Questões de Concurso Para câmara municipal de caratinga - mg

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Q2687111 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

    Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos – e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
    Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou- -o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
    – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta. Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
    Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
    – Você é um bicho, Fabiano.
    Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho. capaz de vencer dificuldades.
    Chegara naquela situação medonha – e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
    Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias mastigando raiz de imbu e sementes de mucunã. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro.
    Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou os quipás, os mandacarus e os xique-xiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, sinhá Vitória, os doisfilhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
    Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
    Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que demorava demais, tomava amizade à casa, ao curral, ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.

(Vidas secas. 27. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1970. P.53-5. Acesso em: 06/03/2024.)
Leia a seguir do 3º§ ao 6º§.
    “– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.     Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros.     Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:     – Você é um bicho, Fabiano.”
Sobre o fragmento, analise as afirmativas a seguir.
I. Fabiano fala em voz alta que é um homem devido à situação que se apresenta: tem um emprego e um lugar para morar. II. Ao se colocar como cabra, Fabiano aponta o que impede a sua humanidade: a condição social de exploração, a qual está submetido. III. Na segunda fala, ocorre a diminuição da convicção de Fabiano. Agora ele murmura que é um bicho qualquer, que seja capaz de superar as adversidades.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2687108 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

Avançar na leitura e na cidadania

    Se é verdade que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos” (Aristóteles), a maioria dos alunos brasileiros está deixando de absorver conhecimento por meio da leitura.
    No Brasil, 66% dos estudantes de 15 e 16 anos não leem textos com mais de dez páginas, segundo levantamento do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).
    O baixo índice está ligado a diversos fatores pedagógicos e socioeconômicos, que não propiciam ambiente nem tempo hábil para se dedicar aos livros. Falta ainda estímulo por parte das famílias e das escolas, o que é reforçado pelo sucateamento das bibliotecas em instituições públicas de ensino.
    Enquanto a máxima aristotélica que abre este texto se concentra no conhecimento individual, uma frase de Monteiro Lobato coloca a leitura no contexto da coletividade: “Uma nação se faz com homens e livros”. Nesse sentido, o Brasil tem muito a avançar. O mesmo levantamento do Iede aponta que, no Chile, o normal é os alunos lerem mais de cem páginas por ano, em média.
    Tais ideias do filósofo grego e do escritor brasileiro merecem ser reacendidas para enfrentarmos o desafio de estimular o hábito da leitura mais densa em um mundo conectado. As faixas etárias usadas como base para a pesquisa do Iede correspondem à dos nativos digitais, que praticamente nasceram com um dispositivo que tem acesso à internet nas mãos.
    O estímulo à leitura só pode ser feito por meio de políticas consistentes de acesso nas escolas e comunidades, incentivo a bibliotecas e promoção de eventos literários. A própria internet pode ser usada como ferramenta para despertar o interesse pelos livros.
    Ler é ampliar o vocabulário, a fluência verbal e a cultura geral, aproximando o indivíduo das possibilidades do mundo acadêmico e do mercado de trabalho.
    Mas o mais nobre benefício está na promoção da cidadania, a partir do momento em que o leitor conhece seus direitos. Tudo aquilo que estruturas rígidas de poder querem manter sob as sombras, em códigos que poucos podem decifrar.

(Disponível em: https://www.otempo.com.br. Acesso em: 04/03/2024.)
A articulação entre as ideias pode ser alcançada através do uso correto dos conectivos. Com isso, as ideias são apresentadas com clareza, além de tornar o texto todo coeso. No trecho “Nesse sentido, o Brasil tem muito a avançar.” (4º§), a expressão “nesse sentido” exprime a ideia de:
Alternativas
Q2687107 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

Avançar na leitura e na cidadania

    Se é verdade que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos” (Aristóteles), a maioria dos alunos brasileiros está deixando de absorver conhecimento por meio da leitura.
    No Brasil, 66% dos estudantes de 15 e 16 anos não leem textos com mais de dez páginas, segundo levantamento do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).
    O baixo índice está ligado a diversos fatores pedagógicos e socioeconômicos, que não propiciam ambiente nem tempo hábil para se dedicar aos livros. Falta ainda estímulo por parte das famílias e das escolas, o que é reforçado pelo sucateamento das bibliotecas em instituições públicas de ensino.
    Enquanto a máxima aristotélica que abre este texto se concentra no conhecimento individual, uma frase de Monteiro Lobato coloca a leitura no contexto da coletividade: “Uma nação se faz com homens e livros”. Nesse sentido, o Brasil tem muito a avançar. O mesmo levantamento do Iede aponta que, no Chile, o normal é os alunos lerem mais de cem páginas por ano, em média.
    Tais ideias do filósofo grego e do escritor brasileiro merecem ser reacendidas para enfrentarmos o desafio de estimular o hábito da leitura mais densa em um mundo conectado. As faixas etárias usadas como base para a pesquisa do Iede correspondem à dos nativos digitais, que praticamente nasceram com um dispositivo que tem acesso à internet nas mãos.
    O estímulo à leitura só pode ser feito por meio de políticas consistentes de acesso nas escolas e comunidades, incentivo a bibliotecas e promoção de eventos literários. A própria internet pode ser usada como ferramenta para despertar o interesse pelos livros.
    Ler é ampliar o vocabulário, a fluência verbal e a cultura geral, aproximando o indivíduo das possibilidades do mundo acadêmico e do mercado de trabalho.
    Mas o mais nobre benefício está na promoção da cidadania, a partir do momento em que o leitor conhece seus direitos. Tudo aquilo que estruturas rígidas de poder querem manter sob as sombras, em códigos que poucos podem decifrar.

(Disponível em: https://www.otempo.com.br. Acesso em: 04/03/2024.)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que: 
Alternativas
Q2687106 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

Avançar na leitura e na cidadania

    Se é verdade que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos” (Aristóteles), a maioria dos alunos brasileiros está deixando de absorver conhecimento por meio da leitura.
    No Brasil, 66% dos estudantes de 15 e 16 anos não leem textos com mais de dez páginas, segundo levantamento do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).
    O baixo índice está ligado a diversos fatores pedagógicos e socioeconômicos, que não propiciam ambiente nem tempo hábil para se dedicar aos livros. Falta ainda estímulo por parte das famílias e das escolas, o que é reforçado pelo sucateamento das bibliotecas em instituições públicas de ensino.
    Enquanto a máxima aristotélica que abre este texto se concentra no conhecimento individual, uma frase de Monteiro Lobato coloca a leitura no contexto da coletividade: “Uma nação se faz com homens e livros”. Nesse sentido, o Brasil tem muito a avançar. O mesmo levantamento do Iede aponta que, no Chile, o normal é os alunos lerem mais de cem páginas por ano, em média.
    Tais ideias do filósofo grego e do escritor brasileiro merecem ser reacendidas para enfrentarmos o desafio de estimular o hábito da leitura mais densa em um mundo conectado. As faixas etárias usadas como base para a pesquisa do Iede correspondem à dos nativos digitais, que praticamente nasceram com um dispositivo que tem acesso à internet nas mãos.
    O estímulo à leitura só pode ser feito por meio de políticas consistentes de acesso nas escolas e comunidades, incentivo a bibliotecas e promoção de eventos literários. A própria internet pode ser usada como ferramenta para despertar o interesse pelos livros.
    Ler é ampliar o vocabulário, a fluência verbal e a cultura geral, aproximando o indivíduo das possibilidades do mundo acadêmico e do mercado de trabalho.
    Mas o mais nobre benefício está na promoção da cidadania, a partir do momento em que o leitor conhece seus direitos. Tudo aquilo que estruturas rígidas de poder querem manter sob as sombras, em códigos que poucos podem decifrar.

(Disponível em: https://www.otempo.com.br. Acesso em: 04/03/2024.)
Sobre a concordância verbal no seguinte trecho “[...] a maioria dos alunos brasileiros está deixando de absorver conhecimento por meio da leitura.” (1º§), assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q2687105 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

Avançar na leitura e na cidadania

    Se é verdade que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos” (Aristóteles), a maioria dos alunos brasileiros está deixando de absorver conhecimento por meio da leitura.
    No Brasil, 66% dos estudantes de 15 e 16 anos não leem textos com mais de dez páginas, segundo levantamento do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).
    O baixo índice está ligado a diversos fatores pedagógicos e socioeconômicos, que não propiciam ambiente nem tempo hábil para se dedicar aos livros. Falta ainda estímulo por parte das famílias e das escolas, o que é reforçado pelo sucateamento das bibliotecas em instituições públicas de ensino.
    Enquanto a máxima aristotélica que abre este texto se concentra no conhecimento individual, uma frase de Monteiro Lobato coloca a leitura no contexto da coletividade: “Uma nação se faz com homens e livros”. Nesse sentido, o Brasil tem muito a avançar. O mesmo levantamento do Iede aponta que, no Chile, o normal é os alunos lerem mais de cem páginas por ano, em média.
    Tais ideias do filósofo grego e do escritor brasileiro merecem ser reacendidas para enfrentarmos o desafio de estimular o hábito da leitura mais densa em um mundo conectado. As faixas etárias usadas como base para a pesquisa do Iede correspondem à dos nativos digitais, que praticamente nasceram com um dispositivo que tem acesso à internet nas mãos.
    O estímulo à leitura só pode ser feito por meio de políticas consistentes de acesso nas escolas e comunidades, incentivo a bibliotecas e promoção de eventos literários. A própria internet pode ser usada como ferramenta para despertar o interesse pelos livros.
    Ler é ampliar o vocabulário, a fluência verbal e a cultura geral, aproximando o indivíduo das possibilidades do mundo acadêmico e do mercado de trabalho.
    Mas o mais nobre benefício está na promoção da cidadania, a partir do momento em que o leitor conhece seus direitos. Tudo aquilo que estruturas rígidas de poder querem manter sob as sombras, em códigos que poucos podem decifrar.

(Disponível em: https://www.otempo.com.br. Acesso em: 04/03/2024.)
“As faixas etárias usadas como base para a pesquisa do Iede correspondem à dos nativos digitais [...].” (5º§). O uso do acento grave indicador de crase no trecho anterior está: 
Alternativas
Respostas
211: A
212: D
213: A
214: D
215: D