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Q856943 Português

                                             TEXTO 4


      Adiante, o célebre conto Um Apólogo, de Machado de Assis. Leia-o, com atenção, e responda às questões propostas a seguir.


                                     “UM APÓLOGO

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

      — Deixe-me, senhora.

      — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      — Mas você é orgulhosa.

      — Decerto que sou.

      — Mas por quê?

      — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

      — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

      — Também os batedores vão adiante do imperador.

      — Você é imperador?

      — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

      — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

      A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

      Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

      — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

      — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” 

Se quisermos manter a coesão e a coerência textuais deste período do texto dado “Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: (...)”; pode-se substituir o termo em destaque pela palavra: 
Alternativas
Q856942 Português

                                             TEXTO 4


      Adiante, o célebre conto Um Apólogo, de Machado de Assis. Leia-o, com atenção, e responda às questões propostas a seguir.


                                     “UM APÓLOGO

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

      — Deixe-me, senhora.

      — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      — Mas você é orgulhosa.

      — Decerto que sou.

      — Mas por quê?

      — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

      — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

      — Também os batedores vão adiante do imperador.

      — Você é imperador?

      — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

      — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

      A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

      Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

      — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

      — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” 

Releia o trecho a seguir e responda à questão proposta.


“Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

Deixe-me, senhora. (...)”


Na frase “— Deixe-me, senhora.”, o termo em destaque apresenta:

Alternativas
Q856941 Português

                                             TEXTO 4


      Adiante, o célebre conto Um Apólogo, de Machado de Assis. Leia-o, com atenção, e responda às questões propostas a seguir.


                                     “UM APÓLOGO

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

      — Deixe-me, senhora.

      — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      — Mas você é orgulhosa.

      — Decerto que sou.

      — Mas por quê?

      — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

      — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

      — Também os batedores vão adiante do imperador.

      — Você é imperador?

      — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

      — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

      A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

      Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

      — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

      — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” 

No trecho “— Que cabeça, senhora?”, a vírgula é empregada para:
Alternativas
Q856940 Português

                                             TEXTO 4


      Adiante, o célebre conto Um Apólogo, de Machado de Assis. Leia-o, com atenção, e responda às questões propostas a seguir.


                                     “UM APÓLOGO

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

      — Deixe-me, senhora.

      — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      — Mas você é orgulhosa.

      — Decerto que sou.

      — Mas por quê?

      — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

      — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

      — Também os batedores vão adiante do imperador.

      — Você é imperador?

      — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

      — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

      A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

      Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

      — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

      — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” 

Tendo como referência os elementos que constituem os diversos gêneros textuais, pode-se afirmar que no conto Um Apólogo há marcas características de:
Alternativas
Q856937 Português

                              


      Conceição Lima nasceu, em 1961, na ilha de São Tomé, em São Tomé e Príncipe, país africano de língua portuguesa que se tornou independente de Portugal em 1975, após 500 anos de colonização. Formada pelo King’s College de Londres, Conceição é jornalista e trabalha para a BBC de Londres.


A mão é um de seus mais conhecidos poemas. Leia-o, com atenção, e responda à questão.


A MÃO


Toma o ventre da terra

e planta no pedaço que te cabe

esta raiz enxertada de epitáfios. 

Não seja tua lágrima a maldição

que sequestra o ímpeto do grão

levanta do pó a nudez dos ossos,

a estilhaçada mão

e semeia


girassóis ou sinos, não importa

se agora uma gota anuncia

o latente odor dos tomateiros

a viva hora dos teus dedos. 

Quanto à classe gramatical das palavras selecionadas pela autora no verso “Não seja tua lágrima a maldição”, é correto afirmar que se tem respectivamente:
Alternativas
Q856935 Português

                                               TEXTO 2


O texto adiante é um fragmento do artigo Intelectuais negros e a identidade brasileira, publicado por Jonas Soares de Souza na revista Campo & Cidade. Leia-o, atentamente, e responda à questão.


                                   


                           INTELECTUAIS NEGROS E A IDENTIDADE BRASILEIRA


      “Neto de escrava liberta, Joaquim Maria Machado de Assis é o mais famoso e universal dos escritores brasileiros. Mulato de origem humilde, o autor de Dom Casmurro foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e, hoje, é reconhecido como escritor de primeira linha da literatura mundial. Alguns intelectuais contemporâneos de Machado de Assis, no entanto, tentavam sublimar suas origens étnicas e o passado humilde para incorporá-lo de corpo e alma ao universo dos brancos.

      O escritor Joaquim Nabuco, por exemplo, em uma carta de 1908 adverte o crítico José Veríssimo por ter se referido a Machado como ‘mulato’, em artigo de homenagem ao escritor recém-falecido. ‘Machado para mim era um branco, e creio que por tal se tomava; quando houvesse sangue estranho, isto em nada afetava a sua perfeita caracterização caucásica. Eu pelo menos só via nele o grego’.

      Na literatura sobre relações raciais no Brasil existe um consenso de que a integração dos descendentes de africanos à sociedade deu-se pela via do “embranquecimento”, ou pelo que um sociólogo chama de ‘válvula de escape do mulato’, como no caso de Machado de Assis. O “embranquecimento” pode ser entendido como o processo pelo qual indivíduos negros, principalmente intelectuais, eram assimilados às elites nacionais brasileiras. Isso significava uma escalada da pobreza e subordinação baseada no preconceito de cor e na origem escrava em direção ao domínio de classe e cultura das elites predominantemente brancas. (...)”

Quanto à tipologia textual, pode-se afirmar que no terceiro e último parágrafo do texto dado predomina:
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Q856932 Português

                                           TEXTO 1


                             DEMOCRACIA E CIDADANIA


      São cinco os princípios da democracia, são cinco e juntos totalmente suficientes. Cada um separado já é uma revolução. Pensar a liberdade, o que acontece em sua falta e o que se pode fazer com sua presença. A igualdade, o direito de absolutamente todos e a luta sem fim para que seja realidade. E assim o poder da solidariedade, a riqueza da diversidade e a força da participação. E quanta mudança ocorre por meio deles.

      Se cada um separado quase daria para transformar o mundo, imagine todos eles juntos. O desafio de juntar igualdade com diversidade, de temperar com solidariedade conseguida pela participação. Essa é a questão da democracia, a simultaneidade na realização concreta dos cinco princípios, meta sempre irrealizável e ao mesmo tempo possível de se tentar a cada passo, em cada relação, em cada aspecto de vida.

      E sobretudo e acima de tudo coloque o eixo dessa revolução na cidadania, em cada pessoa e em todas. Não no Estado, nem no mercado. Eles não são capazes de dar vida a esses princípios. Essa obra é do homem e da mulher, juntos. O Estado quase sempre mata ou aleija um desses princípios dizendo que se deseja salvar a democracia. Mata um pedaço em nome do todo. O Estado é um animal que precisa ser domesticado. Sem controle da cidadania, logo perde o rumo e faz besteira, corrompe-se e corrompe. O mercado sem o controle da cidadania perde seu gosto pela liberdade e a competição. Entrega-se a uns poucos para servir a minorias.

      A maioria das pessoas acredita que a solução dos problemas vem de fora, de algo externo, de alguém ou alguma coisa que fará, por nós e por todos, aquilo que deve ser feito. Uns não sabem viver sem o poder, sem o Estado. Outros não sabem viver sem alguém que manda, o senhor, o padre e o pastor, o empresário, o líder, o patrão. A maioria não sabe viver sem o Estado e o mercado, não sabe viver por si. E esse engano é grande, profundo e perigoso. (...)

             Herbert de Souza (Betinho) | Sociólogo Democracia Viva n˚ 28, Fevereiro de 1997.

Considerando o estabelecido nas normas gramaticais da língua, em relação ao trecho “A maioria das pessoas acredita que a solução dos problemas vem de fora, (...)”, que inicia o último parágrafo do texto dado, pode-se afirmar que se trata de um período:
Alternativas
Q856928 Matemática Financeira
Uma aplicação de R$ 30.000,00 a uma taxa mensal de 4% no regime de capitalização composta, ao final de um bimestre, gera um capital acumulado de:
Alternativas
Q856927 Raciocínio Lógico

Considere verdadeiras as quatro afirmações a seguir:


I. Ou Nicole é professora, ou Rodolfo não é atuário.

II. Se Miguel é musicista, então Camila não é museóloga.

III. Se Nicole é professora, então Camila é museóloga.

IV. Rodolfo é atuário.


Assim, pode-se concluir corretamente que:

Alternativas
Q856926 Matemática
Em certa fábrica trabalham 24 operários por 8 horas de serviço diário, produzindo 320 peças. Com a alta demanda, decidiu-se pelo redimensionamento da produção e da carga horária, estabelecendo-se como meta a produção de 700 peças com 10 horas de trabalho diário. Assim, a quantidade de operários, de mesma capacidade, necessária para contemplar a meta, deve ser de:
Alternativas
Q856925 Raciocínio Lógico

Considere verdadeiras as proposições a seguir:


I. Todo atleta é homem.

II. Nenhum homem sabe lavar roupa.


Assinale a alternativa que apresenta uma conclusão correta.

Alternativas
Q856924 Matemática
O número de anagramas da palavra SILEPSE é:
Alternativas
Q856923 Matemática

“Cerca de 40% dos profissionais brasileiros levam menos de meia hora para almoçar, segundo uma pesquisa de 2016 feita pela empresa de benefícios Edenred, que investigou hábitos alimentares de 2.500 trabalhadores em 14 países. O dado pode parecer ruim, mas há casos piores. Nos EUA, 64% dos que saem para almoçar voltam ao trabalho em menos de 30 minutos, segundo o estudo. (...) O intervalo na rotina de trabalho é vital. Entre os problemas que podem surgir em consequência desse pouco caso com a hora do almoço estão a queda na produtividade, na concentração e na criatividade e, em casos extremos, estafa grave, afirma o médico e doutor em psiquiatria Mario Louzã.” (Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/carreiras/2017/07/1905243-pesquisa-aponta-que-40-dos-brasileiros-almocam-em-menos-de-meia-hora.shtml>. Acesso em: 17 ago. 2017. Adaptado)


A razão entre o percentual de profissionais “brasileiros” e o percentual de profissionais “dos EUA” que almoçam em menos de 30 minutos, nessa ordem, é:

Alternativas
Q856922 Raciocínio Lógico
Dentre as proposições compostas a seguir, assinale a alternativa que apresenta um conectivo lógico do tipo disjunção exclusiva ( V ).
Alternativas
Q856921 Matemática

O desmatamento na Mata Atlântica cresceu muito entre 2015 e 2016, quando o bioma perdeu 29.075 hectares, o equivalente a mais de 29 mil campos de futebol, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). No período anterior (2014- 2015), o desmate no bioma havia sido de 18.433 hectares. (Disponível em:<http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral>. Acesso em: 15 ago. 2017. Adaptado).


De acordo com as informações apresentadas, o percentual de aumento do desmate no bioma da Mata Atlântica, entre os biênios 2014-2015 e 2015-2016, foi, aproximadamente, de:

Alternativas
Q856919 Raciocínio Lógico

      Certo instituto de pesquisa realizou um levantamento sobre a preferência de consumidores entre três marcas de detergente: A, B e C. Esse trabalho foi desenvolvido durante a manhã de um dia, em um supermercado onde normalmente registra-se grande movimentação. Como forma de estimular a participação, anunciou-se que cada entrevistado receberia 1 único cupom para participar de um sorteio, às 13h, de um vale compras. Cada cupom entregue contém a identificação da(s) marca(s) de detergente indicada(s) pelo entrevistado e um campo para que escreva seu nome e CPF. Após o preenchimento, o cupom deveria ser depositado em uma urna.

      Às 12h, encerrou-se o levantamento, e os dados coletados foram organizados na tabela a seguir:


                          

Com base nos resultados apresentados, é correto afirmar que:
Alternativas
Q856918 Redes de Computadores
E-mail é uma forma de troca de mensagens digitais que utiliza sistemas de correio eletrônico. Assinale a opção correta, quanto a essa tecnologia.
Alternativas
Q856917 Noções de Informática

É recomendado que, ao se afastar do computador de trabalho, o usuário bloqueie a tela principal do computador para que se evite que outras pessoas acessem seu dispositivo sem consentimento. Dentre os métodos de proteção lógica de computadores, pode-se afirmar que:


I – programas de antivírus são instalados em sistemas operacionais a fim de identificar e eliminar outros programas que possam causar malefícios ao sistema e aos dados de usuários.

II – uma das formas de um computador ser atacado é através de portas de rede abertas, porque isto permite que invasores acessem e manipulem funcionalidades dos sistemas, produzindo danos. Um artifício importante para a proteção contra esse ataque é traduzido do inglês e conhecido como “parede de fogo”.

III – qualquer computador ligado a uma rede está vulnerável a acessos não autorizados. A utilização de um programa de antispyware, contudo, restringe a permissão de acessos somente autorizados.


Assinale a alternativa que contém somente afirmativas corretas.

Alternativas
Q856916 Noções de Informática
No local de trabalho, a segurança das informações tratadas é primordial para que as atividades sejam executadas sem problemas que afetem diretamente o desempenho do setor. O computador é a principal ferramenta para guarda de dados e informações importantes. Assinale a alternativa INCORRETA quanto às ameaças que os computadores sofrem.
Alternativas
Q856915 Noções de Informática
Devido a um fato inesperado, alguns servidores do setor de cadastro de assentamentos funcionais precisaram acessar documentos digitais que estão localizados em repositórios de arquivos em uma rede privada local. Entretanto, esses funcionários estão, fisicamente, em outro setor que está configurado em outra rede privada local distinta da primeira. Com base no cenário apresentado, pode-se afirmar que:
Alternativas
Respostas
4981: D
4982: E
4983: D
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4986: C
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4989: D
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5000: D