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O mecanismo de morte pode orientar para determinada causa jurídica, como, por exemplo, a esganadura para o suicídio e o enforcamento para o homicídio.
Durante a inspeção externa, as vestes do cadáver devem ser desconsideradas e descartadas, pois, em geral não apresentam importância pericial médico-forense
Os termos necropsia e autópsia designam o exame que se realiza no cadáver, interna e externamente, com a finalidade de determinar a causa da morte.
Considere que indivíduo do sexo masculino, 80 anos de idade, internado há várias semanas em hospital oncológico devido à neoplasia metastática de próstata, veio a falecer após aspiração pulmonar maciça de conteúdo gástrico devido a mau posicionamento de sonda nasoenteral. Pelos dados apresentados, é correto inferir que a docimasia hepática histológica resultará positiva.
Considere que tenha sido encontrado, na própria residência, o cadáver de um indivíduo com idade aparente de quarenta e cinco anos, de compleição mediana, mestiço, sem sinais evidentes de violência, apresentando rigidez nos músculos da face e pescoço e hipóstases móveis. Foi reportado que o indivíduo era alcoolista. À necropsia, foram encontrados achados compatíveis com morte por asfixia e presença de restos alimentares na traqueia. Nessa situação, é correto inferir, com base nos dados apresentados, que o tempo decorrido do óbito até o cadáver ser encontrado foi superior a dezoito horas.
A rigidez cadavérica instala-se devido ao aumento do teor de ácido lático nos músculos e consequente coagulação da miosina.
Desidratação, resfriamento do corpo, rigidez cadavérica, livores cadavéricos e hipóstases são fenômenos cadavéricos abióticos consecutivos.
Os fenômenos cadavéricos abióticos imediatos configuram sinais de certeza que podem ser utilizados pelo médico para afirmar a existência da morte.
A maceração é um fenômeno transformativo conservador que pode ser observado nos submersos em meio líquido contaminado (maceração séptica) e nos fetos retidos a partir do quinto mês de gestação.
Considere que tenha sido encontrado, em um matagal, um cadáver do sexo feminino, no qual se observou mancha abdominal verde e difusa, desenho dos vasos na superfície da pele, bolhas na epiderme com conteúdo sero-sanguinolento, protusão da língua e inchaço genital. Os sinais apresentados eram característicos de estupro, seguido de morte por estrangulamento. Nessa situação, é correto afirmar, com base nessas informações, que o óbito ocorreu, aproximadamente, vinte e quatro horas antes de o cadáver ser encontrado.
Os fenômenos cadavéricos transformativos incluem os destrutivos, entre eles, a autólise; e os conservadores, como, por exemplo, a mumificação.
É bastante comum a presença de espasmo cadavérico nos casos de morte agônica.
O nível do potássio no humor vítreo auxilia o legista a estabelecer a hora da morte. Níveis de potássio acima de 12 mEq/L sugerem que a morte ocorreu a mais de nove horas do exame.
A hidrossolubilidade dos canabinoides garante o armazenamento dessa substância por longo período no tecido muscular, portanto a excreção da substância por via urinária pode durar várias semanas. Isso explica porque, em usuários crônicos, os metabólitos do tetrahidrocanabinol podem ser encontrados na urina por um período de até vinte e cinco dias após o uso.
No organismo humano, a cocaína, substância estimulante do sistema nervoso central, é rapidamente transformada em benzoilecgonina, metabólito usado como marcador para detecção do consumo dessa droga, que pode ser apurada na urina em até três dias após a última ocorrência de uso.
Os opioides, como a morfina e a codeína, podem ser encontrados na urina ocasional por um período de um a três dias após o uso.
O mecanismo de ação do ecstasy tem correlação com o sistema serotoninérgico e dopaminérgico, incluindo diminuição da recaptação e dos níveis de 5-HT e do ácido 5-hidroxindolacético (5-HIAA) e aumento na atividade da enzima triptofano hidroxilase.
No ser humano, o ecstasy produz ação estimulante e alucinógena; em animais, o ecstasy produz estereotipia, hiperatividade, rompimento de comportamento, hipotermia e estímulo generalizado.
A excreção urinária do MDMA inicia-se após três horas do consumo e se finda entre quatro e sete dias após a ingestão. Durante esse período, essa droga pode ser detectada pelo teste de screening urinário.
Os testes laboratoriais, além de serem confirmatórios, podem ser utilizados, em juízo, como prova documental de consumo ou não de determinada substância psicoativa.