Questões de Concurso
Comentadas para professor - filosofia
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Analise os fragmentos de texto a seguir: Resta-nos assim um único caminho: o ser é. Neste caminho há grande número de indícios; não sendo gerado, é também imperecível; possui, com efeito, uma estrutura inteira, inabalável e sem meta; jamais foi nem será, pois é, no instante presente, todo inteiro, uno, contínuo. Que geração se lhe poderia encontrar? Como, de onde cresceria? Não te permitirei dizer nem pensar o seu crescer do não ser. (PARMÊNIDES, fragmento 8)
Correlações: completo e incompleto, concorde e discorde, harmonia e desarmonia, e todas as coisas, um, e de um, todas as coisas. (HERÁCLITO, fragmento 10)
Trata-se de uma única e mesma coisa: a vida e a morte, a vigília e o sono, a juventude e a velhice; pois a mudança de um leva ao outro e vice-versa. (HERÁCLITO, fragmento 88)
MARCONDES, D. (Org.). Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
Sobre esses fragmentos, foram feitas as seguintes afirmativas:
I. Em todos os fragmentos citados aparece a questão da unidade da realidade.
II. Tanto Heráclito quanto Parmênides tematizam a relação entre opostos.
III. Para Heráclito e para Parmênides a relação entre opostos é constitutiva do ser.
IV. Heráclito admite que a mudança é constitutiva da realidade.
V. Parmênides admite que a geração e a corrupção constituem a relação do ser com o não ser.
Estão corretas
[...] se o universalismo abstrato é um tipo de particularismo que se estabelece como hegemônico e se apresenta como desincorporado, o universalismo concreto, que podemos extrair da carta de Césaire e das contribuições de Abdias do Nascimento, não esconde seu lugar de enunciação, suas influências corpo-políticas e geopolíticas. Este universalismo permite a coexistência de particulares, sem que cada particular precise se esconder atrás de uma ideia abstrata ou desincorporada. Diferentemente do universalismo abstrato, que estabelece uma relação vertical, o universalismo concreto supõe um projeto político que propõe relações e diálogos horizontais entre as diversas particularidades. (BERNARDINO-COSTA; MALDONADO-TORRES; GROSFOGUEL, 2018, p. 15)
BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. Introdução. In:
Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
De acordo com o texto, o universalismo
Estar com aquela turma me fez refletir sobre o mito da sustentabilidade, inventado pelas corporações para justificar o assalto que fazem à nossa ideia de natureza. Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso - enquanto seu lobo não vem -, fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza. (KRENAK, 2019, p. 16-17)
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Com base no texto, é correto afirmar que
65. [...] Ao invés de indicar algo que seja comum a tudo o que chamamos linguagem, digo que não há uma coisa sequer que seja comum a estas manifestações, motivo pelo qual empregamos a mesma palavra para todas - mas são aparentadas entre si de muitas maneiras diferentes. Por causa deste parentesco, ou destes parentescos, chamamos a todas de “linguagens”.
[...]
116. Quando os filósofos usam uma palavra - “saber”, “ser”, “objeto”, “eu”, “proposição”, “nome” - e almejam apreender a essência da coisa, devem sempre se perguntar: esta palavra é realmente sempre usada assim na linguagem na qual tem o seu torrão natal? - Nós reconduzimos as palavras do seu emprego metafísico de volta ao seu emprego cotidiano. (WITTGENSTEIN, 2007, p. 116; 169, grifos do autor)
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. In: MARCONDES, D. (Org.).
Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
Com base nos trechos citados, é correto afirmar que
O que o Antropoceno põe em cheque, justamente, é a própria noção de anthropos, de um sujeito universal (espécie, mas também classe ou multidão) capaz de agir como um só povo. A situação propriamente etnopolítica do “humano” como multiplicidade intensiva e extensiva de povos deve ser reconhecida como implicada diretamente na crise do Antropoceno. Se não existe um interesse universal humano positivo, é porque existe uma diversidade de alinhamentos políticos dos diversos povos ou “culturas” mundiais com muitos outros actantes e povos não humanos (formando o que Latour chama de “coletivos”) contra os autointitulados porta-vozes do Universal. (DANOWSKI; CASTRO, 2014, p. 121, grifos dos autores)
DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Humanos e terranos na terra de Gaia.
In: Há mundo por vir? - ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2014.
De acordo com o texto,