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Q1027665 Noções de Informática

No decorrer do trabalho com o Word, às vezes são cometidos erros como exclusão de palavras por engano, deslocamento indevido de texto, entre outros. Nesses casos o usuário pode contar com os recursos Desfazer, Refazer ou Repetir.


Sobre esses comandos, assinale a alternativa CORRETA no âmbito do Microsoft Word 2016.

Alternativas
Q1027664 Noções de Informática
Sobre a lixeira no ambiente do Microsoft Windows 10, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1027662 Redação Oficial

De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República (3ª edição, revista, atualizada e ampliada, 2018), a utilização do e-mail, como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.


Assinale a alternativa CORRETA sobre o uso do e-mail.

Alternativas
Q1027661 Redação Oficial

Assinale a alternativa CORRETA.


Com base nas normas constantes no Manual de Redação da Presidência da República (3ª edição, revista, atualizada e ampliada, 2018), os atributos da redação oficial devem caracterizar-se por:

Alternativas
Q1027660 Português

Considerando-se as regras da língua portuguesa padrão e/ou norma culta, assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas CORRETAMENTE nas lacunas do fragmento de texto a seguir.

Depois de tentar abater a tiros Numa, o leão, e tendo ____________ as palhoças dos inocentes ___________, o ____________ caçador de ____________ foge pela trilha da floresta, ___________ por Tarzan.

Fonte: COLASANTI, Marina. Tento não pisar na areia movediça. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006.

Alternativas
Q1027659 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

Sobre o fragmento: “Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto” (9º parágrafo), assinale a alternativa CORRETA quanto à conjugação e classificação do verbo em destaque.
Alternativas
Q1027658 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

Sobre o trecho: “Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos.” (2ª parágrafo), assinale a alternativa CORRETA em que as palavras destacadas poderiam ser substituídas, respectivamente, sem alteração de sentido no texto.
Alternativas
Q1027657 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

Leia o fragmento a seguir (6º parágrafo).


“E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.”


Assinale a alternativa CORRETA que indique a tipologia textual predominante.

Alternativas
Q1027656 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

A partir da leitura do fragmento “E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas.” (4º parágrafo), assinale a alternativa CORRETA em que a palavra em destaque pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
Alternativas
Q1027655 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

Assinale a alternativa CORRETA. Pode-se afirmar, quanto à produção cinematográfica, que o texto
Alternativas
Q1027654 Português

                                  Em algum lugar perto do deserto


      Pintando as figurinhas de barro que trouxe da Provença para o meu presépio, o Rei mouro me traz outras lembranças. E no atelier branco acima do mar sou outra vez menina em Roma, morando com minha avó e meu tio, naqueles anos de imediato pós-guerra.

      O cinema começava a renascer e meu tio, cenógrafo e figurinista, havia sido chamado para fazer um filme de época, cujo título não recordo, que se passava em algum país árabe, perto do deserto. Esqueci os detalhes porque não me interessavam, meu interesse tendo sido sequestrado pela surpreendente decisão familiar de empreitar os figurinos. Nada semelhante havia acontecido antes naquela casa, nem voltaria a acontecer. Mas os tempos justificavam o inesperado.

      Em questão de semanas, o grande apartamento antigo se viu invadido por costureiras e peças de tecido. A cômoda do século XVII desaparecia debaixo do brocado, as poltronas bordadas em petit-point serviam de cabide para túnicas e mantos, no sofá capitonê se alinhavam turbantes. E os panos cheios de dourado, as gazes, os linhos, os véus coloridos esvoaçavam por toda a parte.

      Nesse festival de tessituras coube-me ser modelo para os figurinos das crianças. De pé sobre a mesa vestia uma roupa depois da outra, de menina ou de menino, de diversos tamanhos. E obedecendo às ordens das costureiras levantava um braço, suspendia o cabelo, girava lentamente para o controle das bainhas, rezando em silêncio para esconjurar alfinetadas. Aquilo que parecia obediência era pura felicidade.

      Assim mesmo, merecia prêmio. E o prêmio, fui informada um dia, era ir com meu tio à Cinecittá, ver filmar a cena do mercado.

      Manhã de outono, um enorme galpão plantado no parque dos estúdios. Abre-se uma porta, entramos, maquinárias, cabos, ossaturas de madeira, reverso do cenário. Mas bastam alguns passos para que o galpão desapareça aos meus olhos levando reverso, máquinas e outono. E eis que estamos em uma ruela, entrando na grande praça onde as fachadas brancas se desdobram em arcadas, abrigando lojas uma ao lado da outra, numa festa de toldos coloridos, de cestos, frutas, ânforas e tapetes. Entro e saio das lojas. A farmácia é cheia de frascos, vidros, caixinhas, um almofariz, balanças, e pouco importa que tudo seja falso, se é tão verdadeiro para mim. Na loja de animais, as araras gritam, os macacos me olham desconfiados, o grande gato persa espia por entre as grades da gaiola e tudo é verdadeiro embora não à venda.

      Os extras esperam entediados, árabes conversando em dialeto romano, comendo sanduíches, fumando. Alguns cochilam encostados às paredes. A praça está parada. Até o bater da claquete.

      Luz!, grita uma voz no megafone. E um súbito sol calcina as fachadas. Som! Grilos e cigarras abrem seu canto, meu olhar se volta para as palmeiras que agora farfalham habitadas por pássaros. Ação! A festa se põe em movimento. Todos apregoam, falam, gesticulam, a multidão ondeja, escorre, há um engolidor de fogo, um jogral com malabares, mulheres passam com cântaros na cabeça, um homem traz dois galgos na coleira, um cameleiro atravessa a cena com seus camelos. E as crianças correm, se metem no meio das pessoas, mexem nas mercadorias, gritam, brincam, vestidas todas com as roupas que provei.

      Naquela manhã estive em algum lugar perto do deserto. Talvez fosse próximo daquele em que nasceu o menino cuja manjedoura acabei de pintar. E lembrando o mercado da praça, percebo agora que ao meu presépio falta um camelo. 

Fonte: COLASANTI, Marina. Em algum lugar perto do deserto. In: Os últimos lírios no estojo de seda. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2006. (adaptado). 

Assinale a alternativa CORRETA. No texto, os eventos narrados associam-se à ideia de
Alternativas
Q1027653 Gerência de Projetos

Segundo o Project Management Institute, o Gerenciamento de Projetos é definido como a aplicação de conhecimentos, habilidades, técnicas e ferramentas a uma ampla gama de atividades, com vistas ao atendimento das necessidades de um determinado projeto. Nesta seara, entende-se projeto como um esforço temporário empreendido por uma equipe, por meio de uma metodologia específica e organizada, para o alcance de um objetivo (criar ou melhorar um produto, por exemplo).

Em relação a este assunto, identifique inicialmente as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F):


( ) o Termo de Abertura de Projeto (TAP) é o documento que autoriza formalmente o início do projeto. Ele inclui a justificativa e os objetivos do projeto, devendo ser aprovado por um patrocinador.

( ) entrada é tudo aquilo que é fornecido ao processo, ou seja, os insumos.

( ) a Técnica Program Evaluation and Review Tecnique (PERT) refere-se a um método para estimar a duração das atividades e estimar o custo de um projeto.

( ) a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) ou Work Breakdown Structure (WBS) reflete o escopo do projeto, sendo uma decomposição hierárquica orientada ao trabalho a ser executado pela equipe para que se atinja os objetivos de um projeto.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

Alternativas
Q1027652 Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas compreende um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos que planejam, organizam, dirigem e controlam o trabalho e a atuação das pessoas na organização. O processo de agregar pessoas, também conhecido como processo de provisão ou suprimento de pessoas, envolve práticas de recrutamento e seleção. Refere-se às atividades da empresa voltadas para a identificação e o estabelecimento de uma relação de trabalho com pessoas que sejam/estejam aptas a atender as necessidades da organização, colaborando para o alcance de seus objetivos.


Sobre o processo de recrutamento é CORRETO afirmar que:

Alternativas
Q1027651 Administração Geral

Leia as afirmativas a seguir sobre as estratégias de negociação:


I. o processo de negociação é multidimensional. Quatro são as dimensões: vertical interna (níveis superiores hierárquicos), interna (equipe negociadora), horizontal (as partes) e vertical externa (alta cúpula).

II. o planejamento possibilita ao negociador a compreensão do cenário que irá encontrar. Esse procedimento minimiza o grau de ansiedade e insegurança gerado por situações desconhecidas.

III. a compreensão das alternativas do posicionamento estratégico possibilita ao negociador a organização e fortalecimento do seu processo mental.

IV. O processo de negociação vai além do intercâmbio comercial, podendo alcançar interesses compartilhados.


Com base nessas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Q1027650 Administração Geral
As prioridades de uma organização variam de acordo com os seus valores, elementos estes que sustentam a sua cultura. Portanto, a cultura organizacional é um elemento que serve como importante alicerce às políticas e aos processos da área de Gestão de Pessoas. Tendo por base a cultura organizacional, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q1027649 Administração Pública
A Administração Pública é conhecida pelo alto nível de burocratização de seus processos, sendo por vezes questionada, em termos de sua eficiência. A Teoria da Burocracia, assentada nos estudos do Sociólogo alemão Max Weber, propõe que a organização deve ser regida por normas e regulamentos estabelecidos previamente, fato este que, por pressuposto, contribuiria conferindo previsibilidade em termos de seu funcionamento. Nesse sentido, àquilo que escapa aos pressupostos burocráticos se dá o nome de disfunção. A partir deste enfoque, indique a alternativa que NÃO CORRESPONDE a uma disfunção da Burocracia.
Alternativas
Q1027648 Administração de Recursos Materiais
Considerando as características descritas sobre o Just in Time (JIT), assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q1027647 Administração Geral

Analise as afirmativas a seguir, assinalando as que correspondem aos Princípios de Deming:


I. eliminar as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço.

II. aumentar a prática de aprovar orçamentos com base no preço.

III. melhorar constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de forma sistemática os custos.

IV. não deixar de realizar a inspeção para atingir a qualidade e aumentar a necessidade de inspeção em massa.

V. estabelecer constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego.


Considerando-se essas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Respostas
281: C
282: A
283: D
284: D
285: A
286: D
287: C
288: C
289: B
290: B
291: C
292: A
293: D
294: C
295: B
296: D
297: D
298: A
299: A
300: C