Questões de Concurso
Comentadas para analista - letras
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Texto 1
Afinal, o que é a língua?
A língua é uma das realidades mais fantásticas da nossa vida. Ela está presente em todas as nossas atividades; nós vivemos entrelaçados (às vezes soterrados!) pelas palavras; elas estabelecem todas as nossas relações e nossos limites, dizem ou tentam dizer quem somos, quem são os outros, onde estamos, o que vamos fazer, o que fizemos. Nossos sonhos são povoados de palavras; os outros se definem por palavras; todas as nossas emoções e sentimentos se revestem de palavras. O mundo inteiro é um magnífico e gigantesco bate-papo, dos chefes de Estado negociando a paz e a guerra às primeiras sílabas de uma criança em alguma favela brasileira ou numa vila africana. É pela linguagem, afinal, que somos indivíduos únicos: somos o que somos depois de um processo de conquista da nossa palavra, afirmada no meio de milhares de outras palavras e com elas compostas.
Apesar dessa presença absoluta na nossa vida (ou talvez justamente por isso), ainda sabemos pouco sobre a linguagem e, em geral, temos uma relação problemática com ela, principalmente em sua forma escrita. Isto é, embora não sejamos nada sem a língua, parece que ela permanece alguma coisa estranha em nossa vida, como se ela não nos pertencesse.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes
universitários. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 9.
A frase é encabeçada pelo substantivo “ideologia”, mas devemos observar que o verbo “querer” está acompanhado de seu complemento direto. Se considerarmos que “uma” é um numeral cardinal e não um pronome indefinido, estaremos levando em conta um contexto segundo o qual o enunciador quer “uma ideologia” e não.
Essa estrofe tem cinco orações. Qual a única que coloca o complemento do verbo ANTES do verbo?
Não cabe, no ensino de português, apenas agir no sentido de os alunos ampliarem seu domínio das atividades de fala e escrita. Junto com esse trabalho (que é, digamos com todas as letras, a parte central do ensino), é necessário realizar sempre uma ação reflexiva sobre a própria língua, integrando as atividades verbais e o pensar sobre elas.
Esse pensar visa à compreensão do funcionamento interno da língua e deve caminhar de uma percepção intuitiva dos fatos a uma progressiva sistematização, acompanhada da introdução do vocabulário gramatical básico (aquele que é indispensável, por exemplo, para se entender as informações contidas nos dicionários). No fundo, trata-se de desenvolver uma atitude científica de observar e descrever a organização estrutural da língua, com destaque para a imensa variedade de formas expressivas alternativas à disposição dos falantes.
Desse modo, se os conteúdos gramaticais não podem desaparecer do ensino, também não podem simplesmente permanecer arrolados e repassados como no ensino tradicional. Só existe sentido em estudar gramática, se esses conteúdos estão claramente subordinados ao domínio das atividades de fala e escrita, isto é, se eles têm efetiva relevância funcional. Ou, dito de outro modo, se conseguimos romper radicalmente com o modelo pedagógico medieval de ensino de língua, conforme descrito anteriormente.
Desse modo, SE os conteúdos gramaticais não podem desaparecer do ensino, também não podem simplesmente permanecer arrolados e repassados como no ensino tradicional. Só existe sentido em estudar gramática, SE esses conteúdos estão claramente subordinados ao domínio das atividades de fala e escrita, isto é, SE eles têm efetiva relevância funcional. Ou, dito de outro modo, SE conseguimos romper radicalmente com o modelo pedagógico medieval de ensino de língua, conforme descrito anteriormente.
O autor emprega a conjunção SE quatro vezes nessa passagem. Há identidade morfossemântica em quantas dessas quatro ocorrências?