Questões de Concurso Para core-mg

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Q2291507 Matemática
Um contador deve emitir para seus clientes, sempre na última sexta-feira do mês, determinada certidão de débitos tributários. Sabe-se que a certidão referente ao mês de junho foi emitida no dia 28. Deste modo, conclui-se que a certidão referente ao mês de agosto do mesmo ano deverá ser emitida no dia: 
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Q2291506 Matemática
Sempre que Guilherme está com sintomas de resfriado ele toma, seguindo as orientações de seu médico, 1 comprimido efervescente contendo vitamina C por dia, durante 6 dias consecutivos. A caixa de comprimidos que Guilherme compra contém 16 comprimidos efervescentes, e ele sempre guarda os comprimidos restantes para usá-los em outro resfriado. Quando se resfria novamente, Guilherme toma os comprimidos começando pelos que haviam sido guardados e, se estes acabarem antes do sexto dia de medicação, compra outra caixa para completar o tratamento prescrito pelo médico. De acordo com tal situação, quantos resfriados Guilherme precisa ter, no mínimo, para que os comprimidos efervescentes acabem junto com o tratamento prescrito pelo médico? 
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Q2291505 Matemática
Uma equipe de 5 contadores foi designada para fazer uma análise prévia da documentação fiscal de determinada empresa. Para que nenhum dos contadores ficasse sobrecarregado, eles dividiram igualmente entre si as pastas contendo os documentos que deveriam ser analisados. Após a equipe emitir o primeiro relatório, outra equipe formada por 7 contadores ficará responsável por fazer conferências e correções necessárias nestas pastas. Tendo em vista que a segunda equipe também tentou dividir o número de pastas igualmente entre seus integrantes, mas foi constatado que um dos integrantes terá que analisar uma pasta a mais que os seus companheiros, conclui-se que a menor quantidade de pastas que podem ser divididas conforme as regras das duas equipes é um valor entre: 
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Q2291504 Português
O cajueiro

        O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
        Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá- manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
        No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
        A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
        Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(BRAGA, Rubem. Cem Crônicas Escolhidas. Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22.)
“Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.” (5º§) A palavra “agora” declara, semanticamente, a ideia de 
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Q2291503 Português
O cajueiro

        O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
        Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá- manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
        No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
        A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
        Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(BRAGA, Rubem. Cem Crônicas Escolhidas. Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22.)
Assinale a alternativa que indica o antônimo de “recordações” em “Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, [...]” (1º§).
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Q2291502 Português
O cajueiro

        O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
        Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá- manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
        No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
        A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
        Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(BRAGA, Rubem. Cem Crônicas Escolhidas. Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22.)
No trecho “Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa.” (1º§), o uso da vírgula justifica-se por 
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Q2291501 Português
O cajueiro

        O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
        Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá- manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
        No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
        A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
        Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(BRAGA, Rubem. Cem Crônicas Escolhidas. Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22.)
De acordo com o contexto em que as expressões aparecem, seu significado pode ser variado. Assinale, a seguir, o inadequado significado atribuído ao termo destacado.
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Q2291500 Português
O cajueiro

        O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância, belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
        Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá- manga, da pequena touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
        No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
        A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
        Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.

(BRAGA, Rubem. Cem Crônicas Escolhidas. Rio, José Olímpio, 1956, pp. 320-22.)
De acordo com a estrutura evidenciada e os elementos utilizados como recurso linguístico, pode ser apontado como o principal objetivo do texto:
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Q2291499 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
O bordão que o padeiro aderiu para fazer suas entregas “– Não é ninguém, é o padeiro!” expõe uma crítica social; assinale-a. 
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Q2291498 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
Considerando os fragmentos a seguir, assinale o termo que apresenta a correta divisão silábica. 
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Q2291497 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
No fragmento “Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento [...]” (2º§), ocorre o emprego do sinal indicativo de crase. Sobre o acento grave indicador de crase, assinale a afirmativa INCORRETA. 
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Q2291496 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
No trecho “– Não é ninguém, é o padeiro!” (3º§), o travessão foi aplicado adequadamente. Sobre tal sinal de pontuação, é INCORRETO afirmar que
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Q2291495 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
A crônica nos traz uma sequência de fatos que antecedem a memória do narrador do texto em relação à conversa com o padeiro; assinale-a.  
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Q2291494 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
A palavra que traz o sinônimo adequado do termo em destaque no trecho “[...] mas não encontro o pão costumeiro.” (1º§) é: 
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Q2291493 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
Assinale a alternativa em que o termo em destaque se DIFERENCIA dos demais. 
Alternativas
Q2291492 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
Assinale a alternativa a seguir cujo trecho contém um substantivo flexionado no grau diminutivo. 
Alternativas
Q2291491 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
Assinale a alternativa que apresenta o antônimo adequado do termo em destaque. 
Alternativas
Q2291490 Português
O padeiro

        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é o lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
        – Não é ninguém, é o padeiro!
        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”. E assobiava pelas escadas.

(BRAGA, Rubem. Diário de notícias. Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro. Record. 1977.)
Em relação ao texto, é possível afirmar que: 
Alternativas
Q2291117 Arquivologia
Uma arquivista de determinado museu histórico é responsável pelos documentos antigos e valiosos. Sabe-se que a preservação, a conservação e a restauração são processos diferentes e ela deverá garantir a qualidade de toda a documentação. Considerando o cenário apresentado, são procedimentos adequados a serem executados pela arquivista: 
Alternativas
Q2291116 Administração Geral

Na tentativa de identificar os fatores relacionados à criação de equipes eficazes foi construído um modelo com o quadro a seguir: 

Imagem associada para resolução da questão

(ROBBINS, 2005, p. 216.)


Em relação à temática, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) As equipes se diferem quanto à sua forma e estrutura; o modelo busca uma generalização em relação aos diversos tipos de equipes.

( ) O modelo corresponde a um roteiro especializado que pode ser aplicado a toda e qualquer equipe.

( ) O modelo parte da premissa de que as equipes são geralmente preferíveis ao trabalho individual e, muitas vezes, a criação de uma equipe eficaz é resolver com perfeição o problema errado.

( ) A eficácia equivale ao conjunto de medidas objetivas da produtividade da equipe, avaliação dos executivos em relação ao desempenho da equipe e medidas agregadas da satisfação dos seus membros.


A sequência está correta em 

Alternativas
Respostas
41: C
42: D
43: B
44: A
45: C
46: D
47: C
48: A
49: C
50: C
51: B
52: C
53: C
54: A
55: B
56: C
57: A
58: D
59: D
60: C