Questões de Concurso Para câmara de conceição do mato dentro

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Q2714439 Análise de Balanços

Observe, a seguir, os demonstrativos da Cia. Martini & Lessa e responda:

-

Balanço Patrimonial em 31.12.2015

(em R$)

Ativo

PASSIVO

Ativo Circulante

252.000,00

Passivo Circulante

168.000,00

Ativo Não Circulante

348.000,00

Passivo Não Circulante

72.000,00



Patrimônio Líquido

360.000,00

ATIVO

600.000,00

PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO

600.000,00

-

Demonstração do Resultado do Exercício em 31.12.2015

(em R$)

Receita Líquida


720.000,00

(-) Custos


(666.000,00)

Lucro Líquido


54.000,00

-

Com base nos dados apresentados, a rentabilidade das vendas da Cia. Martini & Lessa é de:

Alternativas
Q2714438 Administração Financeira e Orçamentária

A despesa orçamentária obedece a três estágios: empenho, liquidação e pagamento. O estágio da liquidação é aquele em que

Alternativas
Q2714436 Contabilidade Geral

A Cia. Israel & Max adquiriu uma máquina por R$ 40.000,00. Pagou, em dinheiro, 50% da compra, com 5% de desconto e assumiu uma dívida pelos outros 50%. Com esta operação, pode-se afirmar que o Ativo da Cia.

Alternativas
Q2714435 Contabilidade Pública

Um dos instrumentos de controle do patrimônio é o inventário físico dos materiais e dos bens móveis, que deverá ser efetuado periodicamente, a critério de cada ente da Federação. O inventário é classificado em:

Alternativas
Q2714434 Análise de Balanços

Considere os seguintes dados da Cia. Nievas & Genaro:

-

Balanço Patrimonial

Ativo


Passivo Exigível


Mercadorias

R$ 540,00

Empréstimos Obtidos

R$ 360,00

Caixa e Bancos

R$ 216,00

Patrimônio Líquido


Empréstimos Concedidos

R$ 288,00

Capital Social

R$ 7.000,00



Prejuízos Acumulados

?

Total

R$ 1.044,00

Total

R$ 1.044,00

-

Com base nos dados apresentados, a Liquidez Geral e a Participação do Capital de Terceiros da Cia. Nievas & Genaro são, respectivamente:

Alternativas
Q2714433 Contabilidade Pública

Os objetivos fundamentais de um sistema de classificação orçamentária são, EXCETO:

Alternativas
Q2714432 Contabilidade Geral

A Cia. Dom Blasco foi constituída com um capital social de R$ 750.000,00, por três sócios, que integralizaram suas ações da seguinte forma:

-

Sócio Roberto = R$ 300.000,00

Sócio Patrício = R$ 150.000,00

Sócio Hudson = R$ 300.000,00

-

Após determinado período de tempo, verificou-se que a Cia. Dom Blasco obteve lucro nas suas operações normais da ordem de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram distribuídos e pagos aos sócios. A parcela restante foi reinvestida na Cia., restando contabilizada na conta Reservas de Lucros, nada mais havendo em seu Patrimônio Líquido. Sabendo-se que as dívidas da Cia. Dom Blasco representam 20% dos recursos aplicados anualmente no patrimônio, pode-se afirmar que o valor total de seus ativos é de:

Alternativas
Q2714431 Contabilidade Geral

Dentre as opções a seguir, indique aquela que NÃO se refere a um dos Princípios de Contabilidade.

Alternativas
Q2714429 Contabilidade Pública

O processo elaborado e organizado pelo próprio agente responsável ou pelos órgãos de contabilidade analítica da entidade da Administração Indireta referente aos atos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial é o conceito de:

Alternativas
Q2714428 Contabilidade Geral

Assinale a alternativa que descreve um fato contábil, classificado como misto aumentativo.

Alternativas
Q2714427 Administração Financeira e Orçamentária

Dentre as opções a seguir, indique aquela que NÃO diz respeito a um dos Princípios Orçamentários.

Alternativas
Q2714426 Contabilidade Geral

São operações que aumentam o Capital Circulante Líquido:

Alternativas
Q2714425 Administração Financeira e Orçamentária

No tocante à execução orçamentária e financeira, pode-se afirmar que são operações descentralizadoras de crédito:

Alternativas
Q2714416 Noções de Informática

Em relação às opções disponíveis no grupo “Ilustrações” da guia “Inserir” no Microsoft Word, versão português do Office 2010, correlacione as colunas a seguir:


Ícone da opção


I. Imagem associada para resolução da questão

II. Imagem associada para resolução da questão

III. Imagem associada para resolução da questão

IV. Imagem associada para resolução da questão


Opção


( ) Imagem

( ) Clip-Art

( ) SmartArt

( ) Formas


Está CORRETA a sequência de respostas, de cima para baixo:

Alternativas
Q2714415 Noções de Informática

Opção disponível na guia “Layout da Página” que permite adicionar uma borda em torno da página no Microsoft Word, versão português do Office 2010:

Alternativas
Q2714412 Noções de Informática

Em relação às teclas de atalho do Microsoft Internet Explorer 11, versão português, correlacione as colunas a seguir:


Ícone


I. Ctrl+J .

II. F11

III. Alt+C .

IV. Alt+X


Modo de Exibição


( ) Tela inteira.

( ) Ferramentas.

( ) Exibir downloads.

( ) Exibir favoritos, feeds e histórico.


Está CORRETA a sequência de respostas, de cima para baixo:

Alternativas
Q2714404 Português

TEXTO 2


A ESCRITA NÃO É "A LÍNGUA"


Por Marcos Bagno*


UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus romances no final do século 19!

A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em suas interações normais, espontâneas, na construção de sua identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando falamos, contribuímos para a construção única e exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta para se dar conta disso!

Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, por favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num País com crescente importância geopolítica e econômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.


*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.


Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-226/5859- falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2


Considere o texto Escrita não é “a língua” para responder as questões de 06 a 11.

No segmento mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo, o item destacado tem valor:

Alternativas
Q2714403 Português

TEXTO 2


A ESCRITA NÃO É "A LÍNGUA"


Por Marcos Bagno*


UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus romances no final do século 19!

A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em suas interações normais, espontâneas, na construção de sua identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando falamos, contribuímos para a construção única e exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta para se dar conta disso!

Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, por favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num País com crescente importância geopolítica e econômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.


*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.


Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-226/5859- falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2


Considere o texto Escrita não é “a língua” para responder as questões de 06 a 11.

Em relação aos verbos, os pronomes átonos podem situar-se em três posições: próclise, mesóclise e ênclise. Nas frases abaixo, estão sendo utilizados, respectivamente, como:


I. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”

II. o que a realidade lhe comunica

Alternativas
Q2714402 Português

TEXTO 2


A ESCRITA NÃO É "A LÍNGUA"


Por Marcos Bagno*


UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus romances no final do século 19!

A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em suas interações normais, espontâneas, na construção de sua identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando falamos, contribuímos para a construção única e exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta para se dar conta disso!

Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, por favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num País com crescente importância geopolítica e econômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.


*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.


Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-226/5859- falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2


Considere o texto Escrita não é “a língua” para responder as questões de 06 a 11.

O trecho colocado entre aspas, “E deixe os portugais morrerem à míngua!”, indica que se trata de

Alternativas
Q2714401 Português

TEXTO 2


A ESCRITA NÃO É "A LÍNGUA"


Por Marcos Bagno*


UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus romances no final do século 19!

A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em suas interações normais, espontâneas, na construção de sua identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando falamos, contribuímos para a construção única e exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta para se dar conta disso!

Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, por favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num País com crescente importância geopolítica e econômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.


*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.


Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-226/5859- falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2


Considere o texto Escrita não é “a língua” para responder as questões de 06 a 11.

Em relação ao ponto de vista do autor sobre o uso da língua, considere os enunciados a seguir:


I. Me empresta seu livro.

II. Vem me buscar quando quiser.

III. Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos.


É possível o que se apresenta em

Alternativas
Respostas
41: C
42: D
43: B
44: D
45: C
46: B
47: A
48: D
49: B
50: D
51: A
52: B
53: A
54: D
55: D
56: C
57: A
58: A
59: B
60: A