Uma auxiliar de enfermagem de 45 anos, funcionária de
uma rede de hospitais, é trazida à consulta por familiares.
O seu marido relata que há 6 meses a paciente apresenta
períodos de coma hiperglicêmico a despeito de utilizar
medicação e insulina de forma correta. Esses episódios
de coma têm ocorrido durante o seu horário de trabalho,
quando os familiares são chamados às pressas para providenciar cuidados e levá-la às consultas. Sem entender
a explicação para esse fenômeno inusitado e recorrente,
o médico endocrinologista desconfiou de refratariedade
nas preparações habituais de insulina e chegou a modificar o esquema terapêutico. A irmã relata que a paciente
perdeu um filho adolescente num acidente há 8 meses.
Desde então, diz sentir saudades do filho, queixando-se
de tristeza profunda. O ajustamento conjugal apresenta
gradativa deterioração nesses últimos meses, pois o marido a acusa de permitir que o filho adolescente saísse com
más companhias. No exame clínico, nada digno de nota
foi revelado. Durante a avaliação psiquiátrica, a paciente
apresentou-se consciente e orientada, de inteligência
normal, sem alterações de sensopercepção ou polarização de humor. Contudo, ela não tem conseguido trabalhar
nas enfermarias devido a esses episódios recorrentes de
hiperglicemia, sendo necessário solicitar um afastamento
temporário das atividades ocupacionais. Assinale a principal suspeita diagnóstica.