Questões de Concurso
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Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: “Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue”. Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? “Why be normal?”, dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
(Lya Luft. Disponível em: http://www.udemo.org.br/Leituras_242.htm. Acesso em: 27/06/2016. Adaptado.)
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: “Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue”. Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? “Why be normal?”, dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
(Lya Luft. Disponível em: http://www.udemo.org.br/Leituras_242.htm. Acesso em: 27/06/2016. Adaptado.)
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: “Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue”. Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? “Why be normal?”, dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
(Lya Luft. Disponível em: http://www.udemo.org.br/Leituras_242.htm. Acesso em: 27/06/2016. Adaptado.)
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: “Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue”. Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? “Why be normal?”, dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
(Lya Luft. Disponível em: http://www.udemo.org.br/Leituras_242.htm. Acesso em: 27/06/2016. Adaptado.)
Assinale a alternativa que apresenta a atividade comum dessas personalidades.
( ) “Água fria e pão quente” é sujeito da frase.
( ) O verbo da frase está no passado.
( ) As palavras“fria”,“quente”e“nunca”têm nesse ditado popular função adjetival.
Assinale a sequência CORRETA
Analise a imagem a seguir.
Disponível em: http://zip.net/bms8HR .Acesso em:15abr.2016.
Considerando a norma padrão da língua portuguesa, pode-se afirmar que há muitas incorreções na frase dessa imagem.
Assinale a alternativa que apresenta todas as correções necessárias para a frase anteriormente apresentada, segundo essa norma
A vida é muito curta para fazer dieta
A vida é mesmo muito curta. Quantas vezes ouvimos falar que o tempo voa, quantas vezes os mais experientes nos disseram que queriam ter descansado mais, viajado mais, aproveitado mais os companheiros, os filhos. A gente nem vê os dias passando, justamente porque prevemos muita vida pela frente. Imagine quanto tempo nós já perdemos negando prazeres, deixando para aproveitar depois mesmo sabendo que nada retrocede. Então, de que adianta sermos prisioneiros de nós mesmos, escravos do tempo? Se sabemos que somos feitos de agora, não faz sentido esperar para desfrutar amanhã.
Do mesmo jeito que a vida é curta para guardar rancor, para ficar de mau humor, para cumprir só com as obrigações, ela também é curta para passar por privações que nós mesmos criamos. Pense bem. É como estar num cativeiro com as chaves no bolso. Caramba. Somos crescidos o bastante para sermos os donos do nosso nariz, do coração, do estômago e do corpo inteiro.
A vida é muito curta para negar prazeres. E comer, definitivamente, é um enorme prazer. Sem contar que a comida aproxima as pessoas, como na casa da avó, onde toda a família se reúne espremida na cozinha para enfiar o dedo no molho, raspar a panela de doce e roubar uma colherinha antes de servir os pratos. Quantos pedidos de namoro foram feitos num jantar à luz de velas? Quantos casamentos começaram entre louças e taças de vinho? Quanto amor surgiu em volta de tabuleiros, quantas histórias compartilhadas entre cafés, sorrisos e pedaços de bolo?
Sinto muito, mas eu não vou tomar sopa e comer clara de ovo com batata doce 365 dias por ano, sozinha, tirando foto do meu prato e compartilhando a minha triste e solitária refeição insossa com as mulheres da academia. Não vou passar os meus dias comendo por obrigação, porque a sensação que me dá é a mesma de um astronauta que se alimenta de pílulas ou um enfermo mantido a caldo ralo. Eu não vou dispensar um vinho com as minhas amigas nem um jantar a dois pensando nos carboidratos. Não vou deixar de tomar cerveja porque dá barriga, e muito menos trocar o bom e velho brigadeiro por uma barra de proteína. Não vou azucrinar o garçom para saber o valor calórico dos bolinhos e da linguiça. Não vou encher o saco doutrinando sobre a dieta paleolítica.
É que não faz nenhum sentido viver sob a pressão de um corpo perfeito, de um modelo de beleza esquálido, só porque as capas de revista esfregam na nossa cara o que é “bonito”. Outra coisa: não existe perfeição, como também não existe um só tipo de beleza, um só tipo de cabelo, uma única cor de olhos. Que mania que as pessoas têm de rotular tudo e todo mundo, dividir em espécies, classificar e, no fim das contas, separar o bom do ruim, o que presta do que não presta.
A vida passa tão rápido que ninguém pensa no tempo que se perde vivendo para ser como os outros e esquecendo de viver para si. Estão todos sozinhos, com pressa, mastigando as suas marmitas sem glúten e pouco sódio. Não é permitido aproveitar o hoje porque é preciso estar linda amanhã. Você deve castrar as suas vontades se quiser ser “gostosa”. Ninguém vai te amar se você tiver a barriguinha saliente e uma dúzia de celulites. Das mais inadmissíveis loucuras para emagrecer aos produtos que inflem os músculos e o ego. É batata. É impossível ser bonita se você não for como elas.
A alimentação não tem que ser um check list que deve ser cumprido. No final das contas, sabe o que eu queria? Eu queria mesmo é que a gente se libertasse das obrigações e dos conceitos que o mundo impõe, começando pela ilusão de que felicidade é privação. Pra mim, ser feliz é justamente o contrário. Felicidade é permitir-se.
[...]
Dizem que aquela mulher que se alimenta a base de shakes é feliz. Eu tenho as minhas dúvidas.
Disponível em: <http://www.revistabula.com/5786-a-vidae-muito-curta-para-fazer-dieta/>.
“A vida é muito curta para negar prazeres.”
A palavra destacada:
A vida é muito curta para fazer dieta
A vida é mesmo muito curta. Quantas vezes ouvimos falar que o tempo voa, quantas vezes os mais experientes nos disseram que queriam ter descansado mais, viajado mais, aproveitado mais os companheiros, os filhos. A gente nem vê os dias passando, justamente porque prevemos muita vida pela frente. Imagine quanto tempo nós já perdemos negando prazeres, deixando para aproveitar depois mesmo sabendo que nada retrocede. Então, de que adianta sermos prisioneiros de nós mesmos, escravos do tempo? Se sabemos que somos feitos de agora, não faz sentido esperar para desfrutar amanhã.
Do mesmo jeito que a vida é curta para guardar rancor, para ficar de mau humor, para cumprir só com as obrigações, ela também é curta para passar por privações que nós mesmos criamos. Pense bem. É como estar num cativeiro com as chaves no bolso. Caramba. Somos crescidos o bastante para sermos os donos do nosso nariz, do coração, do estômago e do corpo inteiro.
A vida é muito curta para negar prazeres. E comer, definitivamente, é um enorme prazer. Sem contar que a comida aproxima as pessoas, como na casa da avó, onde toda a família se reúne espremida na cozinha para enfiar o dedo no molho, raspar a panela de doce e roubar uma colherinha antes de servir os pratos. Quantos pedidos de namoro foram feitos num jantar à luz de velas? Quantos casamentos começaram entre louças e taças de vinho? Quanto amor surgiu em volta de tabuleiros, quantas histórias compartilhadas entre cafés, sorrisos e pedaços de bolo?
Sinto muito, mas eu não vou tomar sopa e comer clara de ovo com batata doce 365 dias por ano, sozinha, tirando foto do meu prato e compartilhando a minha triste e solitária refeição insossa com as mulheres da academia. Não vou passar os meus dias comendo por obrigação, porque a sensação que me dá é a mesma de um astronauta que se alimenta de pílulas ou um enfermo mantido a caldo ralo. Eu não vou dispensar um vinho com as minhas amigas nem um jantar a dois pensando nos carboidratos. Não vou deixar de tomar cerveja porque dá barriga, e muito menos trocar o bom e velho brigadeiro por uma barra de proteína. Não vou azucrinar o garçom para saber o valor calórico dos bolinhos e da linguiça. Não vou encher o saco doutrinando sobre a dieta paleolítica.
É que não faz nenhum sentido viver sob a pressão de um corpo perfeito, de um modelo de beleza esquálido, só porque as capas de revista esfregam na nossa cara o que é “bonito”. Outra coisa: não existe perfeição, como também não existe um só tipo de beleza, um só tipo de cabelo, uma única cor de olhos. Que mania que as pessoas têm de rotular tudo e todo mundo, dividir em espécies, classificar e, no fim das contas, separar o bom do ruim, o que presta do que não presta.
A vida passa tão rápido que ninguém pensa no tempo que se perde vivendo para ser como os outros e esquecendo de viver para si. Estão todos sozinhos, com pressa, mastigando as suas marmitas sem glúten e pouco sódio. Não é permitido aproveitar o hoje porque é preciso estar linda amanhã. Você deve castrar as suas vontades se quiser ser “gostosa”. Ninguém vai te amar se você tiver a barriguinha saliente e uma dúzia de celulites. Das mais inadmissíveis loucuras para emagrecer aos produtos que inflem os músculos e o ego. É batata. É impossível ser bonita se você não for como elas.
A alimentação não tem que ser um check list que deve ser cumprido. No final das contas, sabe o que eu queria? Eu queria mesmo é que a gente se libertasse das obrigações e dos conceitos que o mundo impõe, começando pela ilusão de que felicidade é privação. Pra mim, ser feliz é justamente o contrário. Felicidade é permitir-se.
[...]
Dizem que aquela mulher que se alimenta a base de shakes é feliz. Eu tenho as minhas dúvidas.
Disponível em: <http://www.revistabula.com/5786-a-vidae-muito-curta-para-fazer-dieta/>.
Leia o trecho a seguir.
“É que não faz nenhum sentido viver sob a pressão de um corpo perfeito,de um modelo de beleza esquálido,só porque as capas de revista esfregam na nossa cara o que é ‘bonito’ .Outra coisa: não existe perfeição, como também não existe um só tipo de beleza,um só tipo de cabelo,uma única cor de olhos.”
Segundo a norma padrão da língua portuguesa,os dois-pontos,destacados no trecho,podem ser substituídos,sem alteração de sentido, por:
Em relação ao cálculo do valor de Delta, exposto na questão anterior, sabe-se que:
• Quando Δ < 0, então a equação não possui resultados reais;
• Quando Δ = 0, então a equação possui apenas um resultado real ou possui dois resultados iguais (essas duas afirmações são equivalentes); e,
• Quando Δ > 0, então a equação possui dois resultados distintos reais.
Com base nessas informações, assinale a alternativa que possui uma forma correta de expressar essas três condições na célula H2:
• Se o valor de Delta for maior que 0 (zero), deve ser exibida a expressão: RAIZES REAIS E DIFERENTES;
• Se o valor de Delta for igual que 0 (zero), deve ser exibida a expressão: RAIZES REAIS E IGUAIS;
• Se o valor de Delta for menor que 0 (zero), deve ser exibida a expressão: NÃO PERTENCE AOS REAIS
A fórmula de Bhaskara é um método para encontrar as raízes reais de uma equação do segundo grau fazendo uso apenas de seus coeficientes. Vale lembrar que coeficiente é o número que multiplica uma incógnita em uma equação. Em sua forma original, a fórmula de Bhaskara é dada pela seguinte expressão:
Discriminante é a expressão presente dentro da raiz na fórmula de Bhaskara. É comumente representado pela letra grega Δ (Delta) e recebe esse nome pelo fato de discriminar os resultados de uma equação da seguinte maneira: Assinale a alternativa que transcreve corretamente a fórmula Δ = b2 – 4.a.c na célula E2.