Questões de Concurso Comentadas sobre análise sintática em português

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Q870993 Português

Texto 2 – Violência: O Valor da vida

Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006, p. 412

A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob várias formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão física. Mas violência é uma categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota, além da agressão física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas. Dessa forma, podemos definir a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe a outro.

Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em sociedade sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano precisou produzir violência em escala inédita no reino animal.

Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa desigualdade social é o fenômeno em que alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e valores exclusivos e negados à maioria da população de uma sociedade. Tal desigualdade aparece em condições históricas específicas, constituindo-se em um tipo de violência fundamental para a constituição de civilizações.

“Hoje, esse termo denota, além da agressão física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas”. Esse segmento do texto 2 contém:
Alternativas
Q870981 Português

Texto 1– Guerra civil

Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017

O 11º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando o crescimento das mortes violentas no Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram 61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. Outro dado relevante é o crescimento da violência em alguns estados do Sul e do Sudeste.

Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números da violência no país. Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. Tem sido assim com o governo federal e boa parte das demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o argumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo em períodos de economia mais forte, pouco se viu da implementação de programas estruturantes com o objetivo de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medidas essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, deve ser parte de um programa bem articulado, que permita o acompanhamento das ações e que incentive o trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da União e das guardas municipais.

“Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números da violência no país”. Esse segmento do texto 1, no contexto, indica valor:
Alternativas
Q870715 Português

Analise a frase: “Você acredita que nossos destinos são controlados pelas estrelas?” e as afirmativas a seguir.


I. Podemos encontrar, no período, um verbo em voz ativa e outro em voz passiva.

II.Pelas estrelas” atua sintaticamente como complemento verbal.

III.nossos destinos” é um sujeito do tipo paciente.


Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Q870707 Português

                                   Quão rara é a Terra?


      Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.

      Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.

      Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

      Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

      Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

      Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.

      Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.

      Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.

      Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram.

      Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.

      Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.

      Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.

      Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta especial. 

      Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)

Portanto, mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.” (14º§). Considerando o parágrafo, analise as afirmativas a seguir.


I. mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia” é uma oração subordinada adverbial concessiva de “defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe”.

II. Trata-se de um período composto por coordenação e subordinação.

III.que nele existe” é uma oração subordinada adjetiva explicativa.


Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Q868625 Português

              

Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.


No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar multas”, a oração “para evitar multas” expressa a causa, o motivo que leva alguém a cometer suborno.

Alternativas
Q868620 Português

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o seguinte item.


Em “temos o ‘jeitinho’ virando corrupção” (ℓ.15), os termos ‘jeitinho’ e “corrupção” funcionam como complementos diretos da forma verbal “temos”.

Alternativas
Q868135 Português

                           Mediação e conciliação


      Um dos sentidos do vocábulo mediação, no dicionário Houaiss, é a ação de servir como intermediário. Já o vocábulo conciliação, no mesmo dicionário, é ação de apaziguar, pacificar, harmonizar. Não são, portanto, sinônimos.

      A conciliação exerce, em geral, a função retórica de aplainar ou mesmo recusar as diferenças que caracterizam lados opostos de uma mesma questão. Com isso, tenta-se canhestramente aglutinar possíveis semelhanças, o mais das vezes superficiais, e evita-se enfrentar a contradição principal entre os contendores. A mediação, ao contrário, não cria uma posição eclética ou confusa, mas constrói um ponto estratégico para se avaliar criticamente as diferenças em jogo.

(Adaptado de: BOSI, Alfredo. “Mediação não é conciliação”. São Paulo: Revista Estudos Avançados − USP, n. 90, 2017, p. 341) 

Ambos os elementos sublinhados constituem exemplos de uma mesma função sintática na frase:
Alternativas
Q866770 Português
No texto 1A1BBB, o trecho “4.040 ações judiciais sobre assédio sexual no trabalho” (ℓ. 6 e 7) tem a mesma função sintática de
Alternativas
Q866338 Português

Para responder à questão, considere o seguinte fragmento retirado do texto.


A partir das cinzas da Guerra Civil, o sindicalismo americano se reuniu para pleitear um dia de oito horas.

Considere as seguintes afirmativas sobre o período dado:


I. Trata-se de um período composto por subordinação.

II. Há duas orações no período.

III. O trecho sublinhado indica finalidade.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2834955 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.

Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:

— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?

— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.

— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?

— Macabéa.

— Maca-—o quê?

— Béa, foi ela obrigada a completar.

— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.

— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...

— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:

— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. Da terceira vez que se encontraram — pois não é que estava chovendo? — o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:

— Você também só sabe é mesmo chover!

— Desculpe.

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.

— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.

— Eu não entendo o seu nome — disse ela. — Olímpico?

Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: — Eu sei mas não quero dizer!

— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.

[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava “operário” e sim “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.


LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30 jan. p. 43-45. (Fragmento)

Com base no sentido das classes gramaticais ou de suas funções sintáticas, empregadas no período “Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura.”, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2834933 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.

Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:

— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?

— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.

— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?

— Macabéa.

— Maca-—o quê?

— Béa, foi ela obrigada a completar.

— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.

— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...

— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:

— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. Da terceira vez que se encontraram — pois não é que estava chovendo? — o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:

— Você também só sabe é mesmo chover!

— Desculpe.

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.

— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.

— Eu não entendo o seu nome — disse ela. — Olímpico?

Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: — Eu sei mas não quero dizer!

— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.

[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava “operário” e sim “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.


LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30 jan. p. 43-45. (Fragmento)

Assinale a alternativa em que a oração subordinada destacada, transcrita do texto, é um efeito da oração principal.

Alternativas
Q2834929 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.

Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:

— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?

— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.

— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?

— Macabéa.

— Maca-—o quê?

— Béa, foi ela obrigada a completar.

— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.

— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...

— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:

— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. Da terceira vez que se encontraram — pois não é que estava chovendo? — o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:

— Você também só sabe é mesmo chover!

— Desculpe.

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.

— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.

— Eu não entendo o seu nome — disse ela. — Olímpico?

Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: — Eu sei mas não quero dizer!

— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.

[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava “operário” e sim “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.


LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30 jan. p. 43-45. (Fragmento)

“Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele QUE ELA nunca entendia TUDO muito bem e que ISSO era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-SE todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder.”

Nesse período do texto há alguns elementos que estabelecem relações com termos anteriores; o elemento anafórico que se refere a uma oração anterior é:

Alternativas
Q2834924 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.

Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:

— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?

— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.

— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?

— Macabéa.

— Maca-—o quê?

— Béa, foi ela obrigada a completar.

— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.

— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...

— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:

— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. Da terceira vez que se encontraram — pois não é que estava chovendo? — o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:

— Você também só sabe é mesmo chover!

— Desculpe.

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.

— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.

— Eu não entendo o seu nome — disse ela. — Olímpico?

Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: — Eu sei mas não quero dizer!

— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.

[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava “operário” e sim “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.


LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30 jan. p. 43-45. (Fragmento)

Sobre os elementos destacados do trecho “E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.” é correto afirmar que:

Alternativas
Q2834919 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.

Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:

— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?

— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.

— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?

— Macabéa.

— Maca-—o quê?

— Béa, foi ela obrigada a completar.

— Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.

— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece que deu certo — parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor — pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...

— Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.

Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:

— Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo. Da terceira vez que se encontraram — pois não é que estava chovendo? — o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:

— Você também só sabe é mesmo chover!

— Desculpe.

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.

— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.

— Eu não entendo o seu nome — disse ela. — Olímpico?

Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido: — Eu sei mas não quero dizer!

— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.

[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava “operário” e sim “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com a posição social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.


LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30 jan. p. 43-45. (Fragmento)

Sobre os elementos destacados do fragmento “— Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte”, leia as afirmativas.


I. O uso do pronome em BOTOU ELE atende ao padrão culto da língua.

Il. O modo das formas verbais ACHO e BOTOU é determinado sobretudo pelas hipóteses que se verificam entre o conteúdo das orações.

III. A palavra MAS é uma conjunção coordenativa. Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Q2822472 Português

Em “João comprou o carro de Pedro”. O verbo comprar possui:

Alternativas
Q2814921 Português

Leia o texto e responda as questões de 1 a 10.

O 1º lugar de medicina da USP é uma menina pobre e negra

A adolescente Bruna Sena tem apenas 17 anos, mas já superou uma barreira de gente grande: foi a primeira colocada em medicina na USP de Ribeirão Preto, a carreira mais concorrida da Fuvest- 2017, com 75,58 candidatos por vaga.
Negra, tímida, estudante de escola pública, criada apenas pela mãe – o pai abandonou a casa quando a menina tinha 9 meses –, Bruna é a primeira da sua família a cursar o ensino superior. Ela comemorou sua conquista pelo Facebook passando um recado: “ A casa- grande surta quando a senzala vira médica”.
De família pobre – a mãe, Dinália, ganha R$1.400 como operadora de caixa de supermercado – Bruna participou do Inclusp, o programa de inclusão social da USP, que oferece pontuação extra para estudantes da rede pública. “Claro que a ascensão social do negro incomoda, assim como incomoda quando o filho da empregada melhora de vida, passa na Fuvest. Não posso dizer que já sofri racismo, até porque não tinha maturidade e conhecimento para reconhecer atitudes racistas”, disse a caloura à Folha de São Paulo
“Alguns se esquecem do passado, que foram anos de escravidão e sofrimento para os negros. Os programas de cota são paliativos, mas precisam existir. Não há como concorrer de igual para igual quando não se tem oportunidade de vida iguais. ”
Para enfrentar o vestibular, Bruna se preparou muito, ao longo de toda sua vida escolar. “Ela só tirava notas 9 ou 10. Uma vez, tirou um 7 e fui até a escola para saber o que tinha acontecido. Não dava para acreditar. Falei com o diretor e ele descobriu que tinham trocado a nota dela com um menino chamado Bruno”, conta a mãe, Dinália.
No último ano, a dedicação foi total: de manhã, Bruna ia para a escola estadual Santos Dumont, onde cursava o último ano do Ensino Médio, de tarde estudava sozinha em casa e à noite frequentava um cursinho popular tocado por estudantes da própria USP.
Com ajuda financeira de amigos e parentes, Bruna fazia kumon de matemática, mas o dinheiro não deu para seguir com o curso de inglês. “Tudo na nossa vida foi com muita luta, desde que ela nasceu, prematura de sete meses, e teve de ficar internada por 28 dias. Não tenho nenhum luxo, não faço minhas unhas, não arrumo meu cabelo. Tudo é para a educação dela”, declara Dinália.
Bruna ainda não sabe qual especialidade médica pretende seguir na carreira, mas sabe que quer atender pessoas de baixa renda.“Quero atender pessoas que precisam de alguém para dar a mão e de saúde de qualidade”, disse.

https://catracalivre.com.br, 06/02/2017

“Não tenho nenhum luxo, não faço minhas unhas, não arrumo meu cabelo.”


Assinale a opção CORRETA, sobre o fragmento.

Alternativas
Q2801610 Português

Leia o texto abaixo, com atenção para a forma como se distribuem os constituintes da oração (ou a organização sintática); em seguida, responda ao que se pede.


Guerra de versões


Um dos mais atuantes da Lava-jato, o procurador Sérgio Bruno anda recluso. Na PGR, dizem que ele está de férias. No governo, a versão é que ele foi gravado em diálogos inapropriados pelo procurador Ângelo Goulart.

(Veja, 12/07/17)


Assinale a alternativa que apresenta a classificação sintática CORRETA das unidades oracionais em destaque.

Alternativas
Q2794352 Português

Texto para responder às questões de 01 a 10.


Facebook está construindo sua própria cidade na Califórnia


O Facebook está construindo uma espécie de minicidade para seus funcionários. A ampliação do seu campus em Menlo Park, Califórnia, será repleta de regalias para os moradores — já que os funcionários vão morar praticamente dentro do trabalho.

O Wall Street Journal relatou que a rede social de Mark Zuckerberg está trabalhando para construir uma comunidade de US$ 120 milhões, com 394 unidades habitacionais a uma curta distância de seus escritórios. Com 192 mil metros quadrados, o chamado Anton Menlo vai incluir tudo, desde um bar de esportes até uma creche para cachorros.

O projeto do Facebook ultrapassa todas as novidades que as empresas do Vale do Silício já inventaram para tornar seus escritórios mais divertidos e descolados. Porém, uma porta-voz da empresa disse que a ideia de criar a propriedade não é para reter os funcionários — que estão cada dia mais disputados entre as empresas de tecnologia.

“Certamente estamos animados para ter opções de moradia mais perto do campus, mas acreditamos que as pessoas trabalham no Facebook porque o que elas fazem é gratificante, e elas acreditam em nossa missão”, disse a porta-voz. Em outras palavras, eles dizem que não querem apenas bajular os funcionários com todas as regalias possíveis para que eles não saltem para a concorrência.

Apesar de soar como inovadora, a ideia evoca memórias das “cidades empresas”, que eram comuns na virada do século 20, onde os operários norte-americanos viviam em comunidades pertencentes ao seu empregador e recebiam moradia, cuidados de saúde, polícia, igreja e praticamente todos os serviços oferecidos em uma cidade. Porém, elas acabaram extintas por colocar os trabalhadores completamente nas mãos dos empregadores, que muitas vezes se aproveitavam para explorá-los.

É claro que ninguém espera que o Facebook faça isso. O que acontece é que os preços dos imóveis estão subindo rapidamente no Vale do Silício — calcula-se um aumento de 24% desde o quarto trimestre de 2012, e alguns funcionários da empresa acabam enfrentando problemas com isso. Além disso, a cidade do Facebook terá capacidade para abrigar apenas 10% dos funcionários da companhia.


(Disponível em: http//www.canaltech.com.br — por Redação - 03/10/2013. Acesso em 22/08/2017)

Assinale a opção em que a oração reduzida destacada a seguir foi corretamente desenvolvida: “O projeto do Facebook ultrapassa todas as novidades que as empresas do Vale do Silício já inventaram PARA TORNAR SEUS ESCRITÓRIOS MAIS DIVERTIDOS E DESCOLADOS.”.

Alternativas
Q2783308 Português

Considerando as regras gramaticais de concordância e regência, a alternativa em que as três orações do grupo estão corretas é

Alternativas
Q2783304 Português

Leia o texto 1 para responder às questões 01 e 02.

Texto 1.


Viver mais para trabalhar mais?

Mudanças rápidas e constantes no mercado de trabalho nos levam a indagar como será o futuro profissional e quais são os desafios e benefícios desta nova era.

Carla Furtado


Viver para trabalhar ou trabalhar para viver? Eis a questão. Segundo dados do IBGE,

a expectativa de vida do brasileiro aumentou para 75,5 anos, enquanto o futuro nunca pareceu

tão incerto: novas profissões e formatos de carreira surgem a cada ano, obrigando os

trabalhadores a se adaptarem e se preparem para imprevistos. Pensar numa vida mais longa

05te traz insegurança ou felicidade?

"Neste momento de reformas e de crise econômica, eu percebo que as pessoas ainda

estão encarando as mudanças muito mais como ameaças do que como oportunidades",

acredita Denise Mazzaferro, mestre em Gerontologia Social. Para Denise, "Estudos mostram

que vamos trabalhar até os 70, 80 anos. Como pensar que viveremos todo esse tempo com a

10carreira que escolhemos aos 18? Nossas vidas terão mais estágios do que os hoje definidos

dentro das classificações etárias de infância, adulto e velhice." Este pode ser um desafio ainda

maior para quem deposita grandes fichas na carreira, afinal encontrar sua paixão e ganhar

dinheiro com isso é o novo objetivo dos trabalhadores que têm poder de escolha, seja quem

está ingressando no mercado de trabalho, ou quem está num momento de transição de

15carreira. Mas será possível ter diversas fortes paixões durante toda a vida profissional?

A jornada pode ser maior

A busca por propósito através do trabalho é um tanto cheia de armadilhas e frases de

efeito como "acredite em seu sonho que as coisas virão naturalmente", que enchem as

prateleiras de livros de autoajuda e nem sempre agregam muitas realidades. Alexandre

20Teixeira, jornalista que tem se dedicado à pesquisas sobre trabalho e escrito livros sobre o

tema diz:

"Na medida em que diminuiu relativamente o espaço das religiões e das ideologias

políticas na busca por significado existencial, muita gente está depositando um peso grande

disso no trabalho", explica Alexandre. "O trabalho sempre foi pensado sobretudo como uma

25forma de ter conforto material. Quando buscamos propósito para o trabalho, com frequência

acabamos descobrindo que o propósito que estamos buscando é mais amplo que o da esfera

profissional. Quem leva essa busca mais a sério, acaba acessando outras questões

existenciais." Além da busca por si só, outro lado positivo é que o autoquestionamento pode

levar a uma capacidade maior de flexibilidade a adaptação, que serão cada vez mais

30necessárias.

Enquanto na Grécia Antiga quem trabalhava eram os escravos, e atividades como

filosofia, arte, política e estudos em geral eram vistas como ociosas e dignas somente dos

cidadãos de primeira classe (o que ficou como uma espécie de herança para empresários

antiquados), gestões atuais buscam uma realidade mais equilibrada.

35"Não é todo mundo que nasce com um grande sonho ou descobre isso facilmente.

Muitas vezes a gente vai fazendo as coisas que surgem no nosso caminho, e talvez o melhor

que a gente consiga seja fazer escolhas mais conscientes e que nos deixem mais perto dos

nossos valores. Eu não acho que todo mundo vai ter esse sonho grande que virou moda dizer

que é necessário perseguir. Mas se conseguirmos olhar para nossa vida profissional com mais

40consciência, isso já será positivo e, no mínimo, renderá uma jornada de descoberta e

autoconhecimento", aposta Alexandre.

Disponível em: <http://vidasimples.uol.com.br/noticias/compartilhe/viver-mais-para-trabalhar-mais.phtml#.WOpHyYjyvIV>. Acesso em: 05 abr. 2017. (Adaptado).

Sobre os elementos linguísticos que compõem o texto e seus efeitos de sentido, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.


( ) A oração: “que tem se dedicado à pesquisas sobre trabalho” (linha 20) tem valor explicativo. Nela ocorre incoerência gramatical quanto ao uso da crase.

( ) O segundo questionamento do articulista do discurso, “Viver para trabalhar ou trabalhar para viver?” (linha 1), pressupõe, semanticamente, finalidades antagônicas, ratificadas nas argumentações ao longo do texto.

( ) No período: “que enchem as prateleiras de livros de autoajuda e nem sempre agregam muitas realidades” (linhas 18-19), o conectivo em destaque tem valor adversativo. A grafia da palavra autoajuda é justificada pela mesma regra ortográfica da palavra cooperação.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é

Alternativas
Respostas
1881: B
1882: B
1883: C
1884: A
1885: E
1886: E
1887: E
1888: B
1889: E
1890: A
1891: D
1892: C
1893: B
1894: A
1895: D
1896: D
1897: D
1898: C
1899: A
1900: B