Questões de Concurso Para finep
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Texto para as questões de 8 a 10
1 A lenda urbana surge com a oportunidade do
inusitado, do espetacular, do fantasioso. É o momento em
que se pode romper com a realidade e crer que existe algo
4 além do que se conhece. Em primeiro lugar, a lenda urbana
apresenta personagens quase sempre construídos em busca
do indivíduo comum: desperta-se o interesse do ouvinte.
7 Também se espalha por meios muito próximos dos simples
mortais, seja oralmente, seja por e-mail, seja até em jornais
sensacionalistas. As lendas urbanas se inserem no fenômeno
10 chamado folkcomunicação, segundo o qual a expressão das
classes mais baixas ou marginalizadas encontra vazão na
produção de cultura popular e, muitas vezes, na cultura de
13 massa. Esse folclore — em seu sentido mais amplo — traz
à luz a compreensão de determinados povos sobre o meio
que os cerca, mas de maneira bastante particular.
16 As manifestações populares trazem tanto seus medos
cotidianos quanto as influências sofridas por aquela
população. As lendas urbanas são, assim, resultantes da
19 criação contemporânea, modernamente adaptadas ao
universo do século XXI e seus problemas. Hoje o homem
comum conhece a ciência (ou a pseudociência, como diz
22 Carl Sagan) e se utiliza dela em seu cotidiano. Também por
isso, as representações mais fantásticas ganham, muitas
vezes, aspectos científicos. Surgem assim narrativas
25 completas, em certa medida críveis, sobre o universo urbano
moderno.
Andréa Neiva e Luciano R. Segura. Sem mistério: discutindo língua portuguesa, ano 2, n.º 12, p. 26-32 (com adaptações).
O pronome “se” refere-se a “lenda urbana” (l.1) em
Texto para as questões de 8 a 10
1 A lenda urbana surge com a oportunidade do
inusitado, do espetacular, do fantasioso. É o momento em
que se pode romper com a realidade e crer que existe algo
4 além do que se conhece. Em primeiro lugar, a lenda urbana
apresenta personagens quase sempre construídos em busca
do indivíduo comum: desperta-se o interesse do ouvinte.
7 Também se espalha por meios muito próximos dos simples
mortais, seja oralmente, seja por e-mail, seja até em jornais
sensacionalistas. As lendas urbanas se inserem no fenômeno
10 chamado folkcomunicação, segundo o qual a expressão das
classes mais baixas ou marginalizadas encontra vazão na
produção de cultura popular e, muitas vezes, na cultura de
13 massa. Esse folclore — em seu sentido mais amplo — traz
à luz a compreensão de determinados povos sobre o meio
que os cerca, mas de maneira bastante particular.
16 As manifestações populares trazem tanto seus medos
cotidianos quanto as influências sofridas por aquela
população. As lendas urbanas são, assim, resultantes da
19 criação contemporânea, modernamente adaptadas ao
universo do século XXI e seus problemas. Hoje o homem
comum conhece a ciência (ou a pseudociência, como diz
22 Carl Sagan) e se utiliza dela em seu cotidiano. Também por
isso, as representações mais fantásticas ganham, muitas
vezes, aspectos científicos. Surgem assim narrativas
25 completas, em certa medida críveis, sobre o universo urbano
moderno.
Andréa Neiva e Luciano R. Segura. Sem mistério: discutindo língua portuguesa, ano 2, n.º 12, p. 26-32 (com adaptações).
A partir da argumentação do texto, julgue os seguintes itens.
I A origem das lendas urbanas está associada aos modos como as populações vivenciam seus medos e buscam a fantasia.
II A divulgação de lendas urbanas está associada à cultura e aos meios de comunicação acessíveis ao indivíduo comum e às classes mais populares.
III As lendas urbanas contemporâneas representam falsos conhecimentos científicos que as camadas mais cultas da sociedade usam para explicar certos fenômenos às camadas populares.
Assinale a opção correta.
Texto para as questões 6 e 7
1 “Bebe tu do teu próprio veneno.” A frase finaliza
a oração de São Bento contra os demônios, mas também
pode ser aplicada, sem prejuízo, como remédio para
4 tratarmos um tema polêmico: nosso teor de maldade. Assim
como a injustiça, o mal coloca o homem em uma posição
passiva, ou seja, enxergamo-nos facilmente como vítimas, e
7 apenas raras vezes nos colocamos no papel de autor de uma
ação negativa. O psiquiatra suíço Carl Jung, pai da
psicologia analítica, definiu a sombra como um elemento
10 básico da estrutura da mente. Nela guardamos os atributos
que o ego repreende, como o orgulho, a vaidade, a
agressividade e o ciúme. A sombra seria a casa do instinto
13 que, quando bem aplicado, nos encoraja para desafios. Nessa
linha de pensamento, a agressividade natural pode-se
transformar em força ou violência, a depender da forma
16 como é aplicada. Jung defendia que a saúde psicológica
dependia da conciliação com a sombra, e não da tentativa de
sufocá-la. Aceitar o mal pessoal não significa,
19 necessariamente, experimentá-lo. Justamente aí está o limite
da saúde.
Revista do Correio. In: Correio Braziliense, 5/4/2009 (com adaptações).
Assinale a opção em que a reescritura da passagem do texto, situada nas linhas mencionadas, altera as relações semânticas e provoca incoerência textual.
Texto para as questões 6 e 7
1 “Bebe tu do teu próprio veneno.” A frase finaliza
a oração de São Bento contra os demônios, mas também
pode ser aplicada, sem prejuízo, como remédio para
4 tratarmos um tema polêmico: nosso teor de maldade. Assim
como a injustiça, o mal coloca o homem em uma posição
passiva, ou seja, enxergamo-nos facilmente como vítimas, e
7 apenas raras vezes nos colocamos no papel de autor de uma
ação negativa. O psiquiatra suíço Carl Jung, pai da
psicologia analítica, definiu a sombra como um elemento
10 básico da estrutura da mente. Nela guardamos os atributos
que o ego repreende, como o orgulho, a vaidade, a
agressividade e o ciúme. A sombra seria a casa do instinto
13 que, quando bem aplicado, nos encoraja para desafios. Nessa
linha de pensamento, a agressividade natural pode-se
transformar em força ou violência, a depender da forma
16 como é aplicada. Jung defendia que a saúde psicológica
dependia da conciliação com a sombra, e não da tentativa de
sufocá-la. Aceitar o mal pessoal não significa,
19 necessariamente, experimentá-lo. Justamente aí está o limite
da saúde.
Revista do Correio. In: Correio Braziliense, 5/4/2009 (com adaptações).
Assinale a opção correta a respeito das relações de coesão no texto.
Texto para as questões 4 e 5
1 Na verdade, estamos presos em uma rede de falsas
liberdades. Nunca se falou tanto em liberdade e poucas vezes
fomos tão pressionados por exigências absurdas que
4 constituem o que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em
liberdade de escolha, mas somos conduzidos pela
propaganda, e as opções são tantas que não conseguimos
7 escolher com calma. Talvez possamos escapar das cobranças
sendo mais naturais, cumprindo deveres reais. Nadar contra
toda essa louca correnteza, ter opiniões próprias, amadurecer
10 ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, isso ajuda.
Descobrir o que queremos e podemos é um bom
13 aprendizado, mas leva algum tempo. Liberdade não vem de
correr atrás de deveres impostos “de fora”, mas de construir
a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e
16 desgaste, sobra tão pouco tempo.
Lya Luft. A mentirosa liberdade. In: Veja, 25/3/2009 (com adaptações).
Com referência à organização das ideias no texto, assinale a opção correta.