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Através dos meios constitutivos da psicologia de George Mead (1973) foi possível dar à teoria hegeliana da “luta pelo reconhecimento” uma inflexão materialista. Baseado nas ideias de Mead e Hegel, Axel Honneth, que foi assistente de Jürgen Habermas, elaborou, no interior da Teoria Crítica, uma distinção conceitual da estrutura das relações sociais de reconhecimento.
Diante do exposto, o item que corresponde à estrutura das relações sociais de reconhecimento é:
A situação atual é marcada por uma comoção que, recentemente,
afetou a condição salarial: o desemprego em massa e a instabilidade
das situações de trabalho, a inadequação dos sistemas
clássicos de proteção para dar cobertura a essas condições, a
multiplicação de indivíduos que ocupam na sociedade uma posição de supranumerários, “inimpregáveis”, inempregados ou empregados
de um modo precário e interminante, escreveu Robert
Castel em 1998. Castel, ao fazer uma “crônica do salário”, no
livro “As metamorfoses da questão social”, estabelece que
A modernidade é uma ordem pós-tradicional, mas não uma ordem em que as certezas da tradição e do hábito tenham sido substituídas pela certeza do conhecimento racional. A dúvida, característica generalizada da razão crítica moderna, permeia a vida cotidiana assim como a consciência filosófica, e constitui uma dimensão existencial geral do mundo social contemporâneo. A partir das definições de Anthony Giddens (2002), pode-se afirmar que a modernidade
I- é característica de instituições que diferem de todas as formas anteriores de ordem social quanto a seu dinamismo, ao grau em que interferem com hábitos e costumes tradicionais, e a seu impacto global.
II- altera radicalmente a natureza da vida social cotidiana e afeta os aspectos mais pessoais de nossa existência.
III- deve ser entendida num nível institucional, mas a transformações introduzidas pelas instituições modernas se entrelaçam de maneira direta com a vida individual e, portanto, com o eu.
V- tem como característica a crescente interconexão entre os dois “extremos” da extensão e da intencionalidade: influências globalizantes de um lado e disposições pessoais de outro.
V- reduz o risco geral de certas áreas e modos de vida, mas, ao mesmo tempo, introduz novos parâmetros de risco, pouco conhecidos ou inteiramente desconhecidos em épocas anteriores.
Estão corretas as afirmativas
Com base no texto abaixo, analise as afirmativas a seguir:
“A partir do estudo do processo civilizador, evidenciou-se com bastante clareza a que ponto a modelagem geral e, portanto, a formação individual de cada pessoa, depende da evolução histórica do padrão social, da estrutura das relações humanas. Os avanços da individualização, como na Renascença, por exemplo, não foram consequências de uma súbita mutação em pessoas isoladas, ou de concepção fortuita de um número especialmente elevado de pessoas talentosas; foram eventos sociais, consequência de uma desarticulação de velhos grupos ou de uma mudança na posição social do artista-artesão, por exemplo. Em suma, foram consequências de uma reestruturação específica das relações humanas.”
(ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos, 1994)
I- Relações, por exemplo, entre pai, mãe, filho e irmãos numa família, por variáveis que sejam em seus detalhes, são determinadas, em sua estrutura básica, pela estrutura da sociedade em que a criança nasce e que existia antes dela.
II- As peculiaridades constitucionais com que um ser humano vem ao mundo têm uma importância muito diferente para as relações do indivíduo nas diferentes sociedades, bem como nas diferentes épocas históricas de uma mesma sociedade.
III- Constituições naturais similares em bebês recém-nascidos levam a um desenvolvimento muito diferenciado da consciência e dos instintos, dependendo da estrutura preexistente de relações em que eles cresçam.
IV- A individualidade que o ser humano acaba por desenvolver não depende apenas de sua constituição natural, mas de todo o processo de individualização. Sem dúvida, a constituição característica da pessoa tem uma influência inerradicável em todo o seu destino.
V- A imagem mais nitidamente delineada do adulto, a individualidade que aos poucos emerge da forma menos diferenciada da criança pequena, em sua interação com seu destino, é também específica de cada sociedade.
Estão corretas as afirmativas
Ao redigir O Capital, Karl Marx (1973) explica sua decisão de analisar a sociedade capitalista por considerá-la a forma de organização mais desenvolvida e mais variada de todas as já existentes. Isso permitiria a compreensão de outras formações socioeconômicas anteriores e desaparecidas como as sociedades primitivas, as escravistas, as asiáticas e feudais. Marx, então, delimita alguns conceitos básicos para análise da sociedade capitalista.
Analise os conceitos a seguir e marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso:
( ) Mais valia: é tudo aquilo que o trabalhador produz, caracterizando-se como o resultado da força de trabalho empreendida pelo trabalhador.
( ) Mercadoria: é a forma elementar de riqueza capitalista. Ela tem a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam de estômago ou as de fantasia, seja como meio de subsistência ou de produção.
( ) Força de trabalho: é aquilo que o trabalhador livre vende como uma mercadoria. Esta venda é típica da sociedade capitalista.
( ) Capital: é uma relação social de produção, é uma forma historicamente determinada de distribuição das condições de produção resultante de um processo de expropriação e concentração de propriedade.
( ) Alienação: é uma condição em que o trabalho, ao invés de ser instrumento para a realização plena do homem e de sua condição de humano, torna-se, pelo contrário, um instrumento de escravização, acabando por desumanizá-lo, tendo sua vida e seu próprio valor medidos pelo seu poder de acumular e possuir.
A sequência correta é
Émile Durkheim (1951; 1968; 1974), foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e disciplina acadêmica. Durkheim definiu a Sociologia como a ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, de toda a crença, todo o comportamento instituído pela coletividade. Dos conceitos listados abaixo, aqueles que contemplam conceitos definidos pela teoria Durkeimiana são:
I- Fatos sociais compreendem toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre a coletividade uma coerção interior ao coletivo, ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando sua existência própria, dependente das manifestações coletivas que possa ter.
II- A sociedade é mais do que a soma dos indivíduos vivos que a compõem: é uma síntese que não se encontra em cada um desses elementos, assim como os diferentes aspectos da vida não se acham decompostos nos átomos contidos na célula: a vida está no todo e não nas partes.
III- As representações coletivas são a base de onde se originam os conceitos, traduzidos nas palavras do vocabulário de uma comunidade, de um grupo ou de uma nação.
IV- As maneiras de ser coletivas são de ordem anatômica ou morfológica, enquanto os modos de agir são de ordem fisiológica, mas são igualmente imperativos, coagem a que se adotem determinadas condutas e formas de sentir e, além disso, encontram-se fora dos indivíduos, são uma realidade objetiva e externa a eles, portanto são fatos sociais. Sendo assim, ambos possuem ascendência sobre o indivíduo, arrastando-o, influenciando-o.
V- A consciência comum ou coletiva corresponde ao conjunto de crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que tem vida própria.
São corretas as afirmativas
“O desenvolvimento de um mercado mundial integrado resultou numa descartelização e desconcentração do capital, conforme visto pela perspectiva da nação-estado. A especialização flexível e as formas flexíveis de organização do trabalho substituem cada vez mais a produção em massa. A classe trabalhadora industrial de massa se contrai e se fragmenta, dando origem a um declínio da política de classe e à dissolução do sistema nacional corporativista de relações industriais. Uma classe de serviços separada, originalmente um efeito do capitalismo organizado, tornou-se, em seu desenvolvimento posterior, uma fonte de novos valores e novos movimentos sociais” (KUMAR, Krishan (2006) Da Sociedade Pós-industrial à Pós-moderna. Novas Teorias sobre o Mundo Contemporâneo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, p.86).
A descrição acima enquadra-se adequadamente no conceito de Capitalismo:
“O mundo em que vivemos não está sujeito ao rígido controle humano – a essência das ambições da esquerda e, poder-se-ia dizer, o pesadelo da direita. Quase ao contrário, é um mundo de perturbação e incerteza, um mundo descontrolado. E, o que perturbador, aquilo que deveria criar uma certeza cada vez maior – o avanço do conhecimento humano e a intervenção controlada na sociedade e na natureza – está na verdade profundamente envolvido com essa imprevisibilidade” (GIDDENS, A (1995) Para Além da Esquerda e da Direita. São Paulo, Unesp, pp. 11-12).
O nome dado pelo Sociólogo inglês Anthony Giddens
para esse estado de tensão permanente reinante nas
sociedades contemporâneas é o de:
“Sistemas de ações, redes complexas de relações entre níveis e significados diversos da ação social. A identidade coletiva não é um dado ou uma essência, mas um produto de trocas, negociações, conflitos entre atores” (MELUCCI,Alberto (2001) A Invenção do Presente. Petrópolis, Vozes, p.23).
Essa caracterização de Alberto Melucci sobre a dinâmica de organização dos atores coletivos na época atual reflete a concepção de:
No seu consagrado estudo Etapas do Pensamento Sociológico, Raymond Aron, detendo-se sobre a análise da tipologia weberiana das ações, destaca no interior desta, um tipo especial cuja característica é “ação ditada imediatamente pelo estado de consciência ou humor do sujeito” ARON, Raymond (2002)Etapas do Pensamento Sociológico . São Paulo, Martins Fontes. p. 728).
O fragmento se refere à ação denominada:
O pensamento político de Emile Durkheim, embora profundo e contundente, tende a ser negligenciado e suplantado pela proeminência de sua sociologia. Numa das pujantes análises sobre as relações políticas existentes em sua obra, ele assevera ser a tarefa do Estado transcender o “pensamento irrefletido da multidão”, isto é, “sobrepor a esse pensamento irrefletido, um pensamento mais meditado e, por força, diferente. É e deve ser, foco de representações novas originais, as quais devem pôr a sociedade em condições de conduzir-se com maior inteligência que quando é simplesmente movida por sentimentos obscuros, a agir dentro dela” (DURKHEIM, Emile (1983)Lições de Sociologia . São Paulo, Edusp, p.84).
Nessa esteira, o papel do governo, segundo ele, deve ser o de:
A mercadoria, nas sociedades pós-modernas, promove um “domínio sobre as pessoas, exercido em virtude de sua fascinação pelas aparências artificiais tecnicamente produzidas” (HAUG, Wolfgang Fritz (1996) Crítica da Estética da Mercadoria. São Paulo, Unesp, p.67).
Essa reflexão do pensador alemão e crítico da cultura contemporânea Wolfgang Fritz Haug tem sua melhor expressão no conceito de tecnocracia:
O Sociólogo francês Pierre Bourdieu desenvolve uma profunda e contundente reflexão sobre as relações entre indivíduo e sociedade no interior da qual a discussão sobre o espaço social tem lugar privilegiado. Segundo ele, “o espaço social e as diferenças que nele se desenham espontaneamente tendem a funcionar simbolicamente como espaço dos estilos de vida ou como um conjunto de Stände, isto é, de grupos caracterizados por estilos de vida diferentes” (BOURDIEU, Pierre (1989) . O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, p. 145).
Completando esse raciocínio, “a diferença inscrita na própria estrutura do espaço social, quando percebida segundo as características apropriadas a essa estrutura”, (idem) recebe o nome de:
“Um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia”. (MARX, Karl (2011) O Capital. Livro I, Volume I, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. p. 57).
Essa caracterização feita por Marx, em sua célebre obra O Capital, descreve com exatidão o conceito de: