Questões de Concurso Comentadas para comunicador social - jornalismo

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Q2723858 Português

Texto para responder às questões de 01 a 15.


Muribeca


Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão.

É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história, livro, desenho?

E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai perambular pela rua, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou inventar farofa?

Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu tenho. Como vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira [...]? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto remédio bom? E esparadrapo e band-aid e seringa?

O povo do governo devia pensar três vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão de olho [...] aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam, a gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de loteria, lembro, teve gente que achou. Vai ver que é isso, coisa da Caixa Econômica. Vai ver que é isso, descobriram que lixo dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor.

Por exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo ali em volta do lixão, quem é que vai levantar? [...] Esse negócio de prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles jogam a gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o cachorro?

[...] Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele alvoroço, pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já conhece o que é bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado, açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barato? Bisteca, filé, chã-de-dentro – o moço tá servido? A moça?

Os motoristas já conhecem a gente. Têm uns que até guardam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada. Tanto povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda. [...]

Agora, o que deu na cabeça desse povo? A gente nunca deu trabalho. A gente não quer nada deles que não esteja aqui jogado, rasgado, atirado. A gente não quer outra coisa senão esse lixão pra viver. Esse lixão para morrer, ser enterrado. Pra criar os nossos filhos, ensinar o nosso ofício, dar de comer. Pra continuar na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não faltar brinquedo, comida, trabalho.

Não, eles nunca vão tirar a gente deste lixão. Tenho fé em Deus, com a ajuda de Deus eles nunca vão tirar a gente deste lixo. Eles dizem que sim, que vão. Mas não acredito. Eles nunca vão conseguir tirar a gente deste paraíso.

FREIRE, Marcelino. Angu de sangue. Cotia:Ateliê, 2000. p. 23-5.

A elaboração do texto escrito envolve uma série de decisões relativas ao emprego dos sinais gráficos. No trecho “Tanto povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda.”, o travessão foi usado para:

Alternativas
Q2723850 Português

Texto para responder às questões de 01 a 15.


Muribeca


Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão.

É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história, livro, desenho?

E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai perambular pela rua, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou inventar farofa?

Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu tenho. Como vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira [...]? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto remédio bom? E esparadrapo e band-aid e seringa?

O povo do governo devia pensar três vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão de olho [...] aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam, a gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de loteria, lembro, teve gente que achou. Vai ver que é isso, coisa da Caixa Econômica. Vai ver que é isso, descobriram que lixo dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor.

Por exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo ali em volta do lixão, quem é que vai levantar? [...] Esse negócio de prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles jogam a gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o cachorro?

[...] Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele alvoroço, pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já conhece o que é bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado, açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barato? Bisteca, filé, chã-de-dentro – o moço tá servido? A moça?

Os motoristas já conhecem a gente. Têm uns que até guardam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada. Tanto povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda. [...]

Agora, o que deu na cabeça desse povo? A gente nunca deu trabalho. A gente não quer nada deles que não esteja aqui jogado, rasgado, atirado. A gente não quer outra coisa senão esse lixão pra viver. Esse lixão para morrer, ser enterrado. Pra criar os nossos filhos, ensinar o nosso ofício, dar de comer. Pra continuar na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não faltar brinquedo, comida, trabalho.

Não, eles nunca vão tirar a gente deste lixão. Tenho fé em Deus, com a ajuda de Deus eles nunca vão tirar a gente deste lixo. Eles dizem que sim, que vão. Mas não acredito. Eles nunca vão conseguir tirar a gente deste paraíso.

FREIRE, Marcelino. Angu de sangue. Cotia:Ateliê, 2000. p. 23-5.

Sobre o valor semântico da preposição destacada em “Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. ATÉ televisão.”, pode-se afirmar corretamente que:

Alternativas
Q1868671 Jornalismo

Assistir a palestras, ler resumos ou trabalhos completos em linguagem científica certamente é necessário, mas absolutamente insuficiente. Nada disso pode dispensar entrevistas com os pesquisadores-autores, pois o jornalista dificilmente poderá interpretar sozinho as informações de um artigo científico, a não ser que seja muito experiente na cobertura de determinada área do conhecimento. Além de entrevistas, hoje, boa parte das renomadas instituições de pesquisa e das universidades conta com o trabalho de assessores de imprensa que, quando bons profissionais, se colocam como pontos de apoio, verdadeiras pontes entre os cientistas e os jornalistas.

Adaptado de Oliveira, F. de. Jornalismo científico. São Paulo: Contexto, 2010.


No texto, a autora indica o seguinte papel do assessor de imprensa nas instituições de pesquisa:

Alternativas
Q1868670 Jornalismo

Na primeira metade do século XX, com a profissionalização dos veículos impressos, os gêneros jornalísticos foram se estabelecendo, sendo os formatos mais comuns a notícia, a reportagem, a entrevista e o editorial.


Pode-se reconhecer a técnica de utilizar gêneros jornalísticos nos seguintes tipos de mídias:

Alternativas
Q1868669 Jornalismo

A fotografia foi incorporada aos veículos de comunicação brasileiros desde o primeiro momento em que a tecnologia de impressão permitiu sua reprodução, a partir do século XIX. Nos jornais, incluindo os empresariais, serviu para aumentar a credibilidade dos textos, tendo em vista sua capacidade de atestar a realidade.


Considerando a importância capital do uso da fotografia, o jornalista que atua na comunicação institucional deve ter como requisito conhecer:

Alternativas
Q1868668 Jornalismo

Uma boa mensuração de resultados compara as mensagens que o cliente gostaria de reforçar na mídia e se o resultado foi obtido ou não. Relata, por meio de gráficos e textos, quais veículos de comunicação retransmitiram esse discurso, que espaço concederam e que impacto causam, de acordo principalmente com o público que atingem.

Mafei, M. Assessoria de imprensa: como se relacionar com a mídia.

São Paulo: Contexto, 2012.


No que diz respeito às instituições públicas, a mensuração tem como objetivo específico:

Alternativas
Q1868667 Jornalismo

As assessorias de imprensa produzem materiais em formatos muito similares aos utilizados pelos jornalistas, caracterizando-se como fontes de informação de qualidade e estabelecendo com as redações um acordo tácito de que todos os materiais enviados podem ser reproduzidos, tendo como resultado mídia espontânea.


O significado de mídia espontânea é:

Alternativas
Q1868666 Jornalismo

A redação científica tende a ser redigida para fora, para audiências além da estreita especialidade científica onde a informação se origina. O escritor de ciência torna-se parte de um sistema de educação e comunicação tão complexo como a ciência moderna e a sociedade mais ampla. Em seus alcances mais extremos, a redação científica ajuda a transpor a brecha entre cientistas e não cientistas.

Burkett, W. Jornalismo científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.


A partir da definição apresentada, a redação científica no jornalismo tem como particularidade:

Alternativas
Q1868665 Jornalismo

O treinamento para as relações com a mídia gira em torno de princípios e comportamentos que, ao longo do tempo, têm apresentado melhores resultados para a imagem pública de uma empresa – mas ninguém pode garantir que atingirão sempre os mais altos objetivos, porque o resultado depende de múltiplos fatores e, também, de elementos individuais que se combinam de forma única em cada situação.

Adaptado de Nogueira, N. Media training: melhorando as relações da empresa

com os jornalistas. São Paulo: Editora de Cultura, 2009.


De acordo com o exposto no texto, o treinamento adequado para as relações com a mídia precisa estar condicionado à seguinte prática:

Alternativas
Q1868662 Jornalismo

A tecnologia sempre foi um fator preponderante para o aprimoramento dos procedimentos da produção jornalística, do trabalho dos profissionais, da oferta informativa, dos modelos dos produtos e dos formatos dos conteúdos, assim como permitiu vencer distâncias para que a velocidade de circulação das notícias pudesse chegar até o público. Ao lado disso, evoluíram também os meios e as diferentes modalidades de jornalismo, dentre as quais despontou a do jornalismo digital.

Adaptado de BARBOSA, S. Jornalismo convergente e continuum

multimídia na quinta geração do jornalismo nas redes digitais. In:

CANAVILHAS, J. (Org.) Notícias e mobilidade: jornalismo na era

dos dispositivos móveis. Sevilha: Labcom Books, 2013. 



O jornalismo digital se diferencia dos demais suportes por conter as seguintes características:

Alternativas
Q1868661 Jornalismo

As instituições não dependem mais exclusivamente das mídias tradicionais para circularem informações de seu interesse e de seus clientes. Os portais das instituições são, hoje, a porta de entrada das empresas e, em muitos casos, fontes de notícias.

Adaptado de Caldas, G. Relacionamento de jornalistas e assessores na era digital:

riscos e benefícios. In: DUARTE, J. (Org.). Assessoria de imprensa

e relacionamento com a mídia. São Paulo: Atlas, 2018.


Após o surgimento dos portais mencionados e com o advento das redes sociais, as instituições ampliaram os canais diversificados para seu público.


Nesse contexto, um fator a ser observado na produção de conteúdos informativos para as redes sociais é que eles sejam: 

Alternativas
Q1868660 Jornalismo

O jornalista na assessoria, tanto quanto no jornal, está onde o leitor, ouvinte ou espectador não pode estar. Tem uma delegação ou representação tácita que o autoriza a selecionar e tornar público o que possa ser interessante. Deve conjugar isso com seu compromisso com o empregador: desempenhar a tarefa com inteligência, o que significa gerir conflitos de interesses que sempre cercam a administração da informação.

Adaptado de Lage, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista

e pesquisa jornalística. São Paulo: Elsevier, 2005.


Com base no texto, um ponto em comum na atuação do jornalista nas redações e nas assessorias é:

Alternativas
Q1868658 Jornalismo

A comunicação científica visa, basicamente, à disseminação de informações especializadas entre os pares, com o intuito de tornar conhecidos, na comunidade científica, os avanços obtidos em áreas específicas ou de promover elaboração de novas teorias ou refinamento das existentes.

Adaptado de Bueno, W. C. Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e rupturas conceituais. Informação & Informação,v. 15, n. 1 (esp.), 2010.

Além de explicitar seu propósito, o texto citado também permite identificar a seguinte característica da comunicação científica:

Alternativas
Q1868657 Jornalismo

Se, antes das mídias sociais, a divulgação científica seguia interesses dos veículos de comunicação de massa, atualmente as produções sobre o tema ultrapassam os modelos instaurados por esses canais.

Oliveira, T. Midiatização da ciência: reconfiguração do paradigma da

comunicação científica e do trabalho acadêmico na era digital.

Matrizes, São Paulo, v. 12, n. 3, 2018.


Com base na afirmação de Oliveira, pode-se fazer a seguinte inferência acerca da divulgação científica: 

Alternativas
Q1868654 Jornalismo

Art. 19 − (...) o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.

Lei Federal nº 12.965, de 23 de abril de 2014. planalto.gov.br.


O artigo citado está contido na seção III da lei e se refere aos fatores que condicionam a responsabilização de provedores de aplicações de internet, em função de conteúdos gerados por terceiros em suas plataformas.

Com base no texto, observa-se que tal norma tem por objetivo imputar a esses provedores a seguinte obrigação:

Alternativas
Q1868653 Jornalismo

A influência por parte da mídia depende, efetivamente, do grau de exposição a que o receptor esteja exposto, mas, mais que isso, do tipo de mídia, do grau de relevância e interesse que este receptor venha emprestar ao tema, a saliência que ele lhe reconhecer, sua necessidade de orientação ou sua falta de informação, ou, ainda, seu grau de incerteza, além dos diferentes níveis de comunicação interpessoal que desenvolver.

HOHLFELDT, A. Hipóteses contemporâneas de pesquisa em comunicação. 

In: HOHLFELDT, A.; MARTINO, L.; FRANÇA, V. V. (Orgs.).

Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2008.


Em relação ao papel da cobertura noticiosa da mídia, o trecho acima dialoga com a hipótese teórica nomeada de:

Alternativas
Q1868651 Jornalismo

Entendemos por comunicação integrada uma filosofia que direciona a convergência das diversas áreas, permitindo uma atuação sinérgica.

KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada.

São Paulo: Summus, 2003. 


A projeção da imagem corporativa de uma organização, traduzindo sua missão, visão, valores, filosofias e políticas, é atribuição da seguinte área da comunicação integrada:

Alternativas
Q1868649 Português

E isso é bom, não é? (l. 36)


No último parágrafo, para qualificar o bom jornalismo, o autor do texto prioriza o seguinte aspecto da profissão:

Alternativas
Q1868646 Português

Compare a frase (1), original do texto, com a (2), sua reescritura:

1) Esta é a maior qualidade do filme “Spotlight: segredos revelados”: ele dura 128 minutos. (l. 1)

2) A maior qualidade do filme “Spotlight: segredos revelados” é que ele dura 128 minutos.

A reescritura evidencia o seguinte efeito dos recursos de linguagem empregados pelo autor na frase original:

Alternativas
Q1868644 Português

Rapunzel, sua surda! Estou chamando há horas! Mulher cruel com os animais! Apesar de tudo, ainda te amo. Então, por tudo o que há de mais sagrado, jogue logo essas malditas tranças! (l. 18-20)


A fala do personagem revela um dilema da comunicação, que se materializa por meio do seguinte elemento:

Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: C
4: A
5: A
6: A
7: B
8: C
9: B
10: D
11: A
12: B
13: C
14: C
15: B
16: B
17: B
18: A
19: A
20: D