Questões de Concurso
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As economias e direitos de sociedades tribais ou arcaicas constituem objeto de estudo de Marcel Mauss no “Ensaio sobre a Dádiva. Forma e Razão da Troca nas Sociedades Arcaicas”. Comparando com as economias e direitos modernos podemos concluir que, no primeiro caso,
Clifford Geertz analisando o impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem, assinala que “tornar-se humano é tornarse individual, e nós nos tornamos individuais sob a direção dos padrões culturais, sistemas de significados criados historicamente em termos dos quais damos forma, ordem, objetivo e direção às nossas vidas. Os padrões culturais envolvidos não são gerais, mas específicos (...). Com esta afirmação, Geertz está se contrapondo
Anthony Giddens sistematiza algumas características do significado da noção de democracia comparando várias abordagens. Do seu ponto de vista, a democracia consiste em assegurar “relações livres e iguais” entre os indivíduos para promover alguns resultados, entre os quais a criação de circunstâncias em que as pessoas possam desenvolver suas potencialidades e a expansão da oportunidade econômica para o desenvolvimento dos recursos disponíveis. A democracia não implica apenas o direito a um autodesenvolvimento livre e igual, mas também algumas medidas restritivas como a contenção
Norbert Elias define o conceito de estigmatização como um aspecto da relação entre estabelecidos e outsiders onde muitas vezes é criado pelo grupo dos estabelecidos um tipo de fantasia coletiva para justificar a aversão e o preconceito deste grupo sobre o dos outsiders. Como justificativa para comprovar a veracidade deste tipo infundado de fantasia coletiva, é habitual
Norbert Elias assinala que “a sociologia só poderá ser reconhecida como uma disciplina científica se ficar claro que não existe caos em sentido absoluto. Nenhum agrupamento humano, por mais desordenado e caótico que seja aos olhos daqueles que o compõem ou aos olhos dos observadores, é desprovido de estrutura.” Desse modo, o conceito formulado por Durkheim de “anomia” deve ser entendido como
De acordo com Max Weber, a ética medieval não apenas tolerava a mendicância, como a glorificou nas ordens mendicantes. Até os mendigos seculares, embora não dispusessem dos meios para fazer boas obras pela salvação das almas, foram por ela considerados e valorizados como uma “classe”. Na Inglaterra, também a ética social anglicana dos Stuarts se conservou muito próxima a essa posição. Posteriormente, uma dura legislação dos pobres alterou esta situação. O principal fator desta mudança foi
No entendimento de Max Weber, o racionalismo econômico, embora dependa parcialmente da técnica e do direito racional, é ao mesmo tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens em adotar certos tipos de conduta racional. As forças mágicas e religiosas e os ideais éticos de dever decorrentes sempre estiveram no passado entre os mais importantes elementos formativos da conduta. Analisando a contribuição da religião para a afirmação do espírito do capitalismo, Weber descreve a relação do calvinismo com a promoção do comércio e o desenvolvimento do capitalismo especialmente nos países baixos. Uma das características dos calvinistas e que foi qualificada como “essência da economia da capitalista” por Gothein, autor citado por Weber, consiste em
No entendimento de Max Weber, as atividades de associações capitalistas financeiramente independentes existiram também na Antiguidade, mas, comparadas às modernas empresas mercantis, elas apenas constituem modestos primórdios. Antes de mais nada, por que lhes faltavam, ou nelas apenas começavam a desenvolver-se os requisitos essenciais a esta independência, entre os quais
A Constituinte de 1988 redigiu e aprovou a constituição mais liberal e democrática que o Brasil já teve, merecendo por isso o nome de Constituição Cidadã. Entre as suas principais conquistas estão:
Historicamente, a distância entre os projetos das elites e as visões de mundo dos diferentes conjuntos populacionais no Brasil originou importantes conflitos sociais e políticos. Um dos mais conhecidos foi a guerra de Canudos no interior da Bahia, pouco tempo depois da Proclamação da República. José Murilo de Carvalho descreve que sob a liderança de um líder messiânico, Antonio Conselheiro, formou-se uma comunidade irmanada por práticas religiosas tradicionais. Entre as razões do conflito, que acabou envolvendo o Estado e as forças militares contra milhares de sertanejos, estava a discordância do Conselheiro com relação a medidas adotadas pela República, entre elas,
Para José Murilo de Carvalho, o processo de aquisição dos direitos civis para o exercício da cidadania no Brasil é ainda hoje difícil de ser resolvido. Historicamente, o autor destaca três empecilhos principais:
A construção da cidadania é um processo longo e difícil. José Murilo de Carvalho relata que no caso brasileiro, até o final do período colonial, a maioria da população estava excluída dos direitos civis e políticos e sem a existência de um sentido de nacionalidade. A independência não introduziu mudança radical neste panorama. Durante o período do Império, algumas pequenas medidas trouxeram alguns avanços como a aprovação pela Câmara dos deputados, em 1881, da lei que introduzia o voto direto. Entretanto, essa lei trazia uma série de restrições, o que dificultava a ampliação dos direitos civis e que provocaram os protestos de Joaquim Nabuco. Entre estas restrições constavam
Anthony Giddens reconhece as sociedades capitalistas como um subtipo específico das sociedades modernas em geral. Para este autor, uma sociedade capitalista é um sistema que conta com diversas características específicas, entre as quais
No Brasil, o surgimento da República instaura o Estado laico, considerando juridicamente todas as religiões em pé de igualdade e garantindo a liberdade religiosa. Entretanto, Emerson Giumbelli observa que demoraria algum tempo para que o campo religioso estivesse suficientemente livre do jugo da Igreja Católica. Para que a liberdade religiosa viesse a ocorrer de fato no Brasil, este autor assinala a importância de duas circunstâncias:
O papel do Estado, nas sociedades contemporâneas, vem se reconfigurando. Alguns autores, entre eles Löic Wacquant, assinala como razões para esta reconfiguração, a decomposição do trabalho assalariado e a hipermobilidade do capital. Como tendência no contexto neoliberal tem se verificado uma ênfase no papel
A transformação do papel do Estado, no contexto do neoliberalismo, mudando a ênfase da providência para a penitência, é observada em alguns estudos sociológicos. Löic Wacquant assinala uma importante expansão do império penal americano que, ao lado do desmoronamento da proteção social e do incremento do trabalho assalariado precário, contribui para desestabilizar ainda mais a classe trabalhadora. Uma das características desta passagem do Estado-providência para o Estado-penitência, no caso americano, é descrita pelo autor como
Loïc Wacquant em seu livro As Prisões da Miséria, discute as reformulações sobre o papel do Estado no contexto neo-liberal. Analisando o caso inglês, Wacquant cita que, no final de 1989, o Institute of Economic Affairs organizou uma série de encontros e publicações em torno do pensamento de Charles Murray. Este último conclamava todos os britânicos a se prepararem para comprimir severamente o Estado-providência. Seu argumento principal ancorava-se na visão de que era preciso
Em ensaio sobre Antropologia e Direitos Humanos no Brasil, Daniela Cordovil Corrêa dos Santos assinala que “os direitos humanos são um conjunto de normas de direito internacional, portanto, sua principal via de formalização se dá através de tratados de validade internacional. No plano jurídico-legal, os países signatários destes tratados comprometem-se a efetivar os princípios, aí contidos, por meio de sua legislação interna. O maior foco de ação dos organismos internacionais no sentido de criar uma “cultura de direitos humanos” tem sido os países de terceiro mundo, pois é sabido que, em muitos desses países estas violações de direitos atingem um estado crônico.” Para mudar essa configuração, segundo a autora, torna-se necessário
Um dos aspectos polêmicos das reflexões de Clifford Geertz sobre o trabalho antropológico consiste na percepção de que a fonte do conhecimento antropológico não é a realidade social, mas um artifício erudito. Em outras palavras, Geertz considera os textos etnográficos como
No entendimento de Clifford Geertz, o conceito iluminista de natureza humana pressupõe que o homem constitui uma só peça com a natureza e partilha da uniformidade geral de composição que a ciência natural descobriu sob o incitamento de Bacon e a orientação de Newton. Neste contexto, as enormes e amplas variedades de diferenças entre os homens são consideradas