Questões de Concurso Para prefeitura de teresina - pi

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Q1006196 Conhecimentos Gerais

Do ponto de vista econômico, podemos dividir a história do Brasil em ciclos, de acordo com a atividade econômica, principalmente, de determinados períodos. Vale ressaltar que o nome do ciclo está relacionado à atividade ou produto e isso não significa que em determinados ciclos não houvesse outros tipos de atividades.

Qual desses produtos ou atividades promoveu a mudança econômica do Nordeste para o Centro-Sul no século XVIII?

Alternativas
Q1006195 História

                                 O Almirante negro


Em 1910, uma revolta eclodiu.

Contra o flagelo das chibatas

Nas belonaves e nas fragatas

Pelos oficiais da Marinha do Brasil


Insurgiram-se os marinheiros

Liderados pelo negro João Candido

Bravo gaúcho de função timoneiro

Quando exaltaram-se os ânimos.


No encouraçado Minas Gerais

O marinheiro Marcelino Menezes

Foi condenado pelos seus oficiais

A receber chibatadas 250 vezes

Diante dos marinheiros demais

(...)

...........................................................

O "ALMIRANTE NEGRO" (homenagem a João Cândido); O "ALMIRANTE NEGRO" Autor: Jorge Linhaça 


Partindo da leitura do trecho do poema “O Almirante Negro”, destaca-se uma revolta ocorrida no Brasil, denominada revolta 

Alternativas
Q1006194 História

Durante os séculos XVI e XVII, a economia brasileira, praticamente sustentou-se na produção do açúcar, sendo o Brasil principal produtor mundial.

Sobre a sociedade açucareira, podemos afirmar:


I. A atividade açucareira criou um tipo de sociedade que concentrou a autoridade nas mãos dos senhores de engenho. Este grupo formava uma aristocracia, mas não uma nobreza hereditária, como a existente em Portugal.

II. Uma sociedade rígida e patriarcal era forjada tendo como base a produção de açúcar. A massa de escravos à disposição do senhor de engenho era um indicador de seu poder, marcado também pelos seus domínios territoriais.

III. Havia também uma camada intermediária de pessoas que serviam aos interesses dos senhores, como: trabalhadores assalariados (feitores, mestres de açúcar, purgadores etc.); agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio); padres; alguns funcionários do rei; alguns raros profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros).


Dessas afirmações,

Alternativas
Q1006193 História

A partir da década de 1930, vislumbrou-se no mundo, especialmente, na Europa,um novo cenário político no qual a relação dos cidadãos e as instituições de controle político sofreram uma sensível mudança. As populações camponesas deixaram de representar a maioria dos cidadãos,os processos de industrialização e urbanização foram de fundamental importância.Essa possibilidade de articulação e mobilização da população pode ser observada na ascensão dos sindicatos, greves e partidos de oposição que se mobilizaram frente ao governo. No entanto, aqui no Brasil, o Governo de Getúlio Vargas foi de fundamental importância para que essa mobilização se desarticulasse por meio de dois elementos fundamentais: a propaganda e o controle.

Sobre as leis trabalhistas do Governo Vargas, podemos caracterizar.


I. Ao assumir o poder, em 26 de novembro de 1930, cria o Ministério do Trabalho Indústria e Comércio e em março de 1931, é promulgada a primeira lei sindical brasileira. Seu objetivo era tornar as organizações sindicais de empresários e de trabalhadores órgãos de colaboração do Estado. As regulamentações buscavam disciplinar, reconhecer e, ao mesmo tempo, controlar as reivindicações trabalhistas.

II. Em 1933, Vargas aprova a concessão de férias anuais aos trabalhadores de comércio e bancos, estendida, mais tarde, a outras categorias. Inicia-se a montagem da previdência social e proíbe-se o trabalho para crianças menores de doze anos.

III. Em 1935, nova lei garantia a estabilidade no emprego, estipulando indenização aos assalariados demitidos sem justa causa.


Dessas afirmações,

Alternativas
Q1006191 História
Acompanhar os desdobramentos acarretados por uma troca de moeda no Brasil foi algo histórico e emblemático que afetou não só a economia, mas a vida cotidiana das famílias brasileiras. A implantação da nova moeda buscava equilibrar a inflação no período e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento econômico. Ficou definido que o plano seria implantado em três etapas, para evitar o congelamento de preços e o aumento da inflação, como ocorrera em tentativas anteriores. Presidente do Brasil que implantou o “Plano real”
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Q1005901 Português
Se a frase “Cada um luta com o que tem” fosse reescrita da seguinte forma: “Luta-se com o que tem”, quais alterações sintáticas ocorreriam?
Alternativas
Q1005900 Português

O bichinho afirmou que o amigo usou “poesia” porque

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Q1005899 Português

TEXTO 8

                                Explicação da eternidade


devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

o ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.

a idade de nada é nada.

a eternidade não existe.

no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

os instantes do teu sorriso eram eternos.

os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.


          José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.  

A repetição da expressão “os instantes” na penúltima estrofe
Alternativas
Q1005897 Português

TEXTO 8

                                Explicação da eternidade


devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

o ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.

a idade de nada é nada.

a eternidade não existe.

no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

os instantes do teu sorriso eram eternos.

os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.


          José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.  

Nos versos, em que há estruturas formadas por “verbo+se”, qual a função da partícula “se”?
Alternativas
Q1005896 Português

TEXTO 8

                                Explicação da eternidade


devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

o ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.

a idade de nada é nada.

a eternidade não existe.

no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

os instantes do teu sorriso eram eternos.

os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.


          José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.  

O verso que evidencia a quem se dirige o eu lírico é
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Q1005895 Português

TEXTO 8

                                Explicação da eternidade


devagar, o tempo transforma tudo em tempo.

o ódio transforma-se em tempo, o amor

transforma-se em tempo, a dor transforma-se

em tempo.

os assuntos que julgamos mais profundos,

mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,

transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.

a idade de nada é nada.

a eternidade não existe.

no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.

os instantes do teu sorriso eram eternos.

os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.


          José Luís Peixoto. In: A Casa, a Escuridão. Editora: Livros Quetzal, 2002.  

De acordo com o texto, entende-se que o eu lírico
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Q1005894 Português

TEXTO 7

                                      Medo da Eternidade


      Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      [...]

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      – Acabou-se o docinho. E agora?

       – Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

Transpondo a frase “... parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas.” para a voz ativa, obtém-se a construção
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Q1005893 Português

TEXTO 7

                                      Medo da Eternidade


      Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      [...]

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      – Acabou-se o docinho. E agora?

       – Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

As formas verbais destacadas a seguir classificam-se, quanto à transitividade, respectivamente como


Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou [...] Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre.

Alternativas
Q1005892 Português

TEXTO 7

                                      Medo da Eternidade


      Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      [...]

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      – Acabou-se o docinho. E agora?

       – Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

A partir dos trechos “...a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer.” e “...aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada.”, percebe-se, ao longo do texto, que
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Q1005891 Português

TEXTO 7

                                      Medo da Eternidade


      Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      [...]

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      – Acabou-se o docinho. E agora?

       – Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

A narradora caracteriza seu contato com a eternidade aflitivo e dramático porque
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Q1005890 Português

TEXTO 7

                                      Medo da Eternidade


      Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      [...]

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      – Acabou-se o docinho. E agora?

       – Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

De acordo com o texto, a menina teve medo da eternidade porque
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Q1005889 Português
Em “... é transmitida por animais contaminados e comentários e postagens nas redes sociais...”, o termo destacado tem a função sintática de 
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Q1005888 Português
No texto, as reticências foram usadas para
Alternativas
Q1005887 Português
O efeito de humor dessa tirinha é evidenciado
Alternativas
Q1005886 Português
No período “Me viciei em discutir política nas redes sociais”, a oração destacada classifica-se como subordinada substantiva
Alternativas
Respostas
1521: B
1522: C
1523: E
1524: E
1525: B
1526: B
1527: D
1528: D
1529: D
1530: A
1531: D
1532: D
1533: A
1534: D
1535: C
1536: B
1537: B
1538: D
1539: C
1540: B