Questões de Concurso
Para crf-sp
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Um motivo para chorar
(Olden Hugo.)
Era um café da manhã, por volta das sete, a mim fato corriqueiro, na padaria da rua Maricá. Um homem estava já à mesa menor, só, com pães intactos e apenas o café sendo bebericado, sem aparentar gosto nesse ato. Permaneceu assim por grupos de minutos. Seus olhos focavam, através do vidro, o nada da movimentação expedita de automóveis, bicicletas, cães e pessoas. Houve uma lágrima.
Engoli com esforço quando notei o choro emudecido daquele homem. Sua expressão se inalterou no rosto. Era fato bastante enigmático. Não tive reação precisa. Mais lágrimas vieram. Meu café demorou mais que o costumeiro. Pensei em oferecer-lhe um lenço, em perguntar se precisava de algo. Nada disso fiz.
Vieram a meu coração tantas razões quantas possíveis capazes de levá-lo a emoção extrema.
Era sem dúvida a perda de alguém para a morte inexorável, irreversível. É o motivo mais justo para chorar, o mais comum. Certamente ele amava essa pessoa com um amor que vem naturalmente, com os sentimentos que são latentes nos genes e que se despertam na convivência familiar. Era um amor de grilhões sanguíneos: seu pai, sua mãe, um irmão ou irmã. As lágrimas resultavam, por conseguinte, de lembranças inumeráveis de momentos em presença a qual jamais voltará a se efetivar. Jamais.
Mas me houve dúvida. Julgando melhor, vi que o choro era solitário mesmo por solidão. Sua mulher não o acompanhava, não mais. E seria assim adiante. Era um choro de fim, definitivo. Era o fim do amor, que nunca acaba. Ele devia amá-la por motivos inquebráveis, não por sangue, mas por vida compartilhada, o que pode ser mais rijo. Lembrava-se, é pouco improvável, de trocas de solicitudes ao longo da vivência de um mundo restrito a ambos. Recordava-se, e isso provocava o choro, do amor que cresceu por serem uma vida em dois corpos que venceram guerras e festejaram glórias, solitários em sua união.
Não era, entretanto, ainda acertado isso. Um amigo apartado, a perda de um emprego de relações vetustas são igualmente legítimas causas de pranto. E por alegria também se chora.
Outras lágrimas ganharam a superfície da mesa, passando antes por sua mão que tapava a boca, talvez contendo palavras que viviam por si. Ele suspirava fundo.
Havia mais possibilidades. Era então a distância do filho cuja voz diariamente lhe soprava suave os ouvidos, numa ficção tão verossímil que lhe arrancava de dentro o choro evitável por ser doloroso. A lembrança era da personalidade tão autônoma do menino, que mal sabia falar, mas que agia intrépido e seguro sempre. A lembrança era do cheiro, da textura da pele, dos abraços e beijos de amor real. Lembrava-se dos olhos nos seus olhos, como se nada mais houvesse a ver no universo. E não havia de melhor. Nisso vinha o choro.
Uma lágrima me desceu junto. Não consegui terminar o café. Ele se levantou e se encaminhou ao caixa. Eu o segui com os olhos, bem úmidos. Quis dar nele um abraço demorado e dizer-lhe que tudo ficaria bem. Quis dizer a ele, com doçura, que era passageiro. Era minha vontade oferecer-lhe um conforto. Ia chamá-lo, mas minha garganta se embargou e chorei mais. Ele saiu pela porta sem que eu sequer pudesse apertar a sua mão.
(Disponível em: https://www.facebook.com/oldenhugo.silvafarias/posts/1583838504972154.)
As formas aditivas resultantes do acréscimo de elementos distintos podem ser caracterizadas pela sua capacidade de crescer e fundir-se a outras formas. Para que percebamos os agrupamentos aditivos como composições unificadas de forma, como figuras em nosso campo visual, os elementos que se combinam devem estar relacionados entre si de uma maneira coerente. A figura a seguir representa uma forma. Observe.
Selecione a alternativa que representa teoricamente o significado da forma da figura apresentada.
A sinalização visual e a sinalização tátil dispõem de artifícios como o contrate de cores e as diferentes texturas, respectivamente, para que se tornem mais facilmente perceptíveis. A indicação de acessibilidade de determinado equipamento, mobiliário ou espaço é representada por símbolos internacionais já convencionados. Trata-se de pictogramas brancos sobre fundo azul, opcionalmente representados em preto e branco. Outros símbolos são largamente utilizados no interior de edificações para indicar elevadores, escadas rolantes, sanitários e saídas de emergência. As representações no piso, sendo de guia ou de alerta, são formas de sinalização tátil e visual que têm como objetivo informar determinado percurso a ser seguido e alertar sobre obstáculo, respectivamente. A figura a seguir representa um símbolo.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao símbolo apresentado anteriormente.
A viga é um dos mais antigos e básicos elementos estruturais conhecidos pela humanidade. Antes mesmo que os pastores nômades se tornassem sedentários e passassem a erigir estruturas permanentes, a viga era usada para construir habitações temporárias ou, sob a forma de um tronco de árvore, para cruzar rios. Tanto um pequeno galho, cobrindo um abrigo provisório, quanto a robusta viga mestra pré-fabricada de concreto armado em um edifício moderno desempenham a mesma função de resistir a cargas verticais, tendo abaixo de si um vão. Essas forças verticais se distribuem entre os apoios em ambas as extremidades da viga e são transferidas para toda a estrutura. Em termos arquitetônicos, esses suportes são, normalmente, as paredes ou, em uma estrutura de madeira, aço ou concreto, colunas ou pilares. A viga também se disfarça de outros elementos, tais como barrotes, que se estendem entre duas paredes para sustentar os assoalhos ou forros de uma construção; vergas, que sustentam a estrutura acima das janelas e portas; ou vigas mestras, que se estendem por grandes distâncias e suportam cargas pesadas. Tradicionalmente, os materiais mais comuns usados para vigas foram pedra, madeira e metal; mas nas últimas décadas o concreto armado e o concreto protendido foram largamente empregados. A capacidade que uma viga tem de resistir a forças verticais pode ser avaliada intuitivamente a partir da razão entre a altura da peça e o comprimento do vão (distância entre dois apoios consecutivos). Para vãos relativamente pequenos, vigas esbeltas são suficientes, porém elas precisam se tornar mais altas e robustas à medida que os vãos aumentam.
Baseado no texto anteriormente descrito, assinale a afirmativa correta.
O principal elemento superior de uma edificação é o seu plano de cobertura. As coberturas das edificações não somente abrigam os espaços internos do sol, das chuvas e da neve, como também exercem um grande impacto sobre a forma geral do edifício. A forma da cobertura é determinada pelo material, pela geometria, pelas proporções de seu sistema estrutural e pela maneira como transfere sua carga através do espaço para os seus apoios. A imagem a seguir representa basicamente três formatos diferentes de estruturas construtivas que sustentam coberturas.
Assinale a alternativa que apresenta correta e respectivamente cada tipo de estrutura construtiva.
Fila de espera para cirurgias eletivas pelo SUS chega a 900 mil pessoas
Tem paciente aguardando por uma cirurgia há dez anos. A maioria
precisa ser operada de catarata, hérnia, vesícula e varizes.
(Edição do dia 04/12/2017 04/12/2017 13h43 – Atualizado em 04/12/2017 14h36 Phelipe Siani São Paulo.)
Quase um milhão de brasileiros precisa fazer uma cirurgia e não conseguem. Os números são do Conselho Federal de Medicina, que conseguiu os dados de estado em estado por meio da Lei de Acesso à Informação. Tem quem esteja esperando por uma cirurgia há dez anos.
(Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2017/12/fila-de-espera-para-cirurgias-eletivas-pelo-sus-chega-900-mil-pessoas.html.)
A porcentagem de cirurgias previstas pelo SUS, em um determinado hospital do Brasil, para um determinado mês, foi
de 64% e de 71,03% no mês seguinte. A variação percentual da porcentagem de cirurgia, do primeiro ao segundo mês
foi, aproximadamente, de
Analise as afirmativas a seguir.
I. Um ângulo agudo e um ângulo obtuso de um paralelogramo sempre são complementares.
II. Toda propriedade do losango vale para o quadrado.
III. Toda propriedade do losango vale para o paralelogramo.
V. O quadrado tem as propriedades do paralelogramo, do retângulo e do losango.
Estão corretas apenas as afirmativas
Por que é que morreram tantos remédios? Por que é que os remédios morrem? Tal é o problema. Não basta expô-lo; força é achar-lhe solução. Há de haver uma razão que explique tamanha ruína. Não se pode compreender que drogas eficazes no princípio de um século sejam inúteis ou insuficientes no fim dele. Tendo meditado sobre este ponto algumas horas longas, creio haver achado a solução necessária.
Esta solução é de ordem metafísica. A natureza, interessada na conservação da espécie humana, inspira a composição dos remédios, conforme a graduação patológica dos tempos. Já alguém disse, com grande sagacidade, que não há doenças, mas doentes. Isto que se diz dos indivíduos, cabe igualmente aos tempos, e a moléstia de um vi não é exatamente a de outro. Há modificações lentas, sucessivas, por modo que, ao cabo de um século, já a droga que a curou não cura; é preciso outra. Não me digam que, se isto é assim, a observação basta para dar a sucessão dos remédios. Em primeiro lugar, não é a observação que produz todas as modificações terapêuticas; muitas destas são de pura sugestão. Em segundo lugar, a observação, em substância, não é mais que uma sugestão refletida da natureza.
Por que é que morreram tantos remédios? Por que é que os remédios morrem? Tal é o problema. Não basta expô-lo; força é achar-lhe solução. Há de haver uma razão que explique tamanha ruína. Não se pode compreender que drogas eficazes no princípio de um século sejam inúteis ou insuficientes no fim dele. Tendo meditado sobre este ponto algumas horas longas, creio haver achado a solução necessária.
Esta solução é de ordem metafísica. A natureza, interessada na conservação da espécie humana, inspira a composição dos remédios, conforme a graduação patológica dos tempos. Já alguém disse, com grande sagacidade, que não há doenças, mas doentes. Isto que se diz dos indivíduos, cabe igualmente aos tempos, e a moléstia de um vi não é exatamente a de outro. Há modificações lentas, sucessivas, por modo que, ao cabo de um século, já a droga que a curou não cura; é preciso outra. Não me digam que, se isto é assim, a observação basta para dar a sucessão dos remédios. Em primeiro lugar, não é a observação que produz todas as modificações terapêuticas; muitas destas são de pura sugestão. Em segundo lugar, a observação, em substância, não é mais que uma sugestão refletida da natureza.
Por que é que morreram tantos remédios? Por que é que os remédios morrem? Tal é o problema. Não basta expô-lo; força é achar-lhe solução. Há de haver uma razão que explique tamanha ruína. Não se pode compreender que drogas eficazes no princípio de um século sejam inúteis ou insuficientes no fim dele. Tendo meditado sobre este ponto algumas horas longas, creio haver achado a solução necessária.
Esta solução é de ordem metafísica. A natureza, interessada na conservação da espécie humana, inspira a composição dos remédios, conforme a graduação patológica dos tempos. Já alguém disse, com grande sagacidade, que não há doenças, mas doentes. Isto que se diz dos indivíduos, cabe igualmente aos tempos, e a moléstia de um vi não é exatamente a de outro. Há modificações lentas, sucessivas, por modo que, ao cabo de um século, já a droga que a curou não cura; é preciso outra. Não me digam que, se isto é assim, a observação basta para dar a sucessão dos remédios. Em primeiro lugar, não é a observação que produz todas as modificações terapêuticas; muitas destas são de pura sugestão. Em segundo lugar, a observação, em substância, não é mais que uma sugestão refletida da natureza.
Por que é que morreram tantos remédios? Por que é que os remédios morrem? Tal é o problema. Não basta expô-lo; força é achar-lhe solução. Há de haver uma razão que explique tamanha ruína. Não se pode compreender que drogas eficazes no princípio de um século sejam inúteis ou insuficientes no fim dele. Tendo meditado sobre este ponto algumas horas longas, creio haver achado a solução necessária.
Esta solução é de ordem metafísica. A natureza, interessada na conservação da espécie humana, inspira a composição dos remédios, conforme a graduação patológica dos tempos. Já alguém disse, com grande sagacidade, que não há doenças, mas doentes. Isto que se diz dos indivíduos, cabe igualmente aos tempos, e a moléstia de um vi não é exatamente a de outro. Há modificações lentas, sucessivas, por modo que, ao cabo de um século, já a droga que a curou não cura; é preciso outra. Não me digam que, se isto é assim, a observação basta para dar a sucessão dos remédios. Em primeiro lugar, não é a observação que produz todas as modificações terapêuticas; muitas destas são de pura sugestão. Em segundo lugar, a observação, em substância, não é mais que uma sugestão refletida da natureza.