Questões de Concurso
Comentadas sobre estrutura das palavras: radical, desinência, prefixo e sufixo em português
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Em relação à estrutura das palavras, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(---) As palavras mar, sol e ar não podem dividir-se em formas menores significativas porque só apresentam um elemento mórfico: o radical.
(---) As desinências nominais marcam as flexões de número, pessoa, tempo e modo.
(---) Tema é o radical acrescido da vogal temática.
Leia o texto a seguir para responder às questões de 3 a 10.
Nossas cidades têm passados (e presentes) negros
[...]
Existe aquele bairro que surgiu por causa de um grande produtor de café, açúcar ou milho, aquele outro que apareceu quando uma indústria europeia chegou no Brasil e construiu uma pequena vila operária, ou ainda um formado por imigrantes alemães, italianos ou japoneses que chegaram durante ou após as duas Guerras Mundiais. Porém, você já ouviu falar de algum bairro da sua cidade que começou com a população negra após a abolição da escravidão (ou mesmo antes dela)? Não? Mas não existiam negros por aí durante a época das grandes fazendas, da indústria estrangeira ou das Guerras Mundiais?
Provavelmente existiam, mas você não ouviu falar de bairros iniciados por negros e negras porque essa parte da história precisou ser apagada, infelizmente. Isso faz parte da tentativa de embranquecimento da população brasileira e de esquecimento do período mais sombrio da nossa história. Esse apagamento da história preta faz com que muitas vezes negros e negras não se sintam pertencentes a suas cidades, mesmo que seus bisavós, avós e pais tenham construído esses municípios tanto quanto operários europeus e camponeses orientais.
Falando especificamente de São Paulo, os bairros nos quais isso fica mais evidente são o Bixiga e a Liberdade. O primeiro fica bem próximo ao centro da cidade e hoje é conhecido pelos descendentes de imigrantes italianos que ali habitam, além das festas e inúmeros restaurantes de comida típica de várias regiões da Itália existentes por lá. Contudo, quase ninguém sabe que anteriormente esse bairro era chamado de Saracura, uma parte de várzea de um córrego com o mesmo nome, que frequentemente transbordava e gerava alagamentos. No século 19, existiam tantos negros naquela área que o bairro era chamado de “Pequena África”. Já o bairro da Liberdade, atualmente conhecido pela forte cultura oriental em suas ruas e pelos restaurantes japoneses, foi uma grande zona de tortura e cemitério de escravos. E foi por serem regiões com terrenos de baixo custo que, posteriormente, os imigrantes europeus e orientais se alojaram por lá, sendo os cortiços comuns nesses bairros.
O preconceito e a especulação imobiliária após o desenvolvimento de maior infraestrutura nestas regiões afastaram as famílias negras desses espaços centrais, o que as levaram a ocupar as zonas periféricas da cidade, já que a percepção social sobre a população negra não foi modificada, diferentemente do que ocorreu com os imigrantes europeus e orientais, de modo que nunca teve as mesmas oportunidades de exercer funções melhores remuneradas.
Atualmente os bairros com a maior população negra da capital paulistana ficam no extremo de suas zonas leste e sul ou nas pequenas cidades ao redor do município, que formam a chamada zona metropolitana e costumam ser cidades dormitórios. Essa situação não é exclusiva de São Paulo, acontecendo também no Rio de Janeiro, em Brasília e em várias outras cidades do país. É claro que nas periferias ou nas cidades dormitórios moram brancos, mas o fato de existir uma maioria negra nessas localidades não é coincidência.
Desta forma, ao falarmos de esquecimento de bairros negros, podemos falar sob duas perspectivas: o apagamento de negros da construção histórica de bairros tradicionais das mais diversas cidades do Brasil ou da falta de infraestrutura e da aparente falta de memória de alguns governantes quanto a serviços básicos, como saneamento, educação e saúde, nas periferias. Em ambos os casos, o direito de negros e negras em participar ativamente de suas cidades e terem orgulho delas é podado.
Portanto, relembrar as histórias dos bairros construídos por negros em nossas cidades, reconhecendo a importância de pretos e pretas na urbanização e produção de espaços, é uma forma de resistir à lógica racista e dar força aos movimentos que lutam pelo direito de ocupação da cidade por todos os seus cidadãos e reivindicam que os “novos bairros negros” sejam parte integral dos planos das cidades, de forma que não seja negada a eles a infraestrutura e o direito à moradia digna.
[...]
BORGES, Ester. Revista Capitolina. Disponível em: < https://bit.ly/2IJ03zv >. Acesso em: 24 maio 2018 (Fragmento adaptado).
Releia o trecho a seguir.
“Isso faz parte da tentativa de embranquecimento da população brasileira [...]”
A palavra destacada foi formada pelo processo de
Leia o Texto 1 para responder às questões de 01 a 07.
Texto 1
Por que mulheres só hoje conquistam o direito de dirigir na Arábia Saudita?
A partir de hoje, mulheres terão o direito de dirigir na Arábia Saudita, o único país no mundo que ainda possuía esta restrição. Com uma proposta de modernização do país, o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud anunciou mudanças significativas no conservador e islâmico reino saudita, entre elas, a instalação do primeiro cinema do país, a permissão para mulheres frequentarem estádios de futebol e, a principal delas, a concessão de licença de direção às sauditas. Apesar da ampla aprovação à medida, o principal questionamento em relação a ela é: afinal, por que a mudança agora?
A Arábia Saudita é um dos países que mais restringem a liberdade feminina – mesmo quando comparado a seus vizinhos do Oriente Médio. Embora não haja no Alcorão um texto que proíba as mulheres de dirigirem, a ausência de citação ao tema é interpretada como um sinal de que aquilo não deve ser permitido. Segundo as leis do país, os direitos das mulheres sauditas são largamente dependentes do consentimento de parentes próximos masculinos. A “segregação de gênero” é aplicada no país segundo a interpretação saudita da Sharia e, como consequência, as mulheres só podem frequentar certos espaços públicos mistos quando acompanhadas por um homem da família – normalmente pai, irmão, marido ou filho. Vestimentas que cubram a maior parte do corpo também são obrigatórias tanto para homens quanto mulheres. Para elas, a vestimenta mais comum em público é a abaya, que deixa à mostra apenas os olhos e as mãos.
Embora o veto que existia até hoje para que mulheres pudessem dirigir não estivesse escrito em qualquer lei do reino, as normas sociais envolvendo as limitações públicas impostas a elas serviam de empecilho para a concessão de carteiras de motoristas a elas. Entre as justificativas mais comuns para a denegação do direito estavam o fato de que dirigir exige que o rosto esteja descoberto, que a mulher acabaria podendo sair mais vezes de casa, que elas poderiam entrar em contato com homens desconhecidos em caso de acidentes de trânsito, além da própria erosão da lógica da segregação de gênero. Mulheres pegas dirigindo geralmente eram levadas para interrogatório e assinavam um documento se comprometendo a nunca mais dirigir. Porém, em 2011, uma mulher de Jeddah que foi flagrada dirigindo foi condenada a receber dez chibatadas.
Desde os anos 1990, movimentos sociais buscavam o direito de mulheres dirigirem no país. Naquela década, um protesto com mais de 40 mulheres que dirigiram pelas vias públicas de Riad (a capital da Arábia Saudita) terminou com essas mulheres presas e com seus passaportes confiscados, muitas delas também perderam o emprego em decorrência do ato.
Já em 2008, as mulheres realizaram uma petição e entregaram ao rei Abdullah pedindo o direito de conduzirem veículos, sem sucesso. No mesmo ano, no Dia Internacional da Mulher, a ativista pelo direito das mulheres sauditas, Wajeha al-Huwaider, gravou um vídeo dirigindo por uma estrada rural – onde mulheres podem dirigir exclusivamente para fins de subsistência, assim como no deserto – no qual clamava pelo direito universal feminino de condução de veículos em todo o reino. Wajeha juntamente com Manal al-Sharif se tornaram símbolo da causa.
Por diversas vezes esses movimentos ativistas foram suprimidos pelo governo, que ameaçava não só as mulheres que participavam dos protestos, mas todos aqueles que as apoiavam. A mudança era, portanto, inesperada e causou surpresa ao ser anunciada.
A Arábia Saudita possui forte dependência econômica do petróleo. A baixa nos preços do commodity tem obrigado o país a buscar outras formas de sustento. Por conta disso, o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, apresentou o Saudi Vision 2030, um projeto de modernização do reino que visa obter renda através do entretenimento, do turismo e da inserção internacional – nos moldes da modernização realizada pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar nas últimas décadas.
“Nossa nação possui fortes capacidades de investimento, que aproveitaremos para estimular nossa economia e diversificar nossas receitas”, diz o texto do projeto. “Nosso país é rico em seus recursos naturais. Não dependemos apenas do petróleo para nossas necessidades energéticas”.
Essa proposta de modernização com objetivo de inserção internacional foi a força motriz que levou à permissão de conduzir para as mulheres do reino árabe, segundo explica a mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Claudia Santos. “O príncipe respalda sua decisão em um aspecto econômico. Ao deixar as mulheres dirigirem ele não menciona os esforços das mulheres que lutaram tantos anos por isso, apesar do movimento na Arábia Saudita ser relativamente antigo. Ele pensa nos ganhos econômicos que isso trará, principalmente com mulheres trabalhando com isso. Além de também ser uma pressão internacional”.
A pressão internacional pela melhora na questão de igualdade de gênero no país teve início nos movimentos de ativistas. O envio de petições ao rei e os protestos com mulheres dirigindo chamou a atenção da comunidade internacional para diversas práticas sauditas que violam as convenções de direitos humanos.
De acordo com a ativista de direitos das mulheres na Arábia Saudita, Hala Al Dosari, tanto a atenção atraída por esses movimentos quanto o projeto de modernização e busca por investimento externo do príncipe contribuíram para a mudança mais emblemática na Arábia Saudita até o momento. A flexibilização dos direitos femininos é uma necessidade se o país realmente quiser se lançar na esfera internacional, segundo Hala.
“O reino quer mostrar que ele é o agente e líder da mudança. Ele não quer que ninguém critique ou desafie seu dever, então ele controla essa mudança”, explica. Hala conta que existe um esforço para tentar silenciar todos aqueles que exigem mudanças na sociedade, incluindo as ativistas, enquanto o governo conduz a modernização. “Há uma mensagem à comunidade saudita de que o ativismo não funciona. Então, a lógica é de que se a mudança tem que acontecer, ela virá apenas do [Governo do] reino”.
Hala enfatiza que apesar do fim da proibição estar ocorrendo, há poucos dias 17 mulheres sauditas foram presas sob a acusação de traição e tentativa de desestabilização do reino. O motivo real: protestos pela igualdade de direitos. Entre as detidas estão manifestantes conhecidas e que participaram dos movimentos de rebeldia ao dirigirem nas ruas da Arábia Saudita.
Ainda que a permissão de condução seja uma grande conquista, a quantidade de proibições sobre as mulheres continua enorme.
Outra grande luta local é pelo fim da obrigação do chamado “guardião”. Segundo a lei, toda mulher necessita de um guardião do sexo masculino que seja um parente próximo e que lhe conceda autorização expressa para praticamente todo ato.
MARINS, Carolina. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/mundo/por-que-mulheres-so-hoje-conquistam-direito-de-dirigir-na-arabia-saudita/>. 2018. Acesso em: 23 jul. 2018. (Adaptado).
I. O prefixo “ultra” indica negação, privação. II. A expressão “além de” reforça a noção de acréscimo presente no período. III. O termo “bem” modifica o verbo “comer”, atribuindo-lhe ideia de modo. IV. A expressão “a partir daí” pode ser substituída por “doravante”.
Assinale a alternativa correta.
O prefixo hiper- da palavra em destaque tem sentido de
O texto abaixo é um fragmento de entrevista feita a Vinicius de Moraes em 1979 e servirá de subsídio para a questão.
Você está satisfeito consigo mesmo?
Vinicius de Moraes — Bem, eu gostaria de mudar algumas coisas de mim, mas de um modo geral não sou um sujeito de jogar fora. Tenho uma estima por mim bastante grande, sabe. Uma estima que vem da constatação das coisas que fiz, das pessoas que eu amei, dos amigos que tive e tenho. Considero tudo conquistas consideráveis, no cômputo geral. Às vezes tenho a imodéstia de dizer a mim mesmo: ―Você vale a pena‖. Isso sem nenhum sentimento de vaidade. Não tenho qualquer preocupação com a glória literária. Se tivesse essa preocupação, eu trataria muito melhor das minhas coisas. A publicação de antologia dos meus poemas pela Aguilar (editora) foi um dos partos mais difíceis e demorados que já houve, tudo por despreocupação minha. Hoje em dia tenho uma preguiça enorme de trabalhar, escrever.
Que tipo de sociedade você gostaria que houvesse no Brasil?
Vinicius de Moraes — Acho que uma volta a uma democracia relativa já seria muito bom! O povo ter liberdade — isso me parece fundamental. Quer dizer, ver as pessoas felizes, contentes, com as caras alegres, sem angústia. E, sobretudo, haver a realização, ou pelo menos um arremedo de realização, de uma organização social mais justa, com uma melhor distribuição da riqueza, uma reforma agrária legal. Isso eu gostaria de ver: os problemas sociais mais graves resolvidos ou, no mínimo, colocados num bom caminho. Isso já me daria um pouco de paz, de calma, de uma tranquilidade bastante maior do que aquela que eu tenho hoje. Eu não consigo me destacar do problema humano.
https://www.revistabula.com/369-a-ultima-entrevista-de-vinicius-de-moraes/
II. Os neologismos DIGNIsaúde, DIGNeducação, DIGNIpolítica e DIGNIvida apresentam em sua constituição o radical da palavra “dignidade”.
Marque a alternativa CORRETA: