabalho quanto nos aspectos afetivos e emocionais, refletindo em suas relações com os colegas de trabalho, com os superiores e com os clientes de um modo geral. É a tendência de percepção que os membros de uma organização possuem a respeito de seu grau de satisfação em relação ao conjunto ou a determinada característica da organização (Chiavenato, 2022, p. 157).” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior. 
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Q2473082 Administração Geral
Davenport define os processos como uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo e um fim, com entradas (inputs) e saídas (outputs) claramente identificadas. A gestão de processos compreende as ações que uma organização desempenha para se otimizar, se tornar mais produtiva e realizar seus fluxos de negócio.

(Araújo, Garcia e Martines, 2022.)

Com base nos aspectos relacionados à gestão de processos, o nome da abordagem que permite elencar os processos críticos ou cruciais da organização, definir critérios de priorização de investimentos e definir indicadores de desempenho baseados em processos, sendo um importante elo entre as estratégias organizacionais e suas atividades, trata-se de: 
Alternativas
Q2473081 Administração Geral
Conforme Scherer e Carlomagno(2016)destacam em sua obra “Gestão da Inovação na Prática”, que as inovações não surgem de forma espontânea ou isolada, mas, primordialmente, derivam de intenções deliberadas e florescem em ambientes propícios, terrenos férteis onde as ideias prosperam. Tanto organizações públicas quanto privadas podem ser identificadas por sua capacidade de fomentar a inovação, abrangendo diversas dimensões, como produtos, processos, serviços, modelos de negócios e estruturas organizacionais. Uma das principais ferramentas para a gestão da inovação no ambiente corporativo é o Octógono da Inovação, uma ferramenta desenhada tanto para o diagnóstico do potencial inovador quanto para a gestão de empresas inovadoras. “ ____________________ é responsável pelas estratégias da organização, por estipular a distribuição dos recursos e por estabelecer as regras competitivas e de crescimento. Além disso, relaciona-se ao comprometimento com a inovação e ao processo de facilitação do fluxo de ideias e do conhecimento, e transformação da realidade da empresa.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
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Q2473079 Administração Geral
Nonaka e Takeuchi desenvolveram um modelo que delineia o processo de geração do conhecimento nas organizações. De acordo com os autores, esse processo envolve quatro etapas cruciais, conhecidas como a espiral do conhecimento. Essas etapas delineiam a constante transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Com base nas etapas da espiral do conhecimento em uma organização pública, relacione adequadamente as colunas a seguir. 

1. Socialização. 2. Externalização. 3. Combinação. 4. Internalização.

( ) Um grupo de servidores públicos colabora na elaboração de relatórios que documentam as melhores práticas identificadas em projetos anteriores. Durante esse processo, eles articulam conceitos e insights para criar um conhecimento mais formal.

( ) Após a leitura de manuais e participação em treinamentos sobre um novo software, um servidor público começa a aplicar esses conceitos em suas atividades diárias.

( ) Em uma reunião de equipe, um funcionário compartilha suas experiências práticas com colegas, discutindo os desafios enfrentados durante a implementação de políticas públicas.

( ) A área de gestão de projetos da organização utiliza um sistema de gestão de conhecimento para integrar informações provenientes de diferentes setores. Ao combinar dados, estatísticas e relatórios, a organização pode identificar padrões e tendências que informam decisões estratégicas.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2473076 Gestão de Pessoas
Uma das principais metas da avaliação de desempenho é analisar cuidadosamente a contribuição do desempenho humano, que precisa ser excelente em todos os momentos, para que a organização tenha competitividade para atuar e se sair bem no mundo globalizado de hoje. O desempenho e a satisfação melhoram quando a avaliação é baseada em critérios comportamentais e orientados para resultados, quando as questões do desempenho e da carreira são abertamente discutidas e quando o funcionário tem a oportunidade de participar do processo de avaliação. A avaliação de desempenho deve proporcionar benefícios para a organização e para as pessoas, e para tal ela deve atender a algumas linhas básicas.

(CHIAVENATO, 2014.)


Considerando o disposto, uma das linhas básicas a ser atendida é que a avaliação de desempenho deverá: 
Alternativas
Q2473075 Gestão de Pessoas
A consultoria interna de RH tem assumido papel importante nas organizações, tais como prática de apoio à gestão, agilidade das ações empresariais, redução de custos em atividades realizadas por consultores, respostas rápidas em problemas emergenciais, responsabilidade pessoal sobre o monitoramento e implementação das tarefas, e preparação dos profissionais para posições de liderança.
(LEITE, ALBUQUERQUE, 2009.)


Considerando o tema, avalie as afirmativas correlatas e a relação proposta entre elas.


I. “A interação do consultor interno de RH com a organização deve ser sólida, baseada na confiança, bem planejada;sua associação às práticas e políticas de RH devem contribuir para o alinhamento entre as pessoas e estratégias da organização, sendo esse modelo de consultoria responsável por atribuir um olhar sistêmico sobre a organização, conferindo à área de gestão de pessoas um papel de apoio à gestão.”


PORQUE


II. “Esse modelo de consultoria facilita o desenvolvimento do trabalho para ser realizado com maior eficácia e o consultor assegura a rapidez e a transparência da comunicação, acompanha o desempenho individual e organizacional, aproxima líderes e equipes, estimula-os a buscarem a direção dos resultados da empresa e faz com que compreendam que os objetivos organizacionais também representam seus objetivos.”

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2473074 Gestão de Pessoas
O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos para abastecer o processo seletivo, e ele é realizado de acordo com o objetivo a que se propõe: foco na busca de candidatos para preencher cargos que estão vagos mantendo inalterado seu status quo, ou pode estar concentrado na busca e aquisição de competências; a seleção de pessoas também apresenta o mesmo dilema: foco no preenchimento de cargos mantendo o nível de trabalho adequado ou concentrar-se na agregação de competências a serem capturadas pela organização. 

(CHIAVENATO, 2014.)
No quadro a seguir são apresentadas algumas características do recrutamento e seleção baseados em cargos e em competências: 



Imagem associada para resolução da questão


No quadro apresentado, de acordo com as características, assinale a alternativa que completa corretamente o foco do recrutamento e da seleção.

Alternativas
Q2473073 Gestão de Pessoas
As pessoas possuem capacidade de aprender e se desenvolver, estando intimamente relacionadas à educação, cujo conjunto de práticas e políticas visam à potencialização de suas habilidades e competências pessoais e profissionais, valorização de seu desenvolvimento individual e coletivo e que lhes assegure a oportunidade de ser aquilo que ele pode ser a partir de suas potencialidades, inatas ou adquiridas. O processo de desenvolver pessoas dentro das organizações é composto por estratos.

(ROBBINS, 2005; CHIAVENATO, 2014.)


Considerando o texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) O desenvolvimento de pessoas é um estrato menor e a aprendizagem é tratada no nível individual; consiste no processo de fornecer formação básica, para que aprendam novas habilidades, competências, atitudes, soluções etc.; orientado para o futuro, focalizado no crescimento e desenvolvimento profissional e pessoal e visando à carreira futura e não apenas ao cargo atual.
( ) O desenvolvimento gerencial é o estrato com amplitude média e a aprendizagem é tratada no nível organizacional; consiste no conjunto de ações no sentido de desenvolver habilidades e competências gerenciais, como liderança, motivação, condução de equipes e gestão dos processos de gestão de pessoas.
( ) O desenvolvimento organizacional é o estrato mais amplo e a aprendizagem é o fundamento básico no nível individual ou organizacional; é um termo utilizado para englobar intervenções nas mudanças planejadas, proporcionadas pela organização; oferece oportunidade de melhora do desempenho e eficácia organizacional bem como no crescimento humano e no bem-estar dos funcionários.
( ) O treinamento é um estrato menor e a aprendizagem é tratada no nível individual; é o meio das pessoas se tornarem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de aumentar a possibilidade de desempenhar de forma excelente as tarefas do seu cargo; orientado para o presente, focalizado na melhoria de habilidades e competências relacionadas com o desempenho imediato do cargo atual.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2473072 Gestão de Pessoas
A gestão de pessoas é uma área contingencial e situacional, que depende de vários aspectos coorporativos e das características das pessoas que a constituem, tornando-a única em cada organização. Atualmente, as organizações compreendem que para haver um processo produtivo é necessária a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com um recurso e, na Era da Informação, o conhecimento é mais valioso do que o capital financeiro e, nesse contexto, a moderna gestão de pessoas está diretamente relacionada com talento, competências, habilidades e capital intelectual.

(CHIAVENATO, 2014; LACOMBE, 2012.)


Relacione adequadamente os aspectos fundamentais nos quais a gestão de pessoas se baseia aos conceitos apresentados. 

1. Pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais. 2. Pessoas como parceiros da organização. 3. Pessoas como seres humanos.

( ) Funcionam como elementos impulsionadores da organização, podendo dotá-la de talento indispensável à sua constante renovação e competitividade em um contexto cheio de mudanças e desafios, tendo as pessoas fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos.
( ) Possuem personalidade própria, diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada; possuidores de conhecimentos, habilidades, competências indispensáveis à adequada gestão dos demais recursos organizacionais e/ou à adequação de alguma necessidade organizacional.

( ) Realizam investimentos na organização, como tempo, esforço, responsabilidade, comprometimento etc., na expectativa de colher retornos deles, como salários, crescimento profissional, carreira etc., que,sendo razoáveis e sustentados, a tendência é a manutenção ou aumento do investimento e a reciprocidade na interação entre pessoas e organizações.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2473071 Administração Geral
A liderança tem como parte de sua tarefa trabalhar com as pessoas para identificar e solucionar problemas, mas o acesso necessário para a resolução deles irá depender do quanto as pessoas confiam no líder, pois a confiança modula o acesso dele ao conhecimento e à cooperação. Existem três tipos de confiança nas relações organizacionais: a baseada na intimidação; a baseada no conhecimento; e, a baseada na identificação.

(ROBBINS, 2005.)


Considerando a temática, avalie as afirmativas correlatas e a relação proposta entre elas.


I. “A confiança baseada no conhecimento se apoia mais na informação do que na intimidação e tem por base a previsibilidade do comportamento, a ponto de substituir contratos e arranjos formais, estando a maioria das relações organizacionais fundamentadas nela.”

POIS

II. “Esse tipo é o mais alto nível de confiança, na qual a compreensão mútua possui um nível elevado, a ponto de uma parte poder agir em nome da outra, sendo os controles nesse nível de confiança mínimos, pois não há necessidade de monitoramento entre as partes, existindo uma lealdade inquestionável.”


Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q2473065 Direito Administrativo
O prefeito de um município iniciará o processo licitatório para a construção do novo ginásio poliesportivo da cidade; ele pretende nomear como agente de contratação José Henrique Góes, servidor público efetivo do município, formado em ciências contábeis, lotado no setor de Contabilidade e já tendo atuado em outras licitações. Sabe-se que ele é primo de um dos maiores produtores de cimento da região que já se apresentou como licitante, e com o qual José não mantém qualquer tipo de vínculo. Considerando as informações apresentadas e os requisitos a serem preenchidos para ser agente de contratação conforme a Lei nº 14.133/2021, José Henrique não
Alternativas
Q2473064 Direito Administrativo
A Lei nº 14.133/2021 dispõe: “Art. 17 – O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência: I. preparatória; II. de divulgação do edital de licitação; III. de apresentação de propostas e lances, quando for o caso; IV. de julgamento; V. de habilitação; VI. recursal; VII. de homologação”. Em relação à fase preparatória do processo licitatório, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Constitui-se em uma etapa relevante, impactante, a forma balizadora da fase executória da licitação e sua consequente contratação; porém, essas etapas atingem o objetivo se a fase preparatória tiver sido executada com êxito.
( ) Deverá demonstrar incompatibilidade com o plano anual de contratações, caso ele tenha sido adotado, com as leis orçamentárias e ignorar todas as condições técnicas, mercadológicas e de gestão que possam interferir na contratação.

( ) É uma fase que ocorre no âmbito interno da Administração Pública, quando são avaliadas as necessidades de compra/contratação e definidas as regras a serem adotadas e que resultam na elaboração e posterior publicação do edital.

( ) É caracterizada pelo planejamento, o qual atende um dos princípios licitatórios bem como se correlaciona com o princípio constitucional da eficiência caracterizando, assim, a imprescindibilidade de planejar quando se está a adquirir algo.


A sequência está correta em
Alternativas
Q2473044 Português
A importância da educação e conscientização no combate à violência feminina



        No contexto atual, é alarmante constatar que muitas mulheres ainda desconheçam os diferentes tipos de violência feminina perpetrados contra elas. Essa falta de conhecimento não apenas contribui para a perpetuação do ciclo de abuso, mas também as impede de buscar ajuda e se proteger adequadamente. Dentro dessa realidade preocupante, destacam-se diversos tipos de violência feminina, cada um com suas características e impactos específicos.

       A violência física, por exemplo, manifesta-se através de agressões diretas como socos, chutes e empurrões, deixando marcas visíveis e emocionais profundas. Já a violência psicológica, talvez menos evidente, é igualmente devastadora, minando a autoestima e o bem-estar emocional da vítima por meio de humilhações, xingamentos e ameaças constantes.

      A violência sexual é outra forma de agressão que merece atenção especial. Ela engloba qualquer tipo de abuso, coerção ou intimidação sexual não consentida, deixando cicatrizes emocionais que muitas vezes perduram por toda a vida. Enquanto isso, a violência patrimonial é uma realidade cruel na qual a vítima é submetida ao controle abusivo de seus bens e recursos financeiros, limitando sua independência e liberdade.

      Por fim, a violência moral, muitas vezes subestimada, também causa danos significativos ao expor a intimidade da mulher, difamando-a publicamente e comprometendo sua dignidade e reputação.

         Para combater essa falta de conhecimento e conscientizar as mulheres sobre seus direitos e formas de se protegerem, é fundamental implementar programas educacionais desde cedo, principalmente nas escolas. Educar crianças e adolescentes sobre respeito, igualdade de gênero e prevenção da violência é essencial para criar uma sociedade mais justa e igualitária.

        As escolas desempenham um papel fundamental nesse processo, pois são espaços privilegiados para a disseminação de conhecimento e valores. Ao incluir em suas grades curriculares conteúdos relacionados à violência de gênero, as escolas contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados na luta contra a violência feminina.

          Além disso, é importante que as instituições de ensino ofereçam espaços seguros e acolhedores onde os alunos possam discutir abertamente questões relacionadas à violência de gênero, esclarecer dúvidas e buscar apoio em casos de violência. Além disso, é crucial que o papel da mulher como mãe seja valorizado e discutido dentro das famílias. Conversas abertas sobre questões relacionadas à violência de gênero e o ensino aos filhos sobre o respeito e a valorização das mulheres desde cedo são eficazes na promoção de mudanças culturais e comportamentais.

         Outra medida importante é a adoção de políticas mais rigorosas pelas plataformas digitais, que devem coibir publicações agressivas ou que promovam a violência contra as mulheres. A fiscalização rigorosa nessas plataformas pode ajudar a prevenir a disseminação de discursos de ódio e a proteger as mulheres do assédio online.

      As plataformas digitais têm uma visibilidade ampla e a capacidade de disseminar informações rapidamente. Portanto, é essencial que utilizemos essas ferramentas de forma responsável e ética, promovendo a conscientização e o combate à violência feminina em todas as esferas da sociedade.

    É essencial que a sociedade se una para garantir que essas leis sejam implementadas efetivamente e que as mulheres tenham acesso à informação, justiça e proteção necessárias para viverem livres de violência.



(Advogado Paulo Meira Passos, Diretor-Chefe da Meira Passos Advogados e Advogado da Comissão da OAB-MG. Disponível em: <https://www.
hojeemdia.com.br/opiniao/. Acesso em: fevereiro de 2024.)

Acerca do conectivo sublinhado em “Educar crianças e adolescentes sobre respeito, igualdade de gênero e prevenção da violência é essencial para criar uma sociedade mais justa e igualitária.” (5º§), pode-se afirmar que há a indicação de uma ideia de: 
Alternativas
Q2473041 Português
A importância da educação e conscientização no combate à violência feminina



        No contexto atual, é alarmante constatar que muitas mulheres ainda desconheçam os diferentes tipos de violência feminina perpetrados contra elas. Essa falta de conhecimento não apenas contribui para a perpetuação do ciclo de abuso, mas também as impede de buscar ajuda e se proteger adequadamente. Dentro dessa realidade preocupante, destacam-se diversos tipos de violência feminina, cada um com suas características e impactos específicos.

       A violência física, por exemplo, manifesta-se através de agressões diretas como socos, chutes e empurrões, deixando marcas visíveis e emocionais profundas. Já a violência psicológica, talvez menos evidente, é igualmente devastadora, minando a autoestima e o bem-estar emocional da vítima por meio de humilhações, xingamentos e ameaças constantes.

      A violência sexual é outra forma de agressão que merece atenção especial. Ela engloba qualquer tipo de abuso, coerção ou intimidação sexual não consentida, deixando cicatrizes emocionais que muitas vezes perduram por toda a vida. Enquanto isso, a violência patrimonial é uma realidade cruel na qual a vítima é submetida ao controle abusivo de seus bens e recursos financeiros, limitando sua independência e liberdade.

      Por fim, a violência moral, muitas vezes subestimada, também causa danos significativos ao expor a intimidade da mulher, difamando-a publicamente e comprometendo sua dignidade e reputação.

         Para combater essa falta de conhecimento e conscientizar as mulheres sobre seus direitos e formas de se protegerem, é fundamental implementar programas educacionais desde cedo, principalmente nas escolas. Educar crianças e adolescentes sobre respeito, igualdade de gênero e prevenção da violência é essencial para criar uma sociedade mais justa e igualitária.

        As escolas desempenham um papel fundamental nesse processo, pois são espaços privilegiados para a disseminação de conhecimento e valores. Ao incluir em suas grades curriculares conteúdos relacionados à violência de gênero, as escolas contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados na luta contra a violência feminina.

          Além disso, é importante que as instituições de ensino ofereçam espaços seguros e acolhedores onde os alunos possam discutir abertamente questões relacionadas à violência de gênero, esclarecer dúvidas e buscar apoio em casos de violência. Além disso, é crucial que o papel da mulher como mãe seja valorizado e discutido dentro das famílias. Conversas abertas sobre questões relacionadas à violência de gênero e o ensino aos filhos sobre o respeito e a valorização das mulheres desde cedo são eficazes na promoção de mudanças culturais e comportamentais.

         Outra medida importante é a adoção de políticas mais rigorosas pelas plataformas digitais, que devem coibir publicações agressivas ou que promovam a violência contra as mulheres. A fiscalização rigorosa nessas plataformas pode ajudar a prevenir a disseminação de discursos de ódio e a proteger as mulheres do assédio online.

      As plataformas digitais têm uma visibilidade ampla e a capacidade de disseminar informações rapidamente. Portanto, é essencial que utilizemos essas ferramentas de forma responsável e ética, promovendo a conscientização e o combate à violência feminina em todas as esferas da sociedade.

    É essencial que a sociedade se una para garantir que essas leis sejam implementadas efetivamente e que as mulheres tenham acesso à informação, justiça e proteção necessárias para viverem livres de violência.



(Advogado Paulo Meira Passos, Diretor-Chefe da Meira Passos Advogados e Advogado da Comissão da OAB-MG. Disponível em: <https://www.
hojeemdia.com.br/opiniao/. Acesso em: fevereiro de 2024.)

Em relação ao título do texto e às relações morfossintátitcas e semânticas estabelecidas em sua construção pode-se afirmar que:
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Q2472523 Português
Ética e a vocação para a excelência


       Realização, felicidade. Quem não quer? Mas como chegar lá sem saber exatamente no que consistem a realização e a felicidade? Diversos sistemas filosóficos se ocuparam deste tema e ofereceram as mais diversas respostas, muitas vezes opostas entre si. Para uns, a felicidade estaria na fruição ilimitada dos prazeres; para outros, na negação completa destes mesmos prazeres. Para uns, a felicidade de uma pessoa é indissociável da felicidade dos demais; para outros, a felicidade individual pode justificar até mesmo que se passe o outro para trás. Em comum entre todas essas noções está a constatação de que a felicidade e a realização passam pelo modo como nos comportamos.
 
          Atualmente, fala-se em ética quase tanto quanto em felicidade ou realização. E a ética é frequentemente associada a um conjunto de normas, uma lista de “certos” e “errados” que balizam nosso comportamento no relacionamento conosco mesmos, com nossa família, nossos círculos de amigos e de trabalho, e no espaço público. Ser uma pessoa “ética” significaria se comportar de acordo com essas normas. Não é exatamente uma maneira errada de enxergar a questão, mas é uma maneira insuficiente.

      Uma ética entendida assim, em termos normativos, tende a se tornar uma ética negativa, uma ética de limites, em que a grande preocupação é traçar (e testar) a linha do “não pode”, o limite que separa o certo do errado, com a convicção implícita de que simplesmente estar do lado “bom” desse limite será suficiente. Para fazer uma analogia com a vida escolar, é claro que ser aprovado com a média mínima exigida pode ser aceitável quando a disciplina é especialmente difícil. Mas deveríamos transformar o “passar raspando” em um ideal, na chave da realização de um estudante? Deveríamos nos contentar em “passar raspando” pela vida?

      E a consequência de pensar na ética como a delimitação de linhas separando o certo e o errado é acabar olhando as situações no esquema “preto ou branco”: matar uma pessoa num acidente de trânsito se torna tão grave quanto ordenar um genocídio; uma “mentirinha social”, como aquele elogio nada sincero, é tão condenável quanto uma traição. A vida não é assim: dentro das ações condenáveis, há aquelas mais ou menos graves, e o mesmo vale para os atos louváveis.

      Uma ética normativa tende também a ser vista como um saber de especialistas, de experts, que sabem lidar com um complexo de normas, interpretá-las e aplicá-las às situações concretas. Ora, a experiência universal nos mostra que pessoas muito simples, sem qualquer formação especial, são com frequência muito mais retas que outras que usam sua formação para distorcer e justificar o injustificável. Por fim, para cada um de nós, uma moral entendida assim, em termos normativos, acaba dando à ética a condição de algo útil, necessário, mas “que me limita”. Ou seja, como uma exigência externa, requerida pela vida em sociedade, mas não tão grata, nem tão iluminadora da minha existência.

        Mas haveria alguma alternativa a essa visão, limitada e pouco atraente, que é a mais difundida e que chamamos de normativa?

      Sim, mas é preciso um bom recuo no tempo. É entre os antigos gregos que se encontra uma intuição acerca da moral que nos parece fascinante. Vários de seus mais ilustres pensadores viam essa questão – e influenciaram amplamente seus contemporâneos – de um modo bastante diverso do que apresentamos acima. Quando, entre eles – e entre os antigos em geral –, se refletia acerca do que depois se passou a chamar de ética, não se pensava em um conjunto de regras, em um emaranhado de normas que importasse conhecer.

       Em que se pensava? Em excelência, na busca do melhor e mais perfeito. Pensava-se na ciência da indagação sobre o que o homem está chamado a ser, sobre o que é a realização integral e plena do homem. A ética não era questão de cumprir normas, de se perguntar “posso ou não posso?”. Entendia-se a ética como a resposta à pergunta “o que devo ser?”. E a resposta, simples, mas profunda, era: o indivíduo é chamado a ser o melhor que ele puder ser; a não se contentar com menos do que com a excelência.

        De que excelência se tratava? A que, especificamente, a palavra arete (excelência moral) se referia? A todas as que podem ser alcançadas pelo homem? No estudo, no trabalho, em um hobby, enfim, em qualquer atividade humana? Não precisamente. Há muitas “excelências”: no esporte, na arte, nos estudos, na ciência. Mas o desempenho excepcional em certos campos não está ao alcance de todos: poucos serão, um dia, campeões olímpicos ou prêmios Nobel. Mais do que isso, ainda: o fato de se alcançar tal nível de performance nesses campos parciais, setorizados, não torna uma pessoa necessariamente melhor como pessoa. Todos temos experiência e notícia de como muitos gênios são canalhas.

          A ética, portanto, não trata dessas “excelências”, mas de um tipo muito específico de excelência que, sim, está à mão de todo homem ou mulher, e que, sim, os torna melhores como pessoas. Quem no-la descreve é um autor estoico do século 3º, o imperador romano Marco Aurélio: “muitas coisas dependem por inteiro de ti: a sinceridade, a dignidade, a resistência à dor, (...) a aceitação do destino, (...) a benevolência, a liberalidade, a simplicidade, a seriedade, a magnanimidade. Observa quantas coisas podes já conseguir sem que caiba alegar pretextos de incapacidade natural ou inaptidão, e por desgraça permaneces voluntariamente por baixo das tuas possibilidades. Por acaso te vês obrigado a murmurar, a ser avaro, a adular, a culpar o teu corpo, a dar-lhe satisfações, a ser frívolo e a submeter a tua alma a tanta agitação, porque estás defeituosamente constituído? Não, pelos deuses! Faz tempo que podias haver-te afastado desses defeitos”.

         Marco Aurélio está se referindo às virtudes, e a famosa obra de Aristóteles Ética a Nicômaco é exatamente isso: um tratado sobre as diferentes virtudes, qualidades que se adquirem, que se forjam e que, em todas as épocas, foram admiradas (ainda que por vezes se desse mais atenção a umas que a outras). A elas se refere à ética e, para toda a experiência do ocidente e boa parte do oriente, as virtudes foram vistas como o fim da educação do homem.

       E isso nos traz de volta ao tema da realização e da felicidade, que, para Aristóteles, consiste em ser aquilo para o qual se foi chamado – o famoso “torna-te aquilo que és” do poeta Píndaro. Isto é, justamente a excelência na virtude. O homem cabal é, sobretudo, o homem virtuoso, mesmo quando seus dotes intelectuais ou sua formação cultural não sejam os melhores ou mais completos. E, se as virtudes são inúmeras, ainda mais variados são os caminhos para a excelência – tantos quantos há seres humanos, poderíamos dizer. Cada pessoa, com seus talentos e circunstâncias, tem sua maneira particular de atingir este ideal. O que une todos esses caminhos é a certeza de que na vivência das virtudes em alto nível (a eupraxia, ou o agir bem) está o caminho para a felicidade. Recuperar essa ética da excelência é um passo importantíssimo se queremos construir uma sociedade preocupada com o bem comum.




(Disponível em: gazetadopovo.com.br. Acesso em: 10/02/2024.)

Em relação à colocação do pronome oblíquo e às flexões verbais em “[...] torna-te aquilo que és [...]” (12º§), assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2472508 Português
A vingança de uma Teixeira


      A troca da bola de meia para a bola de borracha foi uma importante evolução técnica do association em nossa rua. Nossa primeira bola de borracha era branca e pequena; um dia, entretanto, apareceu um menino com uma bola maior, de várias cores, belíssima, uma grande bola que seus pais haviam trazido do Rio de Janeiro. Um deslumbramento; dava até pena de chutar. Admiramo-la em silêncio; ela passou de mão em mão; jamais nenhum de nós tinha visto coisa tão linda.

       Era natural que as Teixeiras não gostassem quando essa bola partiu uma vidraça. Nós todos sentimos que acontecera algo de terrível. Alguns meninos correram; outros ficaram a certa distância da janela, olhando, trêmulos, mas apesar de tudo dispostos a enfrentar a catástrofe. Apareceu logo uma das Teixeiras, e gritou várias descomposturas. Ficamos todos imóveis, calados, ouvindo, sucumbidos. Ela apanhou a bola e sumiu para dentro de casa. Voltou logo depois e, em nossa frente, executou o castigo terrível: com um grande canivete preto furou a bola, depois cortou-a em duas metades e jogou-a à rua. Nunca nenhum de nós teria podido imaginar um ato de maldade tão revoltante. Choramos de raiva; apareceram mais duas Teixeiras que davam gritos e ameaçavam descer para nos puxar as orelhas. Fugimos.

       A reunião foi junto do cajueiro do morro. Nossa primeira ideia de vingança foi quebrar outras vidraças a pedradas.

       Alguém teve um plano mais engenhoso: dali mesmo, do alto do morro, podíamos quebrar as vidraças com atiradeiras, e assim ninguém nos veria. – Mas elas vão logo dizer que fomos nós! Alguém informou que as Teixeiras iam todas no dia seguinte para uma festa na fazenda, um casamento ou coisa que o valha. O plano de assalto à casa foi traçado por mim. A casa das Teixeiras dava os fundos para o rio e uma vez, em que passeava de canoa, pescando aqui e ali, eu entrara em seu quintal para roubar carambolas. Havia um cachorro, mas era nosso conhecido, fácil de enganar.

      Falou-se muito tempo dos ladrões que tinham arrombado a porta da cozinha da casa das Teixeiras. Um cabo de polícia esteve lá, mas não chegou a nenhuma conclusão. Os ladrões tinham roubado um anel sem muito valor, mas de grande estimação, com monograma, e tinham feito uma desordem tremenda na casa; havia vestidos espalhados pelo chão, um tinteiro e uma caixa de pó-de-arroz entornados em um quarto, sobre uma cama. Falou-se que tinha desaparecido dinheiro, mas era mentira; lembro-me vagamente de uma faca de cozinha, um martelo, uma lata de goiabada; isso foi todo o nosso botim.

       O anel foi enterrado em algum lugar no alto do morro; mas alguns dias depois caiu um temporal e houve forte enxurrada; jamais conseguimos encontrar o nosso tesouro secretíssimo, e rasgamos o mapa que havíamos desenhado.

      Durante algum tempo as famílias da rua fecharam com mais cuidado as portas e janelas, alguns pais de família saltaram assustados da cama a qualquer ruído, com medo dos ladrões; mas eles não apareceram mais.

       Nosso terrível segredo nos deu um grande sentimento de importância, mas nunca mais jogamos futebol diante da casa das Teixeiras. Deixamos de cumprimentar a que abrira a bola com o canivete; mesmo anos depois, já grandes, não lhe dávamos sequer bom dia. Não sei se foi feliz na existência, e espero que não; se foi, é porque praga de menino não tem força nenhuma.


(BRAGA, Rubem. A traição das elegantes. Editora Moderna. 9ª edição.)
No 2º§, sobre a intensão do enunciador quanto ao uso sequencial das expressões “imóveis, calados, ouvindo, sucumbidos” depreende-se que:
Alternativas
Q2472502 Português
A vingança de uma Teixeira


      A troca da bola de meia para a bola de borracha foi uma importante evolução técnica do association em nossa rua. Nossa primeira bola de borracha era branca e pequena; um dia, entretanto, apareceu um menino com uma bola maior, de várias cores, belíssima, uma grande bola que seus pais haviam trazido do Rio de Janeiro. Um deslumbramento; dava até pena de chutar. Admiramo-la em silêncio; ela passou de mão em mão; jamais nenhum de nós tinha visto coisa tão linda.

       Era natural que as Teixeiras não gostassem quando essa bola partiu uma vidraça. Nós todos sentimos que acontecera algo de terrível. Alguns meninos correram; outros ficaram a certa distância da janela, olhando, trêmulos, mas apesar de tudo dispostos a enfrentar a catástrofe. Apareceu logo uma das Teixeiras, e gritou várias descomposturas. Ficamos todos imóveis, calados, ouvindo, sucumbidos. Ela apanhou a bola e sumiu para dentro de casa. Voltou logo depois e, em nossa frente, executou o castigo terrível: com um grande canivete preto furou a bola, depois cortou-a em duas metades e jogou-a à rua. Nunca nenhum de nós teria podido imaginar um ato de maldade tão revoltante. Choramos de raiva; apareceram mais duas Teixeiras que davam gritos e ameaçavam descer para nos puxar as orelhas. Fugimos.

       A reunião foi junto do cajueiro do morro. Nossa primeira ideia de vingança foi quebrar outras vidraças a pedradas.

       Alguém teve um plano mais engenhoso: dali mesmo, do alto do morro, podíamos quebrar as vidraças com atiradeiras, e assim ninguém nos veria. – Mas elas vão logo dizer que fomos nós! Alguém informou que as Teixeiras iam todas no dia seguinte para uma festa na fazenda, um casamento ou coisa que o valha. O plano de assalto à casa foi traçado por mim. A casa das Teixeiras dava os fundos para o rio e uma vez, em que passeava de canoa, pescando aqui e ali, eu entrara em seu quintal para roubar carambolas. Havia um cachorro, mas era nosso conhecido, fácil de enganar.

      Falou-se muito tempo dos ladrões que tinham arrombado a porta da cozinha da casa das Teixeiras. Um cabo de polícia esteve lá, mas não chegou a nenhuma conclusão. Os ladrões tinham roubado um anel sem muito valor, mas de grande estimação, com monograma, e tinham feito uma desordem tremenda na casa; havia vestidos espalhados pelo chão, um tinteiro e uma caixa de pó-de-arroz entornados em um quarto, sobre uma cama. Falou-se que tinha desaparecido dinheiro, mas era mentira; lembro-me vagamente de uma faca de cozinha, um martelo, uma lata de goiabada; isso foi todo o nosso botim.

       O anel foi enterrado em algum lugar no alto do morro; mas alguns dias depois caiu um temporal e houve forte enxurrada; jamais conseguimos encontrar o nosso tesouro secretíssimo, e rasgamos o mapa que havíamos desenhado.

      Durante algum tempo as famílias da rua fecharam com mais cuidado as portas e janelas, alguns pais de família saltaram assustados da cama a qualquer ruído, com medo dos ladrões; mas eles não apareceram mais.

       Nosso terrível segredo nos deu um grande sentimento de importância, mas nunca mais jogamos futebol diante da casa das Teixeiras. Deixamos de cumprimentar a que abrira a bola com o canivete; mesmo anos depois, já grandes, não lhe dávamos sequer bom dia. Não sei se foi feliz na existência, e espero que não; se foi, é porque praga de menino não tem força nenhuma.


(BRAGA, Rubem. A traição das elegantes. Editora Moderna. 9ª edição.)
O emprego do ponto-e-vírgula em: “Durante algum tempo as famílias da rua fecharam com mais cuidado as portas e janelas, alguns pais de família saltaram assustados da cama a qualquer ruído, com medo dos ladrões; mas eles não apareceram mais.” (7º§) justifica- -se por:
Alternativas
Q2472498 Português
LINGUÍSTICA



       Carta Educação: Há como mensurar o início das fake news? Vivemos uma ascensão das notícias falsas?

        Pollyana Ferrari: “As fake news sempre existiram. No meu livro eu cito relatos e resumos de jornais fake desde Roma Antiga. Então não é que a gente não tinha, sempre tivemos a imprensa marrom, o próprio Cidadão Kane, de 1941, é um exemplo, bem como a Guerra dos Mundos, de Orson Welles. Não estamos diante de um fenômeno novo, que começa em 2016. O que temos de considerar é a questão da escala.

         Com as redes sociais, basicamente as temos há 14 anos, todo mundo ganhou voz, temos produção de conteúdo via celulares, blogs, influenciadores digitais. E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A questão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem, independentemente da linha editorial que sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde. E, sim, estamos em um momento de ascensão das fake news, o que é muito preocupante.

            Carta Educação: Qual a relação entre fake news e pós-verdade?

        Pollyana Ferrari: A pós-verdade aponta para uma sociedade informacional que compartilha personas digitais, desejos que não tem lastro com o real. Vejo que às vezes as pessoas até têm dimensão de que determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha.

       Carta Educação: Como isso ganha força e pode ser prejudicial no contexto digital da Internet e das redes sociais?

      Pollyana Ferrari: Vamos imaginar duas situações. Um jovem, adaptado à presença nessas plataformas e que acredita mais nos seus amigos e na sua timeline do que nos veículos e até em seu professor. Agora, o idoso que, por sua vez, não está acostumado com a presença digital e que vinha de uma relação com a informação em que se preservava uma checagem mínima. Isso parece inofensivo, mas quando consideramos que só no Facebook há dois bilhões de pessoas, é preocupante. Isso sem contar os aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whatsapp, um dos mais utilizados pelos brasileiros e um dos disseminadores de fake news em potencial. O que estou querendo dizer é que, geralmente, o dedo é mais rápido que o cérebro, se compartilha muita coisa sem checar informação,sem questionar de onde vem a foto, o vídeo. É preciso ter senso crítico e questionar o que se recebe.


(Ana Luiza Basílio, Carta Capital. 2018.)
A partir da premissa de que o uso adequado da vírgula, assim como os demais sinais de pontuação, auxilia na construção da coerência e coesão textual, assinale a seguir a alteração sugerida que implicaria em comprometimento dos fatores de textualidade mencionados. 
Alternativas
Q2472496 Português
LINGUÍSTICA



       Carta Educação: Há como mensurar o início das fake news? Vivemos uma ascensão das notícias falsas?

        Pollyana Ferrari: “As fake news sempre existiram. No meu livro eu cito relatos e resumos de jornais fake desde Roma Antiga. Então não é que a gente não tinha, sempre tivemos a imprensa marrom, o próprio Cidadão Kane, de 1941, é um exemplo, bem como a Guerra dos Mundos, de Orson Welles. Não estamos diante de um fenômeno novo, que começa em 2016. O que temos de considerar é a questão da escala.

         Com as redes sociais, basicamente as temos há 14 anos, todo mundo ganhou voz, temos produção de conteúdo via celulares, blogs, influenciadores digitais. E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A questão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem, independentemente da linha editorial que sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde. E, sim, estamos em um momento de ascensão das fake news, o que é muito preocupante.

            Carta Educação: Qual a relação entre fake news e pós-verdade?

        Pollyana Ferrari: A pós-verdade aponta para uma sociedade informacional que compartilha personas digitais, desejos que não tem lastro com o real. Vejo que às vezes as pessoas até têm dimensão de que determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha.

       Carta Educação: Como isso ganha força e pode ser prejudicial no contexto digital da Internet e das redes sociais?

      Pollyana Ferrari: Vamos imaginar duas situações. Um jovem, adaptado à presença nessas plataformas e que acredita mais nos seus amigos e na sua timeline do que nos veículos e até em seu professor. Agora, o idoso que, por sua vez, não está acostumado com a presença digital e que vinha de uma relação com a informação em que se preservava uma checagem mínima. Isso parece inofensivo, mas quando consideramos que só no Facebook há dois bilhões de pessoas, é preocupante. Isso sem contar os aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whatsapp, um dos mais utilizados pelos brasileiros e um dos disseminadores de fake news em potencial. O que estou querendo dizer é que, geralmente, o dedo é mais rápido que o cérebro, se compartilha muita coisa sem checar informação,sem questionar de onde vem a foto, o vídeo. É preciso ter senso crítico e questionar o que se recebe.


(Ana Luiza Basílio, Carta Capital. 2018.)
De acordo com a variedade padrão da língua portuguesa, assinale o comentário em que há correção referente ao trecho destacado a seguir: “Vejo que às vezes as pessoas até têm dimensão de que determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha.” (5º§) 
Alternativas
Respostas
181: A
182: C
183: A
184: C
185: A
186: A
187: C
188: A
189: D
190: A
191: A
192: C
193: C
194: B
195: B
196: C
197: D
198: C
199: B
200: D