A escola encaminhou João, 15 anos de idade, para
atendimento psicológico após denúncia de colegas de que João
estava se automutilando e postando fotos em redes sociais.
Diagnosticado com depressão aos 8 anos, ele iniciou
acompanhamento psiquiátrico e psicológico à época. Recebeu alta
após dois anos de tratamento. Há duas semanas, a pedido da escola,
a mãe procurou atendimento psicológico para nova avaliação.
João compareceu ao atendimento psicológico
acompanhado de seus pais, Ana e Antônio, que estavam muito
preocupados com o filho. Havia cerca de 10 meses João
mostrava-se muito agressivo e explosivo, ficava muito tempo no
celular e vinha apresentando baixo rendimento escolar. A mãe
relatou que o filho sempre fora vaidoso e preocupado com a
aparência, mas que vinha negligenciando a higiene básica. Ele se
recusava a tomar banho sozinho e não cortava nem penteava o
cabelo. João relatou que tinha medo de tomar banho. João fez o
seguinte relato: “muitos pensamentos invadiam no momento em que
eu estava sozinho, principalmente no banho. Quando estou
envolvido ou prestando atenção em alguma coisa, eles me
incomodam menos. Mas parece que no banho, eles tomam conta de
mim” (sic). E seguiu, no atendimento individual: “Meus pais nem
desconfiam, mas estou mal há mais de um ano. Na verdade, sempre
fui desse jeito! Mas tem dois anos que estou pior. Não sinto fome.
Tem dia que faço apenas uma refeição. Passo o dia inteiro na
escola. Finjo que estudo. Não consigo aprender nem me concentrar
em nada. Começo a resolver um exercício e, daqui a pouco, não sei
nem o que estou fazendo. Estou levando a escola como posso. Sinto
que sou um peso pra todo mundo. Me sinto só em todos os lugares
que estou. Mas sempre foi assim. Só está um pouco pior, e não sei
nem o porquê. Não sinto vontade de sair da minha cama”(sic).
Considerando o caso clínico apresentado, o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) e diversos aspectos
relacionados a psicopatologias, julgue o item seguinte.