Catar: perfil do país-sede da Copa de 2022.
Outrora um dos países mais pobres do Golfo Pérsico, o
Catar é hoje um dos emirados mais ricos da região graças
às suas reservas de petróleo e gás. Estas últimas estão
entre as três maiores do mundo, atrás apenas da Rússia e
do Irã.
O dinheiro do petróleo financia um Estado social
abrangente, com inúmeros serviços gratuitos ou
fortemente subsidiados, mas há inúmeras denúncias
sobre o emprego de mão-de-obra estrangeira em
condições análogas à escravidão. Até 2016, vigorava no
emirado um sistema conhecido como kafala, que impedia
os trabalhadores de mudar de emprego ou mesmo sair
do país sem a permissão do seu empregador, segundo a
Anistia Internacional.
Uma análise do jornal britânico Guardian indicou que
mais de 6,5 mil trabalhadores estrangeiros haviam
morrido durante a construção de novos hotéis, estádios e
infraestrutura relacionados à Copa do Mundo, até
dezembro de 2020 - em dez anos desde que o país
ganhou o direito de sediar a Copa.
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O Catar é governado pelo emir Hamad al-Thani, que
substituiu o pai em uma transferência de poder pacífica
em junho de 2013.
Como seu pai, Hamad al-Thani foi educado na Inglaterra:
frequentou a escola Sherborne em Dorset e Sandhurst, a
academia militar britânica.
Suas prioridades de governo são a diversificação da
economia e o investimento na infraestrutura nacional,
mas na prática a sua administração tem sido marcada por
tensões regionais e o bloqueio de quatro anos liderado
pela Arábia Saudita.
A influente emissora de televisão pan-árabe Al-Jazeera,
que é controlada pelo governo, elevou a presença do
Catar na mídia internacional. Mas no plano interno a AlJazeera, assim como o resto da mídia nacional, evita fazer
críticas ao Estado e ao governo.
O nível de utilização da internet no Catar é muito
elevado, embora as autoridades censurem conteúdos
pornográficos ou considerados ofensivos ao islã.
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https://www.bbc.com