Questões de Concurso
Comentadas para geógrafo
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Fonte: TOURINHO, L.H.Z. et al. Planos Diretores do Município de Belém (PA) e a Questão dos Rios Urbanos. Research, Society and Development, v. 10, n. 10, 2021. p 8.
Os mapas representam duas informações: a densidade demográfica de Belém e as bacias hidrográficas com áreas de inundação em 2010. Ao correlacionar essas variáveis com o conceito de risco e vulnerabilidades, constata-se que:
Analisada no campo do pensamento geográfico moderno, a abordagem ambiental pode ser concebida a partir de dois grandes momentos. O primeiro, no qual o ambiente configura-se em sinônimo de natureza (ambientalismo=naturalismo), prevaleceu desde a estruturação da científica geografia até meados do século XX, sendo, porém, possível ainda observá-lo como postura filosófica perante o mundo por parte de muitos cientistas, inclusive geógrafos. A este primeiro período poderia ser associado o tecnicismo(...), no segundo momento é que se observa o salto dado por alguns geógrafos que passam a abordá-lo na perspectiva da interação sociedade-natureza. Fonte: Mendonça, F.- Geografia SocioAmbiental. In. Elementos da Epistemologia da Geografia Contemporânea. MENDONÇA F.&KOZEL, S. (ORGS). Curitiba: UFPR. 2004, p 128.
A análise do autor é de que a perspectiva ambiental entre os geógrafos atuais fortalece:
O processo de verticalização intensa, não só no bairro do Umarizal, mas em Belém, acarreta uma segregação socioespacial e a diminuição da cobertura vegetal, e é resultante de uma lógica capitalistaespeculativa, além de financeira de formação e apropriação do espaço dessa cidade como um valor de troca(...)No bairro do Umarizal, em específico, houve o aumento da temperatura ao longo dos anos. Em 1997, o bairro apresentou temperaturas com variações de 22ºC a 24ºC e, no ano de 2008, as temperaturas variaram entre 23ºC a 27ºC. Fonte: de Matos, A. C. S.; Tavares, F. B.; Coutinho, E. C.; Guimarães, U. S. Qualidade ambiental, percepção e aspectos socioeconômicos na Amazônia: um estudo de caso do bairro do Umarizal, em Belém/PA. Revista Brasileira de Geografia Física v.14, n.05 (2021) 2946-2965.
O modelo de crescimento capitalista resultou na explosão demográfica e concentração de riqueza e pobreza urbana. Considerando o texto, o contexto da produção do espaço urbano em Belém e as mudanças ambientais, pode-se afirmar que:
Fonte: VALE, J. R. B.; BORDALO, C. A. L. Caracterização morfométrica e do uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do Rio Apeú, Amazônia Oriental. Formação (Online), v. 27, n. 51, 2020 p.317.
O processamento dos dados e a produção dos mapas realizados em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG) permitiram o mapeamento da bacia hidrográfica do rio Apeú, no qual é possível observar que:
A espacialização da intensidade das ilhas de calor é um problema recorrente na climatologia porque resulta na criação de um campo contínuo a partir de observações individuais (pontos) por meio da interpolação espacial (...) tais interpolações podem se processar por dois grupos de métodos: os métodos geoestatísticos e os métodos multicritérios.
Fonte: Amorim, M. C. de C. T. (2021). Ilhas de Calor Urbanas: Métodos e Técnicas De Análise. Revista Brasileira De Climatologia, 25. https://doi.org/10.5380/abclima.v0i0.65136
Os Sistemas de Informação Geográfica são utilizados para a espacialização das ilhas de calor. Portanto, para o estudo de clima urbano, a metodologia mais apropriada é o(a)
Se o espaço geográfico é produzido de forma altamente complexa e fortemente desigual. Se o clima é o produto da interação entre os processos dinâmicos da atmosfera e das ações dos agentes sociais, que ao produzirem novas territorialidades modificam as características fundamentais dos elementos climáticos. Então os diversos grupos sociais não experimentam nem percebem o tempo e o clima da mesma forma. Espaços desiguais potencializam efeitos do clima, igualmente desiguais. Nesta perspectiva temos que admitir que o clima é uma construção social.
Fonte: SANT'ANNA NETO, J. L. In: SILVA, C. A.; FIALHO, E. S. (Org.). Concepções e Ensaios da Climatologia Geográfica. 1ed. Dourados: Editora da UFGD, 2012, v. 1, p. 13-38
A argumentação do autor sobre o conceito de Clima como construção social decorre da:
Minha contribuição mais significante como geógrafo, ao longo da segunda metade do século XX, foi, sem dúvida, dirigida à Climatologia. Até então, mais personificado como “Rudimentos de Meteorologia”, o estudo do Clima, no âmbito da Geografia, tinha mais a ver com uma quantificação dos elementos atmosféricos sem a necessária qualificação genética e dinâmica comportamental dos processos. Contra o procedimento geral, lancei-me à procura de uma revisão conceitual e das práticas comportamentais (dinâmicas), já iniciadas pela Teoria da Frente Polar (1917). Lenta, mas persistentemente, elaborei uma série de artigos, capítulos de livros, aconselhamentos didáticos para o ensino de grau médio, até chegar a trabalhos especiais, teses e especulações teóricas visando à produção de um novo paradigma que saísse do domínio estático, exclusivo das médias, para a dinâmica do ritmo. A esta altura de minha vida, ultrapassados os oitenta anos, apelei para os co-autores do presente trabalho, a fim de discutirmos a diretriz a ser tomada sobre a “divulgação” de uma obra que tem demorado a atingir uma prática mais efetiva, já que se desenvolve por mais de meio século. Espero que o presente esforço de divulgação surta algum efeito em benefício dos estudantes de Geografia e jovens geógrafos, e que, no exterior, ele possa merecer alguma atenção como meio de constatar que, no hemisfério sul, na América Latina e, mais especificamente, no Brasil – em esforço de desenvolvimento econômico e cultural –, também podemos propor algo relativo à área. Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro Fonte: MONTEIRO, C. A.F., MENDONÇA, F.A, SANT´ANNA NETO, ZAVATINNI, J.A. A Construção da Climatologia Geográfica no Brasil. Campinas, Alínea, 2015.
No texto do grande geógrafo Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, são apresentadas contribuições ao estudo do clima. Em sua obra, defende:
Fonte: FELIPPE, M.F. et al. Nascentes Antropogênicas: Processos Tecnogênicos e Hidrogeomorfológicos. Revista Brasileira de Geomorfologia, v.14, n.4, (Out-Dez) p.279-286, 2013 p. 294.
No contexto do Antropoceno, a nascente antropogênica, como ilustra a figura, pode possuir distintas e diversas características fisiográficas e hidrogeomorfológicas que resultam da:
Observe a figura a seguir para responder à questão .
Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/947463-deputada-diz-que-envenenamento-da-agua-pode-afetar-a-todos-indistintamente.
Acesso em 01 de junho de 2003.
A partir dos dados de distribuição da água doce no mundo, é possível depreender que:
A reprodução do capital no espaço agrário amazônico, por meio do monopólio do uso da terra, é voraz e demanda grandes áreas. Isso porque, a ampliação e apropriação da renda da terra pelo capital, ainda que auxiliada pela revolução técnica-científica-informacional balizadora de uma agricultura de precisão genética e edafoclimática, é incapaz de subverter o ritmo e movimento da vida, da natureza. O tempo natural flui entre o semear, o germinar e o colher; movimenta-se entre a coleta de sêmen, a inseminação, a gravidez, a gestação e o nascimento. E como para o capital tempo é dinheiro, buscase apropriar de terra útil e utilizável até que dela não precise mais. Portanto, é instrumental a relação que, em seu processo de reprodução, o capital estabelece com a terra, ela é tão somente um meio de produção e força produtiva, valor de troca. Fonte: NAHUM, J.S & BASTOS, C. S- Dendeicultura e Descampesinização na Amazonia Paraense. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v. 9, n. 17, p. 469-485, abr., 2014, p.470. 34
A análise dos autores sobre a reprodução do capital aponta para a transformação do espaço agrário amazônico, cujo exemplo mais significativo é a(o)
O Antropoceno pode ser considerado como uma nova época geológica, que começou durante a Revolução Industrial e levou a mudanças na natureza dos depósitos, no relevo e na composição da atmosfera (...) o Antropoceno é marcado por várias fases diacrônicas de mudanças para o novo tempo desde a revolução agrícola, urbana, industrial e comercial com impactos em diferentes partes do globo de forma diferenciada.
Fonte: LUZ, L. M. MARÇAL. M.S, -A PERSPECTIVA GEOGRÁFICA DO ANTROPOCENO. Revista de Geografia (Recife) V. 33, No. 2, 2016, p. 158 33
As autoras trazem à luz a discussão sobre o Antropoceno, termo que sugere que:
Projetos mineiro-metalúrgicos, petroquímicos, grandes usinas hidrelétricas, estradas, portos, hidrovias, ferrovias, megaempreendimentos de requalificação e reestruturação urbanos. Todos esses seriam exemplos contundentes do que estamos chamando aqui de grandes projetos. Em realidade, esses megaempreendimentos são verdadeiros paradigmas de uma geografia de exceção que faz viver e deixa morrer, uma vez que em diferentes momentos históricos e como expressão de variados espectros políticos –sem distinção entre esquerda e direita –tais projetos são sempre anunciados e enunciados como inevitáveis (defendidos como estratégicos para segurança e soberania nacional), como uma necessidade política para a garantia das condições materiais do des-envolvimento. FONTE: Malheiro. B & Cruz, V.C. A geografia das ruínas e dos territórios de exceção: uma leitura a contra pelo dos grandes projetos de des-envolvimento. In. Por outras regiões, para outras Amazônias Cidades, geopolítica da mineração e lutas por território. - São Paulo: FFLCH/USP, PROLAM/USP, UNIFESSPA, PPGEO/UFPA, LERASSP, 2023, p. 114.
Neste contexto socioespacial e temporal trazido na análise crítica dos autores, em quais das afirmações abaixo estão relacionadas aos resultados deste projeto para a Amazônia?
I. A criação do Programa Grande Carajás consolidou o papel da Usina Hidrelétrica de Tucuruí na região, de modo que sua produção energética atendeu às demandas dos projetos mínero-metalúrgicos e das prioridades das populações urbanas e rurais da região do baixo Tocantins.
II. As empresas mineradoras Albrás/Alunorte (PA), Alumar (MA), Mineração Rio do Norte (MRN-PA), Companhia Vale do Rio Doce (CVRD-PA), entre outros, articulam-se à dinâmica de novas fronteiras na lógica de riqueza gerada pela acumulação de capital.
III. Os grandes projetos expandem seu domínio territorial sobre espaços ainda não totalmente globalizados de forma a apropriar-se e expropriar recursos naturais, terras e territórios.
IV. Como estratégia de segurança e soberania nacional, a implementação dos grandes empreendimentos que se submeteram a rigorosa aprovação do Licenciamento Ambiental garantem, por transferência de Royalties, a qualidade de vida de comunidades quilombolas, ribeirinhas, camponesas e urbanas.
Estão corretas:
Mas foi somente entre 1966-85 que se deu o planejamento regional efetivo da região. O Estado tomou a si a iniciativa de um novo e ordenado ciclo de devassamento amazônico, num projeto geopolítico para a modernidade acelerada da sociedade e do território nacionais. Nesse projeto, a ocupação da Amazônia assumiu prioridade por várias razões. Foi percebida como solução para as tensões sociais internas decorrentes da expulsão de pequenos produtores do Nordeste e do Sudeste pela modernização da agricultura. Sua ocupação também foi percebida como prioritária, em face da possibilidade de nela se desenvolverem focos revolucionários. Fonte: BECKER, Berta, Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para projetar cenários? Parcerias Estratégicas - Número 12 - Setembro 2001, pg. 137 31
Neste recorte temporal analisado pela autora, o projeto geopolítico para a Amazônia baseava-se na:
Veja o quadro para responder à questão .
Fonte: Roberto Marques Neto & Thomaz Alvisi de Oliveira. A Geomorfologia nos Estudos Integrados da Paisagem: Enfoque
Evolutivo e Dinâmico na Interpretação dos Sistemas Geomorfológicos.
Observe o gráfico a seguir para responder à questão.
Fonte: Câmara, G. et al. Impact of land tenure on deforestation control and forest restoration in Brazilian Amazonia. Environ. Res. Lett. 18 (2023)
Na análise do gráfico sobre o desmatamento legal e ilegal do bioma amazônico entre 2008 a 2021 (na
cor preta e na cor cinza, respectivamente e considerando o Código Florestal Brasileiro (Lei nº
12.651/2012), observa-se que as mudanças no padrão do desmatamento a partir de 2015 é justificada
pela:
De todos estes processos destrutivos, o mais óbvio, e perigoso, é o processo de mudança climática, um processo que resulta dos gases a efeito de estufa emitidos pela indústria, pelo agronegócio e pelo sistema de transporte existentes nas sociedades capitalistas modernas. Esta mudança, que já começou, terá como resultado, não só o aumento da temperatura em todo o planeta, mas a desertificação de setores inteiros de vários continentes, a elevação do nível do mar, com o desaparecimento de cidades marítimas – Veneza, Amsterdam, Hong-Kong, Rio de Janeiro - debaixo dos oceanos. Uma série de catástrofes que se colocam no horizonte dentro de – não se sabe – vinte, trinta, quarenta anos, isto é, num futuro próximo. Fonte: Löwy, Michel. Crise Ecológica, Crise Capitalista. CADERNO CRH, Salvador, v. 26, 67, p. 79-86, Jan./Abr. 2013. 27
No contexto, o autor ressalta que as catástrofes são decorrentes do modo de produção. Coerente com a crítica observada no texto, a análise sobre a questão ambiental coloca como necessária:
Observe o perfil geoecológico para responder à questão.
O perfil geoecológico apresentado foi compilado com o auxílio do Sistema de Informação Geográfica
(SIG). No exemplo em questão, para que o resultado pudesse demostrar as unidades de paisagem e a
área de planície de inundação do Médio Araguaia, foi tarefa do SIG:
Observe as imagens e sua descrição para responder à questão.
A Bacia Amazônica, reconhecida pela rica rede de drenagem, teve sua formação geológica ocorrida ao
longo de milhões de anos. A pesquisa apresentada mostra uma sequência de eventos passados que
explicam a atual formação desta bacia. De acordo com a pesquisa, analise as afirmativas seguintes.
I. Há 23 milhões de anos, as nascentes dos rios do norte da América do Sul não ficavam nos Andes, como hoje, mas em relevos bem menos expressivos a oeste, que dividiam as águas da região em duas bacias hidrográficas distintas.
II. A leste do divisor de águas, os rios desciam em direção à atual foz do Amazonas. A oeste, os rios seguiam na direção oposta, rumo a bacias aos pés dos Andes, alimentando imensos lagos e pântanos e formando uma área alagada - o denominado Sistema Pebas.
III. O rio Amazonas teria tomado seu sentido atual, de oeste para leste, não só em consequência de alterações no interior da Terra que desencadearam um soerguimento da porção oeste da Amazônia (de acordo com a abordagem tradicional), mas também como resultado da erosão das cordilheiras andinas, a qual teria criado o declive que se estende dos Andes à Ilha de Marajó.
IV. Os Andes tornavam-se uma ponte para a umidade soprada por ventos vindos do Atlântico. Além disso, o aumento das chuvas no flanco leste da cordilheira aumentava a quantidade de sedimento transportado para leste e oeste da cordilheira.
Estão corretas:
O período da globalização neoliberal já nascerá sobre o signo do desafio ambiental, desafio esse que não se colocará para nenhum dos períodos anteriores da globalização. Até então a natureza era considerada como uma fonte inesgotável de recursos, como vimos com o fordismo e sua crença numa sociedade de consumo de massas ilimitada. O desafio ambiental se constitui junto com o período histórico que se inicia ali nos anos de 1960 e 1970, podendo mesmo dizer-se que o ambientalismo é um dos vetores instituintes da ordem mundial que então se inicia (...) e está no centro das contradições do mundo moderno colonial
Fonte: Porto-Gonçalves, C.W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017 p.61. (Texto Adaptado)
De acordo com o texto, o desafio do vetor ambiental é contestar a(o)
Leia o quadro a seguir para responder à questão
Fonter: HAESBAERT, R & LIMONAD, E. O território em tempos de globalização. I GIZO UERJ Revista do Departamento de Geografia, 11E1U, RJ, n. 5, p. 7-19, 1999, p. 12
Os autores apresentam um quadro sintético das principais linhas de interpretação do conceito de
território ainda hoje vigentes. Considera-se o conceito de territorialidade transversal a estas
interpretações porque: