Caso clínico 1A1-II
Jéssica, com 35 anos de idade, procurou a unidade de
pronto atendimento mais próxima de sua casa, por estar sentindo
dor no peito, falta de ar e inquietação. Após avaliação médica,
ela foi encaminhada para atendimento psicológico na rede de
atenção. Na consulta com psicólogo, ela relatou: “Tem mais de
oito meses que as coisas ficaram mais difíceis. Só quero ficar em
casa, me irrito com facilidade e estou sempre com dor de cabeça
e cansada. Me preocupo com tudo. Não consigo me controlar.
Sei que não faz bem, mas penso que meus filhos só têm a mim,
que somos só eu e eles nessa cidade. Nunca tive apoio do pai
deles. Já passamos muitas necessidades. Se não fosse minha
vizinha, não sei o que seria de nós. Sinto um aperto no peito que
não passa. Nos últimos dias tenho sentido falta de ar,
principalmente, no início da noite. Tem um ano que perdi minha
mãe. Ela faleceu às 18 h. Não sei se tem relação, mas meus dias
depois do falecimento dela, nunca mais foram os mesmos.
Quando começa a escurecer, o medo aumenta, a angústia e a falta
de ar ficam incontroláveis. Minha concentração nunca foi boa.
Mas tenho sentido uma piora grande. Tenho problemas para
dormir e fazer as coisas em casa. Estou desempregada há mais de
cinco meses. Acabei perdendo o emprego por conta desses meus
problemas” (sic).