Outro empurrão desequilibrou-o. Voltou-se e viu ali perto o
soldado amarelo que o desafiava, a cara enferrujada, uma ruga
na testa. (...)
– Vossemecê não tem direito de provocar os que estão quietos.
– Desafasta bradou a polícia.
E insultou Fabiano, porque ele tinha deixado a bodega sem se
despedir.
– Lorota, gaguejou o matuto. Eu não tenho culpa de vossemecê
esbagaçar os seus possuídos no jogo?
Engasgou-se. A autoridade rondou por ali um instante desejosa
de puxar questão. Não achando pretexto, avizinhou-se e
plantou o salto da reiúna em cima da alpergata do vaqueiro.
- Isso não se faz moço, protestou Fabiano. (...)
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 41ª ed. São Paulo: Record, 1978, p. 29 e
30.