Questões de Concurso
Para crp - 3ª região (ba)
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Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Assinale a alternativa em que a substituição proposta para termo ou trecho destacados do texto é coerente e gramaticalmente correta.
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Assinale a alternativa correta em relação a aspectos linguísticos do texto.
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Assinale a alternativa correta no que diz respeito à pontuação no texto.
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
No que se refere à concordância nominal e verbal no texto, assinale a alternativa correta.
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Depreende-se da leitura do texto que
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Da leitura do texto entende-se que a expressão ‘contemplação do próprio umbigo’ (linha 4) significa
Texto para as questões de 1 a 9.
1 A palavra “cientificismo” pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Há, por exemplo,
um sentido filosófico, positivo, adotado por Mario Bunge, que consiste em reconhecer que, na hora de
descrever objetivamente o mundo material, “o enfoque científico dá mais resultados do que suas
4 alternativas: tradição, intuição ou instinto (...), tentativa e erro, e contemplação do próprio umbigo”. Além
desse, há pelo menos três outros: um pejorativo-caricatural, um pejorativo medieval e um crítico, que
merece consideração séria.
7 O pejorativo-caricatural é um atalho retórico. Com frequência, um sintoma de preguiça mental:
diante de uma crítica ou comentário que tenha base científica, que cite a ciência ou mobilize valores e
argumentos de fundamento científico a respeito de um tema qualquer, basta reagir acusando a
10 intervenção de “cientificista” e a crítica está descartada liminarmente (poupando, portanto, o acusador
e seus seguidores do trabalho extenuante de analisá-la a fundo) e o pobre crítico, marcado como um
“positivista” simplório, digno de pena.
13 O pejorativo medieval é aplicado por quem reage de forma indignada à mera sugestão de que a
ciência pode ter algo de relevante a dizer sobre fenômenos tradicionalmente enquadrados como do
domínio “do espírito”, “da cultura” etc. Chamo-o de medieval porque representa, em roupagem
16 contemporânea, o mesmo tipo de atitude dos cardeais que se recusaram a olhar pelo telescópio de
Galileu e reconhecer que a Terra gira em torno do Sol, porque as verdades da Bíblia e da tradição já
bastavam.
19 Já o uso crítico correto — que escapa à mera caricatura e ao reacionarismo medieval — da acusação
de “cientificismo” faz referência à ideia de que exista algo de essencial ou definitivo na abordagem
científica de qualquer evento, objeto, fato ou problema: que os aspectos revelados pela ciência são e
22 serão sempre os mais importantes e a última palavra sobre tudo.
O cientificista, nesse sentido, falha em reconhecer que isso pode ser verdade em alguns casos e em
outros, não. Ignora a questão fundamental dos diferentes níveis explicativos: todo fenômeno tem
25 vários aspectos, e a forma correta de abordá-lo depende do aspecto que se mostra mais relevante no
momento. Ferramentas adequadas para dar conta de um tipo de preocupação podem ser inúteis ou,
pior, produzir resultados aberrantes quando aplicadas fora de contexto.
28 O que é incorreto e injustificado é tratar como “cientificistas” análises que consideram os
resultados da ciência soberanos e inescapáveis exatamente em questões que são legitimamente
científicas — por exemplo, questionar se o modelo psicanalítico do inconsciente corresponde aos fatos,
31 ou, ainda, se a acupuntura tem eficácia superior à de um tratamento placebo. Para perguntas assim,
parafraseando Mario Bunge, as ferramentas do método científico funcionam melhor do que a
contemplação do próprio umbigo.
34 Convicções formadas por experiência pessoal são difíceis de debelar, mesmo para quem, em
abstrato, sabe e reconhece que existem níveis de evidência muito mais significativos. O cientificismo
positivo, bungiano, está aí para nos lembrar de que, quando a pergunta requer uma resposta científica,
37 o umbigo é mau conselheiro.
Carlos Orsi. Internet:<revistaquestaodeciencia.com.br> (com adaptações).
Entende-se da leitura do primeiro parágrafo do texto que a palavra “cientificismo” é
Acerca dos Direitos Humanos no atendimento psicológico on-line, considerando a resolução CFP n° 11/2018 e o Código de Ética Profissional de Psicologia, assinale a alternativa correta.
Quanto à educação inclusiva, assinale a alternativa que não faz parte das ações que o profissional pode desenvolver no contexto educativo.
Com relação à escuta especializada realizada por psicólogas e psicólogos, assinale a alternativa correta.
A respeito da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), assinale a alternativa correta.